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sábado, 28 de junho de 2014

Os Tres Filipes de Espanha Reis de Portugal

 

Com a morte do Jovem El-Rei Dom Sebastiao na batalha de Alcacer-Quibir a 4 de Agosto de 1578 Portugal ficara sem Rei e o jovem Dom Sebastiao entao falecido com 24 anos nao deixara tambem qualquer herdeiro para o trono de Portugal que deixasse segura a sua sucessao, estava entao agora criado o maior problema de sucessao para o trono de Portugal enquanto Pais monarquico e governado por reis.

A morte do Rei de Portugal Dom Sebastiao na Batalha de Alcacer-Quibir levou a uma crise de sucessao ja que o mesmo nao tinha deixado descendencia pela sua tenra idade e mesmo que tivesse iria certamente demorar alguns anos para que o herdeiro pudesse reinar. Pela proximidade de parentesco, coube a governacao ao Cardeal Dom Henrique, aclamado Rei de Portugal a 28 de Agosto de 1578.

A noticia da derrota da armada portuguesa em Alcacer-Quibir foi levada ao Cardeal, entao presente no Mosteiro de Alcobaca, pelo Provincial da Companhia de Jesus e o Dr. Jorge Serrao. O Cardeal foi  encarregado da regencia do reino por proximidade de parentesco, convocou as cortes de Lisboa de 1579 para estudar a situacao decorrente da sua avancada idade e viniculo religioso. Nao sendo casado e tambem nao tendo herdeiros, a sua regencia seria meramente provisoria.

Pelas leis da epoca, sucederia ao Rei o seu parente mais proximo, na tentativa de preservar o Sangue Real na administracao do Reino, em casos de haver parentescos de igual proximidade, a preferencia seria dada aos de sexo masculino. A verificar-se a concorrencia de varios homens em igaul grau de parentesco, seria preferido e escolhido o mais velho.

Assim, os candidatos ao Trono de Portugal eram (pela ordem da linha da sucessao):

. O Cardeal-Rei Dom Henrique, filho de Dom Manuel I de Portugal.
. Rainuncio I Farnesio, Duque de Parma (neto de Dom Duarte, filho mais novo de Dom Manuel I, atraves da filha mais velha, Dona Maria) e os seus irmaos mais novos.
. Catarina, Duquuesa de Braganca (filha mais nova de Dom Duarte) e seus filhos.
. Filipe II de Espanha (filho de Dona Isabel, filha de Dom Manuel I de Portugal) e seus filhos, irma e sobrinhos.
. Emanuel Felisberto de Saboia (filho de Dona Beatriz, Filha de Dom Manuel I de Portugal) e seus filhos.
. Joao I, Duque de Braganca (marido de Dona Catarina, bisneto de Dona Isabel, irma de Dom Manuel I de Portugal) e seus filhos.

Havia ainda:

. Dom Antonio, afastado por ser tido como ilegitimo, se nao o fosse estaria mesmo antes do Cardeal Dom Henrique na linha de sucessao.

De entre os pretendentes ao Trono de Portugal, era de facto o Cardeal Dom Henrique o mais chegado a el-Rei por um grau de parentesco, mas a sua idade (e por ser religioso) nao ofereciam seguranca e quase que davam como certo a nao continuidade na descendencia, pelo que a solucao da crise por enquanto seria meramente provisoria. Assim, quando este falecesse, passaria o Trono do rico reino de Portugal a ser disputado por El-Rei Dom Filipe, pelo Duque de Saboia e pela Duquesa de Braganca, todos parentes em quinto grau.

O Rei-Cardeal morreu em 1580, durante as Cortes de Almerim, deixando uma junta de cinco governadores: o Arcebispo Dom Jorge de Almeida, Dom Joao Telo, Dom Francisco de Sa Meneses, Dom Diogo Lopes de Sousa e Dom Joao de Mascarenhas. Deste mesmo grupo apenas Dom Joao Telo era contra a ideia de Dom Filipe II de Espanha. O Cardeal ja havia manifestado, entretanto, a sua intencao de nomear Dom Filipe II como seu sucessor ao trono, mediante um acordo que traria beneficios ao reino.

Contra a vontade de apenas Dom Joao Telo Dom Filipe II de Espanha acabaria por tornar-se Rei de Portugal ainda em 1580 mas sendo coroado apenas em 17 de Abril de 1581 em Tomar. A razao pela qual dei o nome a esta cronica de, Os tres Filipes de Espanha reis de Portugal e nao o nome de Os tres Filipes de Espanha reis "em" Portugal e simples. Portugal durante o reinado da dinastia Filipina ficou sempre para tras em relacao a Espanha, os portugueses viam-se passado para tras em relacao aos espanhois na atribuicao de altos cargos como ministros, embaixadores,militares e outros cargos politicos, etc e a propria corte do Reino de Portugal era em Madrid. Portugal na pratica deixara de ser um reino e passara a ser uma provincia espanhola, governada de longe. Os portugueses eram ainda obrigados a custear as despesas do reino espanhol atraves do pagamento de impostos, etc. Portugal estava a ser prejudicado em tudo no entanto levaria 6 decadas ate que um grupo de 40 nobres portugueses comecasse a planear que levaria de novo ao reino de Portugal tornar-se livre e independente de tudo e todos o grupo de nobres viria a ficar conhecido pelos 40 conjurados.
                                                                
 
Dom Filipe II de Espanha (Valladolid, 21 de Maio de 1527 - El Escorial, 13 de Setembro de 1598) foi um Rei de Espanha a partir de Janeiro de 1556 apos a morte de Carlos I, e Rei de Portugal devido a crise de sucessao causada pelo o facto falecido Dom Sebastiao de Portugal nao ter deixado herideiros directos, Filipe II de Espanha em Portugal foi Filipe I, a partir de 1580 e coroado em 17 de Abril de 1581 em Tomar. Dom Filipe II de Espanha foi o primeiro Lider Mundial a estender seus dominios sobre uma area directa "onde jamais o sol se punha", superando portanto Ghengis Khan, ate entao o homem mais poderoso de todos os tempos. Os extremos do seu imperio foram denominados em sias homenagem desde o extremo leste das Americas (Filipeia) ao sudeste insular asiatico (Filipinas), dos oceanos Atlantico Centro-Ocidental ao Pacifico Centro-Ocidental passando por todas as longitudes do oceano Indico. 

Filho do Imperador do Sacro Imperio Romano Germanico e Rei de Espanhas Carlos V de Habsburgo em Espanha Carlos I de Espanha e de Isabel de Portugal, governou um vasto territorio integrado por Aragao, Castela, Catalunha, Ilhas Canarias, Maiorca, Navarra, Galiza e Valencia, Rossilhao, Franco-Condado, Paises Baixos, Sardenha, Corsega, Sicilia, Milao, Napoles, alem dos territorios ultramarinos na Africa (Orao, Tunis e outros) na America e na Asia (Filipinas). Em termos de politica externa sua mais significativa vitoria sucedeu-se contra aos turcos otomanos, na Batalha de Lepanto, em 7 de Outubro de 1571.

Nasceu em Valladolid e morreu no mosteiro de El Escorial, onde se encontra sepultado. E chamando ainda de o sabio. Foi baptizado em 5 de Junho, na igreja do convento de Sao Paulo, pelo Arcebispo de Toledo, Dom Alfonso de Talavera. Rei de Inglaterra (1554-1558), Regente de Espanha desde de 1543 veio a tornar-se em 1556 Rei de Espanha, Conde de Artois, Conde da Borgonha, Conde de Charolais por 42 anos. A partir de 1552 ja se havia tornado Rei como Filipe I de Napoles, da Sicilia Sardenha, Rei apenas titular de Jerusalem e Duque de Milao. Em 1555 foi tambem Rei dos Paises Baixos, em 1556 Conde da Holanda, Conde da Zelandia, Conde de Ostrevant, Duque de Gueldres, e a partir de 1580 seria tambem o Rei de Portugal, Filipe I. 

Dom Filipe II de Espanha, Filipe I de Portugal recebeu uma educacao humanista, planejada pelo seu tutor, Juan de Zuniga, Filipe nunca se tornaria um erudito nos padroes renascentistas. Alem de sua lingua nativa, o espanhol, possuia dominio sobre o portugues, lingua de sua mae e, muito moderadamente, podia ler latim.

