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segunda-feira, 4 de maio de 2015

Poemas e Poesia I

 

ADEUS (02-07-2011).

Adeus, por agora vou deixar-te
Levando a memoria de um beijo
Um abraco, pouco mais...

Adeus, que pena nao levar-te
Como quem leva um sonho ou desejo
Rumo ja em direccao a outro porto ou cais...

Adeus, diz-me o coracao que voltarei
Porque falara mais alto o sentimento
Que agora levo comigo...

Adeus, a quem como nunca ninguem outrora amei
Sempre a partir e esta minha dor e sofrimento
De nao poder ficar contigo...

Ja me chamaram de Poeta e ate de Sonhador
Agora oico e sinto a brisa do mar me envolvendo
Mas dizendo-me apenas que nao posso ficar...

Adeus a vida, aos sorrisos teus e ate ao amor
Ao amor que outrora tive e agora vou perdendo
Que tristeza que dor nao te poder amar...

Adeus, com uma enorme tristeza vou partir
Levando-te na memoria e talvez no coracao
Ja e tarde vai ser agora...

Vou partindo de bracos vazios e sem sorrir
Assim se vive uma vida de amor e solidao
Adeus, adeus, adeus sem mais demora...


No alto da serra (04-07-2011).
 
No alto da serra, vejo o sol nascer
Ou a lua adormecer...
No alto da serra, o silencio eterno
Permanece...

No alto da serra, vejo a escuridao da noite partir
E oico o vento de leve assobiar e soprar.
No alto da serra, sinto a solidao me invadir
Num estranho sentimento de tristeza.

Ja nao sei quem sou, onde estou ou vou
Perdi a memoria, talvez
So sei que estou no alto da serra
E por ca quero ficar.

De regresso estou a minha vida, minha raiz
Meu fruto de vida e dor.
Bem vos vejo, ca bem do alto da serra
Tao grande e a vossa dor e sofrimento.

Domingo de Pascoa o gado nao sai ao pasto
O povo vestindo de novo invade a velha igreja
Tao velha, mas tao velha e de branco pintada
Na velhinha torre, o velhinho sino vai tocando.

A procissao, o arraial, o cortejo e a fanfarra
o ceu vai-se enchendo de foguetes e ruidos
os putos vao gritando de alegria e brincando
Como se toda a vida fosse um so dia.

Os bebados ja cambaleando as mulheres falando
Falando mal do bem ate, que importa e falar.
O Padre ainda pregando aos fieis que o querem ouvir
E eu, no silencio e solidao do alto da serra.

No alto da serra escurece vejo o sol partir
com passos lentos parecendo querer beijar a lua
Perante um ceu de estrelas que parecem sorrir
Ali diante do ceu daquela paisagem nua.


HORIZONTES (21-08-2011).

Olho o horizonte esse infinito sem fronteiras
Sinto o desconhecido a sua enorme imensidao
Oico a tua voz calmamente chamar meu nome e vou
Como passaro livre rasgando o ceu da Primavera.

O horizonte essa forca sem impossivel e barreiras
Como se todo o pecado tivesse um grande perdao
Ou simplesmente porque ja nem eu sei quem sou
So sei que ouvindo a tua voz algo de bom me espera.

Como dizer-te que te amo e te quero como ninguem
Ja nao sei meu amor, ja nao sei meu amor, ja nao sei
Queria beijar-te ao ver-te sentada no velho muro
Ali no nosso lugar tao so nosso e tao secreto.

Ja nem sei como chamar-te, ja nao sei o que ai vem
Somente sei que te amo como sempre e outrora amei
De olhar para tras chega e basta em frente e futuro
Nao sei o que sera o amanha tudo me parece incerto.

Queria ser o teu doce, o teu sal e tudo em mim
Queria ser teu acordar o ar puro que respiras
Queria ser a tua luz o brilho do teu doce olhar
Queria ser o vento que levemente sopra teu rosto.

