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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Fiodor Dostoievski (1821-1881)

 

Fiodor Dostoievski considerado por muitos um dos maiores escritores e romancistas de todos os tempos talvez o expoente maximo da literatura russa ou da ex Uniao Sovietica e ate mesmo da literatura universal Dostoievski continua a ser um idolo para muitos escritores e aspirantes a Escritor.

Eu seria um pouco suspeito de falar ou escrever fosse o que fosse acerca de Fiodor Dostoievski pois confesso que nunca li nenhum livro seu, nunca tive oportunidade para isso mas quando for a Portugal certamente comprarei algum livro seu onde terei muito por onde escolher: Crime e Castigo, Os Irmaos Karamazov, Os Possessos ou O Idiota.

O Escritor em si nao me e desconhecido li alguns trabalhos que falavam sobre o mesmo e alem do mais a literatura russa e sovietica nao me e desconhecida penso mesmo ate que e uma das melhores senao a melhor a nivel universal desde de Boris Pasternak com o seu Doutor Jivago ou Alexander Soljenitsin com um Dia na Vida de Ivan Denisovich estes dois livros tanto um como o outro li-os e o Doutor Jivago ate ja o relim mais do que uma vez a literatura russa passa tambem por poetas como Alexander Pushin. Gosto de desafios quem me conhece sabe que sim e foi isso que me levou a escrever a biografia de um Escritor de quem nunca li um livro.


Fiodor Mikhailovich Dostoievski (Moscovo, 30 Outubro (calendario Juliano) / 11 de Novembro de 1821 - Sao Petersburgo, 28 de Janeiro de 1821 (calendario Juliano) / 9 de Fevereiro de 1881) ocasionalmente apenas conhecido como Dostoievski, foi um Escritor russo, considerado um dos maiores romancistas da literatura russa e um dos mais inovadores artistas de todos os tempos. E tido como o fundador do existencialismo, mais frequentemente por Notas do Subterraneo, descrito por Walter Kaufmann como a "melhor proposta para existencialismo ja escrita."  

A obra dostoievskiana explora profundamente a autodestruicao, a humilhacao e o assassinato, alem de analisar estados patologicos que levam ao suicidio, a loucura e ao homicidio: seus escritos sao por isso chamados de "romances de ideias", pela profunda retratacao filosofica e atemporal dessas mesmas situacoes. O modernismo literario e varias escolas de teologia e psicologia foram influenciadas por suas ideias. Autodestruicao, humilhacao, assassinato, loucura, suicidio sao temas que estao fortemente enraizados nas obras do reconhecido universalmente Romancista russo.

Dostoievski demorou a atingir um certo sucesso com o seu primeiro romance, Gente Pobre, as coisas ate correram bem e o livro foi imediatamente elogiado pelo Poeta Aleksandr Nekrassov e por um dos mais importantes criticos literarios da primeira metade do Seculo XIX, Vladimir Belinski. Porem, o Escritor nao conseguiu repetir semelhante sucesso ate ao retorno a Siberia, quando escreveu o semibiografico Recordacoes da Casa dos Mortos em que retratava a prisao que sofrera e descrevia a vida dos condenados nas prisoes da Siberia. Entretanto entre Gente Pobre publicado em 1846 e Recordacoes da Casa dos Mortos de 1862 tinham-se passado 16 anos, para tras tinham ficado publicados alem destes 2 mais 5 livros. Posteriormente sua fama viria a aumentar e o devido reconhecimento do seu talento de Romancista tambem, principalmente gracas a Crime e Castigo publicado em 1866 e considerado a sua obra prima.

Seu ultimo romance, Os Irmaos Karamazov, foi considerado pelo Psicanalista Sigmund Freud como o melhor romance que havia sido escrito ate ao momento. Perigoso segundo a opniao de Stalin, ate 1953 o curriculo sovietico para estudos universitarios sobre o Escritor o classificava como "expressao da ideologia reacionaria, burguesa e individualista". Segundo ele mesmo seu grande mal era uma doenca chamada de consciencia. A obra do Escritor russo exerce uma grande influencia ainda nos dias de hoje no romance moderno, legando ao mesmo um estilo caotico, desordenado e que apresenta uma realidade alucinada.

Fiodor Dosroievski nasceu numa familia que viria a ser uma familia grande tornou-se o segundo de sete filhos nascidos do casamento entre Mikhail Dostoievski e Maria Fedorovna. A mae do Escritor Fedorovna morreu quando ele ainda era muito jovem, de tuberculose, e o seu pai, que era Medico, pode ter sido assassinado pelos seus proprios servos, que o consideravam um sujeito demasiadamente autoritario. Alguns biografos afirmaram que foi quando Dostoievski teve sua primeira crise epiletica, facto disputado pelos seus actuais estudiosos, principalmente Joseph Frank.

E aceite hoje por alguns biografos, embora sem provas concretas, que o doutor Mikhail Dostoievski, seu pai, foi igualmente assassinado pelos seus proprios servos mas os da sua propriedade rural em Daravoi, talvez indignados com os maus tratos sofridos. Tal facto parece ter exercido enorme influencia sobre o futuro e talvez ate caracter e personalidade do jovem Fiodor, que desejou impetuosamente a morte de seu progenitor e em contrapartida se culpabilizou por isso, facto que motivou Freud a escrever o polemico artigo Dostoievski e o Parricidio. Freud foi muito criticado e ainda continua a ser por alguns estudiosos por ter escrito seu ensaio baseado em apenas rumores, sem se ter dado ao trabalho de fazer uma pesquisa profunda acerca da vida de Fiodor Dostoievski.

Joseph Frank apresenta documentos medicos que atestam que Mikhail Dostoievski morreu, na verdade, de uma apoplexia, e os boatos a lancandos querendo mostrar o contrario foram propagados para diminuir o preco da propriedade da familia Dostoievski, pela qual um vizinho mostrava bastante interesse.

