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domingo, 4 de maio de 2014

Uma Grande e Importante Decisao

 

Uma decisao a ser tomada talvez das mais importantes que tinha feito ate aos dias de entao, nao por sua escolha mas tinha que a tomar as regras do sistema em que se vira envolvido nao o exigiam mas assim o pediam, nada o prejudicava antes pelo contrario porem Paulo estava um pouco a deriva sem saber que rumo dar a toda aquela situacao.

Sendo ele solteiro e sem filhos nao estava facil de conseguir fazer o que aquela companhia com ligacao a seguranca social inglesa queria e da qual ele agora fazia parte por ter que ser inscrito na mesma nos termos legais pela empresa para a qual trabalhava, desde que o sistema de seguranca social sofrera mudancas era assim que as coisas funcionavam ali no Reino Unido onde ele se encontrava a trabalhar a mais de 15 anos. O sistema da Seguranca Social tinha sido alterado ele nao fora prejudicado em nada e pensava que nem ele nem ninguem sofriam com isso continuava a ganhar o mesmo, a descontar o mesmo simplesmente alem dos descontos que fazia para  a seguranca social para ter direito a uma futura reforma fora criado um novo sistema fora da seguranca social que lhe dava o direito a ter no futuro nao uma mas duas reformas, nada o prejudicara entao.

O que aquela companhia, Nest Pensions, que havia sido criada com intuito dos contribuintes da seguranca social britanica terem uma ajuda para criar um fundo de poupanca para a sua reforma lhe pedia (nao exigia) era que ele elegesse um Beneficiario a quem fosse entregue o dinheiro ao qual ele tinha direito dos mesmos descontos que estava agora a fazer caso viesse a falecer antes de atingir a idade da reforma. Poderia ser um familiar (poucos o mereciam no caso dele quando se punha a pensar e a olhar a sua volta), uma instituicao qualquer (nao tinha muita confianca nas mesmas) podia ate mesmo ser um amigo(a). Era explicado que caso ele nao fizesse a dita escolha o mesmo dinheiro nao ficaria para o estado a companhia perante o falecimento do mesmo faria uma pesquisa geneologica e o mesmo Beneficiario passaria a ser o familiar mais proximo do mesmo.

O pai morrera quando ele tinha 24 dias de vida, um verdadeiro azar considerava ele, ja que ele tinha a certeza de que a ser verdade o que lhe contavam que o pai sempre havia sido o filho desprezado do seu avo nunca iria aceitar o que a mae fizera com ele Paulo.

O familiar mais proximo segundo a linhagem era realmente a mae logo de seguida estava o irmao de sangue que era mais velho e havia ainda o outro irmao que era apenas meio irmao mais novo que Paulo 15 anos fruto da relacao de 27 anos que a mae tivera com o seu padrasto. Infelizmente Paulo nao via em nenhum dos tres qualquer coisa do passado que indicasse que um dos tres o merecia, antes pelo contrario, ele tinha boa memoria e havia muitas coisas que tinham ficado em silencio ao longo da vida mas que nao foram esquecidas. 

O seu relacionamento com a mae chegado ai a meio da adolescencia pouco tivera de saudavel, o irmao mais velho era arrogante e tinha a mania de ser melhor que tudo e todos e ele fora vitima disso ja que o irmao com aquele feitio sempre gostara de o rebaixar e deitar abaixo, para que? Para nos dias actuais o mesmo irmao nao passar de um alcoolico, restava ainda o irmao mais novo. O tal que sem razao aparente o retirou da sua lista de amigos do facebook e nunca mais lhe falou, segundo constava tinha mesmo seguido por maus caminhos. Paulo tinha esperanca que aquilo que se constava nao passasse de boatos mas as fotos que o mesmo publicava nos albuns do facebook pelo aspecto do mesmo pareciam confirmar o que se constava. Fosse como fosse qualquer um dos tres estava excluido.

