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domingo, 12 de abril de 2015

Manoel de Oliveira (1908-2015), Um Realizador Quase Imortal

 

Quando alguem vive mais de 100 e continua no activo a trabalhar e a produzir bons ou maus filmes (isso depende da opniao de cada um, sendo um tema mesmo de opniao publica) a partida nao deixa de ser um caso insolito e raro mas com Manoel de Oliveira foi uma realidade.

Manoel de Oliveira e um daqueles mestres do cinema e das personalidades publicas em Portugal que merecem um dia um lugar na Igreja do Panteao Nacional por tudo o que fez nao so pelo Cinema Portugues mas tambem e bastante pela cultura portuguesa. Espero que o Estado portugues nao se esqueca desse facto e em vez de apoiar os de fora faca uma justa e digna homenagem a quem tudo fez, tudo deu pelo o que era portugues. O Realizador viveu toda a mudanca do cinema desde o Cinema Mudo para o Cinema Sonorizado e do Cinema a Preto e Branco para o Cinema a Cores mas creio que foi um genio da setima arte que nunca deixou-se perder pelas modernices sabendo sempre acompanhar as mudancas do cinema. A sua morte e de facto uma grande perda nao so para o cinema, para a cultura mas de facto tambem para Portugal.

Lembro-me de ter ouvido alguem dizer uma grande verdade algo do genero que cada dia de convivio com Manoel de Oliveira era uma vitoria e julgo que era de facto os jovens realizadores, actores e directores viam-no como um genio, um idolo um verdadeiro mestre. No dia da sua morte alguem tambem afirmou que chegara o dia que todos um dia sabiam que tinha de chegar mesmo quando se e centenario e se continua a trabalhar e a dar cartas.


Manoel Candido Pinto de Oliveira (Porto, 11 de Dezembro de 1908 - Porto, 2 de Abril de 2015) foi um Cineasta portugues, Realizador e Actor e era a data da sua morte, o mais velho Realizador do mundo em actividade. Foi autor de trinta e duas longas-metragens.

Mais conhecido no mundo do cinema e pelo publico como simplesmente por Manoel de Oliveira e nao como muitos consideram de modo errado "Manuel de Oliveira", nasceu na Freguesia de Cedofeita na cidade do Porto (o mesmo Porto, a mesma cidade que ele tanto parecia amar e tantas vezes mostrara essa paixao nas telas do cinema como que em forma de homenagem) no seio de uma familia da alta burguesia nortenha, com origens na pequena fidalguia. Era filho de Francisco Jose de Oliveira (Mosteiro, Vieira do Minho, 1865 - ?) Industrial e primeiro Fabricante de lampadas em Portugal e de sua mulher Candida Ferreira Pinto (Santo Ildelfonso, Porto, 13 de Abril de 1875 - Porto, 2 de Julho de 1947). Os seus pais casaram-se na Freguesia do Lordelo do Ouro, na cidade do Porto.

Ainda jovem foi para A Guarda, na comunidade autonoma espanhola da Galizia, onde frequentou um colegio de jesuitas. Manoel de Oliveira era o propria a admitir que sempre fora um mau aluno. Dedicou-se ao atletismo, tendo sido Campeao Nacional de Salto a Vara e Atleta do Sport Club do Porto, um clube de elite. Ainda antes dos filmes e do cinema veio a paixao pelo automobilismo e pelas corridas de carros em conjunto dedicou-se a vida boemia. Era uma presenca habitual nas tertulias no Cafe Diana, na Povoa de Varzim, com os amigos Jose Regio, Luis Amaro de Oliveira, Joao Marques e com a amiga Augustina Bessa-Luis entre outros. A paixao pelo cinema veio de cedo e igualmente cedo se interessou pelo mesmo, o que o levaria a frequentar a escola do Cineasta italiano Rino Lupo, quando este estando em Portugal se radicou no Porto.


