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terça-feira, 22 de julho de 2014

Antonio de Oliveira Salazar (1889-1970)

 

Ja aqui falei neste blog de algumas pessoas em temas onde as mesmas podiam ser abordadas mas nunca fiz nenhum trabalho que se pudesse chamar de biografia ja que considero que uma biografia e um tema unico em que se fala apenas de uma pessoa, embora possa haver casos a parte em que por exemplo se pode fazer a biografia de uma banda de musica. Vou faze-lo agora pela primeira vez e sinto um certo orgulho nisso porque o escolhido foi sem duvida um grande exemplo de maior valor, nao sou eu apenas que o digo mas nao ha muitos anos quando se fez um programa televisivo para escolher o maior portugues de todos os tempos, ele Antonio de Oliveira Salazar foi o escolhido, quem me conhece facilmente o poderia adivinhar ou calcular porque sabem a simpatia que tenho por este senhor honesto, modesto e sensato, homem de grandes qualidades e enorme caracter que governou Portugal e colocou sempre os interesses do mesmo e dos portugueses acima de tudo, talvez eis aqui a razao pela qual governou um pais e chegou ao fim de uma vida sem nada ou pelo menos sem riqueza aparente.

Foi o escolhido porque entre outras coisas quando querem os portugueses sabem dar valor ao que tem ou tiveram de bom. Onde esta hoje o homem que governa um pais (Portugal) e nao enriquece pessoalmente, onde esta hoje o homem que vivia do seu salario, pagava as despesas pessoais do mesmo, nao passava ferias no estrangeiro, nao tinha riqueza. Antonio de Oliveira Salazar era mesmo assim e tudo porque considerava que nao tinha o direito de mexer naquilo que era de Portugal e dos portugueses. Foi tambem o escolhido para escrever a primeira biografia neste blog embora a tentacao de escolher Tutancamon, o tal Farao do antigo Egipto que morreu com 19 anos, tenha sido forte sobretudo porque e dificil escrever a biografias de alguem que viveu menos de 20 anos de idade. Cheguei tambem a pensar em Napoleao Bonaparte porem decidi que a escolha teria que ser um portugues e ai a escolha so podia ser Antonio de Oliveira Salazar. Ainda no que diz respeito a uma biografia ou ate autobiografia na minha opniao embora nao siga esta regra aqui no blog a publicacao de semelhantes obras deverao ser feitas apos a morte dos homenageados na mesma biografia ou autobiografia isto para evitar que apos a morte do homenageado se tenha que fazer uma nova obra quase semelhante alterando apenas talvez pontos dos ultimos anos de vida. Imaginemos que uma banda de musica lanca uma biografia em 2004 e um novo trabalho musical 10 anos depois a mesma biografia certamente nao falara do mesmo trabalho e acabara por nao ser completa. Tambem se tem que ver que numa autobiografia o autobiografado pode decidir nao falar e ocultar muita coisa, por vezes ate importantes. Um dos casos do genero que tenho melhor conhecimento e a do actor Charlie Chaplin envolvendo a sua ex mulher, quando na altura do divorcio Lillita McMurray exigiu 625 000 dolares usando como meio para obter a mesma quantia metodos de chantagem do genero ou pagava ou seriam revelados em Tribunal o nome de cinco actrizes de primeiro plano com quem Chaplin tinha ido para a cama, desde o casamento. Chaplin podia pagar o total da sua fortuna estava avaliado em 16 milhoes de dolares e pagou mas o facto deixou-o tao irritado que nem menciona ou refere Lita Grey na sua autobiografia.


Antonio de Oliveira Salazar, Oliveira Salazar ou simplesmente e unicamente Salazar (Vimieiro, Santa Comba Dao, 28 de Abril de 1889 - Lisboa, 27 de Julho de 1970) foi um Estadista Nacionalista portugues que, alem de chefiar diversos ministerios, foi Presidente do Conselho de Ministros e Professor Catedratico de Economia Politica, Ciencias das Financas e Economia Social da Universidade de Coimbra.

O seu percurso no Estado Portugues teve inicio quando foi escolhido pelos militares para ser Ministro das Financas durante um curto periodo de tempo de apenas 13 dias, na sequencia da Revolucao de 28 de Maio de 1926. Foi substituido pelo entao militar e Comandante Filomeno da Camera Melo apos o colpe do General Gomes da Costa. Oliveira Salazar foi posteriormente, tambem Ministeo das Financas entre 1928 e 1932, procedendo ao saneamento das financas publicas portuguesas. 

Figura de impar destaque e promotor do Estado Novo (1933-1974) e por sua vez da sua organizacao politica, a Uniao Nacional, Salazar dirigiu os destinos de Portugal como Presidente do Ministerio de forma ditatorial entre 1932 e 1933 e, como Presidente do Conselho de Ministros entre 1933 e 1968. Os autoritarismos e nacionalismos que iam surgindo na Europa foram uma fonte de inspiracao para Salazar em duas frentes complementares: a da propaganda e a da repressao. Com a criacao da Censura, com a organizacao de tempos livres dos trabalhadores FNAT e da Mocidade Portuguesa, o Estado Novo procurava assegurar a doutrinacao de largas massas da populacao portuguesa ao estilo proprio do fascismo enquanto a sua policia politica (PVDE, posteriormente PIDE e mais tarde ainda DGS), em conjunto com a Legiao Portuguesa, combatiam entao os opositores do regime que, eram julgados em tribunais especiais (Tribunais Militares Especiais e, posteriormente, Tribunais Plenarios).

Inspirando-se no fascismo e apoiando-se na doutrina social da Igreja Catolica, Salazar orientou-se para um corporativismo de Estado, com uma linha de accao economica nacionalista assente no ideal da autarcia. Esse mesmo seu nacionalismo economico levou-o a tomar medidas de proteccionismo e isolacionismo de natureza fiscal, tarifaria, alfandegaria, para Portugal e igualmente suas colonias. As mesmas medidas acabaram por ter grandes impactos positivos e tambem negativos durante todo o periodo que exerceu funcoes.