A relacao com a mae nunca fora muito saudavel porque embora no dia a dia ela parecesse que tratava os filhos da mesma maneira e que era igual mae para todos a realidade era bem diferente e ele fora aquele que sempre ficara prejudicado e esquecido. Ele era um pouco como se fosse o patinho feio e hoje sabia bem porque e que a mae quase sempre agia assim, bem mal, ele em termos de afecto e amor maternal fora alguem a quem sempre haviam servido os restos ou ele tinha que se sujeitar com as migalhas.

Para o irmao mais velho nunca deixara de haver uma festa de aniversario e uma prenda de anos. Para ele Paulo as coisa eram diferentes a unica coisa que havia era uma habitual e tradicional promessa de se fazer a festa do seu aniversario no principio do mes, promessa que nunca era cumprida e na qual ele deixara de acreditar com o passar dos ano.

Paulo ainda hoje adulto e ja com 36 anos o dia mais triste da sua adolescencia, justamente o dia em que fizera 14 anos e nesse dia ele nao disse nada quem o disse fora a rapariga de um casal amigo que estava viver em casa da mae e do padrasto na altura, afirmou sem temer que nao era justo a maneira como a mae dele estava a agir em relacao a forma como tratava os dois filhos e que era tudo so para um e o outro ficava sem nada, o outro era ele Paulo.

Acontecera que a mae no mesmo ano porque o padrasto tinha recebido uma indemnizacao por causa de um acidente proximo do aniversario do irmao lhe fizera uma festa brutal em casa, no final do dia foi-se para o restaurante, por sinal um dos mais luxuosos da zona, comemorar o aniversario do irmao mais velho e dias depois porque haviam um feriado em conjunto com o fim de semana aijnda se foi festejar o aniversario do irmao num Jantar de luxo num fim de semana passado no Alentejo (Portalegre) e o dinheiro foi-se acabando dois meses depois ainda se celebrou o aniversario da mae e do padrasto ambos faziam anos no mesmo mes ela no inicio ele no fim de agosto, passado semanas ja se comecava a notar a falta de dinheiro. Finalmente os anos de Paulo e isso ja nao foi uma surpresa ja que se via dificuldades financeiras em casa, enquanto houve dinheiro o padrasto deixou de trabalhar e agora estava desempregado. Resultado Paulo nao tivera nem direito a um bolo de aniversario e o que lhe doeu mais foi ver que a mae com mais de mil contos no banco fez festas, jantaradas, disfrutou do luxo que o dinheiro lhe podia dar e o papel da receita das lentes para os oculos de Paulo jamais tinham saido da gaveta, ele nunca esquecera isso. Agora vinha uma companhia dizer que por direito legal o Beneficiario seria a mae, justamente talvez uma das pessoas que menos merecia, nao isso nao podia ser assim. Hoje ele ja sabia porque razao a mae agia assim sempre de uma forma injusta e desigual entre ele e o irmao mais velho sobretudo, ela estava convencida de que o irmao viria a ser algum engenheiro ou doutor enquanto estava igualmente convencida de que ele Paulo nunca seria nada na vida, pois hoje as evidencias aparentemente pareciam mostrar que a mesma estava completamente e redondamente enganada.

Lembrou ainda do dia em que os avos paternos haviam chamado a ele e ao irmao queriam comecar a falar da heranca que lhes competia ja que o pai havia falecido. O padrasto acompanhou-os e como sempre a avo entregou um envelope aos netos bem recheado de dinheiro ele chegou a casa entregou o dinheiro a mae o irmao recusou-se a faze-lo reclamou o dinheiro para si. Mais uma vez a mesma pessoa lembrou a mae e criticou a forma como ela tinha vindo a agir afirmando que de onde a mesma menos merecia era de onde mais recebia.