Demostrou interesse pela arquitectura e pela musica, alem de gosto por actividades ao ar livre, como a caca. Desde os 12 anos foi preparado para os assuntos do Governo e aos 16 anos ficou encarregado da regencia dos reinos da Espanha, enquanto o pai administrava o Santo Imperio Romano Germanico como Carlos V. Assumiu a Coroa espanhola em 1556, depois da abdicacao do pai em 1555, herdando um vasto Imperio Colonial, dificil situacao financeira e inimigos poderosos: Inglaterra, Franca e Holanda.

Nomeado regente da Espanha, com um conselho, por Carlos V, em Bruxelas em 22 Outubro de 1555, Carlos V cedeu-lhe os Paises Baixos, as Coroas de Castela, Aragao e Sicilia em 16 de Janeiro de 1556 e o Condado de Borgonha em 10 de Junho. A Coroa imperial foi herdada por seu tio Fernando, Irmao de Carlos V.   

Devotado ao catolicismo, defendeu a Fe e se dedicou a interromper o progresso do protestantismo, e tais duas ideias sao chaves para entender todo o seu reinado, pois se dedicou a ambas as causas por meio do absolutismo. Seu reinado comecou com a Franca a quebrar o tratado de Vaucelles assinado entre o Imperador Carlos V e Henrique II de Franca em 5 de Fevereiro de 1556, a qual se uniu o Papa Paulo VI contra ele. Filipe teve portanto que enfrentar duas guerras ao mesmo tempo, na Italia e nos Paises Baixos. Na Italia o Duque de Alba, Vice-Rei, de Napoles, derrotou o Duque de Guise e obrigou o Papa a pedir paz. Filipe a concedeu, magnanimamente, e o Duque de Alba foi obrigado a pedir o perdao do Papa por ter invadido os Estados Pontificios.

Na Espanha, Filipe deu continuidade a politica dos seus bisavos, Fernando de Aragao e Isabel de Castela. Foi drastico na supressao da heresia luterana, sobretudo em Valladolid  e tambem em Sevilha.

Durante o seu reinado ocorreu uma sangrenta rebeliao mourisca, no antigo Reino de Granada de 1557 a 1560 que terminou Dom Joao de Austria, bastardo de Carlos V de Habsburgo. Os mouriscos, vencidos, foram deportados para outras partes da Espanha.

Em 25 de Julho de 1554, tornou-se Rei por seu casamento com Maria I de Inglaterra. Na verdade, a funcao politica que ele passou a exercer na Inglaterra a partir de entao e algo um tanto controverso, pois, embora seja reconhecido como Rei-consorte da Inglaterra, ele tinha os mesmos titulos e recebia as mesmas honras que sua esposa, alem de os actos parlamentates constarem sempre com os nomes de ambos e as moedas usadas na epoca serem cunhadas tambem com as cabecas de ambos. Isto caracterizaria uma diarquia e, por conseguinte, faria dele um Rei de Inglaterra, e nao apenas um Rei-consorte, que seria tao somente e apenas marido de uma Rainha. O projecto de uniao social dos dois paises falhou, o fracasso ficou-se a dever sobretudo a morte de Maria I de Inglaterra em 17 de Novembro de 1558, antes mesmo de ter tido um herdeiro. Em guerra contra a Franca, com quem lutava pelo controlo das cidades italianas de Napoles e Milao e seus territorios, obteve vitorias nas batalhas de Saint Quentin (1557) e Gravelines (1558). Depois assinou o Tratado de Cateau-Cambresis (3 de Abril de 1559). Filipe, que estaria retido nos Paises Baixos, pode viajar para Espanha. Por mais de 40 anos, residiu alternadamente em Madrid, que transformou na capital do Reino, e em vilegiaturas, das quais o mais famoso e o Mosteiro de El Escorial, construido em cumprimento de um voto de promessa feito antes da batalha de Saint Quentin.

Parte do processo de pacificacao passou pelo seu casamento com Isabel de Valois (1545-1568), filha de Henrique II de Franca, que fora prometida a Carlos, filho do seu primeiro casamento com Maria Manuela. Isabel deu-lhe apenas duas filhas, permanecendo o Rei sem descendentes masculinos. Seria com seu quarto casamento, com Ana, filha de Maximiliano II da Germania, que nasceria o herdeiro do trono Filipe III de Portugal e por sua vez Filipe II de Portugal.

Apesar da vitoria diante dos berberiscos em Malta em 1565, a hostilidade com os turcos persistia. Seu irmao bastardo, Dom Joao de Austria, comandando uma frota, obteve uma grande vitoria, embora nao fosse definitiva, na batalha naval de Lepanto em 1571.

Teve Primeiros Ministros notaveis: o Duque de Alba, morto em Lisboa dois anos depois da conquista; o Principe de Eboli morto muito antes do Rei; Antonio Perez que lhe sobreviveu; o Cardeal de Granvelle, que depois de ter perdido a favor do Rei, o recuperou e foi chamado a Napoles para ficar como regente do Reino em Madrid, enquanto o Rei ia a Portugal; e Cristovao de Moura, o ultimo homem forte. Antes de morrer o Cardeal-Arquiduque Alberto, Vice-Rei de Portugal foi nomeado Rei de Flandres, e para o substituir em Portugal nomeou um conselho composto pelo Arcebispo de Lisboa, dos Condes de Portalegre, de Sabugal e de Santa Cruz e ainda de Miguel de Moura. Foi o ultimo acto importante do seu reinado.

Um dos triunfos politicos para obter a uniao iberica, fazendo valer seus direitos de sucessao em 1581 nas Cortes de Tomar. A politica matrimonial previa das dinastias reinantes facilitara esta uniao.

Depois da morte do Rei Dom Sebastiao na tragica de Alcacer Quibir, ao ser aclamado Rei o Cardeal Dom Henrique, decrepito, investiu os meios e dinheiro para ganhar para o seu partido a corte de Portugal.

Sete pretendentes disputavam a posse do Reino quando morreu o Rei em 1580, mas apenas cinco baseavam suas pretensoes em fundamentos aceitaveis:

. Filipe II filho da primogenita do Rei Manuel I, com seu marido Carlos V.
. Emanuel Felisberto de Saboia, Duque de Saboia, filho da Infanta Dona Beatriz, filha do mesmo Rei Dom Manuel I e de seu esposo o Duque de Saboia.
. Dom Antonio, Prior do Crato, filho do Infante Dom Luis, sendo este filho do mesmo Rei Dom Manuel I.
. Rainuncio Farnesio I, Duque de Parma, neto por parte de mae do Infante Dom Duarte, filho do mesmo Rei Dom Manuel I.
. Dona Catarina, Duquesa de Braganca, filha legitima do mesmo Infante Dom Duarte.

Os que menos direito demostravam eram Catarina de Medicis, Rainha de Franca, descendente de Dom Afonso III e sua primeira esposa a condessa Matilde de Bolonha, e o Papa, neste caso o Papa Gregorio III, herdeiro natural dos Cardeais, que entendia portanto dever usufruir o Reino de Portugal que um Cardeal assim como podia usufruir uma quinta de que fora possuidor. Dos cinco que apresentavam titulos valiosos, apenas tres disputavam seriamente a Coroa: Filipe II de Espanha, o Prior do Crato e a Duquesa de Braganca Dona Catarina.

O Reino de Portugal ficara entregue a cinco governadores dependentes dos Habsburgo, os quais pareciam nao querer ou hesitavam em reconhecer Filipe II de Espanha como futuro Filipe I de Portugal. Este se dispos e ameacou conquistar Portugal com a forca das armas. O Prior do Crato se fizera aclamar em Santarem, mas dispunha de poucas tropas, Filipe II reuniu o exercito, entregou-o ao Duque de Alba, confiou ao Marques de Santa Cruz o comando da esquadra, e conservou-se proximo da fronteira de Badajoz. Alba marchou sobre Setubal, conquistando o Alentejo, atravessou para Cascais na esquadra do Marques de Santa Cruz, marchou finalmente sobre Lisboa, derrotou o Prior do Crato na batalha de Alcantra a 4 de Agosto de 1580, perseguiu-o ate a Provincia do Minho, e preparou no fim o Reino para receber a visita do seu novo soberano.