Ja na adolescencia ou idade adulta na Academia Militar de Engenharia em Sao Petersburgo, Dostoievski aprendeu muito de ciencias sobretudo matematica e fisica. Tambem se dedicou aos estudos literarios onde estudou as obras de Shakespeare, Pascal e Victor Hugo e Ernest Theodor Amadeus Wilhelm Hoffmann (habitualmente descrito e conhecido por E.T.A Hoffmann, creio que certamente pelo nome muito extenso), ja que a faculdade tinha um bom programa de literatura, que focava principalmente a producao francesa. Nesse mesmo ano, escreveu duas pecas romanticas, Mary Stuart e Boris Godunov, influenciado pelo Poeta romantico alemao Friedrich Schiller . Dostoievski descrevia-se a si proprio como sendo "um sonhador" em sua juventude e, em seguida, um admirador de Schiller. Em 1843, terminou seus estudos de engenharia tinha entao 22 ou 23 anos quando terminou os estudos e adquiriu a patente de tenente militar, ingressando na Direccao-Geral dos Engenheiros, em Sao Petersburgo.

Em 1844, Honore Balzac visitou Sao Petersburgo, e Dostoievski, como uma forma de admiracao, fez sua primeira traducao, Eugenia Grandet, e saldou uma divida de 300 rublos com um agiota. Esta traducao despertou sua vocacao, levando-o pouco depois a abandonar o exercito para dedicar-se em exclusivo a literatura. Trabalhou como desenhista tecnico no Ministerio da Guerra em Sao Petersburgo. Fez traducoes de Balzac e George Sand.

Alugou, em 1844, uma casa em Sao Petersburgo e dedicou-se a escrita a tempo inteiro e de corpo e alma. Nesse mesmo ano, o jovem Doistoievski deixou o exercito e comecou a escrever a sua primeira obra, o romance epistolar Gente Pobre, trabalho que iria fornecer-lhe exitos da critica literaria, cuja leitura de Bielinski, o mais influente critico da literatura russa, o fez acreditar ser Dostoievski "a mais nova revelacao do cenario literario do pais."

Em o Diario de um Escritor, Dostoievski recordou que apos concluir Gente Pobre deu uma copia para seu amigo Dmitry Grigorovich, que por sua vez a entregou ao Poeta Nikolai Alekseevich Nekrasov. Com a leitura do mesmo manuscrito em voz alta, ambos acabaram por ficar extasiados pela percepcao social da obra. As quatro da manha, foram ter com Dostoievski para lhe dizer que tinham considerado o seu primeiro romance uma obra-prima. Nekrasov mais tarde entregou a obra a Bielinski. "Um novo Gogol apareceu!", disse Nekrasov. "Para voce, os Gogol nascem como cogumelos!" respondeu-lhe Bielinski. Logo depois, porem, o critico estaria de acordo com a afirmacao de Nektasov. Ele estava extasiado com o movimento realista na Europa, e considerou o romance de Dostoievski como sendo a primeira tentativa do genero ali, na Russia.

"Sai da casa dele (Bielinski) em estado de extase. Parei por um instante na esquina de sua casa, olhei para o ceu, para o sol luminoso, para as pessoas que passavam, e compreendi, no mais fundo do meu ser, que aquele tinha sido um momento solene na minha vida, um marco decisivo, que alguma coisa inteiramente nova havia comecado". - Dostoievski sobre as palavras de Bielinski, em, Diario de um Escritor.

O livro fora publicado logo no ano seguinte, fazendo de Dostoievski uma celebridade literaria no pleno de sua juventude dos seus vinte e quatro anos de idade. Ao mesmo tempo, comecou a contrair algumas dividas e sofrer de uma enfermidade nervosa, frequentemente confundida com sua epilepsia, que comecou a se manifestar muitos anos mais tarde. Seus romanaces seguintes, O Duplo (1846), que retrata a personalidade cindida, Noites Brancas (1848), que por sua vez retrata a mentalidade de um sonhador, Nietochka Nezvanova (1849), que jamais foi terminado, e a Inveja do Marido e Esposa de Outro, nao tiveram de nehuma forma o exito desejado, e sofreram criticas muito negativas mesmo, inclusive de Bielinski que agora parecia estar do outro lado como alguem que joga com pau de dois bicos. Bielinski criticava agora aquilo que, no futuro proximo, se viria a tornar a marca principal de Dostoievski: o lado psicologico dos seus personagens. Nessa epoca o Escritor entrou em contacto com alguns grupos de socialistas utopicos, que discutiam a liberdade humana.

Dostoievski como seria de esperar acabou por ser detido e preso em 23 de Abril de 1849, por participar de um grupo intelectual revolucionario chamado Circulo Petrashevski, sob a acusacao de conspirar contra Nicolau I da Russia. Depois das revolucoes de 1848, na Europa, o Czar Nicolau I mostrou-se relutante a qualquer organizacao clandestina que poderia prejudicar e por em risco a sua autocracia.

A principal acusacao contra Fiodor Dostoievski foi ter lido em publico, em duas ocasioes, uma carta aberta de Bielinski, entao ja falecido, ao Escritor Nikolai Gogol, em que o Escritor e criticado por suas visoes politicas e sociais conservadoras.

O dito Circulo Petrashevski era dedicado principalmente a discussao das condicoes de vida na Russia, centrada nas obras da imensa biblioteca de obras proibidas de Petrashevsky, obras que, segundo os registos da sociedade, Dostoievski consultou a mesma biblioteca e obras em varias ocasioes. Na verdade, o Escritor nao ia as reunioes do Circulo ha mais de tres meses quando foi preso, mas participava realmente de uma organizacao radical liderada por Nikolai Spechniev, um radical que se tornaria o prototipo para Nikolai Stavroguin, protagonista de Os Possesos, livro tambem conhecido por Os Demonios. Essa organizacao, porem, nao foi descoberta pelas autoridades e sua existencia so veio a publico em 1922.