Em 1900, logo apos completar os seus estudos na escola primaria, com onze anos de idade, Oliveira Salazar, ingressou no Seminario de Viseu, onde permaneceu por mais oito anos. Em 1908, no seu ultimo ano lectivo do seminario, tomou finalmente contacto com toda a agitacao que reinava nao so em Viseu mas em todo o pais. Surgiam artigos que tinham por intencao atacar fortemente o Governo, o Rei e por fim a Igreja Catolica tambem. Foi tambem nesse mesmo ano de 1908 que se deu o assassinato do Rei Dom Carlos e de seu filho mais velho, o Principe Luis Filipe. Nao conseguindo ficar indiferentes aos mesmos acontecimentos, Salazar entao sempre um Catolico praticante, comecou a insurgir-se contra os republicanos jacobinos em defesa da Igreja, escrevendo varios artigos nos jornais. Depois de completar os seus estudos, permaneceu em Viseu por mais dois anos. Porem, em 1910, mudou-se para Coimbra com intencao de voltar a estudar e matriculou-se no curso de Direito. Quatro anos mais tarde ja em 1914 conclui o curso de Direito com a alta classificacao de 19 valores e torna-se, dois anos mais tarde, assistente de Ciencias Economicas, Assumiu entao a regencia da cadeira de Economia Politica e Financas em 1917 a convite do Professor Jose Alberto dos Reis e do tambem Professor Aniceto Barbosa, antes de obter o doutoramento em 1918.

Durante parte desse seu periodo em Coimbra, materializa o seu pendor politico no Centro Academico de Democracia Crista onde fez amizades com Mario de Figueiredo, Jose Nosolini, Juvenal de Araujo, os irmaos Dinis da Fonseca, Bissaya Barreto entre outros com particular destaque para Manuel Goncalves Cerejeira (que viria a tornar-se em 1929 o decimo-quarto Patriarca de Lisboa em 18 de Novembro de 1929, ficando conhecido como o Cardeal Cerejeira). Alguns destes amigos feitos nos tempos de estudante em Coimbra mais tarde haveriam de se tornar seus colaboradores nos seus governos. Salazar combate o anticlericalismo da Primeira Republica atraves de artigos de opniao que escreve para jornais catolicos. Acompanha fielmente o amigo Cerejeira em palestras e debates. Enquanto estuda Maurras, Le Play e as enciclicas do Papa Leao XIII, vai consolidando o seu pensamento, explicitando-o em artigos e conferencias, onde facilmente se revela que "Salazar nasceu para a politica pugnando pelo o acertar do passo com a Europa, e com a paixao pela Educacao".

Ja entre 1920 e 1923 Antonio de Oliveira Salazar tornou-se provedor da Santa Casa da Misericordia em Coimbra.

As suas opnioes e ligacoes ao Centro Academico de Democracia Crista levaram-no, em 1921, a concorrer por Guimaraes como Deputado ao Parlamento. Sendo eleito e nao encontrando ai qualquer motivacao, regressou a universidade passado apenas tres dias e por la ficou ate 1926.


Com a crise economica e a agitacao politica da Primeira Republica Portuguesa (que se prolongou inclusive apos o colpe militar de 28 de Maio de 1928), a ditadura militar chamou Salazar em Junho de 1926 para ocupar um lugar no Governo entregando-lhe depois a pasta das financas; passados somente treze dias renuncia ao cargo e novamente retorna a Coimbra por nao lhe haverem satisfeitas as condicoes que achava indispensaveis ao seu exercicio.

Em 27 de Abril de 1928, apos a eleicao do Marechal Oscar Carmona e tambem na sequencia do fracasso do seu antecessor em conseguir um avultado emprestimo externo (tempos dificeis e claro nessa altura ainda nao existia FMI e TROIKA) com vista a conseguir-se o equilibrio das contas publicas, assumiu a pasta novamente, porem exigiu o controlo sobre as despesas e receitas de todos os ministerios. Satisfeita a sua exigencia, impos uma forte austeridade e rigoroso controlo de contas, conseguindo mesmo um superavit, um "milagre" nas financas publicas logo no exercicio economico de 1928-29.

"Sei muito bem o que quero e para onde vou." - afirmara, denunciando o seu proposito na tomada de posse.

Na imprensa, que era fortemente controlada pela censura ao minimo pormenor e detalhe, Salazar seria muita vez apontado e retratado como "salvador da patria". O prestigio ganho, a propaganda, a habilidade politica na manipulacao das correntes da direita republicana, de alguns sectores monarquicos e dos catolicos consolidavam o seu poder. O regime de Ditadura dificilmente o poderia dispensar e o Presidente da Republica consultava o mesmo em cada vez que havia remodelacao ministerial. Enquanto a oposicao democratica se desvanecia em sucessivas revoltas onde sempre fracassava o exito, procurava-se dar um novo rumo a Revolucao Nacional imposta pela ditadura. Salazar, que havia sido agraciado com a gra-cruz da Ordem Militar de Sant'lago da Espada a 15 de Abril de 1929, recusando o regresso ao parlamentarismo e a democracia da Primeira Republica, cria a Uniao Nacional em 1930, visando o estabelecimento de um regime de partido unico.

Em 1932, ano em que a 21 de Abril recebeu a gra-cruz da Ordem do Imperio Colonial e a 28 de Maio (sexto aniversario do colpe) a gra-cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Merito, era publicado o projecto de uma nova constituicao, Salazar cria o Estado Novo, uma Ditadura Antiliberal e Anticomunista que se orienta desde sempre segundo os principios conservadores e autoritarios: "Deus, Patria e Familia", trilogia que expoe durante pronunciamento por ocasiao do decimo aniversario do colpe de 28 de Maio em Braga e que servira de base a sua politica. Toda a vida economica e social do pais estava organizada em corporacoes de nomeacao e direccao estatal - era tambem um Estado Corporativo (negacao da luta de classes) e autoritario (ha um partido unico, a Uniao Nacional, e uma policia politica).