Filipe II de Espanha agora tambem Filipe I de Portugal procurou nao intervir na politica interna de Portugal e entregou o Governo do pais a um homem da sua alta confianca, mais uma vez coube a honra de receber a confianca do Rei o Duque de Alba. Alem de ser filho de mae portuguesa, Filipe fora educado por cortesoes portugueses nos seus primeiros anos de vida. Filipe, em 9 de Dezembro de 1580,atravessou a fronteira, entrou em Elvas, onde permaneceu por dois meses recebendo os cumprimentos dos novos suditos. Um dos primeiros que o veio saudar foi o Duque de Braganca. A 23 de Fevereiro Filipe II saiu de Elvas, atravessou triunfante e demoradamente o pais, e a 16 de Marco de 1581 entrou em Tomar, para onde convocara cortes. Distribuiu recompensas, ordenou suplicios e confiscos, e recebeu a noticia de que todas as colonias ate entao do Reino de Portugal haviam reconhecido a sua soberania, exceptuando a Ilha Terceira, onde arvorara ainda a bandeira do Prior do Crato, ali jurado Rei de Portugal a 16 de Abril de 1581. Nas cortes prometeu respeitar os foros e as isencoes e nunca dar para Governador ao pais senao um portugues ou membro da familia real. Expediu de Lisboa tropas que subjugaram a Ilha Terceira, em que Dom Antonio fora auxiliado pela Franca, e partiu para Espanha depois de uma vitoria naval de Vila Franca em que o Marques de Santa Cruz destrocou a esquadra francesa em 26 de Julho de 1582, obtendo a submissao da ilha (deu a parecer que tinha vindo a Portugal impor ordem na "casa" ou seja no Reino, mostrou o seu poder e autoridade ditando as suas leis).

Nomeou para Vice-Rei de Portugal o seu sobrinho (cumpriu a promessa), o Cardeal Arquiduque Alberto, e depois de lhe ter agregado um Conselho de Governo e de ter nomeado os membros do Conselho de Portugal, partiu finalmente a 11 de Fevereiro de 1583.

A nova monarquia, associada aos interesses da rama austriaca dos Habsburgo, dominava agora a Penisula Iberica, Napoles, Sicilia, Milao, Sardenha, Belgica, Holanda e Luxemburgo, actuais e partes da Franca; na Asia, Filipinas e feitorias na India, Persia, China, Indochina, Arabia; na Africa, as guarnicoes de Ceuta, Melilla, Mazalquivir, Oran, Sidi Ifni, Bizerta, La Goleta, Casablanca, Mazagan e Ilhote de Velez de la Gomera, Angola, Mocambique, Madeira, Cabo Verde, Sao Tome e Principe, Canarias, toda a America menos algumas Ilhas das Antilhas, parte dos Actuais Estados Unidos, Canada e as terras Guiana; na Oceania, as Molucas, Ilha de Pascoa, Ilhas Marianas (actuais Ilhas Marianas do Norte e Guam) e Ilhas Carolinas (actuais Ilhas Palau, Estados Federados da Micronesia, Ilhas Marshall e Ilhas Gilbert. 

Nao conseguiu solucionar o conflito politico-religioso nos Paises Baixos pois nenhum dos seus governadores conseguiu mitigar a sublevacao dos Estados Gerais.

Filipe II tinha entregue o Governo a sua tia, Margarida de Parma, mas os nobres, sem grande infuencia ou forca, se uniram em conspiracoes. Protestavam contra a presenca de milhares de soldados da Espanha, contra a influencia do Cardeal de Granvelle sobre a regente, contra a severidade de Carlos V contra a heresia. Filipe chamou de volta o exercito e o Cardeal, mas se recusou a diminuir a severidade dos decretos do Pai e declarou nao querer reinar sobre uma nacao de hereticos. Surgiram as dificuldades com os iconoclastas, e ele jurou castiga-los, enviando mais uma vez o Duque de Alba com um exercito, o que provocou a demissao de Margarida de Parma. Alba se comportou como em um pais conquistado, mandou prender e executar o Conde de Egmont e o Conde de Hornes, acusados de cumplices dos rebeldes, criou o Conselho de Perturbacoes conhecido vulgarmente e popularmente como Conselho do Sangue, derrotou o Principe de Orange e seu irmao, que haviam invadido o pais com mercenarios alemaes, mas nao conseguiu evitar a recaptura de Brille. Teve exitos militares, mas foi chamado de volta em 1573. Seu sucessor, Requesens, nao pode recuperar Leyden.

Influencidas pelo Principe de Orange, as provincias concluiram a <<Pacificacao de Gente>>, regulamentando a situacao religiosa nos Paises Baixos do sul sem intervencao real. O novo governador, Dom Joao de Austria, atrapalhou os calculos de Orange ao aceitar a Pacificacao, e finalmente o Principe de Orange resolveu proclamar a deposicao do Rei Filipe II de Espanha pelas provincias rebeldes. O Rei replicou, mandando banir o Principe, o qual pouco depois foi assassinado, em 1584. Nem assim as provincias unidas se submeteram, e a Espanha as perdeu para sempre. Os numerosos interesses economicos e religiosos levaram as guerras que causaram a emancipacao da Holanda, da Zelandia e das restantes provincias unidas.

As provincias do Sul foram recuperadas pelo noco governador, Alessandro Farnese, Principe de Parma. A guerra aos rebeldes se tornou mais dificil, pois os liderava o General Mauricio, Principe de Orange. Filipe II mudou a sua politica e cedeu os Paises Baixos a sua filha Isabel Clara Eugenia, que a fez casar com o Arquiduque Alberto da Austria, determinando que as provincias retornariam para a mao de Espanha caso nao houvesse descendentes do casamento (1598).

Com a relacao a Inglaterra, a Espanha perdeu a esquadra recentemente construida, chamada de Invencivel Armada (1588), colpe fatal do qual nao se recuperaria. Mas a luta dos dois paises pelo controlo maritimo terminou com essa derrota da chamada <<Armada Invencible>> capitaneada pelo Duque de Medina-Sidonia.

Filipe II foi o exemplo de um Monarca Absolutista, o Governo de Filipe II foi exercido com o recurso de Conselheiros e de Secretarios Reais, baseados em uma administracao centralizada, marcada sobretudo por um rigoroso fiscalismo. Completou a obra unificadora comecada pelos reis catolicos. Tomou outras medidas como afastar a nobreza dos assuntos de Estado, entregando postos a secretarios reais oriundos das classes medias, deu forma definitiva ao sistema de Conselhos, codificou leis, realizou censos de populacao e riqueza economica e impos prerrogativas a Igreja.

No plano religioso, recorreu a inquisicao contra o protestantismo em seus dominios. Sob o seu Governo e reinado foi erigido um dos mais importantes monumentos da Espanha - El Escorial, um mosteiro perto de Madrid, que conta com um valioso acervo artistico.

Palacios reais como o Escorial, mandado erguer pelo mesmo Filipe II de Espanha a norte de Madrid deixavam espelhada e evidente a solidez da estrutura arquitectonica da Espanha Imperial. Com os edificios e catedrais vieram os grandes pintores: El Greco, Juan de Ribera, Diego Velazquez, Zurbaran, Murillo e tantos outros mais. Com o novo publico urbano e cortesao surgiu a novela Cervantes, a poesia de Calderon de la Barca, de Garcilaso de la Vega, de Luis de Gongora, de Francisco Quevedo, e as comedias de Lope de Vega, ao mesmo tempo em que a Espanha acompanhava os relatos sensacionais das conquistas feitas por Ponce de Leon, Hernan Cortes ou de Bernal Diaz Castillo.Tambem salienta a narrativa de Garcilaso el inca. Muitos dos generos literarios se destacaram naquela epoca , o epico, o lirico, o dramatico e o comico, alem de um produto tipicamente espanhol, a novela picaresca (Lazarillo de Tormes, novela anonima surgida no Seculo XVI, provavelmente na Decada de 40 (1540-1549), praticamente inaugurou o genero) e, o Dom Quixote de La Mancha de Miguel de Cervantes em 1605-1615. Ao lado dessa riqueza, tambem prosperou a literatura beata, dos Monges, das Freiras, dos Misticos.

Foi a sua idade de ouro. Entre a descoberta e a decadencia passou-se um pouco mais de um seculo (para Gerge Ticknor, o historiador literario norte-americano que criou, em 1849, a expressao "Idade do Ouro" para as letras espanholas esse mesmo periodo se estenderia de 1492 ate 1665). A prata e o ouro mexicano e peruano, as essencias indianas vindas da conquista das Americas e das rotas orientais, contribuiram para que a arte espanhola atingisse um nivel extraordinario.