Esquecendo o passado e voltando ao presente Paulo pensava numa pessoa para nomear como beneficiaria, ela talvez nao o merecesse de todo mas nos limites da memoria de Paulo nao aparecia ninguem que merecesse na sua lista e quando todas hipoteses estavam esgotadas de todos os que nao mereciam a mesma pessoa tinha mostrado ser aquela que ainda tinha mais merito. Ele tinha pensado nela na C M o grande e unico amor da sua vida, ela mesmo assim mostrava ser a pessoa que estava mais a altura fizera-lhe bastante mal era uma verdade mas tambem fora quem mais bem lhe fizera, quem mais amor lhe dera desde de sempre e sobretudo quem sempre acreditou no seu potencial. Poderia vir a escolhe-la mas tinha que pensar bem no assunto, nao iria ter que falar com ela para o fazer e ela nao o poderia impedir de o fazer, ele apenas tinha que dar os dados minimos dela ou seja o nome dela e uma morada da mesma e isso ele tinha. Pensou nela porque caso ele morresse e ela viesse mesmo a diquemos que herdar o mesmo dinheiro certamente iria saber aproveita-lo e geri-lo nao iria fazer como a mae que o iria gastar todo enquanto ele durasse em cafes, tabaco e outras porcarias sem sentido.

Ele nao queria escolher a mesma C M por a mesma ter sido a unica pessoa que lhe dera o que ele sempre procurara e sonhara ter ou seja amor de uma mulher e sobretudo da mulher que ele mais amara na vida, a unica que ele amara de verdade. Ele nao a queria escolher por ela ter sido a unica a acreditar nele quando ele ainda era tao jovem, fragil e inocente, nao a queria escolher por ela ter sido a unica a esforcar-se para ele passar um dia de anos feliz como fizera com sucesso. Tudo isso tinha valor para ele recordava que so no primeiro ano em que se haviam voltado a ver ela quando ele chegou a Portugal no dia do seu aniversario tinha alugado um quarto de hotel onde ele passara os momentos mais felizes e romanticos da sua vida, com tudo isso ela sem se dar conta disso so de uma vez gastou com ele no dia do aniversario do mesmo mais dinheiro do que a sua mae fizera em toda a vida para dar uma festa de aniversario ao filho e ela a C M ainda lhe deu um presente de aniverario enquanto jantavam, resumindo ela dera-lhe algo logo a ele que nao estava nada habituado a receber mas que tambem gostava de dar, foi assim ao longo daquelas 6 semanas de ferias um jogo de dar e receber por parte de ambos.

No ano seguinte as coisas nao foram muito diferentes, ela fez o que ele jamais pensara que ela fizesse meteu-se num aviao e veio a Londres passar 3 dias com ele, pareciam um casal em plena Lua de Mel tudo acabara por outras razoes mais tarde no fundo ele sabia que nao havia solucao e ele iria ficar sozinho apesar de todas as juras e promessas que a mesma lhe fizera a garantir o contrario ele sabia que iria ser assim mas ele considerou que iria fazer agora aquilo que considerava ser certo e correcto, o resto, o que ela fizera, o que ela decidira no fim estava na consciencia da mesma e isso ja nao era nada com ele. Sabia bem que ela mesmo assim era quem mais merecia que ele fizesse o que estava cada com mais vontade de fazer ou seja nomea-la a ela como beneficiaria. Recordava mais uma vez que ela so no bilhete de aviao para vir ter com ele e passar aqueles 3 dias gastara mais com ele no seu aniversario mais do que a sua mae fizera ao longo de toda a sua vida em festas de aniversario para o mesmo, saira de casa de vez com 18 anos e recordava-se de a mesma lhe ter feito apenas 3 festas de aniversario e mesmo assim pouco houve a mais que um simples bolo de aniversario e na ultima ele ja tinha 17 anos, ja trabalhava e ia contribuindo com algum dinheiro para meter em casa ou seja quase o valor total da Bolsa de Formacao Profissional do curso que ele estava a fazer.