Manoel Candido Pinto de Oliveira o homem que todos conheciam por Manoel de Oliveira talvez ou certamente mesmo o centenario mais famoso de Portugal viria a morrer na madrugada, do dia 2 de Abril de 2015 (apesar da idade se tivesse sido um  dia antes muitos como eu iriam considerar a primeira a noticia como uma brincadeira de mau gosto do dia 1 de Abril, dia das mentiras) as 11:30, vitima de uma paragem cardiaca, de imediato o Governo declara dois dias de luto nacional. Manoel de Oliveira era considerado o Realizador de Cinema mais velho em actividade. Era tambem dos realizadores que estavam no activo, o unico que tinha assistido a passagem do cinema mudo ao sonoro e do preto e branco a cor. Manoel ja sofria de doenca cardiaca, mas na madrugada do dia 2 de Abril o coracao do centenario nao resistiu e sofreu uma paragem caridiaca. Como Manoel de Oliveira citou a uma entrevista ao Diario de Noticias: "Para mim e pior o sofrimento do que a morte. Pois a morte, e o fim da macacada". Felizmente o Realizador conseguiu concretizar o seu ultimo desejo que era "continuar a fazer filmes ate a morte". Cabe agora ao Parlamento e a propria familia de Manoel de Oliveira, decidir se o corpo vai ser transportado ou nao ate ao Panteao Nacional, local onde estao algumas das figuras mais emblematicas de Portugal. Manoel de Oliveira era tratado por muitas pessoas como "O Mestre" como uma forma de respeito, e por ter vivido muitos anos de cinema, pode-se tambem dizer que ao falar de Cinema Portugues ninguem entenderia mais da materia do que Manoel de Oliveira dai tambem a considerar-se um "Mestre" na materia.

Oliveira nao viveu o cinema na sua vida. Foi um homem normal e a parte do cinema, dos filmes e de outros projectos relacionados com a setima arte foi um homem que teve a sua vida pessoal, casou, teve filhos, netos e bisnetos, teve ao lado da sua carreira a formacao de uma familia ao longo da vida,

Manoel de Oliveira casou com  Maria Isabel Brandao de Meneses de Almeida Carvalhais (nascida em 1918), na cidade do Porto no dia 4 de Dezembro de 1940. Do casamento resultaram quatro filhos: Manuel Casimiro Brandao Carvalhais de Oliveira (Nascido em 1941), Jose Manuel Brandao Carvalhais de Oliveira (Nascido em 1944), Isabel Maria Brandao Carvalhais de Oliveira (Nascida em 1947), Adelaide Maria Brandao Carvalhais de Oliveira (Nascida em 1948). Manoel de Oliveira teve tambem varios netos e bisnetos. Um dos mesmos netos e conhecido Actor Ricardo Trepa (filho de Adelaide).

Manoel de Oliveira da os primeiros passos para iniciar a sua carreira no cinema aos vinte anos quando vai para a escola de actores fundada no Porto pelo italiano Rino Lupo, o cineasta ai radicado, um dos pioneiros do Cinema Portugues de ficcao. Berlim: Sinfonia de uma cidade, documentario, vanguardista de Walther Ruttmann, marcou-o talvez para o resto da vida influenciando-o imenso e profundamente. Oliveira tem entao a ideia de rodar uma curta-metragem sobre a faina no Rio Douro, o seu primeiro filme. Douro, Faina Fluvial (1931), estreado na epoca em Lisboa, suscita insolitamente a admiracao da critica estrangeira e o desagrado da nacional. Seria o primeiro documentario de muitos que aboradariam, de um ponto de vista etnografico, o tema da vida maritima da costa de Portugal, tal como Nazare, Praia dos Pescadores (1929) de Leitao de Barros (meio ficcao meio documentario), Almadraba Atuneira (1961) de Antonio Campos ou Avieiros (1976) de Ricardo Costa.

Mantendo um gosto especial pela representacao, vem a participar com a funcao de actor no segundo filme sonoro portugues, A cancao de Lisboa (1933) ao lado de estrelas famosas e principais actores deste filme Vasco Santana, Beatriz Costa e Antonio Silva o filme de Cottinelli Telmo conta ainda no seu elenco com Alfredo Silva, Ana Maria, Artur Rodrigues, Coralia Escobar, Eduardo Fernandes, Elvira Coutinho, Fernanda Campos, Francisco Costa, Henrique Alves, Ivone Silva, Jose Victor, Julia da Assuncao, Manuel Santos Carvalho, Maria Albertina, Maria da Luz Silvestre Alecrim, Sofia Santos, Teresa Gomes e Zizi Gosme alem do Proprio Manuel de Oliveira a quem se pode dizer que teve a sorte de ter uma estreia ao lado de gigantes do Cinema Nacional.