A Princesa de Eboli, Dona Ana Mendoza y de La Cerda, nascera na Provincia de Guadalajara em 1540, filha unica de Diego de Mendonza, Principe de Melito e Duque de Francavilla, com Catarina da Silva, irma do Conde de Cienfuentes. Bisneta do Cardeal Mendonza, aos nove anos apenas foi casada com Rui Gomes da Silva, feito Principe de Eboli, que era ja um homem feito de 32 anos. O casamento foi consumado somente quatro anos mais tarde, quando a noiva completou 13 anos. Viveram juntos na corte ate 1573, quando morreu o marido.

Rui Gomes da Silva chegara como menino ou pagem da Rainha Isabel de Portugal (futura Rainha Santa Isabel, de Portugal) e passou a pagem do Infante Filipe, ficando os dois bons amigos. Foi secretario pessoal do Rei, sumiller  de Corps, conselheiro de Estado e de Guerra, intendente da Fazenda, Primeiro Mordomo do Principe Dom Carlos. Cheio de comedimento e nobreza, chegou a Grande de Espanha. Dos 11 filhos, sobreviveram menos de metade, apenas cinco: dois militares (pensa-se que o primogenito, Rodrigo, soldado em Portugal e em Flandres, poderia ser filho do Rei), um Poeta, um Eclesiastico que chegou a Arcebispo de Granada e Saragoza e uma monja.

A viuva entrou com a filha e vasta servidumbre para o Mosteiro Carmelita de Pastranha, fundado por Santa Teresa de Jesus com fundos seus (Teresa fundara tambem um mosteiro masculino). A intervencao do Rei conseguiu afastar a nova reclusa. Em 1576 na Corte, amante do Rei, fora-o tambem igualmente amante de Antonio Perez (nascido em Madrid em 1534), o jovem secretario de Estado, enigmatico personagem protegida por Elboi (com suspeitas de praticas de homossexualidade aprendida na Italia por Antonio Perez), que era secretario do Rei; e seria amante de Juan de Escobedo, o secretario de Dom Joao de Austria, que vinha de uma nobreza mediana da Cantabria.

Em 28 de Julho de 1579 Filipe II ordenou a prisao de ambos, seis anos depois. Perez conseguiu fugir para Aragao e se salvou. Ana fora acusada de malversar seu patrimonio, foi presa na Torre de Pinto (arredores de Madrid) e depois mais tarde transferida para a Fortaleza de San Torcaz; em 1581 seria desterrada em seu Palacio de Pastranha, sem a tutela dos filhos, e ali morreu em 1591.

Filipe II de Espanha casou-se aos 16 anos em Salamanca em 15 de Novembro de 1543 com a Infanta de Portugal Maria Manuela. A mesma era filha da sua tia Rainha Dona Catarina de Austria (casou-se com a prima, portanto) filha postuma de Joana de Castela e do Arquiduque Filipe de Habsburgo e do Rei Dom Joao III de Portugal. O noivo teve sarna, atrasando a consumacao do matrimonio, segundo informou ao Imperador seu pai o aio fiel, Juan de Zunica. O casamento durou apenas dois anos terminou com a morte da Infanta de Portugal Maria Manuela sua esposa tambem chamada apos o casamento de Princesa-consorte das Asturias, do matrimonio nasceu o filho Dom Carlos de Espanha (1545-1568).

Viuvo aos 18 anos tornou-se de novo um jovem e bom partido, em 1551 casou com outra prima, Maria Tudor de Inglaterra, e foi residir para Londres. Casaram em 25 de Julho de 1554 na Catedral de Winchester. Maria I Tudor nascera em Fevereiro de 1516 no Palacio de Greenwich e morreria em 17 de Novembro de 1558 vitima de um cancro nos ovarios (mais uma vez Filipe II se tornava um viuvo ainda jovem como a poucos anos atras). Maria I Tudor de Inglaterra era Rainha inglesa desde 1553 filha do Rei Henrique III e de sua tia Catarina de Aragao. Onze ou doze anos mais velha do que o seu noivo, estava envelhecida antes do tempo. Fora um casamento de mero interesse politico que deu a Espanha influencia indirecta em assuntos da Inglaterra, onde havia sido recentemente restaurado o catolicismo. Filipe viveu em Londres, mas era pouco simpatico aos ingleses, nao sendo amado e popular entre os mesmos. Partiu em 1555 para os Paises Baixos, cujo o Governo seu Pai Carlos V lhe cedeu, como lhe cedera, um ano antes, o Governo de Napoles e da Sicilia. Em 1556 foi-lhe cedido o Governo da Espanha, ao abdicar seu Pai para se recolher no Mosteiro de San Yuste. Em Agosto de 1555 Filipe partiu para Bruxelas e so regressou a Inglaterra dois anos mais tarde. No Verao de 1557 se despediram no porto de Dover. A morte de Maria I afastou novamente os dois paises. Filipe tera pedido a antiga cunhada Elizabeth I (tambem conhecida pela variante de Isabel I) em casamento, recebendo uma resposta negativa, pouco usual ao que um Monarca estava habituado a ouvir e receber.

Isabel  de Valois, filha de Henrique II de Franca, foi a sua terceira mulher. Casaram-se por procuracao em Paris em 22 de Junho de 1559. O encontro pessoal teve lugar no dia 30 de Janeiro na Capela do Palacio Ducal ou do Infantado de Guadalajara, casando-se na missa de velaciones. Sua mae era Catarina de Medicis, que a havia prometido ao Rei da Inglaterra Eduardo VI (morto em combate em 1553) e a Dom Carlos da Austria em 1558. Pelo tratado de Cateau-Cambresis de 3 de Abril de 1559 ajustou-se entao o casamento, celebrados os desposorios na Catedral de Notre-Dame de Paris estando o Rei representado pelo Duque de Alba. Isabel cruzou a fronteira em 3 de Janeiro de 1560, sendo esperada em Roncesvalles pelo Arcebispo de Burgos Dom Francisco de Mendoza, o Duque do Infantado Dom Inigo Lopez de Mendoza. Levada a Guadalajara, instalaram-se os soberanos no Palacio Ducal. Ela teve a sua saude abalada devido a propensao a contagios e a numerosos abortos. Uma gravissima erupcao de variola, com poucos meses de casada, quase lhe foi fatal, e tinha cronicos acessos hemorroidais. Teve mesmo assim uma certa intervencao na politica nas conferencias de Bayonne em que, em junho de 1565, encontrou seu irmao entao Rei de Franca Carlos IX e sua Mae Catarina de Medicis (o Rei se recusara a assistir, desaprovando a politica de transigencia da sogra com os protestantes, e enviou o Duque Alba). Novamente gravida, Isabel abortou; mal tratada pelos seus medicos, morreu aos 22 anos, deixando duas filhas vivas e uma triste historia de gravidezes mal sucedidas.

Eis aqui uma lista com os pormenores e resultados dessas mesmo gravidezes:

. Gemeas: Abortou (1564).
. Isabel Clara Eugenia (1566 -1633).
. Catarina Micaela (1567 - 1597).
. Aborto (1568).

Ana Maria da Austria ou de Habsburgo, sua sobrinha, filha do Imperador Maximiliano II e da Infanta Maria da Austria, a irma mais velha de Filipe. Havia-se pensado na ideia de casar Ana da Austria com seu filho Dom Carlos. Filipe a submeteu a uma enorme espera, ate cumprir 18 anos, quando os pais pensaram em casa-la com Carlos IX de Franca.

Enquanto isso Carlos, tendo  conseguido ser nomeado Membro do Conselho de Estado, seguia buscando um territorio proprio. Foi suspeito de traicao com os rebeldes holandeses. Dom Carlos foi preso nos primeiros dias de 1568 numa Torre do Alcazar onde veio a morrer de causas nunca esclarecidas em 1568. Os inimigos do seu pai propagaram que por ordem sua, por suspeitas de adulterio com Isabel de Valois.

Ana desembarcou em Santander e encontrou-se com o tio pela primeira vez no Alcazar de Segovia, estando ja casados por poderes. A cerimonia de casamento foi realizada em 1570 em Segovia. Ana morreu estando na corte de Badajoz, a caminho de Portugal. Consta que de gripe ou numa outra epidemia , quando seguia o progresso das armas espanholas. Dela o Rei teve cinco filhos, quatro deles varoes. Ana Maria da Austria seria a primeira Rainha a ter o seu corpo sepultado no novo Panteao dos Reis do Mosteiro de El Escorial.