Saira de casa para ir trabalhar e a ideia nao deixara de lhe inquietar os pensamentos, estaria mesmo ela a altura de merecer tal? Sim, talvez. Tudo estava a ser uma duvida e ele novamente recuara no tempo e recordara a sua juventude os seus 16 anos quando a conhecera ja la iam entao cerca de 20 anos, recordara um momento unico e isso ajudara-o tambem a tomar a decisao final. Nessa altura ele nao tinha dinheiro mas recebera uma ordem no Centro de Formacao que no dia seguinte teria que ir fazer uma consulta medica, ate ai tudo bem. O problema mesmo e que ele nao tinha dinheiro para o bilhete de autocarro no dia seguinte para ir ate a cidade onde era a mesma consulta, ela e que lhe tinha dado a noticia e apercebeu-se de que se passava algo e ele acabou por confessar-lhe envergonhado e de cabeca baixa o que o estava a preocupar, nao tinha dinheiro para o bilhete e o passe mensal dos transportes nao lhe permitia deslocar-se tao longe, resultado. Ela levantou-se, foi a mala, abriu a carteira e deu-lhe 500 escudos, sim isso ja chegava e sobrava ele sabia isso e ela tambem dize-lhe simplesmente que assim ele ja tinha dinheiro para o bilhete do autocarro e para tomar o Pequeno-Almoco. Agora naquele momento ele recordava isso e parou por momentos, olhou em redor, estava no parque de diversoes para criancas perto da sua casa e o qual ele atravessara todos os dias para ir trabalhar, recordou isso sentou-se por momentos e chorou a recordar aquele gesto de caridade dela, aquele gesto de alguem que na altura nao tinha qualquer obrigacao de fazer nada por ele, mas ela fizera-o.

Ali mesmo apesar dos nervos e descontrolo emocial fez uma pequena oracao, tempo nao lhe faltava ja que tinha por habito sair de casa bastante mais cedo do que seria necessario visto que trabalhava de noite tinha por habito ir ate ao cafe portugues comer qualquer coisa ou simplesmente para estar um pouco a conversa com as conversas a envolver os assuntos que os homens gostam de discutir e onde as conversas sobre o futebol eram quase sempre o conteudo principal. Ela pedira a Deus, aquele Deus em que ele e muitos acreditam que lhe desse um sinal, um simples sinal de que estava a tomar a decisao certa ou errada.

Passou como habitualmente pelo cafe e agora estava ja a trabalhar na fabrica ali embora pudesse pensar no assunto estava mais calmo e distraido, tivera sorte naquela noite fora trabalhar para o local onde mais gostava de estar e com alguem que nao lhe era conhecido pelo que para se conhecerem melhor iam trocando algumas palavras. Aquele parceiro que lhe calhara naquela noite parecia ser uma pessoa alegre e nao parava de assobiar a melodia de uma cancao que ele adorava, Winds of change, dos scorpions. Aquela musica tinha um significado especial para ele pois ficara um pouco como a musica dele e da C M, nao sabia explicar bem porque razao essa e nao outra mas no fundo aquela era a melodia que marcara a relacao amorosa de ambos. Seria aquele o sinal que ele pedira a Deus, era possivel mas tinha que esperar mais um tempo.

Estava quase tudo decidido ele estava mesmo determinado a levar a sua ideia para a frente mas queria ter a certeza de que ia agir correctamente queria ter a certeza de que a pessoa que pensava era mesmo a mais certa de todas. A decisao poderia ser alterada em qualquer altura, qualquer momento. Pensou, mais uma vez, poderia colocar agora as coisas daquela maneira e se algum dia as coisas fossem diferentes poderia vir a altera-las, isso era-lhe explicado na pagina da companhia na internet que a qualquer momento ele poderia alterar o beneficiario e ate colocar mais do que um bastava depois dividir a quantia que entendesse por cada um. Ia esperar mais algum tempo no fim de semana quando estivesse em casa ia ate a Igreja orar com mais calma e pedir ajuda a Deus com toda a sua crenca, forca e devocao. Podia fazer agora as coisas assim no futuro se tivesse um herdeiro legitimo coisa que com o passar dos anos parecia pouco provavel poderia alterar as coisas.

Sempre foi a Igreja e fez o que tinha pensado em muitos anos que nao falava assim com Deus e pensou se tinha agido bem em ter estado de costas viradas para a Religiao durante tantos anos. Sim talvez tivesse errado mas nao podia voltar atras no futuro talvez sim pudesse alterar um pouco as coisas.