Manoel de Oliveira diria mais tarde nao se identificar com aquele estilo de cinema popular. Em 1942 nove anos apos a sua primeira representacao como Actor no cinema aventura-se na ficcao com a adaptacao ao cinema do conto Os Meninos Milionarios, do Escritor e Advogado Joao Rodrigues de Freitas e filma ainda igualmente no mesmo ano de 1942 a sua primera de trinta e duas longas-metragens Aniki-Bobo (1942), retrato de infancia no ambiente cru e pobre da Ribeira do Porto. O filme fica longe de ser um sucesso de bilheteiras sendo mesmo considerado um fracasso comercial mas, com o tempo, dara que falar. Oliveira decide, talvez por isso, inicialmente abandonar outros projectos cinematograficos, envolvendo-se nos negocios da familia. So voltara a cinema mais de uma decada depois exactamente catorze anos com o Pintor e a Cidade (1956), em que ja filma a cores. Estava de regresso quase uma decada e meia desde a sua primeira longa-metragem. A fim de adquirir os conhecimentos que ainda nao tinha necessarios para a realizacao da experiencia, faz uma curta formacao nos estudios da AGFA-Gevaert AG na Alemanha de Leste.

Somente passado sete anos em 1963 faz o Acto da Primaveira (segunda docuficcao portuguesa), filmando uma peca de teatro popular e iniciando uma nova fase do seu percurso cinematografico aos 54 anos de idade. Com este filme, praticamente ao mesmo tempo que Antonio Campos, envolve-se na pratica da Antropologia Visual no cinema. Essa pratica seria amplamente explorada por outros realizadores como Joao Cesar Monteiro, na ficcao, como Antonio Reis, Ricardo Costa e Pedro Costa, no documentario. O Acto da Primavera e A Caca sao obras marcantes na obra e carreira de Manoel de Oliveira. O seu segundo filme, uma curta-metragem de ficcao, e interrompido para conseguir fazer bem o primeiro, incursao no documentario, trabalhado com tecnicas de encenacao. Tal atrevimento vale-lhe a supressao de uma cena por parte da censura. Mais ainda tambem: por causa e culpa de alguns dialogos inconvenientes fica dez dias detido nos calaboucos da PIDE, onde acaba por travar conhecimento com o Escritor, Professor Universitario e Jornalista portugues Urbano Tavares Rodrigues.

A obra cinematografica de Manoel de Oliveira, ate entao interrompida por pausas e projectos gorados, so a partir de O Passado e o Presente (1971) prosseguira, sem quebras, pausas e sobressaltos, por uns trinta anos, ate para la do final do seculo. A teatralidade imanente de O Acto da Primavera (1963), contaminando esta sua segunda longa-metragem de ficcao, afirmar-se-ia como estilo pessal, como forma de expressao que Oliveira achou por bem explorar nos seus filmes seguintes, apoiado por reflexoes teoricas de amigos e tambem firmes conviccoes de conhecidos comentadores. A tratralogia dos amores frustrados seria por excelencia o "campus" de toda essa longa experimentacao. O palco seria o plateau, o espaco comico onde o filme falado, em <<indiziveis>> tiradas, se tornariam a alma do espectaculo: o puro cinema convertido ao teatro, sua referencia, sua origem, seu fundamento, tal como Oliveira o ve (via). Eram assim os ditos amores, ditos eram os seus motivos, e ditos ficaram os argumentos do invicto "Mestre" e de quem nisso viu toda a sua originalidade. Amores ditos e escritos, com muito de palavreado, com muito peso: sem nenhuma emocao mas sempre com muito sentimento.

Ja em 1982 Manoel de Oliveira faz um documentario auto-biografico onde deixa varias confissoes e memorias. O cenario e a casa onde viveu desde 1940. O filme so seria exibido depois da sua morte. Insiste em dizer que so faz filmes pelo gozo de os fazer indiferente as criticas mais negativas. Levou entretanto uma vida retirada, longe das luzes da ribalta.