Em 23 de Abril de 1849, ele e os outros membros do Circulo Petrashevski foram presos. Dostoievski passou entao oito meses na Fortaleza de Pedro e Paulo ate que faltando um dia para completar oito meses de prisao, em 22 de Dezembro, a sentenca de morte por fuzilamento foi decidida e anunciada. No dia seguinte em 23 de Dezembro, os membros foram levados ao local da execucao, e tres membros do grupo , inclusive o proprio Petrashevski, foram amarrados aos postes em frente ao pelotao. Dostoievski era um dos proximos, e se lembrou, posteriormente, de ter dividido seu tempo para se despedir dos amigos e reflectir sobre sua vida. Quando disse a Nikolai Spechniev, que se encontrava atras dele, "Nos estaremos com Cristo", o revolucionario respondeu "Um pouco de poeira". Antes da hora para o fuzilamento, chegou uma nova ordem do Czar Nicolau I para que a pena fosse comutada para prisao com trabalhos forcados e exilio. Depois os membros vieram a saber que a mesma ordem havia sido assinada ha dias, mas que apesar de tudo o Czar exigira a falsa execucao como uma punicao a mais. O Escritor recebeu os grilhoes e partiu para o exilio dois dias depois, na noite de Natal. Todos estes factos foram contados pelo Escritor em uma carta ao seu irmao Mikhail Dostoievski, na qual ele faz varias referencias a obra Os Ultimo Dias de um Condenado a Morte, de Victor Hugo.

O Principe Myshkin, de O Idiota, oferece uma descricao novamente sobre essa mesma experiencia. Apos a simulacao da execucao, Fiodor passou a apreciar o proprio processo da vida como um dom incomparavel e, ao contrario do determinismo e do pensamento materialista, o valor da liberdade, integridade e responsabilidade individual.

Anos mais tarde, Dostoievski descreveu seu sofrimento mais uma vez para o seu irmao, dizendo-se e considerando-se "silenciado em um caixao" e que o local onde se encontrava "deveria ter sido demolido anos atras".

"No Verao, confinamento intoloravel, no Inverno frio Insuportavel. Todos os pisos estavam podres. A sujeira no chao tinha uma polegada de espessura; alguem poderia tropecar e cair... Eramos empilhados como aneis de um barril... Nem sequer havia lugar para caminhar... Era impossivel nao se comportar como suinos, desde o amanhecer ate o por-do-sol. Pulgas, piolhos, besouros a celemim". - Dostoievski sobre seu local de prisao.

Uma das maiores surpresas do Escritor foi descobrir que na prisao existiam as mesmas diferencas sociais que existiam do lado de fora. Dostoievski conta como a classe dos camponeses gozava e zombava da classe dos intelectuais, por sua falta de destreza fisica nos trabalhos. Quando Dostoievski tentou participar de um protesto por causa da ma qualidade da comida que lhes era dada, os prisioneiros nao aceitaram, dizendo que ele comprava a sua propria comida. Quando lhes explicou que o fazia por camaradagem, eles ficaram atonitos e perplexos e perguntaram como e que um senhor poderia ser camarada de um simples campones. Essas experiencias sao contadas e recordadas em seu livro Recordacoes da Casa dos Mortos.

Tambem foi durante a sua passagem pela prisao que Dostoievski sofreu seu primeiro ataque de epilepsia, doenca que o passaria a acompanhar pelo resto da sua vida, e que tambem atinge varios de seus personagens, como o Princepe Michkin (Idiota), Kirillov (Os Possessos) e Smerdiakov (Os Irmaos Karamazov). Embora alguns biografos insistam que a primeira crise de Dostoievski aconteceu mesmo antes da ida para o exilio e antes de estar na prisao. Os estudos medicos nunca chegaram a um acordo sobre a mesma doenca do escritor. Freud afirmou que a doenca era histerica, e nao epilepsia.

Nao so pelas Cartas mas tambem pelos testemunhos deixados por seus contemporaneos, podemos perceber que Dostoievski jamais abandonou a Religiao Ortodoxa, no seio da qual fora criado, ao contrario da lenda que se formou posteriormente.

Foi finalmente libertado em 1854 mas novamente condenado a quatro anos de servico no Setimo Batalhao, na fortaleza de Semipalatinsk, no Cazaquistao, alem de soldado por tempo indefinido. Apaixonou-se entao por Maria Dmitrievna Issaieva, mulher casada com um conhecido seu. Com a morte do marido e ja no proximo ano, em Fevereiro de 1857, casaram-se. Na noite de nupcias acontece o inesperado e certamente o mais indesejado para o momento, Dostoievski sofreu uma violenta crise de epilepsia.

Maria Dmitrievna Issaieva ja tinha um filho de oito anos do seu primeiro casamento, Pavel Issaiev, frequentemente referido pelo apelido de Pacha na biografia do escritor. Ela sofria de tuberculose, fica aceita como modelo para Katerina Marmeladova de Crime e Castigo.

Depois de dez anos voltou a Russia. Na Siberia chamou a experiencia de uma "regeneracao" das suas conviccoes, rejeitou a atitude condescendente de intelectuais, que pretendiam impor seus ideais politicos sobre a sociedade em que viviam, e chegou a acreditar na bondade fundamental da dignidade e do povo comum. Descreveu esta sua mudanca no esboco que aparece em O Diario de um Escritor, O Mujique Marei: "Sou filho da descrenca e da duvida, ate ao presente e mesmo ate a sepultura. Que terrivel sofrimento me causou, e me causa ainda, a sede de crer, tanto mais forte na minha alma quanto maior e o numero de argumentos contrarios que em mim existe! Nada ha de mais belo, de mais profundo, de mais perfeito do que Cristo. Nao so nao ha nada, mas nem sequer pode haver."

Foi por esse tempo que comecou a escrever Memorias da Casa dos Mortos, baseado mais uma vez durante o seu exilio, prisao e experiencias como prisioneiro. Como porem os ex-forcados eram e estavam proibidos de escrever memorias e relatos, Dostoievski disfarcou a obra como ficcao, como ele o sabia fazer como ninguem, dizendo-a obra de um outro homem preso por assassinar a sua esposa em uma crise de ciumes. Esse facto gerou um equivoco, e por anos muitas pessoas acreditaram que esse havia sido de facto o crime do escritor. A obra foi um grande sucesso em toda a Russia, e restabeleceu finalmente a reputacao literaria de Dostoievski que tinha ficado apagada apos o seu primeiro romance Gente Pobre em 1846 entretanto estava-se ja 1862 haviam-se passado 16 anos. Apesar do exilio e prisao mais de uma decada e meia fora o tempo que Dostoievski levara a conseguir atingir o exito com uma obra literaria, novamente.

