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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Wind of Change (Vento de Mudanca)

 

Todos os grandes amores e fortes paixoes acabavam por ser marcadas por alguma musica por norma bem romantico e sendo ele tao romantico como era a paixao e amor deles nao podia fugir a regra.

Wind of  Change era a escolhida e era uma balada de Scorpions uma conhecida banda alema sobretudo pelas baladas romanticas que tinham no seu reportorio. Nao era a favorita dele e ate conhecia bem a banda preferindo Send an Angel ou You and I e a sua de eleicao Still Loving You. O som inicial com o assobiar a imitar o sopro do vento e a propria mensagem da letra da musica fez com que fosse ela a eleger aquela musica como sendo a musica deles e fora a que mais ouviram enquanto lhes foi permitido estarem juntos.

Na actualidade ja nada os unia cada um seguiu o seu caminho ela porque escolheu assim ele porque nao teve outro remedio e solucao senao aceitar a decisao dela ainda que bastante contrafeito. Quando se viu enganado e traido jurou-lhe vinganca, nao a perdoara de facto, porem acabou por nao fazer nada. Deus iria fazer justica e ela seria responsavel por tudo o que lhe havia feito no dia que aquela forca divina e celestial a chamasse. Falsas esperancas, juras que nao cumprira, ilusoes que lhe dera e tudo mais e finalmente no fim um valente pontape no traseiro.

Nao tinha deixado de ser um forte historia de amor como outras, como tantas outras mas o amor seria mesmo sincero de ambas as partes? Dificil de acreditar se ela gostasse assim tanto dele nao o teria expulsado da sua vida como tirara e isso nao tinha forma de ser perdoado.

Dizia que o amava saberia ela o que era amar? Saberia ela o que era sofrimento para causar tanto sofrimento num ser humano, semelhante seu? Tudo o que ela fizera ele jamais poderia esquecer e ia fazer tudo na vida para um dia lhe poder dizer-lhe tudo isso na cara. Quem brinca com os sentimentos dos outros nao merece ser amada, nao merece ser feliz.

Lembrava quando o vento soprava a seu favor e ela o esperava, esperava-o no aeroporto para o levar para um quarto de hotel e ele fora. Era o seu aniversario e so queria estar com ela, nao apenas estar com ela conversando enquanto passeavam ou estavam sentados a mesa a conversa. Queria mesmo estar com ela na cama, fazer amor, ia finalmente fazer amor com a mulher, a unica mulher que amara na vida ate entao, tudo parecia um sonho e estava rodeado de incerteza mas ele queria ver o que tudo aquilo ia dar.

No quarto  foi a loucura total era o realizar um desejo de anos e anos que todos juntos completavam mais de uma decada. Ela estava tambem sem duvida a fazer por isso, provocante mas ao mesmo tempo carinhosa, quem haveria de dizer que era tudo um jogo, um jogo de puro prazer e seducao para ela enquanto para ele era algo serio e nao podia ser de outra forma amava-a de verdade. Talvez fosse essa a razao de as coisas falharem era quase certo que tinha sido por isso, enquanto para ele aquilo era um caso serio para ela era unicamente um divertimento e jogo de seducao ela no fundo estava ali na cama com ele como quem podia estar numa esplanada da praia a beber uma cerveja. Era como se ele fosse um produto que ela comprara e que depois podia deitar fora.

Ele amava-a, continuava a ama-la mas nao conseguia esquecer muito menos perdoar tanta falsidade, promessas e juras. Dava-lhe vontade de rir quando se lembrava de a ouvir dizer que ele para ela era como alguem de familia e ele bem sabia que ela pela familia sobretudo os filhos, os pais e o irmao era capaz de fazer tudo por eles e no fim, que fizera ela por ele? Nada a nao ser abandona-lo, despreza-lo e tudo mais.

Quando os ventos sopram a favor nao se pensa no que se diz, no que se pode dar e fazer. Era como se tivessem uma forca inexplicavel capaz de vencer meio mundo e deixar o outro meio derrotado. Ela prometera coisas que estavam longe do seu alcance e agora estava a pagar por isso, pagava com a revolta, raiva e magoa dele com o odio jamais, nao se podia odiar alguem que se amava tanto.

Quando os ventos sopravam a favor deles ele conseguira juntar boas memorias e recordacoes mas lamentavelmente nao se podia viver disso e nem ser feliz com essas recordacoes.