Aqui fica a lista dos filhos de Filipe II de Espanha com sua esposa e Rainha-consorte Ana Maria da Austria:

. Fernando (1571-1578).
. Carlos Lourenco (1573-1575).
. Diogo Felix da Austria (1575-1582).
. Filipe III de Espanha (1578-1621).
. Maria (1580-1583).

Seus bastardos foram varios e nasceram nos anos de viuvez (1545-1554)e durante o seu segundo casamento.

Na primeira viuvez, teve enamorado com a filha de um secretario, Catalina Lenez, relacao da qual se diz que teria nascido uma filha. Catalina foi imediatamente casada e o marido despachado para Italia.

Tambem na primeira viuvez, se enamorou pela bela Elena de familia monteros de modesta fidalguia do norte cantabrico. Filipe enviou o seu marido para o exercito na Italia e o Capitao teria morrido na Batalha de Sao Quintino.

Antes de se casar na Inglaterra, consta que se enamorou por uma dama de Bruxelas com quem supostamente Filipe teria tido uma outra filha secreta.

Na segunda viuvez, tera tido um caso com Dona Eufrasia de Guzman, dama de companhia de sua irma jesuita a Princesa Joana. Vinha de uma familia natural de Valladolid. Quando engravidou, casaram-na com Antonio de Leyva, Principe de Ascoli, que morreria seis meses depois.

Filipe II de Espanha e Filipe I de Portugal faleceu a 13 de Setembro de 1598 em Madrid com 71 anos de idade.Foi chamado de O Prudente.

Dados pessoais de Filipe II de Espanha, Filipe I de Portugal e Rei-consorte de Inglaterra:

Nome: Filipe II (Espanha) Filipe I (Portugal).
Reinado: Espanha - 16 de Janeiro de 1556 a 13 de Setembro de 1598.
                  Portugal - 17 de Abril de 1581 a 13 de Setembro de 1598.
Coroacao como Rei de Portugal: 17 de Abril de 1581, em Tomar.
Casamentos: Maria Manuela (1543-1545).
                         Maria I de Inglaterra (1554-1558).
                         Isabel de Valois (1559-1568).
                         Ana da Austria (1570-1580). 
Antecessor: Imperador Carlos V - Espanha.
                       Dom henrique I e conselho de Governadores do Reino de Portugal. - Portugal.
Sucessor: Filipe III - Espanha.
Dinastia: Habsburgo (Filipina).
Nascimento: Valladolid, Espanha, 21 de Marco de 1527.
Morte: 13 de Setembro de 1598 (71 anos).
Sepultamento: Real Mosteiro de Sao Lourenco do Escorial, Madrid, Espanha.
Descendencia:

Com Maria Manuela de Portugal: Carlos de Espanha  (1545-1568).

Com Isabel de Valois: Isabel Clara Eugenia de Austria (1566-1633).
                                         Catarina Micaela de Austria (1567-1597).

Com Ana da Austria: Fernando (1571-1578).
                                        Carlos Lourenco (1573-1575).
                                        Diogo (1575-1582).
                                       Filipe III de Espanha (1578-1621).
                                      Maria (1580-1583).
Pai: Carlos I de Espanha.
Mae: Isabel de Portugal.
                                                            

Filipe III de Espanha (Madrid, 14 de Abril de 1578 - Madrid, 31 de Marco de 1621) foi Rei de Espanha como Filipe III e Rei de Portugal como Dom Filipe II entre 1598 e a data da sua morte. Era filho de Filipe II de Espanha e I de Portugal e de Ana da Austria, filha de Maximiliano II do Sacro-Imperio. Foi chamado de O Pio.

Com a morte do Pai, Dom Filipe II, Filipe III embora fosse apenas o seu setimo e penultimo filho, seu ultimo filho Varao tambem tornou-se mesmo assim Rei aos 20 anos de idade em 13 de Setembro de 1598 e tal como o seu Pai tornou-se Rei de Napoles, da Sicilia, Rei titular de Jerusalem, Rei da Sardenha, Filipe II de Portugal, Filipe III de Espanha. Foi ainda Duque de Milao, Conde de Artois, Conde da Borgonha, Conde de Charolais. 

Conta-se um relato passado ao aproximar-se a morte de Filipe II, pai do Rei Filipe III na hora da morte, Filipe II ainda Rei de Espanha, chamou seu filho Filipe III, e, depois de afastar a roupa, lhe mostrou o peito roido de vermes dizendo: "Ve Principe, como se morre, e como se acabam as grandezas do mundo". Depois exclamou, ainda: "Por que nao fui eu, em vez de Monarca, simples frade leigo de qualquer ordem!" Mandou depois que lhe pusessem ao pescoco uma cruz de madeira; e tendo disposto todas as coisas para a sua morte, disse a seu herdeiro: "Quis, meu filho, que estivesses presente a este acto, para que visses como, no fim da vida, o mundo trata ainda os proprios reis. Sua morte e igual a dos mais pobres da terra. Aquele que melhor tiver vivido, esse e que achara junto de Deus mais alto valor". E este mesmo filho, que foi depois Filipe III, ao morrer com apenas 43 anos de idade, disse: "Atendei, meus suditos, a que no meu necrologio somente se fale do espectaculo que tendes presente. Dizei que na morte de nada serve o titulo de Rei, a nao ser para sentir-se maior tormento de o haver sido... Oxala, em vez de ser Rei, tivesse vivido em um deserto servindo a Deus!... Ir-me-ia agora apresentar com mais confianca entre seu tribunal, e nao correria tamanho risco de me condenar!..."

Nasceu no mesmo ano em que morreu seu irmao Dom Fernando, 1578, sendo jurado herdeiro seu outro irmao, Dom Diego (Diogo). Ultimo filho Varao da quarta e ultima esposa do seu pai Filipe II, ele Filipe III, ficou orfao de mae aos dois anos de idade. Quando em 1582 seu irmao Diego morreu, e ele foi jurado herdeiro, era enfermico e debil. Com ele, tem inicio os chamados <<Austrias Menores>>: Filipe III, Filipe IV e Carlos II, os quais nao puderam manter o poderio internacional alcancado por seus antecessores Carlos V e Filipe II e comecou a perda de territorio: as provincias unidas em 1621 (reconhecido oficialmente apenas 27 anos mais tarde em 1648), Portugal e todas as suas colonias em 1640 (reconhecido oficialmente em 28 anos mais tarde em 1668), e em 1659 o Rossilhao e outras pracas nos Paises Baixos.

Educado pelo pai para governar um imperio extenso, jamais demostrou qualquer tipo de aptidao (talvez o tenha sido porque nao havia outra escolha que se pudesse fazer, todos os restantes filhos varoes de Filipe II tinham falecido). Filipe III foi-se desfazendo dos antigos conselheiros do seu pai, cercou-se de jovens ministros, deslocando antigos funcionarios como foi o caso de Cristovao de Moura, nomeado Vice-Rei de Portugal. Pos em curso um processo de centralizacao politica da Uniao Iberica, empossando em 1601 e em 1602 Magistrados e Ministros espanhois para Portugal, decisao que contrariava o arranjo de seu pai Filipe II em Tomar.

De caracter fraco, apatico e irresoluto, o seu Ministro Lerma. Dom Francisco Gomez de Sandoval, Marques de Denia e depois Duque de Lerma, foi seu favorito, e o favorito de Lerma.

Dom Cristovao de Moura elevado a Marques, foi nomeado Vice-Rei de Portugal, o que indignou os portugueses, apesar da sua administracao ser das mais habeis. Lerma procurava um pouco favorecer Portugal e fortalecer a uniao com medidas de importancia. Tratou do desenvolvimento da Marinha, aboliu os portos secos, as alfandegas, abriu os portos de Portugal ao comercio ingles, e por algum tempo teve-os abertos tambem ao comercio holandes, o que pouco durou, prejudicando Portugal.

Em 1609, sem poder lutar por mais tempo com os Estados da Holanda, assinou uma tregua de 12 anos, mas o Marques de Castelo Rodrigo, que assinou a tregua na Europa, deixou que continuassem as hostilidades nas colonias.

Nessa epoca Filipe III publicou um edito expulsando os Mouriscas da Espanha, ve-lo e a lei foi decretada a 9 de Abril de 1609.