Voltando ainda um pouco ao passado e ao tempo de exilio e prisao em 1859, apos meses de arduo esforco, conseguiu finalmente ser solto sob a condicao de passar a residir em qualquer lugar, excepto em Sao Petersburgo ou Moscovo, e assim, mudou-se para Tver. Ele conseguiu depois publicar O Sonho do Tio (tambem chamado de o Sonho de Titio ou O Sonho do Pricipe) ainda em 1859 e tambem no mesmo ano Aldeia de Stiepantchikov e seus Habitantes (ou A Vila de Stiepantchikov e seus Habitantes). Porem infelizmente e mais uma vez tal como apos Gente Pobre os seus romances seguintes apos Memorias da Casa dos Mortos voltam a nao obter novamente o sucesso que era desejado pela critica como desejava Dostoievski. Em Dezembro do mesmo ano, foi finalmente autorizado a regressar a Sao Petersburgo, onde fundou em conjunto com seu irmao a revista Vremya ("O Tempo"), na qual publicou o romance em folhetim Humilhados e Ofendidos ja em 1861, que teve novamente um grande sucesso e a carreira do Escritor parecia querer despertar de novo agora pela terceira vez. Sua obra Memorias da Casa dos Mortos foi novamente um enorme sucesso tambem quando entao publicada em capitulos no jornal O Mundo Russo.

Entre o ano 1862 e o ano 1863 Doistoievski fez varias viagens pela Europa, estando nas mais belas e importantes cidades, incluindo Berlim, Paris, Londres, Genebra, Torino, Florenca e Viena. Durante essas mesmas viagens teve um relacionamento amoroso fugaz Paulina Suslova, uma estudante de ideias progressistas. Perdeu muito dinheiro no jogo e retornou a Russia no final de Outubro de 1863 nas piores condicoes, isto e, sozinho e sem recurso de sobrevivencia. Durante esse tempo o seu jornal havia-se tornado proibido, porque publicara um artigo sobre a Revolucao Polaca de 1863. Ora a publicacao de um artigo desse tipo num pais com um regime de censura tao forte era logo apontado como um mau exemplo e como se tal era visto como algo que tinha de ser abatido, a leitura do mesmo artigo era um incentivo para que o povo descontente fizesse uma revolucao semelhante ou que pelo menos apoiasse um grupo revolucionario com coragem para fazer a mesma. Tal veio a acontecer mas somente em 1917.

Um ano mais tarde em 1864, conseguiu editar com seu irmao um jornal chamado Epokha ("Epoca"), no qual aproveitou para publicar, Memorias do Subsolo. Seu animo porem acabou apos a morte de sua  esposa, seguida pouco tempo depois pela de seu irmao. Alem disso, Mikhail deixara uma viuva, quatro filhos e uma divida de 25 mil rublos, tendo de sustenta-los. Dostoievski sustentava tambem o enteado Pavel Issaiev e o irmao Nikolai Dostoievski um arquitecto formado mas mais conhecido como sendo alcoolatra. Tentando dar continuidade ao jornal, acumulou muitas dividas. Para sanar os seus problemas financeiros e cuidar de sua saude, partiu mais uma vez para o estrangeiro, onde perdeu o restante do dinheiro que ganhara em casinos. Dostoievski e frequentemente descrito como sendo um viciado no jogo, mas com a particularidade e curiosidade de nunca ter jogado na Russia, apenas na passagem pela Alemanha e na Franca. Ali voltou-se a encontrar com Paulina Suslova e tentou reatar o relacionamento, mas foi rejeitado.

Ja em 1865 pos maos a obra e comecou a elaborar que seria publicada um ano mais tarde em 1866 e que viria a ser mais uma das suas brilhantes obras, Crime e Castigo, uma das suas obras capitais, que apareceu na revista O Mensageiro Russo, com grande sucesso. Parece que gracas a esta obra literaria Dostoievski voltou a renascer do esquecimento a sua carreira de Escritor e Romancista parecia despertar agora pela quarta vez. Porem quando seu editor determinou um curto prazo para que terminasse o livro, viu-se entao obrigado a contratar uma estenografa e a escolha recaiu sob uma Anna Grigorievna Snitkina, uma jovem na epoca com vinte e quatro anos, a quem dedicou, em apenas vinte e seis dias, o livro O Jogador. O relacionamento com Anna foi tornando cada vez mais forte e intimo e terminou como ja seria de esperar em casamento em 15 de Fevereiro de 1867. Teria ele entao quarenta e tres anos e ela vinte e seis ou vinte e sete.

Para fugir a pressao dos credores e certamente de suas ameacas resolveram viajar pela Europa, novamente Dostoievski viria a abandonar a Russia. O casal residiu em Dresden na Alemanha (onde Dostoievski viu o quadro Cristo Morto de Hans Holbein, o jovem, que viria a ter uma grande importancia na sua obra literaria O Idiota. Entretanto mudaram-se para Genebra na Suica, onde viria a nascer e morrer pouco tempo depois a sua primeira filha, Sonia, facto que viria a deixar o Escritor arrasado. Em pouco anos via morrer a falecida e antiga esposa, seguido do irmao e agora a filha recem nascida. Partiram novamente desta vez para Italia onde dividiram o tempo ai vivido a residir em Milao e em Florenca voltando depois para a Alemanha e novamente para Dresden, onde viria a nascer a segunda filha do casal, Liubov. Em 1868 escreveu O Idiota publicado um ano mais tarde em 1869 e, em 1871 terminou os Demonios, que viria a publicar no ano seguinte em 1872. A ideia inicial do O Idiota surgiu de uma noticia no jornal sobre uma jovem de quinze anos, Olga Umetskaya, que havia colocado fogo na casa da familia apos sofrer anos de maus tratos e espancamentos. A entao personagem do livro Nastassia Filipovna fora baseada nela. Ja os Demonios ou (Possessos) surgiu a ideia pelo assassinato veridico do jovem I. I. Ivanov, que desejava abandonar uma organizacao radical e acabou por ser mortos pelos seus colegas, comandados por Sergey Nechayev. Netchaiev era um reconhecido radical, ligado a Mikhail Bakunin, que depois o viria a rejeitar por horror aos seus metodos politicos escusos.