Mantendo as doutrinas coloniais que ja haviam vingado na Primeira Republica, Portugal afirma-se como "um Estado pluricontinental e multirracial". Durante o Estado Novo, os presidentes da republica, que foram regularmente eleitos por sufragio universal ate 1958, tinham em termos praticos funcoes meramente cerimoniais, sendo aquilo que habitualmente chamamos de alguem que apenas fazia figura. O verdadeiro detentor do poder real politico era o Presindente do Conselho de Ministros e era ele mesmo que dirigia os destinos de Portugal.


Na Guerra Civil Espanhola, deflagrada em Julho de 1936, Oliveira Salazar apoiou o General Francisco Franco. Ainda que tenha havido algumas referencias ao envio de forcas militares, nao existe nenhuma prova 100% credivel ou factual de tal intervencao. O apoio portugues foi essencialmente logistico, tendo Salazar facilitado o envio de armamento para as forcas franquistas quando a guerra ainda estava na sua fase inicial.

Ao contrario daquilo que durante muito tempo foi sustentado e afirmado, as relacoes entre o Ditador espanhol Franisco Franco e o Ditador portugues Antonio de Oliveira Salazar foram sempre muito frias e pautadas pela desconfianca. Desde do inicio da guerra civil que, ainda que podendo impedi-lo, a censura portuguesa permite a publicacao de relatos sobre os massacres efectuados pelos franquistas em Badajoz.

A divulgacao daquelas noticias teve um impacto tremendo no evoluir da situacao espanhola e foi uma demostracao da forca de Salazar perante o Ditador espanhol. Apos a II Guerra Mundial, Salazar chegou mesmo a sugerir ao Presidente norte-americano Eisenhower que Portugal nao se iria opor a substituicao de Franco, caso o Governo de Washington considerasse essa possibilidade.

Em 8 de Setembro de 1936, teve lugar em Lisboa a Revolta dos Marinheiros, que tambem ficou conhecida como o Motim dos Barcos do Tejo, mais uma aparatosa accao levada a cabo durante a Guerra Civil Espanhola contra a ditadura portuguesa. A accao foi desencadeada pela Organizacao Revolucionaria da Armada (ORA), estrutura criada em 1932 para que se pudessem agrupar as celulas do Partido Comunista Portugues (PCP) da Marinha. A mesma organizacao editava um mensario intitulado O Marinheiro Vermelho, Os entao marinheiros comunistas sublevaram as tripulacoes dos navios de guerra Dao, Bartolomeu Dias e Afonso de Albuquerque, tentando procurar uma maneira de sair com eles da Barra do Tejo. Apos uma intensa troca de tiros travada entre este grupo de rebeldes revolucionarios e o Forte de Sao Juliao, que veio a causar a morte de 10 marinheiros, a revolta como ja e de calcular fracassou e os sublevados foram presos. Foi este o ultimo desafio militar ao Estado Novo ate aos acontecimentos tao bem conhecidos que levaram a sua queda em Abril de 1974.

Salazar conseguiu alimentar durante muito tempo a lenda dos seus sentimentos monarquicos. O conhecimento que hoje se tem dos seus "escritos de juventude", a observacao cuidada dos acontecimentos politicos da epoca e o conteudo da correspondencia entre Salazar e Caetano, revelam que o seu alegado "monarquismo" se inseriu num habilidoso jogo politico atraves do qual Salazar conseguiu obter o apoio de alguns monarquicos para sustentar o seu "Estado Novo".

O seu antimonarquismo comecou a revelar-se depois ja dentro do Centro Catolico Portugues, quando, no seu congresso de 1922, vinga a tese de Salazar de que o Centro deveria aceitar o regime republicano "sem pensamento reservado". Monarquicos, catolicos, com destaque, entre outros, para Fernando de Sousa (Nemo), Alberto Pinheiro Torres, Diogo Pacheco de Amorim, abandonaram entao o Centro Catolico.

Finalmente ao chegar ao poder, no discurso que proferiu em 9 de Junho de 1928, a solucao do "problema politico" do regime (Monarquia ou Republica) surgia ainda em ultimo lugar nas suas prioridades. Uma nova resolucao tomada dois anos depois , porem, revelava a grande distancia que ia entre as suas palavras e os seus actos. Apos a falhada Monarquia do Norte, em 1919, uma centena de oficiais do exercito foram afastados dos seus servicos ou pior ainda demitidos, quando dominava a cena politica o Partido Democratico de Afonso Costa. Mais tarde, o Governo de Antonio Maria da Silva, para amainar os animos ja muito exaltados contra a Primeira Republica, apresentou entao no parlamento e no senado um novo projecto visando a reintegracao no servico activo daqueles mesmo oficiais. O colpe militar de 28 de Maio de 1926 interrompeu o processo, mas, em 1930, o Tenente-Coronel Adriano Strecht de Vasconcelos apresentou ao presidente Oscar Carmona um documento intitulado "A Situacao Juridica dos militares afastados do Exercito em 1919", pedindo que se fizesse justica. Oliveira Salazar nao apreciou a ideia e reagiu impedindo a reintegracao daqueles oficiais monarquicos.

Na sequencia da morte de Dom Manuel II, em 2 de Julho de 1932, a ilusao do "Monarquismo" de Salazar caiu por completo quando o seu mesmo Governo se apropriou dos bens da Casa de Braganca instituindo a Fundacao da Casa de Braganca. A derradeira prova de que realmente Salazar nao queria a Monarquia deu-se em 1951 em mais um congresso da Uniao Nacional, em Coimbra. Em discurso encomendado por Salazar, Marcelo Caetano ven a travar naquele congresso as teses de restauracao da monarquia.