Filipe III criou ainda o Conselho da India (1604) e estabeleceu a paz com o Reino da Inglaterra (1604) e as provincias unidas (1609). Mandou fazer a Plaza Mayor em Madrid (1620).

Decretou as Ordenacoes Filipinas, em 1603, um codigo unificado das leis nas Ordenacoes Manuelinas, com algumas alteracoes, validas para Portugal e o territorio Ultramarino.

 Herdara a coroa como direito de heranca paterna mas tambem herdara os poderosos inimigos do seu pai: Inglaterra, Holanda, Franca. Nas colonias os holandeses fustigaram Mocambique, forcaram a retirada dos portugueses das Molucas em 1600, tomaram Ceilao em 1609 e expulsaram os portugueses do Japao em 1617. Os franceses se instalaram no Maranhao em 1612, territorio onde vieram a criar a Franca Equinocial, fundaram a cidade de Sao Luis, mas em 1615 foram derrotados por Jeronimo de Albuquerque. Desde 1608, alias, o Rei Filipe II de Portugal dividira a administracao da colonia brasileira em duas partes, norte e sul. No sul das capitanias do Espirito Santo, Rio de Janeiro e Sao Vicente; No norte, reuniram-se as demais. Em 1612 foi criado o Estado do Maranhao, directamente a Lisboa e separada do Estado do Brasil em 1618.

Dom Filipe III de Espanha, II de Portugal ordenou em 1618 a visitacao do Santo Oficio ao Brasil. 

Participou na longa Guerra dos Trinta Anos iniciada em 1618 e que logo como o proprio nome da mesma indica finalizada somente 30 anos depois em 1648, a um so tempo territorial e religiosa.

Para melhorar a relacao entre Portugal e Espanha, empreendeu em 1619 uma viagem a Portugal, ideia aplaudida pelo novo Ministro e valido, o Duque de Uzeda, filho do Duque de Lerma, que descaira do valimento real.

Foi acolhido com bastante entusiasmo, as camaras e as corporacoes nao se pouparam a despesas para receber o Rei e gastaram enormes somas para a recepcao ao mesmo. Insinuou-se-lhe que fizesse de Lisboa a capital da Monarquia espanhola; os fidalgos e os jurisconsultos queixaram-se que nem recebiam merces, nem eram empregados nos tribunais, nas embaixadas, nas universidades espanholas. O Duque de Uzeda com relativa aspereza o Duque de Braganca (que era entao Dom Teodosio II desde de 1583 estando presente na batalha fatal e com final de ma memoria para Portugal de Alcacer-Quibir quando o Duque de Braganca Teodosio II tinha apenas 10 anos), o Duque viera prestar homenagem a Filipe III de Espanha, II de Portugal.

Depois de meses em Lisboa, Filipe partiu de regresso para Espanha deixando Portugal para nunca mais voltar, deixando o pais descontente, sobretudo pela medida tomada que levou a reconducao do Marques de Alenquer no cargo de Vice-Rei da India. Seu filho o futuro Filipe IV, foi mesmo assim jurado herdeiro legitimo pelos portugueses. No resto dos antigos dominios de Portugal, os holandeses haviam tentado tomar as Molucas, Malaca e Mocambique, sendo vencidos por Andre Furtado de Mendonca e Estevao de Ataide.

Durante o seu reinado publicou-se em Portugal em 1603 a reforma das Ordenacoes do reino, de que o Rei tratou bem no comeco do seu reinado. Sao as conhecidas ordenacoes dominadas por Ordenacoes Filipinas, que foram precedidas pelas intituladas Afonsinas e Manuelinas.

Este Rei Filipe III de Espanha, II de Portugal ficou conhecido em Portugal pelo cognome de O Pio ou O Piedoso. Ao deixar Portugal em 1619 adoeceu gravemente em Covarrubias, e nunca mais se restabeleceu, falecendo em 1621.

Ao contrario do seu pai Filipe II ele Filipe III casou apenas por uma vez fe-lo em 18 de Abril de 1599 quatro dias depois de completar 21 anos de idade na Catedral de Valencia com Margarida de Austria-Estiria ou Habsburgo, uma parente proxima, filha do Arquiduque Carlos, irmao do Imperador Maximiliano II. Filipe e Margarida foram pais de quatro filhos e quatro filhos:

. Ana de Austria (1601-1666).
. Maria (1603-1603).
. Filipe IV (1605-1665).
. Maria Ana (1606-1646).
. Carlos (1607-1632).
. Fernando (1609-1641).
. Margarida (1610-1617).
. Afonso (1611-1612). 

Dados pessoais do Rei Filipe III de Espanha e II de Portugal:

Nome: Filipe III (Espanha) Filipe II (Portugal)..
Reinado: 13 de Setembro de 1598 - 31 de Marco de 1621.
Coroacao: Setembro de 1598, em Madrid.
Casamento: Margarida de Austria (1599-1611).
Antecessor: Filipe II.
Sucessor: Filipe IV.
Dinastia: Habsburgo (Filipina).
Nascimento: Madrid, Espanha, 14 de Abril de 1578.
Morte: 31 de Marco de 1621 (42 anos).
Sepultamento: Real Mosteiro de Sao Lourenco do Escorial, Madrid.
Descendencia: Ana de Austria (1601-1666).
                            Maria de Austria (1603-1603).
                           Filipe IV (1605-1665).
                          Maria Ana (1606-1646).
                         Carlos (1607-1632).
                         Fernando (1609-1641).
                        Margarida (1610-1617).
                       Afonso (1611-1612).
Pai: Filipe II de Espanha.
Mae: Ana de Austria.
                                                            

Dom Filipe IV de Espanha (Valladolid, 8 de Abril de 1605 - Madrid, 17 de Setembro de 1665) chamado de, O Grande, foi Rei de Espanha entre 1621 apos a morte de seu pai ate a data sa sua morte e tambem Rei de Portugal como Dom Filipe III ate 1 de Dezembro de 1640. 

Nasceu em Valladolid tao como Filipe II seu avo paterno e teve os cognomes de O Gordo, El Grande, o Rei Planeta. Foi, como Filipe III, seu pai, Rei de Portugal, de Napoles, da Sicilia, Rei titular de Jerusalem, Rei da Sardenha. Principe das Asturias, alamado Rei de Espanha em 31 Marco de 1621 aos 16 anos. Rei dos Paises Baixos, foi Duque de Milao, Conde da Borgonha, Conde Charolais e Conde de Artois.

Reinou durante 44 anos. Envolvida em guerras contra a inimigos muito fortes, a Espanha teve momentos muito dificeis. No Brasil, em 1621, favoreceu a divisao em dois Estados: o Estado do Brasil, com as capitanias ao sul do Rio Grande do Norte actual, e o Estado do Maranhao, do Cabo Sao Roque a Amazonia.

Entregue com apenas dez anos ao homem forte do Reino de Espanha, Dom Gaspar Filipe de Guzman, Conde-Duque de Olivares, cujo a queda aconteceria em 17 de Janeiro de 1643. Adepto da politica centralizadora e de submissao das provincias espanholas ao Governo de Madrid, com Olivares aumentou o descontentamento de Portugal. Depois, seu valido ate 1661 foi Luis de Haro, sobrinho de Olivares.

Em 14 de Julho de 1619 foi jurado Principe de Portugal. No comeco do reinado, chamou Dom Gaspar de Guzman, fez dele Conde-Duque de Olivares, seu Ministro e homem forte, em que depositava a maior confianca e a quem encomendou a administracao. Os portugueses aceitaram de bom grado a demissao do Marques de Alenquer, ate entao Vice-Rei de Portugal, substituindo-o por uma junta de tres membros, composta do Conde de Basto, Dom Nuno Alvares Portugal e o Bispo de Coimbra. Promulgou decretos sobre bens da Coroa, sobre a fiscalizacao financeira, que feriam os interesses do povo e provocaram indignacao, arrancou tributos, a titulo de subsidios voluntarios, ameacou fechar outra vez os Portos do Reino aos holandeses, medidas que contribuiram para a ruina de Portugal, que esperara lucrar com a actividade do novo Ministro.