Os seus actores preferidos, com quem manteve uma colaboracao regular, eram Luis Miguel Cintra, Leonor Silveira, Diogo Doria, Isabel Ruth, Miguel Guilherme e Gloria de Matos e, mais recentemente, o seu neto, Ricardo Trepa. Nao lhe eram de modo nenhum indiferentes actores estrangeiros como Catherine Deneuve, John Malkovich, Marcello Mastroianni, Michel Piccoli, Irene Papas, Chiara Mastroianni, Lima Duarte ou Marisa Paredes.

Em 2008 ao completar 100 anos de vida. Dotado de uma resistencia invejavel e de uma saude fisica e mental notaveis, era frequentemente enaltecido, nas referencias que lhe eram feitas, como <<o mais velho Realizador  do mundo em actividade>>.

Deixou tres projectos sem serem filmados: a longa-metragem a Igreja do  Diabo, que teria o Actor Lima Duarte e a Actriz Fernanda Montenegro no elenco do mesmo filme, A Ronda da Noite, baseado em Agustina Bessa-Luis e um outro projecto sobre o papel das mulheres nas vindimas, que seria sua proxima rodagem.


A obra de Manoel de Oliveira e marcada por duas tendencias opostas presentes em toda a sua filmografia. Em todos os filmes que o Realizador realizou antes de 1964, curtas e longas-metragens incluindo Aniki-Bobo (1942) e A Caca (1964) predomina um estilo cinematografico puro, sem dialogos ou monologos palavrosos. O Acto da Primavera (1963) e o primeiro filme de Oliveira em que o teatro filmado se torna uma opcao e um estilo. O Passado e o Presente (1972) ja passados nove anos sera o segundo. Contradizendo-se na pratica, e a proposito deste filme que ele se explica em teoria: enquanto arte cenica, o teatro e bem mais nobre e muitissimo mais antigo que o cinema e por isso que se deve submeter a palavra.

A esta dualidade de Manoel de Oliveira nao e estranha a sua educacao religiosa. E Catolico por crenca e conviccao, mas de Ortodoxo nada tem. A duvida quanto ao corpo da fe, quanto a certos principios da sua Igreja, assola-o com frequencia e isso tem reflexos profundos nas suas obras. Essa duvida e reproduzida no frequente filosofar de muitas das personagens dos seus filmes, em particular nos filmes mais falados, com incarnacao de figuras do Evangelho e do ideario cristao, com inumeras referencias biblicas.

Por muitos anos o teatro e filmado, salvo raras excecoes, sera na obra de Manoel de Oliveira opcao dominante, que se extrema com O Sapato de Cetim (1985). Na passagem da Decada de oitenta para noventa do seculo passado essa tendencia atenua-se. Monologos e dialogos sao cantados em Os Canibais (1988), o teatro converte-se em opera, a palavra deixa de ser crua para passar a ser cantada. Pouco depois, o teatro surge em doses equilibradas com o cinema em A Divina Comedia (1991). Gradualmente e a partir de entao o estilo cinematografico volta a predominar na cinematografia de Oliveira que passa a apresentar filmes mais leves e de menor duracao. E de admitir de tal se dever, por forcas das circunstancias, a necessidade de fazer filmes num formato que nao afaste o publico, talvez tambem pela nostalgia dos primeiros filmes que fez.

O seu nome consta da lista de colaboradores da revista de cinema Movimento (1933-1934) e tambem se encontra colaboracao artistica da sua autoria na Mocidade Portuguesa Feminina: boletim mensal (1939-1947).