Ainda se tem consciencia desse facto, de que Salazar nao apoiava a Monarquia mas que se servia dos monarquicos que o admiravam e perseguia quem nao o fazia na historia do Integralismo Lusitano.
 
               
A questao da indemnizacao da Igreja Catolica pela nacionalizacao dos seus bens durante a Primeira Republica foi reivindicada e considerada. Salazar rejeita porem tal hipotese e adopta um regime de separacao de poderes entre o Estado e a Igreja, que vira a ficar definido na Concordata entre a Santa Se e Portugal em 1940.

Salazar assumira a pasta dos negocios estrangeiros desde da Guerra Civil Espanhola. Com a chegada da Segunda Guerra Mundial o imperativo do Governo de Salazar e a prioridade e manter a neutralidade de Portugal. Proximo ideologicamente do Fascismo Italiano o regime portugues nao hostilizou as potencias do Eixo, mas preferiu manter a distancia dos movimentos politicos fascistas e nazistas, que tornou ilegais, prendendo os seus lideres. O regime portugues escuda-se nessa afinidade com o Fascismo italiano e tambem numa alianca com a Inglaterra para manter uma politica de neutralidade. Esta assentava num esforco de nao afrontamento a qualquer um dos lados envolvidos em beligerancia. Antes e durante o conflito mundial, Portugal comprou armas tanto a Alemanha como a Gra-Bretanha.

Primeiramente, uma intensa actividade diplomatica junto de Franco tenta evitar que a Espanha se alie a Alemanha e Italia (caso em que previsivelmente os paises do Eixo com a Espanha olhariam a ocupacao de Portugal como meio de controlar o Atlantico e fechar o Mediterraneo, o que desviaria o teatro de guerra para a penisula iberica).

Com a Espanha fora da guerra, a estrategia de neutralidade e um imperativo da diplomacia por forma a nao provocar a hostilidade nos beligerantes e Salazar nao tolerou desvios dos diplomatas que arriscassem a sua politica externa. Quando o Consul portugues, Aristides de Sousa Mendes, em Bordeus concedeu vistos em grande quantidade a judeus em fuga aos nazis, ignorando instrucoes do Ministerio dos Negocios Estrangeiros, Salazar foi implacavel com o mesmo e demitiu-o .

O Escritor belga Maurice Maeterlinck, Premio Nobel da Literatura, esteve em Portugal na vespera de se iniciar a Segunda Guerra Mundial sob a Proteccao de Salazar, e em 1937 prefaciou a edicao francesa a edicao francesa do pensamento politico do estadista portugues intitulada "Une revolution dans la paix".


Salazar sempre se manifestou contra o anti-semitismo nazi. Em 1937, publicou uma compilacao de textos ("Como se levanta um Estado") onde criticou os fundamentos das leis de Nuremberga e chegou mesmo a considerar lamentavel que o nacionalismo alemao estivesse vincado por caracteristicas raciais. E em 1938, sai em defesa dos judeus portugueses, dando instrucoes a Embaixada da Alemanha, para que os interesses dos judeus portugueses fossem defendidos com diplomacia mas com muita firmeza.

A politica de Salazar desde o inicio das perseguiscoes aos judeus na Alemanha foi a de autorizar a sua entrada desde que pudessem deixar o pais rapidamente, ou seja, uma politica de transito para outros paises, principalmente os Estados Unidos e o Brasil. Isto nao era devido ao facto de eles serem judeus, mas de serem potenciais motivos de tensao com a Alemanha, que Salazar temia, ou de serem agitadores politicos e subversivos. No que toca aos judeus portugueses, "a politica de imigracao selectiva que Portugal aplicou aos judeus nao afectou a situacao nem o estatuto dos judeus sefarditas ou dos imigrantes asquenazitas da Europa oriental que constituiam a Comunidade Israelita de Lisboa, os judeus que possuiam nacionalidade portuguesa eram tratados de forma igual a todos os outros cidadaos".

Com o inicio da guerra, e nao obstante a fiscalizacao e o rigor nas fronteiras serem cada mais severos e apertados, todas estas medidas acabariam por falhar e fracassar amplamente ja que, as entradas clandestinas e ilegais, juntar-se-iam a falsificacao de documentos e as falsas declaracoes. Para por cobro e termo aos procedimentos irregulares que, na epoca, se verificavam em muitas das embaixadas portuguesas; Salazar assina a circular n.º  14 do MNE, distribuida a 11 de Novembro de 1939, que obrigava os servicos consulares a consultar a PVDE, e o Ministerio antes de concederem os vistos . Por outro lado, a partir de 1940, os pedidos de vistos dos consulados passariam a ser indeferidos a polacos, apatridas, russos, judeus, checos, "ex-alemaes", a holandeses, a belgas em idade militar, e ainda aqueles que pretendessem trabalhar em Portugal. A Circular 14 afirmava explicitamente que nao tinha qualquer intencao de obstruir ou atrasar a concessao de vistos a passageiros em transito para outros paises, utilizando Lisboa, como ponto de embarque. Ou seja, os consulados ficavam autorizados a conceder com autonomia vistos para Portugal em todos aqueles casos que o passageiro demostrasse ter um bilhete de saida do territorio portugues assim como um visto de entrada no pais do destino final.

Esta tal famosa e nao menos rodeada de polemicas Circular 14, sobretudo por aqueles que ainda hoje querem atacar o Estado Novo, mas e justo e correcto que se diga que as regras estabelecidas para esta circular eram bem menos restritivas que a dos outros paises, como e o caso da Suecia, Suica e Estados Unidos, Canada, etc. Um caso mais extremo e o caso da Gra-Bretanha que logo a seguir a declaracao de guerra, cancelou por completo a concessao de vistos, com receio e pelo facto de temerem a entrada de inimigos infiltrados. Portugal tal como os outros paises tentava apenas proteger-se de entradas indiscriminadas de eventuais agitadores politicos, criminosos, apatridas, etc. Por outro lado, como escreve Avraham Milgram, Portugal, pais pobre, nao tinha condicoes de receber hordas de refugiados.