Anos antes, um romance russo ja havia sido escrito sobre os niilistas: Pais e Filhas, de Turgueniev. Enquanto a intelectualidade russa criticou duramente o livro, a revista de Dostoievski publicou como seria de esperar uma resenha favoravel, escrita por Nikolai Strakhov, amigo de Dostoievski e um importante critico literario, que dizia que o livro nao era nem a condenacao nem a apoteose do niilista, mas sim sua tragedia. Essa critica valeu o reconhecimento de Turgueniev, que veio a publicar outros textos na revista dos irmaos Dostoievski. Os dois escritores, porem, tiveram uma grande briga em Baden-Baden na Alemanha, centrada no romance Fumaca, de Turgueniev, muito critico a Russia e a sua suposta declaracao de se considerar agora um alemao. Dostoievski criticou o recente prefacio a Pais e Filhas, no qual Turgueniev se teria curvado aos niilistas, segundo o escritor. Dostoievski assumiu um grande risco com Os Demonios (Os Possessos), que foi visto pela critica como ofensivo as geracoes e panfletario. Segundo Joseph Frank, o momentos em que Os Demonios se tornou grande foi quando o Autor comecou a misturar o panfleto que escrevia com um poema que tinha planeado, A Vida de Um Grande Pecador, que na realidade nunca chegou a escrever mas do qual usou concepcoes em Os Demonios, O Adolescente e mais uma das suas obras primas Os Irmaos Karamazov.

A partir de 1873 publicou em jornal Diario de um Escritor, que foi escrevendo sozinho, compilando historias curtas, artigos politicos e criticas literarias, obtendo com isso grande sucesso. Dois anos mais tarde ja em 1875, publicou O Adolescente, na prestigiada revista Os Anais da Patria. O romance e entao focado num tema que sempre tinha preocupado o escritor: as familias acidentais. Essas publicacoes seriam interrompidas em 1878 para dar inicio a elaboracao do seu ultimo romance, Os Irmaos Karamazov, que foi publicado em grande parte no jornal russo o Mensageiro.

Em 1880 participou da inauguracao do monumento a Aleksander Pushkin, em Moscovo, onde proferiu um discurso memoravel sobre o destino da Russia no mundo. Em 8 de Novembro desse mesmo ano, termina Os Irmaos Karamazov, seu ultimo livro no genero de romances, em Sao Petersburgo e que viria a ser publicado um ano mais tarde. Morreu nesta mesma cidade, em 9 de Fevereiro de 1881, de uma hemorragia pulmonar associada com enfisema e ataque epileptico. Foi enterrado no Cemiterio Tijvin, dentro do monasterio Alexander Nevsky  em Sao Petersburgo. Estima-se que o funeral fora assistido por cerca de sessenta mil pessoas. Em sua lapide podem-se ler os seguintes versos de Sao Joao, que tambem serviu como subtitulo do seu ultimo romance, Os Irmaos Karamazov, tinha entao 59 anos.

"Na verdade, na verdade vos digo que, se o grao de trigo, caindo na terra, nao morrer, fica ele so; mas se morrer, da muito fruto." - Evangelho segundo Joao, 12:24.

Dostoievski necessitava de dinheiro e sempre fora apressado em terminar suas obras, por isso dizia nao conseguir realizar  o seu pleno poder literario. Mais tarde, por saber o que as seguintes palavras significavam, disse: "A pobreza e a miseria formam o artista." Embora a frase pareca abrangente e generalizada, Fiodor costumou desviar-se do estilo de escritores que descreviam o circulo da familia moldados na tradicao e nas "belas formas", e engendrou no caos familiar os que humilhavam e insultavam. Essencialmente um Escritor de mitos (e as vezes comparado por isso a Herman Melville), criou um trabalho com uma enorme vitalidade e de um poder quase hipnotico, caracterizado por cenas febris e dramaticas onde os personagens apresentam comportamentos escandalosos, e igualmente verdadeiros climas e cenarios com atmosferas explosivas, envolvidas em dialogos socraticos apaixonados, a busca de Deus, do mal e do sofrimento dos inocentes.

Tipicamente os romances de Dostoievski ocorrem num espaco de tempo curto (por vezes ate de apenas alguns dias), o que permite ao Autor fugir de uma das caracteristicas dominantes da prosa realista: a degradacao fisica que ocorre ao longo do tempo. Seus personagens encaram valores espirituais que sao, por definicao, atemporais. Outros temas recorrentes em sua obra sao suicidio, orgulho ferido, a destruicao dos valores familiares, o renascimento espiritual atraves do sofrimento, a rejeicao do Ocidente e da afirmacao da ortodoxia russa e o czarismo. Estudiosos como Mikhail Bakhtin tem caracterizado o trabalho e obra de Dostoievski como diferente do trabalho e obra dos outros romancistas; ele parece nao aspirar por uma visao unica e vai alem da descricao sob diferentes angulos caracterizando-o como romance polifonico. Dostoievski engenhou romances cheios de forca dramatica em que os personagens e os opostos pontos de vista sao realizados livremente, em violenta dinamica.