A tregua com as provincias unidas, estava concluida, e a luta recomecava, nao muito desvantajosa, na Europa, onde Spinola mantinha o prestigio das armas da Espanha. As colonias portuguesas eram menos protegidas do que as de Espanha. Em 1623, Ormuz caiu em poder dos persas auxiliados pelos ingleses; em 1624, os holandeses tomaram a Bahia; Macau e a Mina repeliram os holandeses, e a Bahia foi reconquistada em 1625 por uma forte esquadra que Olivares mandou apresentar. A Franca, porem, aliara-se aos protestantes da Alemanha, a Dinamarca e a Holanda, e um dos planos dos aliados era o enfraquecimento da Espanha pelos repetidos assaltos as suas colonias pelas esquadras holandesas. Olivares aumentou os impostos aos diversos reinos. Olivares de tal forma o oprimiu que o povo se revoltou e se revolucionou. Os governadores do Reino, o Conde de Basto e Dom Afonso Furtado de Mendonca deram voz aos protestos contra aos tributos e vexacoes. As ordens de Olivares tinham executores em Diogo Soares, secretario do Conselho de Portugal em Madrid, e no seu parente, Miguel de Vasconcelos, nomeado escrivao de fazenda e secretario de Estado de Portugal, quando a Duquesa de Mantua, parenta do Rei, foi nomeada em 1631 Vice-Rainha de Portugal.

A politica europeia estava marcada pela influencia dos Cardeais Mazarino e Richelieu, que sempre procuraram quebrar a hegemonia de Espanha na Europa. Neste periodo se reacendeu a guerra da Espanha com as provincias unidas. Apesar de todas as medidas de Filipe IV, o poderio da Holanda tornava-se cada vez maior, como era tao evidente e demostrava a criacao da Companhia das Indias Ocidentais em 1621. Nao e de estranhar, portanto, o interesse dos holandeses pelo Brasil o que levou a conquista da Bahia em 1624 e de Pernambuco em 1630. Um pouco mais tarde,os ingleses apoderam-se tambem da ilha da Jamaica.

Vasconcelos tornou-se impopular entre os portugueses. Os impostos esses eram cada vez maiores. Olivares tivera a ideia de obrigar os portadores de titulos de divida publica a um emprestimo forcado, mandando que os tesoureiros das alfandegas retivessem um trimestre de juros aos portadores, a quem os pagavam. Com esta simplicidade Vasconcelos entendia tambem que se deveriam cobrar tambem os tributos. Em Evora ocorreram tumultos. O movimento propagou-se no Alentejo, Algarve, Porto e em alguns pontos do Minho.

Finalmente cansado do dominio espanhol e descontente com as politicas impostas pelo mesmo, ja em 1640 realizou o colpe que terminou com sucesso dando-se a restauracao da independencia. Portugal estava agora novamente independente de Espanha atraves de um colpe organizado no maximo sigilo e secretismo rodeado de todo o cuidado pela aristocracia e classe media do pais, praticamente todos estavam descontentes o que so facilitou as coisas independente das classes sociais o desejo e a vontade todos era a mesma. Seria entao de seguida posta no trono outra dinastia terminando definitivamente com a dinastia Filipina que governou Portugal por 60 anos. A nova dinastia seria iniciada por Dom Joao IV, o Duque de Braganca.

A tirania do Governo do Duque de Olivares foi uma das causas das revoltas na Catalunha e em Portugal. O descontentamento dos portugueses tinha levado o Duque a colocar a frente do Governo de Portugal a Duquesa de Mantusa, sendo secretario desta Miguel de Vasconcelos. Em 1 de Dezembro de 1640 estalou a revolta em Lisboa, tendo-se a mesma rapidamente alastrado ao resto do pais. Ao dia 15 do mesmo mes de Dezembro foi coroado Dom Joao IV como Rei de Portugal. Filipe IV procurou ainda impedir a revolucao, era tarde demais, mesmo assim as coisas nao foram assim tao faceis sobretudo por parte da Espanha de aceitar a nova realidade e a restauracao da independencia por parte do Reino de Portugal. Os dois reinos estiveram em guerra ate 1668.

Portugal encontrava-se de facto descontente, no pais se lhe atribuia o cognome de O Opressor. As frotas eram atacadas no mar por piratas e corsarios, causando os mesmos saques grandes e enormes prejuizos e registavam-se ataques as colonias na Africa, na Asia e tambem no Brasil.

A Companhia das indias Ocidentais, criada pelos holandeses, invadiu o Brasil em 1624 conquistando a cidade de Salvador e por la permanecendo durante quase um ano, ate a reconquista levado a cabo por uma armada iberica em 1625. Em 1630, Pernambuco caiu nas maos da mesma Companhia e, no ano seguinte, Recife e Olinda, que passaram a ser administrados por Mauricio Nassau. Goa e Macau, Angola e Guine eram sitios onde se sentia a pressao por parte dos holandeses.

Para sustentar as guerras no Brasil, na India e costa africana, a par das demais contendas em que o imperio estava envolvido, Olivares fez aumentar os impostos e os portugueses se sentiam explorados. A revolta ja era enorme cresceu ainda mais eis que o cerco se apertava e todos sabiam que so havia uma saida, a revolta tornou-se ainda maior sobretudo com os rumores de que o dinheiro desaparecia na construcao do Palacio do Bom Retiro, nos arredores de Madrid. Surgem tumultos. Em Evora, a 21 de Agosto de 1637, o povo amotina-se contra os aumentos dos impostos e, para ocultar os impulsionadores da revolta, eis que as ordens aparecem assinadas pelo "Manuelino". Noutros pontos do pais, o motim de Evora faz eco do descontentamento geral e levantavam-se tumultos.

O recrutamento de homens para ajudar o exercito espanhol na revolta da Catalunha e de parte da nobreza para acompanhar o Rei nas cortes de Aragao e Valencia fora importante em Lisboa, facilitando a accao do pequeno grupo liderado pelo que seria Dom Joao IV. Em 1 de Dezembro de 1640, um grupo denominado de Os Conjurados invadiu o Palacio da Ribeira, residencia da Duquesa de Mantua que ocupava o cargo de Vice-Rainha de Portugal em representacao de Filipe IV, comecaram logo por impor a ordem e a lei mesmo debaixo de fogo e logo de inicio a custo de sangue e vidas alheias, mataram a tiro Miguel de Vasconcelos, ao servico dos espanhois. E entao consumada a Restauracao do Reino, acabando-se desde logo o poder da dinastia Filipina em Portugal. A noticia do sucedido chega a Madrid sete dias apos a sublevacao, enquanto continuava uma revolta na Catalunha. A 15 de Dezembro de 1640, o Duque de Braganca e aclamado publicamente Dom Joao IV, Rei de Portugal.

Olivares, foi substituido por Dom Luis de Haro. Deram-se em seguida grandes batalhas, como as das linhas de Elvas, do Ameixial, de Castelo Rodrigo, terminando a campanha da independencia com a de Monte Claros, em 1665. Filipe faleceu nesse mesmo ano, pouco tempo depois da mesma batalha a 17 de Setembro.

Tinha Filipe IV cinco anos em 1610 quando o seu casamento foi formalizado com uma noiva de sete anos. No fim da vida achavam e consideravam que o mesmo tinha 32 filhos bastardos outros apontavam para o mesmo numero estive nas quatro dezenas certas sendo o numero de bastardo 40. Fosse o numero verdeiro qual fosse a verdade e que so iria reconhecer um dos mesmos.

Casou-se por poderes em Burgos em 18 de Outubro de 1615 (exactamente no dia em que completara dez anos, seis meses e dez dias de idade) com Isabel de Bourbon,  filha da Franca, irma de Luis XIII, filha de Henrique de Navarra e Maria de Medicis. A entrega da filha da Franca se deu em 19 de Novembro de 1615 na Ilha dos Faisoes, sendo Isabel entregue pelo Duque de Guise, enquanto os espanhois entregavam a Infanta Ana d' Austria para casar com Luis XIII. Tiveram seis filhas e dois filhos.    

Politicamente, assimilou a missao de Rainha de Espanha. Contribuiu e muito para a queda de Olivares em Janeiro de 1643.

Do casamento com Isabel de Bourbon nasceram: 

. Maria Margarida (1621-1621).
. Margarida Maria Catarina (1623-1623).
. Maria Eugenia (1625-1627).
. Isabel Maria Teresa (1627-1627).
. Filipe Baltasar Carlos Domingos (1629-1646).
. Francisco Fernando (1634-1634).
. Maria Ana Antonia (1636-1636).
. Maria Teresa de Espanha (1638-1683).