Contrariando todas as instrucoes e ordens de Salazar, Aristides de Sousa Mendes, Consul portugues em Bordeus, concedeu vistos a judeus e refugiados de guerra em grande numero, diz que 30 mil, mas segundo, Avraham Milgram historiador da Yad Vashem num estudo publicado em 1999 pelo Shoah Resource Center, International School for Holocausto Studies, a diferenca entre o mito dos 30.000 e a realidade e grande.

A mesma desobediencia de Sousa Mendes tambem viria a incluir o grave crime de falsificacao de documentos, para o Casal luxemburgues - Miny, em Maio de 1940. quando o Exercito Frances ainda resistia heroicamente a invasao alema. Paul Miny esta em idade militar e quer fugir da mobilizacao para o exercito luxemburgues. O Diplomata portugues, conhece a esposa de Paul e quer ajuda-la, decide entao correr um alto risco e falsificar os documentos e fazer Paul passar por um simples cidadao portugues, o que lhe permitira, iludindo as autoridades fronteiricas francesas, escapar a temida mobilizacao. Nessa mesma altura e com a atitude de coragem que teve Sousa Mendes arriscou bastante, a falsificacao de documentos era um crime grave, punivel com a pena de prisao. O facto de Aristides ser um funcionario publico constituia um agravante ainda maior. Mais tarde no processo disciplinar que lhe e movido, a acusacao decide desviar o olhar daquele incidente, poupando Sousa Mendes a uma condenacao que era dada como certa, considerando o mesmo um caso fora do ambito das competencias do MNE, ou seja, um caso de policia e justica.

Em muitos artigos de jornais se publicou (e ainda se publica) que Sousa Mendes, com uma familia bastante alargada, com 14 filhos para sustentar, foi expulso da carreira e ficou privado da sua reforma, vindo a morrer na miseria quase completa. No entanto, em 1940 os seus 12 filhos, vivos, ja eram na sua maioria adultos, apenas 4 dos 12 ainda eram menores. Destes mesmos quatro, tres eram legitimos e o quarto a futura Marie-Rose , ainda se encontrava no ventre da amante francesa de Sousa Mendes, Andree Cibial. Na verdade, Aristides de Sousa Mendes pode usufruir, ate a data da sua morte em 1954, de um salario completo de Consul da 1ª classe 1,593$30 Escudos mensais, um salario muito acima da media nacional da epoca que dificilmente se podera encarar como uma miseria. Rui Afonso, um dos biografos de Aristides, chamou a atencao e salienta o facto que embora o salario do ex Consul nao pudesse ser considerado uma fortuna a verdade e que na epoca correspondia ao triplo do salario de um Professor (talvez fosse apenas um salario que nao desse de longe para manter o estilo de vida que Aristides de Sousa Mendes estivesse habituado a manter enquanto exercia funcoes). As provas de que Aristides sempre recebeu o seu salario de Consul ate ao fim dos seus dias, podem ser hoje encontradas online no site do Ministerio das Financas, que disponibiliza o registo de todos os pagamentos feitos a Arisitides Sousa Mendes ao longo de toda a sua carreira.

O caso de Aristides de Sousa Mendes embora o mais falado e conhecido esta longe de ser um caso unico e isolado entre os diplomatas e funcionarios consulares portugueses. A passagem de vistos em desobediencia a Circular 14 foi generalizada, e foi praticada por diplomatas e consules portugueses de todos os quadrantes politicos. Tais foram, por exemplo, os casos de Veiga Simoes, Embaixador em Berlim, o Consul honorario de Milao, Guiseppe Agenore Magno e do Consul em Genova, Alfredo Casanova.

Salazar tambem veio a permitir que muitas organizacoes sionistas de apoio a estes judeus se estabelecessem e operassem em Portugal.

E completamente impossivel calcular com exactidao real o numero de refugiados que puderam beneficiar da neutralidade e hospitalidade de Portugal. Mas os numeros sao altos e impressionantes mas na realidade desconhecidos. As estimativas vao desde de unicamente 100 mil ate 1 milhao, facto notavel para um pais cujo a populacao rondava somente os 6 milhoes.


Menos mediaticos, mas igualmente de enorme coragem e heroismo, sao os casos corridos em Budapeste, em 1944, ano da invasao da Hungria pelas tropas do exercito alemao, dois diplomatas portugueses, com anuencia de Salazar. Sampaio Garrido, Ministro plenipotenciario em Budapeste, sensibilizado com os perigos que os judeus corriam no territorio hungaro apos a invasao alema, concedeu asilo diplomatico a judeus na Embaixada portuguesa, concedeu passaportes provisorios e vistos colectivos. A Embaixada e entretanto atacada pela Gestapo e Sampaio Garrido, por preocupacao e aconselhado a refugiar-se na Suica. Assume entao funcoes Carlos Teixeira Branquinho que mesmo correndo perigo de vida continuou a auxiliar refugiados judeus. Estima-se que Teixeira Branquinho e Sampaio Garrido tenham salvado mais de 1000 judeus dos campos de exterminio Nazis. Os dois nunca tiveram a projeccao mediatica que teve Sousa Mendes, provavelmente porque tiveram o apoio de Salazar e nao teriam qualquer utilidade politica no ataque ao Estado Novo. Sampaio Garrido recebeu, a titulo postumo, a medalha de "Justo entre as Nacoes" pela sua accao de proteccao e salvamento dos judeus hungaros. A distincao foi decidida somente em 2 de Fevereiro de 2010, pelo Yad Vashem - Autoridade Nacional para a Memoria dos Martires e Herois do Holocausto criado em 1953 pelo Estado de Israel.