Filmografia:

Longas-Metragens:

. Aniki-bobo. (1942).
. Acto da Primavera. (docuficcao) - (1963).
. O Passado e o Presente. - (1971).
. Benilde ou a Virgem Mae. - (1974).
. Amor de Perdicao. - (1979).
. Francisca. - (1981).
. Le Soulier de Satin. - (1985).
. O Meu Caso. - (1986).
. Os Canibais. - (1988).
. Non, ou a va Gloria de Mandar. - (1990).
. A Divina Comedia. - (1991).
. O Dia do Desespero. - (1992).
. Vale Abraao. - (1993).
. A Caixa. - (1994).
. O Convento. - (1995).
. Party. - (1996).
. Viagem ao Principio do Mundo. - (1997).
. Inquietude. - (1998).
. A Carta. - (1999).
. Palavra e Utopia. - (2000).
.  Porto da Minha Infancia. - (2001).
. Vou para Casa. - (2001).
. O Principio da Incerteza. - (2002).
. Um Filme Falado. - (2003).
. O Quinto Imperio - Ontem Como Hoje. - (2004).
. Espelho Magico. - (2005).
. Belle Toujours. - (2006).
. Cristovao Colombo. - O Enigma. - (2007).
. Singularidades de uma Rapariga Loira. - (2009).
. O Estranho Caso de Angelica. - (2010).
. A Igreja do Diabo. - (2012).
. O Gebo e a Sombra. - (2012).

Curtas e Medias Metragens:

. Douro, Faina Fluvial. - (1931).
. Estatuas de Lisboa. - (1932).
. Ja se Fabricam Automoveis em Portugal. - (1938).
. Miramar Praia das Rosas. - (1938).
. Famalicao. - (Filme) - (1941).
. O Pintor e a Cidade. - (1956).
. A Caca. - (1964).
. As Pinturas do meu irmao Julio. - (Documentario) - (1965).
. O Pao. - (Documentario) - (1966).
. Visita ou Memoria e Confissoes. - (1982).
. Lisboa Cultural. - (1983).
. Nice - A propos de Jean Vigo. - (1983).
. Simposio Internacional de Escultura em Pedra .- Porto - (1985).
. Manoel de Oliveira - Rencontre unique. - (2007).
. Paineis de Sao Vicente de Fora, Visao Poetica. - (2010).
. "Do Visivel ao Invisivel" em Mundo Invisivel. - (2011).
. O Velho do Restelo. - (2014).

Outros filmes:

. Os Ultimos Temporais: Cheias do Tejo. - (Documentario) - (1937).
. O Coracao. - (Documentario) - (1958).
. Villa Verdinho: Uma Aldeia Transmontana. - (Documentario) - (1964).
. Mon Cas. - (1987).
. A Proposito da Bandeira Nacional. - (1987).
. Momento. - (2002).
. Do Visivel ao Invisivel. - (2005).
. O Improvavel nao e Impossivel. - (2006).
. O Conquistador conquistado. - (2011). - Curta-metragem inspirada pela escolha de Guimaraes como Capital Europeia da Cultura. 

Outras actividades:

Como Actor:

. Fatima Milagrosa, de Rino Lupo. - (1928).
. A Cancao de Lisboa, de Cotinelli Telmo. - (1933).
. Conversa Acabada, de Joao Botelho. - (1980).
. Cinematon # 102, de Gerald Courant. - (1981).
. Lisbon Story, de Wim Wenders. - (1994).

Como Supervisor:

. A proposito da Inauguracao de Uma Estatua - Porto, 1100 Anos, de Artur Moura, Albino Baganha e Antonio Lopes Fernandes. - (1966).
. Sever do Vouga... Uma Experiencia, de Paulo Rocha. - (1970).


Pode-se facilmente concluir que Manoel de Oliveira fez de quase tudo no cinema desde Realizador, Actor, Director, Roteirista ou ate mesmo Supervisor mas facilmente se pode ver que o seu auge esteve nas Longas-Metragens as curtas e medias chegou a fazer logas pausas como  ente 1941 e 1956 ou entre 1966 e 1982 e a ultima longa ausencia nas curtas e medias metragens foi entre 1985 e 2007. Ja nas longas-metragens nao pausas ou ausencias tao sentidas so mesmo entre 1942 e 1963, a partir de 1990 e ate 2012 so em 2008 e 2011 o cineasta nao realizou uma Longa-Metragem, chegando em 2001 a apresentar duas. Manoel de Oliveira foi um Cineasta e Realizador que contra as criticas mais duras ao longo da vida foi recebendo varios Premios e Galardoes e a quem foram prestando varias homenagens.