O espaco e o tempo em Dostoievski sao analisados as vezes como "discretos, onde o inesperado nao apenas e possivel como tambem sempre se realiza atraves da minimizacao do tempo de passagem, onde os factos aparecem de forma de repente, o instante ganha o tempo e logo depois relaxa, desaparecendo nas cenas. Certos autores compararam o tempo e o espaco em que Dostoievski com cenas cinematograficas: o uso constante da palavra russa vdrug (de repente), que aparece 560 vezes na edicao russa de Crime e Castigo, tem a proposta de levar ao leitor a intencao de tensao, de desigualdade e do nervosismo, elementos esses caracteristicos da estrutura do romance e obra dostoievskiana. Alem da ja referida palavra russa vdrug em Crime e Castigo, a literatura de Dostoievski utiliza igualmente muito os numeros, as vezes usando-os com extrema precisao: a dois passos..., duas ruas a direita, como igualmente tambem usa numeros elevados e redondos como (100, 1000, 10000). Acredita-se que esses elementos sao "mitopoeticos": Crime e Castigo possui sete partes (6 partes e o epilogo), sendo que, na composicao do romance, o mesmo e dividido em 7 capitulos (cada parte), e a "hora fatidica" e indicado como depois das 7. Na literatura dostoievskiana, o processo de evolucao da humanidade se da pela repeticao de dificuldades e ocasioes, e tambem pelo uso da memoria e lembranca, por mais infernal que tudo isso possa parecer ao personagem.

Fiodor publicou inumeros contos: O Mujique Marei, O Sonho de um Homem Ridiculo, Bobock entre outros contos, alem de novelas: O Senhor Prokhartchin, A Docil, O Homem Debaixo da Cama, Uma Historia Suja, O Pequeno Heroi, Uma Criatura Gentil, Coracao Fraco e Noites Brancas. Criou duas revistas literarias: Tempo (vremia) e Epoca, colaborando ainda nos principais orgaos da imprensa russa da sua epoca.

E provavel que o Escritor tenha sido influenciado por tradicoes folcloricas. Alguns acreditavam que as aguas de rios, mares e lagos representavam a fronteira entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Geograficamente, alem do rio Nieva, na Russia, coexistem outros meios aquaticos, e por conta disso a cidade de Sao Petersburgo tornou-se fantastica mas ao mesmo tempo diabolica, o que influenciou bastante a cultura popular e a propria Literatura Russa, influenciando tambem Fiodor Dostoievski. Outro motivo para o surgimento do chamado "mito de Sao Petersburgo" foi a morte, duranre a construcao da mesma cidade, de centenas de milhares de pessoas que ficaram enterradas em suas findacoes, pela impossibilidade de se retirar tantos corpos. O mito de Sao Petersburgo ainda haveria de ser desenvolvido, na literatura, por Alexander Pushkin, em O Cavaleiro de Bronze, e por Gogol, em Avenida Nievski. Posteriormente a Dostoievski, o mesmo mito foi novamente trabalhado por outros escritores tais como Andrei Bieli, Alexander Blok, Anna Akhmatova e Joseph Brodski. Por conta da influencia que arrecadou dessa cultura - onde o homem esta entre a vida e a morte -, as personagens das obras literarias de Dostoievski estao constantemente expostas a ocasioes complexas, nos limites da razao e da logica, e os limites do que o ser humano e capaz de realizar diante de problemas universais; contudo, em geral, as personagens do Escritor podem ser classificadas em diferentes catogorias ou ate estatutos sociais: cristaos humildes e modestos (Principe Mishkin, Sonia Marmeladova, Aliosha Karamazov), autodestruitivos e niilistas (Svidrigailov, Smerdiakov, Stavroguin, Maslaboiev), cinicos e libertinos (Fiodor Karamazov, Prince Valkorskii), intelectuais rebeldes (Rodion Romanovitch, Raskolnikov, Ivan Karamazov), enquanto regido por ideias e nao imperacoes sociais ou biologicas.

Segundo o Escritor Mario Pontes, as novas traducoes em lingua portuguesa - lancadas no Brasil - das obras de Dostoievski, como O Idiota demostram um estilo "menos castico" argumentando que "[...] toda a obra [original] de Doistoievski foi escrita circunstancias adversas: luto, doencas, dividas, incontrolavel atraccao pelo jogo, censura e vigilancia policial, dai porque a pressa transparece nos seus romances, onde uma descricao pode ser interrompida de repente por um nervoso, etc. Segundo tambem o mesmo Mario Pontes, os romances de Dostoievski apresentam incoerencias, repeticoes e saltos derivados desses problemas pessoais do escritor. Embora o critico avalie as traducoes mais antigas como trabalhos feitos em cima de edicoes francesas que possivelmente poderiam trazer erros, e que as novas edicoes brasileiras apresentam um estilo dostoievskiano "muito menos castico do que os anteriores" , ele diz que todavia, "[estao] muitos mais proximo(s) do original"e finaliza dizendo que "[...] todos esses acidentes e defeitos, que as novas traducoes se empanham em preservar, nao basta para afectar o interesse que desperta no leitor a profundidade do mergulho de Dostoievski na alma humana".

O russo Alexey Remizov, durante seu exilio em Paris, ja em 1927, portanto quase 100 anos apos o nascimento de Dostoievski (1821) e ja 46 anos apos a sua morte (1881), certa vez escreveu: "A Russia e Dostoievski. Russia nao existe sem Dostoievski." A maioria dos criticos concorda que Dostoievski, Dante Alighieri, William Shakesperare, Miguel de Cervantes, Johann Wolfgang Van Goethe, Luis de Camoes, Victor Hugo e outros pouco escolhidos tiveram tambem por sua vez e a seu tempo tiveram uma influencia decisiva na literatura do Seculo XX, em varios aspectos, sentidos e generos, especialmente no existencialismo e no expressionismo.