Em 1943 os aliados procuraram utilizar a Base das Lajes nos Acores, como base de apoio para as missoes no oceano Atlantico e tambem no teatro de operacoes europeu. O Governo de Portugal, nao conseguindo evitar a pressao, cede. Mas Salazar consegue negociar uma contrapartida, o fornecimento de armamento (poderia dar-se o caso de a Alemanha como forma de vinganca de Portugal em parte quebrar a sua neutralidade na guerra vir a atacar Portugal) e a garantia da restituicao da soberania portuguesa a Timor no final da guerra, depois de aquele mesmo territorio ter sido invadido pelos aliados neerlandeses e australianos e posteriormente tambem pelos japoneses.

A posicao da neutralidade de Portugal e a consequente abertura dos canais diplomaticos e comerciais com ambas as partes beligerantes, a balanca comercial portuguesa manteve um saldo positivo durante uma boa parte do conflito, nomeadamente em anos dificeis em particular 1941, 1942 e 1943. Nestes anos, as exportacoes conseguem ultrapassar as importacoes, facto que nao se verificava desde de dezenas de anos, e que ate a actualidade nao se voltou a verificar. Esta mesma habil gestao de neutralidade trouxe-lhe, no final da guerra, os beneficios da paz sem ter de pagar o preco da guerra. Portugal foi uma das poucas zonas de paz num mundo a "ferro e fogo", serviu de refugio a muitas pessoas de varias proveniencias e ate mesmo pessoas ricas, de familias poderosas. Um desses refugiados foi o armenio Calouste Gulbenkian, que mesmo apos a guerra permaneceu no Pais desde de Abril de 1942 ate a data da sua morte a 20 de julho de 1955 em Lisboa (um facto curioso e que a chegada a Portugal do famoso coleccionador de arte era so um ponto de passagem numa escala que o levaria ate Nova Iorque, mas o empresario adoeceu e ficou mais tempo do que previsto, no fim agradado com o ambiente de paz em Portugal, sentindo-se bem acolhido acabou por ficar mesmo depois da guerra, estabeleceu residencia em Lisboa vivendo ate a sua morte numa suite do Hotel Aviz). Calouste Gulbenkian ainda legou uma das mais importantes instituicoes ao servico da cultura em Portugal. Esta situacao economica conseguiu tambem atenuar os problemas provocados anteriormente pela Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e pela propria Segunda Guerra Mundial, que trouxeram problemas de escassez de generos (Portugal era entao deficitario quanto a alimentos) e a inflacao disparou.

Em Portugal, embora se reconhecesse o merito e se desse o valor devido a obra de Salazar no que respeitava a reorganizacao financeira, a propria restauracao economica e a defesa da paz, muitos entendiam que era chegada a hora e oportunidade de uma mudanca politica.
                                                             

Terminando a Segunda Guerra Mundial, Salazar dirigiu a Politica externa Portuguesa claramente para o "bloco ocidental", como ja tinha sido patente nos ultimos anos da Guerra pela cada vez maior colaboracao com com os Aliados, que em particular incluiu a cessao da Base Aerea das Lajes nos Acores, um ponto vital para as forcas aliadas durante o conflito.

Do ponto de vista militar, Portugal foi membro fundador da NATO em 1949 ao lado do Reino Unido, sempre visto por Salazar como o tradicional aliado de Portugal.

Do ponto de vista de integracao economica, foi tambem um dos membros fundadores ja em 1960 da Associacao Europeia de Comercio Livre (EFTA no seu acronimo em ingles), juntamente com a Austria, Dinamarca, Noruega, Suecia, Suica e Reino Unido. Isso permitiu uma maior abertura ao comercio internacional da economia portuguesa que, desse modo, cresceu exponencialmente nos anos que se haveriam de seguir. Durante um periodo de doze anos durante 1960 e 1972 o volume do comercio externo portugues quadriplicou. Nesse ano ja cerca de 70% do comercio externo da Metropole era feito com os outros estados membros da EFTA, representando as colonias uma percentagem bem mais diminuta.

Apesar de Portugal nao ter relacoes diplomaticas com paises do bloco Comunista, manteve relacoes comerciais quer com a Republica Popular da China, que durante as decadas de 50 e 60 fazia uma boa parte do seu comercio externo atraves de Macau, e outros paises Socialistas Asiaticos.

Em 1961, no seguimento da invasao do Estado portugues da India levara Portugal a cortar relacoes diplomaticas com a Uniao Indiana.


Nesse mesmo ano, tem inicio a Guerra Colonial. Nos termos da Resolucao de 1514 da Assembleia Geral das Nacoes Unidas, a ONU e muitos dos seus Estados membros comecam a pressionar o Governo Salazarista para avancar e acelerar a descolonizacao. Esse mesmo Salazar recusa a descolonizacao mas colabora sempre  com o Comite de Tutela das Nacoes Unidas. Desde da adesao de Portugal a ONU a colocacao das colonias portuguesas na lista de territorios sob tutela, que o Governo de Salazar providencia anualmente estatisticas e dados nos quais demostra os esforcos portugueses em melhorar a vida das populacoes dos territorios ultramarinos portugueses. Nessa altura sao fundadas as primeiras Universidades na Africa Portuguesa, bem como uma rede de escolas e hospitais que ainda corresponde hoje em dia, com poucas alteracoes, as redes escolar e hospitalar dos paises independentes que formavam o Imperio Portugues.

Desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, que a comunidade internacional e a ONU vinham a defender a implementacao de uma politica de descolonizacao em todo o mundo. O Estado portugues recusou-se a conceder a autodeterminacao aos povos das regioes colonizadas. Salazar, praticando uma politica de isolacionismo internacional sob o lema Orgulhosamente sos, levou Portugal a sofrer consequencias extremamente negativas a nivel cultural e economico.