Premios e Galardoes:

. Comendador da Ordem Militar de Sant'lago da Espada. - (9 de Junho de 1980).
. Gra-Cruz da Ordem Militar de Sant'lago da Espada. - (29 de Dezembro de 1988).
. E Professor honorario da Academia de Cinema Skopje.
. Premio Europa David Mourao-Ferreira 2006 (categoria Mito), entregue pelo Centro Studi Lusofoni - Catedra David Mourao-Ferreira da Universidade de Bari e do Camoes, Instituto da Coperaccao e da Lingua.
. Premio de Cultura Padre Manuel Antunes 2007, Palavra de Dom Manuel Clemente durante o acto de entrega do Premio a Manoel de Oliveira. - (2007).
. Recebeu em 2008 o Premio Mundial do Humanismo. - (2008).
. Em 2008 Manoel de Oliveira recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade do Algarve. - (2008).
. Gra-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique. - (13 de Dezembro de 2008).
. Em 2009, recebeu nos XIV Globos de Ouro, transmitidos pela SIC no dia 18 de Maio de 2009, um premio de prestigio e de homenagem pelo trabalho que realizou, tendo ja 100 anos de idade e sendo um dos realizadores mais velhos do mundo. - (2009).
. Em 2010, recebeu o Premio da Igreja Catolica <<pelo seu "falar de Deus">>. - (2010).
. Em 2011, recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade Tras-os-Montes e Alto Douro. - (2011).
. Em 2013, recebeu a Medalha de Conhecimento e Merito do Instituto Politecnico de Lisboa. - (2013).
. Lista de premios no estrangeiro (em frances), Cine-Ressources, BIFI, Cinemateca Francesa.
. Em 2014, recebeu do Presidente frances, Francois Hollande, o titulo de Grande-Oficial da Ordem Nacional da Legiao de Honra, atribuida pelo Governo da Franca as personalidades influentes no cenario global ligadas ao pais.


Dados pessoais de Manoel de Oliveira:

Nome Completo: Manoel Candido Pinto de Oliveira.
Nascimento: Porto, 11 de Dezembro de 1908.
Morte: 2 de Abril de 2015 (106 anos).
Nacionalidade: Portuguesa.
Ocupacao: Realizador, Director, Roteirista, Actor e Empresario.
Actividade: 1927-2015 (87 anos).
Esposa: Maria Isabel Brandao de Meneses de Almeida Carvalhais (1940-2015).
Descendencia: Manuel Casimiro Brandao Carvalhais de Oliveira. - (1941).
                            Jose Manuel Brandao Carvalhais de Oliveira. - (1944).
                           Isabel Maria Brandao Carvalhais de Oliveira. - (1947).
                          Adelaide Maria Brandao Carvalhais de Oliveira. - (1948).
Premios: Globos de Ouro (1999 (Melhor Realizador), 2001 (Melhor Realizador) e 2002 (Melhor Filme - Vou para Casa).

Caro (a) leitor (a) sinto que tive uma honra de publicar esta cronica pois e a minha humilde homenagem a um dos homens que mais fez nao so pela sua arte que era o cinema mas tambem pela cultura portugesa. Bem estaria Portugal ou pelo menos o cinema e a cultura portuguesa se todos os artistas fossem assim.

Nao sou um conhecedor nato da obra de Manoel de Oliveira mas desde a muitos anos que era admirador da pessoa que o mesmo era pelo simples facto de ver aquele homem centenario com toda aquela vivacidade, parecendo respirar saude, a idade nao lhe parecia afectar tanto o fisico como a mente e tinha uma especial admiracao pelo mesmo por ver um homem centenario a trabalhar (aqui nao importa se era atras de camera de filmar se era nas obras a dar serventia a pedreiros) e ver igualmente muito bom rapaz de vinte anos que nao trabalha porque nao querem trabalhar, essa era uma das diferencas de Oliveira e dos demais.

Caro(a) leitor(a) como sempre na hora da despedida resta-me apresentar os votos que tenha gostado da mesma cronica assim como eu a gostei de escrever. Ate a proxima, brevemente assim espero.