A influencia de Dostoievski e imensa, de Hermann Hesse a Marcel Prost, William Faulkner, Albert Camus, Frank Kafta, Yukio Mishima, Robert Arlt, Ernesto Sabato e Gabriel Garcia Marquez, para citar alguns autores. Pode-se ver que Doistoievski viria a influenciar grandes escritores que tal como ele viriam a ser chamados de os "Gigantes" da Literatura e incluisivamente alguns ate vieram a ganhar o premio mais valioso e apetecido para um Escritor ou seja, o Premio Nobel da Literatura, premio esse que na altura de Dostoievski estava ainda longe de existir mas e credivel que o teria vencido certamente se o mesmo existisse na sua altura e tempo. Na verdade, nenhum dos grandes escritores do Seculo XX foram ou ficaram alheios ao seu trabalho e obra (salvo alguns raros casos a parte que foram mesmo expeccoes, tais como o seu compatriota Vladimir Nabokov quase um conterraneo de Dostoievski pois era natural de Sao Petersburgo cidade onde Dostoievski viveu e escreveu algumas das suas grandes obras, tambem no norte-americano Henry James ou no ingles sempre controverso David Herbert Lawrence mais conhecido por D. H. Lawrewnce). O Romancista norte-americano Ernest Hemingway Autor do conhecido romance Por Quem os Sinos Dobram e tambem Adeus as Armas certamente os seus romances tiveram influencias de ter sido correspondente de guerra mas o mesmo tambem citou Dostoievski em uma das suas ultimas entrevistas admitindo e reconhecendo que o Escritor russo era uma das suas principais influencias.

Nietzsche o Filosofo, critico cultural e Poeta alemao referiu-se a Dostoievski como sendo "o unico psicologo com que tenho algo a aprender: ele pertence as inesperadas felicidades da minha vida, ate mesmo a descoberta Stendhal." Certa vez disse, referindo a Nota do Subsolo: "chorei verdade a partir do sangue". Nietzsche refere-se constantemente a Dostoievski em suas obras e rascunhos no internato entre 1886 e 1887, alem de escrever diversos resumos das obras de Dostoievski. "Um grande catalizador: Nietzsche e o neo-idealismo russo", disse certa vez Mihajlo Mihajlov.

Com a Publicacao de Crime e Castigo em 1866, Fiodor se tornou um dos mais proeminentes autores da Russia no Seculo XIX, apontado e tido como um dos precursores do movimento filisofico conhecido como existencialismo. Em particular Memorias do Subsolo, que fora publicado pela primeira vez em 1864, tem sido descrito como o trabalho fundador do existencialismo. Para Dostoievski a guerra e a revolta do povo contra a ideia de que a razao orienta tudo.

Como nao poderia deixar de ser e ate ja vem sendo habitual em algumas cronicas tenho por habito colocar videos relacionados com o tema das mesmas. Deixo-vos ficar um video que e na realidade um filme completo da obra que e tida como o Magnum Opus das obras de Fiodor Dostoievski, Crime e Castigo onde o estilo [prpio e bem Dostoievskiano  que acompanhou o Escritor e Romancista durante toda a sua carreira literaria esta bem patente.


Obras publicadas:

Romances:

. 1846 - Gente Pobre.
. 1846 - O Duplo: Poema de Petersburgo.
. 1849 - Nietochka Nezvanova.
. 1859 - O Sonho do Tio, ou O sonho do Titio, ou O Sonho do Principe.
. 1859 - Aldeia de Stiepantchikov e seus Habitantes ou A Vila de Stiepantchikov e seus Habitantes.
. 1861 - Humilhados e Ofendidos.
. 1862 - Recordacoes da Casa dos Mortos ou Memorias da Casa Morta.
. 1864 - Memorias do Subsolo, Notas do Subterraneo,  A Voz do Subsolo,  Cadernos do Subsolo.
. 1866 - Crime e Castigo.
. 1867 - O Jogador.
. 1869 - O Idiota.
. 1870 - O Eterno Marido.
. 1872 - Os Demonios, ou Os Possessos.
. 1875 - O Adolescente.
. 1881 - Os Irmaos Karamazov.

Novelas e Contos:

. 1846 - Senhor Prokhartchin.
. 1847 - Romance em Nove Cartas.
. 1847 - A Senhoria ou A Dona da Casa.
. 1848 - Polzunkov.
. 1848 - Coracao Fraco.
. 1848 - O Ladrao Honesto.
. 1848 - Uma Arvore de Natal e Uma Boda.
. 1848 - O homem debaixo da cama ou A Mulher Alheia e o Homem Debaixo da Cama.
. 1848 - Noites Brancas.
. 1849 - O Pequeno Heroi.
. 1862 - Uma Historia Suja ou Uma Historia Lamentavel.
. 1865 - O Crocodilo.
. 1873 - Bobok.
. 1876 - Uma Criatura Gentil, tambem A Docil, A Meiga, Ela era doce e humilde e Ela.
. 1876 - O Mujique Marei.
. 1877 - O Sonho de um Homem Ridiculo.

Nao Ficcao:

. 1863 - Notas de Inverno Sobre Impressoes de Verao.
. 1873 - O Diario de um Escritor.

Cartas:

Dostoievski a semelhanca de outros escritores ate bem conhecidos dos leitores portugueses ou apreciadores da literatura portuguesa tal como Eca de Queiros escreveu varias cartas que foram mais tarde reunidas e publicadas em formato de livro. As cartas de Dostoievski foram tambem publicadas postuamente em antologias diversas.

Obras citadas:

. Um estudo de Vladimir Toporov (Doutorando Edelcio Rodiney Americo - USP), A Estrutura do Romance em Relacao com Esquemas Arcaicos de Pensamento Mitologico.

A falta de criterios mais definidos para a transliteracao do alfabeto cirilico para o latino no idioma portugues faz com que possam existir diversas variantes de grafia  do nome possam ser utilizadas simultaneamente ; alem de Fiodor Dostoievski , pode-se encontrar comumenta a versao anglicizada Fyodor Dostoievsky, e hibridos como Dostoiévsky.

Dados pessoais de Fiodor Dostoievski:

Nome: Fiodor Mikhailovich Dostoievski.
Nascimento: Moscovo, 11 de Novembro de 1821.
Morte: Sao Petersburgo, 9 de Fevereiro de 1881 (59 anos).
Nacionalidade: Russa.
Ocupacao: Escritor e Romancista.
Influencias: Victor Hugo, Charles Dickens, Nikolai Gogol, Miguel de Cervantes, Honore de Balzac, E. T. A Hoffmann, Johann Wolfgang Von Gothe, Friedrich Schiller, Edgar Allan Poe, os primeiros trabalhos de Vladimir Soloviov, William Shakespeare, Alexander Pushkin e Leo Tolstoi.
Influenciados: Marcel Proust, Clarice Lispector, Franz Kafta, Albert Camus, Friedrich Nietzsche, Jean-Paul Sarte, Yukio Mishima, Sigmund Freud, Ernest Hemingway, James Joyce, Virginia Woolf, Anna Akhmatova, Thomas Mann e Alexander Solzhenitsyn.