Alguns dias depois, uma mensagem no telemovel era da C M, havia alguns meses que ela nada lhe dizia mas ja estivera mais tempo sem lhe dizer nada quando tudo acabou foram quase 6 meses ou mais ele nao a conseguia contactar por telemovel e nem para o telefone do escritorio o seu numero deveria ter sido bloqueado nos mesmos. Um dia ligou-lhe queria saber como ele estava e com o tempo falaram mais algumas vezes nada era como antes para tristeza do mesmo, ja nao havia cumplicidade ou relacao o pior e que havia ainda amor, sentimento, paixao e nada disso podia agora ser vivido.

Enfim a mensagem do momento era pequena apenas duas palavras "tenho saudades" e ele entendeu que aquele era o sinal que Deus lhe dera e que a decisao que ele estava para tomar estava certa e correcta, sentiu-se aliviado por isso so tinha que ter agora algum tempo disponivel para fazer as coisas iria ser no fim de semana quando estivesse em casa, ele escreveu qualquer coisa acerca dessa mesma mensagem no seu blog e ela respondeu num comentario que ele nao colocou a pedido da mesma era tudo demasiado intimo e pessoal.

Sexta-feira de manha chegou a casa pois trabalhava de noite como na sexta-feira a noite nao havia habitualmente trabalho na fabrica comecava ter agora tempo disponivel para tratar das coisas com calma pois iria estar o fim de semana em casa. Comecou a tratar das coisas foi dando os dados e os mesmos foram sendo todos aceites, pensava que se tratando de um assunto tao serio as coisas fossem mais complicadas. Cada vez que pensava no mesmo parecia-lhe que estava a fazer um testamento mas nao era bem assim, fez tudo o que lhe era pedido e tudo fora aceite, ainda naquele fim de semana recebera um E-mail da companhia a dizer-lhe que o que ele tinha feito havia sido aprovado tudo estava correcto quando ele deu uma vestoria no nome e na morada que eles apresentavam e que ele lhe havia dado e verificara se havia algum erro para comunicar a companhia como eles lhe tinham pedido, tudo estava feito e realizado, agora.

No fundo ele pensou que sempre tivera a vontade de a nomear a ela e ao contrario do que poderiam pensar ela nao era uma pessoa qualquer, nao era alguem que nao lhe era nada e nunca iria ser uma simples amiga. Ela salvara-lhe um pouco a vida quando o mesmo estava a entrar na idade adulta, na verdade como sua antiga Psicologa talvez fosse ate a pessoa que melhor o conhecia, fora a primeira e unica pessoa a acreditar no mesmo na altura. Talvez actualmente a mesma nao tivesse agido correctamente ao fazer-lhe tantas promessas e juras que nao cumpriu, ao dar-lhe falsas esperanca de uma relacao diferente e de uma vida a dois, nunca o afirmou nem prometeu mas deu-lhe as mesmas esperancas atraves de talvez, talvez um dia ganhe coragem para o fazer. Nunca ganhara antes pelo contrario. Hoje depois de no passado ela lhe ter afirmado que ela era a unica razao para ela andar no facebook descobrira que nao era bem assim, atraves de um amigo que haviam tido em comum soube da notica, procurou o novo perfil e nao tinha acesso ao mesmo, estava bloqueado, sentiu-se triste mas era apenas mais uma desilusao que ela lhe dera, nada de grave, era apenas uma, so mais uma. Fez um perfil falso e la conseguiu ve-la, pouca coisa mudara continuava bela, os amigos continuavam os mesmos, porem para ele, para ele, nao havera lugar para ele.

Sentiu que tudo o que ela havia feito de errado era la com ela e com a consiencia da mesma que um dia iria ficar bem pesada e sentir-se mal com tudo o que fizera, por todas as falsas esperancas que lhe dera, por todas as juras e promessas que nao cumprira, sentiu que isso ja nao era nada com ele e sim com ela mesmo, pensou que nao tinha errado, antes pelo contrario, em tomar a decisao que tomara.