Ja nao sei se tudo isto e principio, meio ou fim
Somente sei que como era bom quando sorrias
somente sei como e bom o sonho de te recordar
Somente sei que e de ti amor que eu mais gosto.

Teu perfume meu delirio, tua voz meu despertar
Teu cabelo minha paixao, teu corpo meu perder
Teu olhar meu encanto, teu sorrir amada lembranca
Tua alma meu mundo, teu encanto meu existir.

Nossos corpos nesse silencio,nesse novo acordar
De sonho e ilusao, de vida ou de um novo renascer
Tua partida meu desencanto, teu voltar minha esperanca
Toda a vida um so segundo e amar e gostar do teu sorrir.


Madrugada (08-01-2013).

Cai a noite a hora agora chamasse madrugada
A lua paira sobre o meu corpo cansado e adormecido
Em minha alma enorme vazio em mim permanece
Depois que tu te foste embora da minha vida .

Foste embora minha alma ficou como que abandonada
Como se nada houvesse ou tudo se tivesse perdido
Assim e quando a solidao e a tristeza nos eloquece
Ou quando um corpo insiste em passear de alma vazia .

Quantas vozes insistentemente por mim chamaram
E minha tristeza nao as ouviu ou nao as quis escutar
Triste como e triste um adeus, um adeus sem regresso
Sigo perdido vagueando entre temporais e tempestades.

No grito mudo que me sufoca tantos nada encontraram
Num vazio imenso partiram ja cansados de procurar
Um vazio no qual nada me lembro e que tudo esqueco
Como se as mentiras se tornassem puras verdades.

Ao longe por entre ondas e rochas julgo ver-te acenando
Tua luz, poderosa luz que vence o escuro da madrugada
Madrugada hora de puro silencio e escuridao de breu
Do tempo, sem tempo de o ser e de viver sem vida.

Noite, inicio de madrugada vejo as estrelas se enamorando
Que tao distante iluminam o rosto de alma quase apaixonada
Assim era o nosso amor outrora, que se foi, que se perdeu
Se perdeu entre a fumaca e o sentimento de alma perdida.

Ps: Caro(a) leitor(a) estes sao alguns dos poemas que escrevi ao longo da vida, infelizmente perdi alguns com a minha mudanca de Portugal para Inglaterra e com alguma pena minha ja a alguns anos que nao escrevo poesia, sinto falta de uma musa inspiradora, talvez, alias devo dizer que quando escrevi poemas estava a viver uma fase muito romantica na minha vida com aquele que foi o amor que jamais se esquece.

Ao editar este conjunto de poemas comeco por cumprir a promessa que fizera na publicacao de noticias do blog, o ano de 2014 do blog, de 3 de Janeiro de 2015.Com este tipo de publicacoes as mesmas passam a estar divididas em 4 tipos: Cronicas, Contos Breves, Noticias do Blog e agora Poemas e Poesia.

Caro(a) leitor(a) espero que estes poemas tenham sido do seu agrado caso contrario nao levarei a mal porque sou realista e alem de me considerar um Poeta sei que estou longe de ser um Fernando Pessoa ou um Ary dos Santos, ate a proxima.

                                                                                                                  Manuel Goncalves












1 comentário:

  1. Saudades
    Saudades! Sim.. talvez.. e por que não?...
    Se o sonho foi tão alto e forte
    Que pensara vê-lo até à morte
    Deslumbrar-me de luz o coração!

    esquecer! Para quê?... Ah, como é vão!
    Que tudo isso, Amor, nos não importe.
    Se ele deixou beleza que conforte
    Deve-nos ser sagrado como o pão.

    Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
    Para mais doidamente me lembrar
    Mais decididamente me lembrar de ti!

    E quem dera que fosse sempre assim:
    Quanto menos quisesse recordar
    Mais saudade andasse presa a mim!

    Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"

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