No mes de Marco de 1961, no norte de Angola acaba por estalar uma sangrenta e violenta revolta, com o assassinio de colonos civis. A chacina ou massacre merece de Salazar a resposta Para Angola rapidamente e em forca. Defensor de uma politica colonialista, Salazar alimenta as fileiras da guerra colonial, que rapidamente vai para la de Angola e se espalha a Guine e a Mocambique, com o proposito de manter as chamadas provincias ultramarinas sob a bandeira portuguesa.

A guerra colonial como em qualquer outra guerra teve as consequencias de ter milhares de vitimas entre os povos que acabariam por se tornar independentes e entre os portugueses. Teve um forte impacto economico em Portugal, e nas colonias, aonde o desenvolvimento economico foi muito acelerado em tempo de guerra; mas abalou as estruturas politicas e sociais do pais, tenddo sido essa uma das causas e razoes da queda do regime e do colpe de Estado do 25 de Abril de 1974.


O principio do fim de Salazar comecou acidentalmente a 3 de Agosto de 1968, no Forte de Santo Antonio, onde o estadista tinha por habito ir passar ferias, no Estoril. A queda de uma cadeira de lona, deixada em total segredo primeiro, acabou por ditar o seu afastamento do Governo.

Antonio de Oliveira Salazar preparava-se para ser tratado por um calista, quando se deixou cair para uma cadeira de lona. Com o peso, a mesma cadeira supostamente tera cedido e o Chefe do Governo caiu com violencia, sofrendo uma forte pancada na cabeca, nas lajes do terraco do forte onde anualmente passava ferias, acompanhado pela sua governanta D. Maria de Jesus. Levantou-se atordoado, como seria de esperar pela violencia da queda queixou-se de dores no corpo, mas orgulhoso pediu segredo acerca da queda e nao quis que fossem chamados medicos nem o seu proprio medico pessoal, segundo conta Fernando Nogueira. Outra testemunha, o barbeiro Manuel Marques, contraria esta tese que e a mais conhecida. Segundo o mesmo, Salazar nao caiu na cadeira, que estaria fora do lugar, mas tombou no chao desamparado. Segundo Marques, Salazar costumava ser distraido e tinha o habito de <<saltar para as cadeiras>>. Nesse dia de 3 de Agosto de 1968, preparando-se para ler o jornal calmamente na dita cadeira, caiu onde habitualmente estava a mesma, mas que nesse dia da tragica queda havia sido movida. Ainda outra testemunha nega a mesma historia da queda da cadeira e diz que Salazar nao teria caido de nenhuma cadeira, e sim que teria caido na banheira, testemunha essa que afirmava ter acompanhado Salazar da casa de banho ate ao quarto do Presidente do Conselho de Ministros no dia do sucedido.

A vida de Antonio de Oliveira Salazar prosseguiu normalmente e so tres dias depois e que o medico pessoal do Presidente do Conselho, Eduardo Coelho, soube do sucedido. So 16 dias depois, a 4 de Setembro, Salazar admite finalmente que se sente doente: <<Nao sei o que tenho>>. A 6 de Setembro , a noite, sai um carro de Sao Bento. Com o medico, Salazar e, no lugar da frente, o director da PIDE, Silva Pais. Salazar e internado de imediato no Hospital de Sao Jose, em Lisboa. Os medicos nao se entendem quanto ao diagnostico - hematoma intracraniano ou trombose cerebral -, mas concordam que e preciso operar o ainda Presidente do Conselho de Ministros, Antonio de Oliveira Salazar, o que veio a acontecer mesmo no dia seguinte ao internamento a 7 de Setembro.

Salazar foi afastado do Governo 20 dias apos a cirugia a 27 de Setembro de 1968, quando o entao Presidente da Republica o Almirante Americo Tomas, chamou Marcelo Caetano para substitui-lo. A 4 de Outubro desse mesmo ano (pelo 58.º aniversario da implantacao da republica) recebeu o grande-colar da Ordem do Infante D. Henrique. Ate morrer, em 1970, continuou a receber visitas como se fosse ainda Presidente do Conselho, nunca manifestando sequer a suspeita que ja nao o era mais - no que tambem nao era contrariado pelos que o rodeavam.


Salazar na cultura popular:

Os Grandes Portugueses:

. No programa da RTP Os Grandes Portugueses, realizado em Marco de 2007, Salazar acabou por ser o mais votado das personalidades em jogo, sendo considerado o maior portugues de todos os tempos com uma enorme margem de tranquilidade em relacao ao segundo classificado. Salazar nao obteve a maioria dos votos mas nao se distanciou muito da mesma 42% dos votos expressos faltando-lhe apenas 9% para conseguir a maioria no entanto o segundo classificado nem 20% conseguiria obter Alvaro Cunhal ficou-se pelos 19% (possivelmente com apoio e forca de todo o alentejo comunista em forca) e em terceiro lugar ficaria outra figura bem conhecida, Aristides de Sousa Mendes com 13% dos votos.

Foi Jaime Nogueira Pinto Professor Universitario, que fez a sua apresentacao e defesa para a conquista do primeiro lugar.

O concurso e desvalorizado por alguns historiadores Jose Mattoso, Antonio Reis, Antonio Manuel Hespanha e Fernando Rosas, que acabaram por acusar a RTP de desinformacao e manipulacao num texto publicado no jornal Expresso. Em declaracoes ao Diario de Noticias, Nuno Santos, ex-director de programas da RTP, considera que a acusacao e de mau gosto e revela bastante ma-fe. 

Televisao:

. Salazar foi interpretado por Diogo Morgado na serie "A Vida Privada de Salazar" produzida pela SIC em 2009.