Algo que o ajudara a decidir as coisas da maneira que decidira e que muita gente da sua familia tinha a sua morada e o seu numero de telemovel porem nunca se lembravam dele. Nunca se lembravam de lhe ligar a desejar um feliz aniversario, um bom natal essas coisas habituais de se fazer, ninguem da familia o fazia, ela fazia-o era mais uma prova de que ele nao estava errado ao agir como a agira e a decidir as coisas como o fizera.

Nada do que ele fizera era uma tentativa de reconquistar aquela pessoa e o seu amor como ele tanto queria ter de volta, nada do que ele fizera era uma tentativa de reatar a antiga relacao. Ele entendia que era impossivel reconquistar aquilo que na verdade nunca e jamais conquistara em absoluto.

Tambem nao era uma forma de lhe dizer que a perdoara caso ela viesse a saber com ele em vida do que o mesmo havia feito, tinha sido muito doloroso e sofredor e nao estava so em questao o que se havia passado agora mas no passado tambem. No passado embora as coisas tivessem sido diferentes ela ja o havia traido e desiludido bastante ele acabou mesmo por passar a maior humilhacao da vida dele com tudo o que se passara, perante tudo e todos ele ficara como o mau da fita e ela conseguira ficar um pouco como vitima ou pelo menos conseguira limpar a sua imagem. Ele mais tarde por tudo o que se tinha passado ate o trabalho perdera. Por acaso do destino encontraram-se pouco tempo depois onde ela ali no primeiro momento em que se reencontravam lhe pedira desculpa por tudo mais tarde num cafe qualquer em um reuniao a dois, ela pedira-lhe algo que segundo a mesma iria ser dificil de receber mas se isso fosse possivel iria sentir-se melhor com ela propria, pedira-lhe perdao. Ele apesar de ter ficado inocentemente considerado culpado, embora tivesse ficado como o mau da fita, humilhado e ate despedido, perdoara-a. Perdoara a mesma de coracao e com sinceridade no entanto impusera uma condicao, ela iria ter que lhe jurar ou pelo menos prometer que nao iria fazer com outra pessoa o que fizera com ele, ela aceitara o preco do perdao. Realmente nao se podia dizer que ela quebrara a promessa ou nao cumprira o juramento voltara a fazer o mesmo mas nao o fizera com outra pessoa havia sido novamente com ele. Nao o que ele fizera agora nao era sinonimo de perdao fizera aquilo que achava ser mais correcto e justo, perdoa-la talvez um dia mas sentia que o mesmo ainda estava bastante longe.

Pensou que se a familia soubesse lhe iriam cair todos em cima por ele ter retirado o direito a mae de ser beneficiaria do mesmo. Iriam acusar o mesmo novamente de ser mais para os de fora do que para os da propria familia e tudo mais, enfim o costume. Mas afinal que direito tinham de julga-lo alguns que a mais de 10 anos nao lhe pagavam o que lhe deviam, que direito tinham de julga-lo alguns que olharam para ele e lhe deram valor enquanto o dinheiro foi correndo para o lado dos mesmo. Alem do mais pensou ele que ele era dono e senhor de si proprio, fazia o que queria desde que tivesse condicoes para isso, tinha essse direito tinha sido ele a trabalhar para conseguir ter o que tinha, sim ele e mais ninguem. Pensou igualmente que tudo aquilo so se iria vir a saber caso ele morresse e sorriu, depois dele morto pouco importava com o que iriam pensar acerca dele ou acerca do que ele tinha feito, ja em vida isso ha muito que nao o incomodava nao era depois de morto que o iria incomodar.

Paulo suspirou de alivio sentia-se feliz e realizado era sempre assim que se sentia quando tinha a certeza de que tinha agido correctamente, saiu de casa para dar um passeio assobiando e andando ao mesmo tempo, sentia-se realmente feliz tinha agido correctamente e de forma justa ao tomar uma grande e importante decisao, talvez uma das mais importantes que tomara ate entao em 36 anos de vida.
                                                                                                                
                                                                                                                 Manuel Goncalves




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