                                                                                                           Manuel Goncalves









6 comentários:

  1. O Manuel de Oliveira é um herói do nosso tempo, um exemplo para todos nós. Também não conheço bem a sua obra, mas vou tentar ver os filmes sempre que surgir oportunidade.
    Boa crónica!

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    1. Desconheco igualmente muito da sua obra mas acompanhei muito a pessoa atraves das noticias, etc. E de facto uma grande perda nao so para o cinema portugues mas para a cultura nacional em si. Oliveira acredito que com o consentimento da familia tenha futuramente um lugar garantido no Panteao Nacional, viva ao cinema portugues pelo qual ele tanto fez e uma vida inteira dedicou, viva a cultura portuguesa agora mais pobre sem Oliveira e viva a todos os Manuels de Oliveiras espalhados por Portugal e pelo mundo grandes exemplos de vivacidade a pessoas de 20 anos que nao querem trabalhar e eles centenarios a faze-lo e da melhor forma.

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  2. Olá Manuel, conheci à pouco tempo o seu blog numa questão de curiosidade em saber quantos Portugueses já foram galardoados com o prémio nobele comentei e ao pensar que fosse receber uma resposta cetica sobre a religião, como 90% dos cristãs faria,recebi antes uma resposta inteligente...
    Devo dzr que estou impressionado...
    Quanto ao Manoel de Oliveira, era sem duvida um realizador fantastico... Na minha opinião o unico erro nos seus filmes é msm serem muito lentos e a apresentação das personagens muitas vezes ficar incompleta... teve altos e baixos, e quando estava alto tava msm no topo

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  3. Fico contente Juny parece que alem de ser apanhado de supresa com a resposta que dei sobre religiao alem de supreendido parece que gostou da resposta. Eu sou crente sem ser talvez religioso, isto e acredito em Deus na religiao nem poor isso. Deus deve estar no nosso coracao e mente e nao na religiao catolica, hindu, muculmana ou outra qualquer.

    Devo dizer-lhe que procuro sempre dar a resposta certa e para se fazer a mesma temos que ver sempre os dois lados da questao e de facto a Igreja Catolica e quase um genero ouve o que digo nao facas o que eu faco.

    Quanto ao Manoel de Oliveira ganhou certamente um lugar na historia e penso que sem duvida o unico erro dele foi ser demasiado nacional e nunca ter arriscado ir para o estrangeiro, sim claro estou a falar de Hollywood nao digo que pudesse ter sido um steven Spielberg mas poderia ser um Woody Allen ou Roman Polanski.

    Fico feliz por gostar do blog e das minhas cronicas e espero continuar a contar com as leituras, obrigado e abraco.

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    1. Olá manuel certamente foi o unico erro que cometeu... Eu considero o como o Polanski portugu porque woody só pode haver um ;)
      Penso que ele nunca seria um spielberg e nem hollywood queria isso, já chega um pra estragar o bom cinema deles... atenção não estou a dizer quemaimstreaml é um mau realizador, é um bom realizador apenas tem crédito demais e ao longo dos anos tem vindo a embarcar no maimstream...lembro me que ao entrar na faculdade de cinema, a primeira coisa que o meu professor disse foi " quem gosta do spielberg?" Dos 60 alunos na sala 56 levantaram a mão, e ele disse muitos bem... no final do ano perguntou isso, alem do facto de só sermos 20 na sala... ja ninguem levantou o braço ;)

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  4. Compreendo ate porque nao sou grande amante de ficcao cientifica a reaccao dos seus colegas na turma e a pouco esqueci-me de considerar o Manoel de Oliveira comparavel ao Pedro Almodovar.

    A sua historia do levantar a mao faz-me lembrar uma situacao bem diferente em que uma Professora de Frances no sexto ano nos perguntou na sala de aula "Quem gosta mais de Frances do que Portugues?" todos levantaram a mao menos eu que ja na altura era um puro defensor daquilo que era nosso a lingua, cultura, historia, etc. A Professora veio ter comigo apertou-me a mao e disse-me "Voce e o unico que esta no bom caminho, por muito mau que seja temos que defender o que e nosso e digo isto e apenas por tambem ser Professora de Portugues mas por ser portuguesa".

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