Biografia cronologica:

. 1889 - Nasce no Vimieiro, Santa Comba Dao.
. 1914- Conclui o curso de Direito, em Coimbra.
. 1918 - Professor de Ciencia Economica.
. 1926 - Apos o colpe de 28 de Maio de 1926 e convidado para ocupar o cargo de Ministro das Financas; funcao que aceita mas ao fim de 13 dias renuncia ao cargo.
. 1928 - E novamente convidado para Ministro das Financas; nunca mais abandonara o poder.
. 1930 - Nasce a Uniao Nacional.
. 1932 - Torna-se Presidente do Ministerio.
. 1933 - E plebiscitada uma nova constituicao que dara inicio ao nascimento do Estado Novo. Fim da ditadura militar. E posto um fim ao nome "Presidente do Ministerio", passando o mesmo cargo a chamar-se "Presidente do Conselho de Ministros".
. 1936 - Na Guerra Civil de Espanha apoia o General Francisco Franco; cria a Legiao Portuguesa e a Mocidade Portuguesa; abre as colonias penais do Tarrafal e de Peniche.
. 1937 - Escapa a um atentado dos anarquistas.
. 1939 - Iniciada a Segunda Guerra Mundial, Salazar conseguira manter a neutralidade do Pais.
. 1940 - Exposicao do Mundo Portugues.
. 1943 - Cede aos aliados uma base militar nos Acores apesar da neutralidade de Portugal na Segunda Guerra Mundial.
. 1945 - A PIDE substitui a PVDE.
. 1949 - Contra Norton Matos, Oscar Carmona e reeleito Presidente da Republica; Portugal e admitido como membro da NATO.
. 1951 - Contra Quintao Meireles, Craveiro Lopes e eleito Presidente da Republica.
. 1958 - Contra Humberto Delgado, Americo Tomas e eleito Presidente da Republica; o Bispo do Porto, Antonio Ferreira Gomes critica a politica salazarista.
. 1960 - Portugal celebra a adesao ao Fundo Monetario Internacional.
. 1961 - 22/01, ataque ao navio Santa Maria por anti-salazaristas, que se asilam no Brasil logo apos a tomada de posse de Janio Quadros; 04/02, assalto as prisoes de Luanda; 11/03, tentativa de colpe de Botelho Moniz; 21/04, resolusao da ONU condenando a politica africana de Portugal; 19/12, a Uniao Indiana invade Goa, Damao e Diu; 31/12/61 para 01/01/62 revolta de Beja.
. 1963 - O PAIGC abre nova frente de batalha na Guine.
. 1964 - A FRELIMO inicia a luta pela independencia, em Mocambique.
. 1965 - Crise academica; a PIDE assassina Humberto Delgado.
. 1966 - Salazar inaugura a Ponte Oliveira Salazar, tambem conhecida por Ponte Sobre o Tejo e que apos o colpe de Estado de 1974 viria a chamar-se, Ponte 25 de Abril, continuando tambem a ser conhecida como Ponte Sobre o Tejo.
. 1968 - Na sequencia de um acidente (suposta queda de uma cadeira, tambem corre a versao de que a queda foi numa banheira), Salazar fica fisicamente incapacitado para governar sendo substituido por Marcelo Caetano.
. 1970 - 27/07 Morte de Salazar.


Dados pessoais de Antonio de Oliveira Salazar:

Nome: Antonio de Oliveira Salazar.
Nascimento: Vimieiro, Santa Comba Dao, 28 de Abril de 1889.
Morte: Lisboa, 27 de Julho de 1970 (81 anos).
Nacionalidade: Portuguesa.
Ocupacao: Politico, Estadista, Economista, Ministro das Financas, Presidente do Ministerio e Presidente do Conselho de Ministros.
Partido Politico: Centro Academico de Democracia Crista, depois, Uniao Nacional.

Chefe do Governo de Portugal:

Mandato: 5 de Julho de 1932 - 27 de Setembro de 1968.
Antecessor: Domingos Oliveira.
Sucessor: Marcelo Caetano.

Presidente de Portugal:

Mandato: 18 de Abril de 1951 - 9 de Agosto de 1951.
Antecessor: Oscar Carmona.
Sucessor: Francisco Craveiro Lopes.


Termino assim mais um trabalho neste blog. Mais uma cronica que termina mas nao fico com a sensacao de ter escrito apenas mais uma, sinto que esta e diferente pois e uma forma de alguem que pode mostrar que e possivel ser-se pobre e governar-se um pais que governado por si tinha alguns problemas como qualquer outro pais do mundo mas que economicamente e financeiramente nao estava assim tao mal.

Salazar governou um pais sob um regime de ditadura e uma verdade mas mostrou ser um homem daqueles grandes homens dificeis de encontrar de uma honestidade e integridade maxima, enorme caracter. Nao consta ao contrario de muito que Salazar tivesse contas bancarias na Suica, nao consta que Salazar tivesse o habito de andar a viajar pelo mundo a conta do Estado Portugues. Consta apenas que foi um homem, politico, governante, um ditador de facto mas que deu ao pais que governou tudo de si e do mesmo pais nada tirou. Salazar em suas saidas desde que as mesmas nao fossem pelo pais pagava do seu bolso a gasolina e restantes despesas, vivia as contas de um ordenado que segundo dizem guardava numa gaveta.

Penso sem querer criticar de forma severa os politicos e governantes actuais que bem melhor estaria Portugal se os actuais lideres, governantes, ministros, deputados seguissem o exemplo de Salazar. Assim como tambem nao creio que com Salazar se pedissem mais sacrificios ao povo portugues e ao mesmo tempo o Estado fizesse despesas inexplicaveis como a compra de submarinos que ninguem consegue entender a sua utilidade. Assim como tambem duvido que houvessem ministros que andassem a passear de helicoptero com a familia quando os mesmos meios aereos eram destinados ao combate aos incendios de Verao.

Caro(a) leitor(a) embora nao tivesse vivido o tempo de Salazar sinto um grande e enorme orgulho em ter tido um goverante em Portugal com a sua honestidade e caracter, ate a proxima.

                                                                                                         Manuel Goncalves


   










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