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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Tenho Saudades...

 

Tenho saudades... tenho saudades dizia-lhe ela agora numa mensagem para o telemovel e num comentario de um qualquer post do blog dele, comentario esse que por respeito a privacidade dela ele nao se atreveu a publicar,  fazia meses que ela nao lhe dava noticias e agora do nada dizia-lhe simplesmente tenho saudades.

Ele respeitara todas as decisoes pessoais dela quando chegara a hora de as tomar ou seja como se costuma habitualmente dizer quando chegou a hora da verdade. Quando chegou a hora da verdade ela acobardou-se, nao teve coragem foi mesmo covarde fez tudo ao contrario daquilo que sempre lhe tinha dito se algum dia a relacao deles fosse descoberta, as promessas de nunca o abandonar, as juras de estar sempre presente tudo isso naquele momento nao teve valor, ele magoado, sentindo-se traido aceitou a decisao dela no fundo ja o sabia que seria assim, ela era covarde demais para decidir as coisas de outra forma, decidiu-as da maneira mais facil.

Tenho saudades era tudo muito relativo, saudades de que afinal? Saudades dos beijos e bons momentos que tinham passado juntos mas somente enquanto ele pode estar escondido de tudo e todos na vida dela, Saudades de que afinal? Saudades de quando faziam amor quebrando todas as regras morais e sociais. Saudades de quando lhe fizera tantas juras que nao foram cumpridas, promessas que nao foram realizadas. Seria disso que ela tinha saudades agora? Saudades de quando simplesmente o seduzira, o fizera embarcar numa relacao diferente, sim fora ela que tivera a iniciativa ele entrou no jogo, entrou no jogo porque a amava e sobretudo porque acreditou nas tais juras falsas, das promessas feitas tudo sem intencao de as cumprir.

Ela seduzira-o, seduziu-o porque simplesmente dizia-lhe certa vez ja no fim da relacao porque estava carente e nao tinha ninguem para amar e o marido o verdadeiro marido ali tao perto. Ela simplesmente nao olhou a meios para atingir os seus fins, nao se preocupou se o estava a ferir, se lhe estava a fazer mal ou bem, simplesmente por orgulho ou capricho entendeu que tinha de fazer aquilo e sabia que de outra forma nao o iria conseguir.

De outra forma sem as falsas juras, promessas por realizar e ainda das falsas esperancas ele de outra forma nao teria ido no jogo dela, jogo de perigo como todos os jogos de seducao aquele era tambem de alto risco. Sim de facto ela nunca lhe disse claramente que se ia divorciar, que iria deixar o marido para ficar com ele mas deu-lhe essa esperanca quando lhe disse que isso seria possivel.

Enfim ele la foi ao encontro dela e viveram bons momentos de facto mas nao era isso que ele procurava nao era tao somente isso que ele queria, ela revelou-lhe que de momento nao tinha coragem de lhe dar o que ele queria o futuro talvez, ele acreditou que o futuro iria decidir tudo e que ela um dia teria coragem de decidir-se por ele como ela tantas vezes dizia que tinha vontade de fazer mas faltava-lhe o mais importante ou seja, coragem. Dizia-lhe que nao queria prejudicar a familia aquele ponto de a ver destruida com uma separacao e divorcio mas no futuro talvez isso fosse possivel por agora havia os filhos, sobretudo os filhos e um marido que jamais iria aceitar uma separacao assim sem mais nem menos.

Decidiram mesmo assim continuar com a relacao ele no simples papel de amante mas a quem ela tantas vezes jurara que era ele o homem da vida dela e era a ele que ela amara, o amor e paixao pelo marido a muito que terminara e ela vivia sem amor e num casamento sem paixao onde contava apenas as aparencias.

Tenho saudades dizia-lhe ela agora era preciso ter-se mesmo lata afinal, saudades de que? Ele afinal nao era assim tao importante para ela de outra forma ela nao teria decidido as coisas de uma maneira tao rapida e como as decidiu, quando a relacao foi descoberta ela correu logo com ele como se o mesmo fosse uma doenca, como se nao tivesse sido ela a desafia-lo para tudo aquilo e agora simplesmente lhe dizia, " O meu marido descobriu toda a nossa relacao, nao me vou divorciar e tu nao me voltes a contactar, nunca mais". Foi com estas palavras secas e frias que ela o despachara.

Agora depois de tudo o que tinha acontecido eles ja se tinham voltado a falar novamente por iniciativa dela mas ja nada era como tinha sido, a relacao ja nao existia e ele sentia que ela o procurava nao por preocupacao para com ele, nem para saber como ele estava, ela procurava-o pelo sentimento de culpa em que se sentia e nao porque um dia tivera a relacao que tivera com ele.

Ele continuou a viver, a viver a tristeza em que ela o colocara e deixara sozinho mas la ia vivendo as vezes mesmo ate conseguia sorrir e por vezes la conseguia ter um ou outro momento de felicidade. Nao lhe respondera a mensagem do telemovel nem ao comentario do blog, ficara em silencio a pensar. Tenho saudades, saudades de que?

                                                                                                           Manuel Goncalves

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