Casou-se uma segunda vez em Navalcarnero no Outono de 1649. Com sua sobrinha carnal (30 anos mais jovem) Mariana de Austria, filha do Imperador do Sacro Imperio Fernando III e com a Infanta Maria Ana de Austria, sua Irma. A mesma Mariana de Austria tinha sido noiva do seu filho e Infante Baltasar Carlos mas esse faleceu de uma doenca grave quando faltavam apenas oito dias para completar 17 anos. Filipe IV e Mariana de Austria tiveram cinco filhos dos quais tres varoes. Maria Ana enviuvou de Filipe aos 27 anos, tornando-se regente de 1665 a 1667 do filho Carlos II. Afastou Dom Joao Jose de Austria. Apareceu depois outro favorito Dom Fernando de Valenzuela, filho de um capitao e nascido em Napoles, que governou ate 1675 e de novo em 1677, sendo derrubado por Don Joao Jose, que o desterrou. Hostil a nora (Maria Luisa de Orleans), Mariana de Austria teria contribuido para o 2° casamento do filho Carlos II com Mariana da Baviera. 

Filhos do casamento com Mariana de Austria:

. Margarida Teresa (1651-1673).
. Maria Ambrosia da Conceicao (1655).
. Filipe (1657-1661).
. Tomas (1658-1659).
. Carlos II de Espanha (1661-1700).

Filipe IV de Espanha e III de Portugal ate 1640 teve dos seus dois casamentos 13 filhos legitimos 8 do seu primeiro casamento com Isabel de Bourbon 6 raparigas e 2 rapazes dos quais seis nao sobreviveram sequer aos dois anos de vida e um morreu ainda na adolescencia apenas uma das filhas desta uniao se pode dizer que tenha atingido a maturidade da vida adulta.

Do seu segundo casamento Filipe IV teve mais 5 filhos legitimos 3 rapazes e duas raparigas onde tambem apenas dois dos filhos sobreviveram aos primeiros anos de vida e onde tambem apesar de entrar na vida adulta Margarida Teresa morreu com 23 anos de vida.

Com 13 filhos legitimos nao era de estranhar que tambem pudessem aparecer filhos fora do casamento e isso aconteceu mesmo por diversas vezes dando origem aos filhos bastardos de Filipe IV e o qual dos mesmos filhos apenas reconheceu um como tal onde quase todos se dedicaram a uma vida religiosa:

. Fernando Francisco Isidro de Austria (1621-1629) filho de Filipe IV com uma jovem filha do Conde de Chirel, que o Rei enviara a Italia.
. Dona Ana Margarida de Sao Jose, encerrada em um Convento Agostiniano, o Mosteiro da Encarnacao, do qual foi Superiora e onde morreu ainda muito jovem aos 22 anos de idade. 
. Dom Joao Jose de Austria (1629-1679) filho de Filipe IV, nascido fora do casamento e o unico por ele reconhecido dos 11 filhos bastardos que teve.
. Alonso Antonio de San Martin, Bispo de Oviedo; filho de Filipe IV com uma Dama da Rainha, Tomasa Aldama.
. Juan Cosio, religioso Agostino.
. Margarida de Sao Jose, Carmelita Descalca, Superiora do Real Mosteiro da Encarnacao, morta em 1682.
. Dom Alfonso Henrique de Santo Tomas (1633-1692)Domiciano que chegou a Bispo de Malaga e Inquisidor Geral de Espanha.
. Dom Hermando Gonzalez Baldez, Governador de Novara, General de Artilharia do Estado de Milao, morto em 1702.
. Juan del Sacramento, Pregador da Ordem de Santo Agostinho.
. Dom Carlos Fernando Valdes ou de Austria, Governador de Navarra.
. Dona Ana Maria, filha de Filipe IV e da Actriz Maria Calderon.

Pode-se ver entao que entre os filhos legitimos dos dois casamentos que foram 13 e dos filhos bastardos frutos de diversas relacoes amorosas proibidas e clandestinas de onde nasceram 11 filhos Filipe IV teve nem mais nem menos do que 24 filhos do mesmo numero nasceram 11 raparigas e 13 rapazes, realmente pessoalmente penso que assegurar a sua sucessao nao foi um problema para Filipe IV. 

Dados pessoais de Filipe IV de Espanha III de Portugal:

Nome: Filipe IV (Espanha) Filipe III (Portugal).
Reinado: Espanha - 31 de Marco de 1621 a 17 de Setembro de 1665.
                  Portugal - 31 de Marco de 1621 a 1 de Dezembro de 1640. 
Coroacao: Abril de 1621, Madrid.
Casamentos: Isabel de Bourbon (1615-1644). 
                         Maria Ana de Austria (1649-1665).
Antecessor: Filipe III.
Sucessor: Espanha - Carlos II.
                   Portugal - Joao IV.
Dinastia: Habsburgo (filipina).
Nascimento: Valladolid, Espanha, 8 de Abril de 1605.
Morte: Madrid, Espanha, 17 de Setembro de 1665 (60 anos).
Sepultamento: Real Mosteiro de Sao Lourenco do Escorial, Espanha.
Descendencia:

Com Isabel de Bourbon: Maria Margarida (1621-1621).
                                             Margarida (1623-1623).
                                            Maria Eugenia (1625-1527).
                                            Isabel (1627-1627).
                                           Filipe Baltasar Carlos Domingos (1629-1646).
                                          Francisco (1634-1634).
                                         Maria Ana Antonia (1636-1636).
                                        Maria Teresa de Espanha (1638-1683).

Com Maria Ana de Austria: Margarida Teresa (1651-1673).
                                                    Maria Ambrosia da Conceicao (1655-1655).
                                                    Filipe (1657-1661).
                                                   Tomas  (1658-1659).
                                                   Carlos II de Espanha (1661-1700).
Pai: Filipe III de Espanha.
Mae: Margarida de Austria.

Termino quase aqui a cronica de mais uma das passagens da nossa Historia de Portugal, nao quero terminar sem colocar a questao e deixar o pensamento, o que teria sido de Portugal se nao tivesse existido o colpe que deu inicio a restauracao da independencia de 1 de Dezembro de 1640? Durante muitos anos essa pergunta se lancou e muitos consideravam que Portugal governado por Espanha estaria bem melhor. Julgo que nao durante 60 anos do dominio Filipino (1580-1640) viu-se Portugal sendo sempre prejudicado e passado para tras em relacao a Espanha.

Fomos governados Por Antonio de Oliveira Salazar num regime de ditadura se alguem defende que essa seria uma das razoes pelas quais deveriamos ter sido governados pelos espanhois parece esquecer que os mesmos foram governados pelo tambem estadista ditador espanhol Francisco Franco e por seus antecessores ate Espanha voltar a ser um Estado Monarquico pela mao do Rei Juan Carlos.

Economicamente nao estariamos muito melhor se no passado estivemos dependentes dos espanhois hoje estamos como meio a deriva dependentes de instituicoes como o FMI e a TROIKA mas de recordar que o Estado espanhol nao esta em melhores condicoes, penso e tenho dito sempre que o mal de Portugal nao foi ter recuperado a independencia do Reino de Espanha mas sim ter sido governado sobretudo apos o 25 de Abril de 1974 por politicos que pouco de bom fizeram pelo pais que e Portugal. A grandeza de um pais julgo que esta longe de se ver so porque tem uma auto-estrada que vai do norte ao sul a grandeza de um pais pode-se ver sobretudo pelo seu valor politico para com os outros estados e sobretudo pela forca da sua industria.

Caro(a) leitor(a) por aqui me despeco com votos que tenha gostado desta minha mais recente cronica. Ate a proxima.
               
                                                                                                             Manuel Goncalves
                                                     

                                           










                        

                            














  




                                                                           
 



 

   

2 comentários:

  1. Vale pelo esforço de contar esta etapa da história tão interessante. Mas parece que escreves em outro idioma diferente do português. Não fazes uso de acentos, til. usas indevidamente maiúculas, etc. Há frases mal elaboradas. Precisas melhorar um bocadinho o teu português. Ánimo!

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    1. Realmente tu Diogo (anonimo por covardia) gostas de dar uma no cravo e outra na ferradura, talvez quando me apresentares as tuas credenciais, diplomas superiores (que nao sejam como os do Socrates) a tua insignificante opniao tenha algum valor para mim.

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