Como se pode ver Dostoievski tambem ele recebeu influencias de alguns grandes escritores ate mesmo de outros grandes escritores compatriotas seus como Gogol, Pushkin ou de outros nomes como Dickens e Cervantes entre outros. Dostoievski porem nao deixou de ser influencia para muitos outros escritores como Proust e Mann e o seu compatriota Alexander Solzhenitsyn como ate para o Psicanalista sigmund Freud e tambem influencia para algumas escritoras caso da ucraniana de nacionalidade brasileira Clarice Lispector, a inglesa Virgina Woolf ou a sua compatriota Anna Akhnatova.

A criacao da etiqueta Gigantes da Literatura servira para juntar todos os Escritores e Escritoras dos quais eu possa vir a fazer a sua biografia mais tarde.

A decisao de colocar Dostoievski na etiqueta de Idolos foi pensada depois de analisar e ver a influencia que o mesmo teve noutros escritores e ate nao so na propria literatura mas na cultura russa. Varias sao as suas obras literarias que passaram para o cinema e depois de ler as palavras de Remizov  em que afirmava que a Russia era Dostoievski, a Russia nao existia sem Dostoievski. Por fim tem tambem o caso de ler o Escritor predilecto ainda hoje de muitos amantes da literatura e de facto Idolos sao por vezes aquelas que numa area ou outra tem a nossa preferencia de eleicao, tenho a dizer que a mesma honra pode nao ser dado a um outro Escritor ou Escritora que venha a falar mais tarde.

Podemos ver que Dostoievski acabou por nao ser um Escritor diverso entre outros generos nao tenho conhecimento que tenha escrito ou pelo menos publicado poesia e que as mesmas obras tenham sido traduzidas para portugues mas sem duvida o Escritor foi talvez dos melhores a descrever a personalidade das suas personagens pelo menos no sentido psicologico como e falado em varios trabalhos acerca do mesmo.

Dostoievski escreveu sobretudo romances entre 1846 e 1881 publicou 15 romances iniciado com Gente Pobre e terminado com Os Irmaos Karamazov este talvez ate tenha sido publicado apos a sua morte. Entre 1846 e 1877 escreveu 16 contos e novelas iniciando com Senhor Prokhartchin e finalizando este genero com O Sonho de um Homem ridiculo. Dostoievski escreveu ainda 2 livros de nao ficcao em 1863 Notas de um Inverno Sobre Impressoes de Verao e o conhecido Diario de um Escritor em 1873, escreveu ainda algumas cartas que vieram a ser editadas posteriormente em antologias. Ao todo entre 1846 e 1881 Dostoievski esteve 35 anos ou aproximadamente no activo como Escritor tendo publicado 33 livros isto sem contar com as referidas cartas o que da quase uma media de 1 livro por ano exactamente 0.94 livros por ano. No entanto pude observar que teve algumas paragens pelo meio nos romances esteve primeiro parado de 1849 a 1859 e depois de 1875 a 1881 isto tambem com outras paragens mais curtas pelo meio. Nos contos e novelas as suas paragens tambem nao deixaram de estar presentes primeiro entre 1849 e 1862 ainda outra entre 1865 e 1873, porem de lembrar que durante a sua temporada na cadeia pelo menos nao deve ter escrito nada e apos isso depois de sair da prisao ainda foi condenado a quatro anos de servicos no Setimo Batalhao na fortaleza de Semipalatinsk, no Cazaquistao. Durante o seu tempo na prisao e improvavel que tenha escrito e apos a saida mesma deu-se a partida para o Cazaquistao onde ate pode ter escrito mas nao publicado a sua detencao deu-se a 23 de Abril de 1849 onde esteve detido ate julgamento e apos isso esteve preso ate 1854 com os restantes 4 anos so a partir de 1858 Dostoievski teria talvez condicoes de publicar o que escrevia. Esta penso que tenha sido a principal razao para tao longo tempo sem publicar fosse o que fosse depois de 1849 so 10 anos mais tarde em 1859 o Escritor voltava a escrever algo, talvez alem da principal razao a detencao, prisao e condenacao a partir para o Cazaquistao tenham sido no fundo nao apenas a principal mas unica razao para tao longo tempo sem publicar nada, foram praticamente 10 anos. Foi por sorte tambem que voltou a poder escrever e publicar ja que a sentenca inicial seria a pena de morte por fuzilamento, teria-se entao perdido um dos maiores nomes e genios da literatura de todos os tempos.

Caro(a) Leitor(a) ao terminar resta-me desejar que a cronica tenha sido do seu agrado e as obras do mesmo Escritor eleito para o tema desta cronica sejam do seu conhecimento. A mim resta-me esperar a oportunidade de ler alguns livros de Dostoievski talvez o faca quando for a Portugal e ai depois de ler terei o prazer de fazer uma cronica de critica e analise as suas obras ou a algum livro em particular. Ate a proxima.

                                                                                                         Manuel Goncalves

 











2 comentários:

  1. Mais vale tarde do que nunca :) É muito louvável a tua persistência em investigares este autor, um dos meus preferidos, mostra muito bem os conflitos psicológicos do ser humano. Vale a pena lê-lo. Abraço forte

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    1. Como confessei logo desde o inicio nunca li nada de Dostoievski mas o mesmo nao me e completamente desconhecido e nem a sua obra. Ja li alguns artigos sobre o mesmo e penso que em termos de aprofundar a mente e psicologia das personagens e dos escritores mais completos, quanto ao resto aquilo que chamas de persistencia eu chamo de vontade e querer e tambem grande coragem de escrever sobre um escritor de quem nunca se leu um livro mas fi-lo sobretudo por saber o genero do mesmo sempre temas de loucura, crime, mortes, etc.

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