Recordava aquele momento de um banho a dois, a tarde amor, o momento mais romantico que alguma vez tivera e vivera mas havia sempre algo que o atormentava. O que iria ser de si se ela o deixasse? Essa duvida, essa questao sempre o atormentara, sabia que iria sofrer se ela o deixasse como o viera a deixar mas quando aconteceu a dor era para la daquilo que ele imaginara. Perguntara a si mesmo se sem a mulher que amava, se com aquela dor de perda a vida faria algum sentido. O suicidio fora a primeira ideia que tivera mas isso era a saida mais covarde e pensou melhor, mesmo nos momentos mais dificeis e de maior desepero conseguia ser sensato. O suicidio dele seria a melhor das noticias para muita gente a sua volta e seria a maior das vitorias quando alguem que estava muito proximo dela soubesse da morte do mesmo. Nao o fizera, nao por falta de coragem ou vontade mas talvez por orgulho de nao querer dar esse gosto a mesma pessoa.

Ela de facto tinha-lhe tirado tudo o que dera ao longo daquele tempo o amor, o carinho, matara as ilusoes que lhe dera, acabara as esperancas que lhe fizera ja para nao falar das juras. Era uma mulher sem palavra, fizera tudo ao contrario do que afirmara fazer mas havia algo que ela nao lhe conseguira tirar.

As recordacoes, os momentos de amor, as loucuras que tinham feito. Era tudo real e isso ela ja nao lhe podia tirar, era um vitoria para ele, uma amarga vitoria mas era uma vitoria.

Pensava na vida e nao sabia se o abandono dela agora cada vez mais completo se ao contrario do que inicialmente parecera nao tinha sido um bom vento em vez de uma forte tempestade e temporal. Nao podia esperar muita coisa positiva de alguem assim! Nao podia esperar muita coisa de uma mulher que hoje dizia que o amava e no outro dia o abandonava, ele podia ate nao parecer mas era alguem que uma pessoa assim nao merecia de forma alguma. Contas finais quem teria perdido mais?

Ele inicialmente ficara a perder mais de facto quando veio aquela mudanca de vento contra ele e levara tudo de rajada, tudo menos o mais importante, tudo menos a vida. O que perdera ela? Nada, absolutamente nada continuara com tudo o que tinha antes dele, apenas nao o tinha a ele mas a facilidade com que o deixara iria ser facil ultrapassar esse facto, isso se ele tinha alguma importancia para ela, talvez tivesse mas muito longe porem de toda a importancia que ela afirmava que ele tinha.

Ela dizia que nao amava mais o marido, como iria ser o futuro dela quando um dia o ultimo dos filhos sai-sse de casa para casar ou outra coisa qualquer? Como iria ser ja com certa idade chegar a casa e ver que no fim da vida apenas tinha a sua espera um homem que ela nao amava ou dizia nao amar mais? Nao conseguia imaginar nada mais triste, sorriu e pensou que seria esse o fim dela com toda a certeza. Fora o fim que ela escolhera e quando isso acontecesse iria sentir-se arrependida, iria dar tudo para o ter ali a ele agora... seria tarde, tarde demais.

A vida requeria por vezes gestos, momentos e atitudes de coragem e quem nao estivesse a altura nao o conseguia fazer o problema e que muitas vezes a felicidade passava por esses mesmos caminhos dificeis e quem nao tivesse coragem de dar a volta por cima e enfrentar tudo e todos estava remediavelmente perdido. O caminho da felicidade nao seria facil, mas afinal nos dias que corriam o que era facil? Os covardes esses seriam sempre os primeiros a escolher o caminho mais facil mesmo que isso lhes tirasse a felicidade e o amor, fora essa a sua escolha o caminho mais facil agora so lhe restava caminha-lo e ele so lhe desejava que ela conseguisse chegar ao fim sem as lagrimas a cair-lhe da face nao sendo feliz certamente nao haveria razoes para sorrir.

                                                                                                             Manuel Goncalves

3 comentários:

  1. Saudades! Sim.. talvez.. e por que não?...
    Se o sonho foi tão alto e forte
    Que pensara vê-lo até à morte
    Deslumbrar-me de luz o coração!

    Esquecer! Para quê?... Ah, como é vão!
    Que tudo isso, Amor, nos não importe.
    Se ele deixou beleza que conforte
    Deve-nos ser sagrado como o pão.

    Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
    Para mais doidamente me lembrar
    Mais decididamente me lembrar de ti!

    E quem dera que fosse sempre assim:
    Quanto menos quisesse recordar
    Mais saudade andasse presa a mim!

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  2. Que poderei eu dizer sobre tudo o que vou lendo e remexendo por entre tantas palavras, poemas, mistérios, mitos, etc. que me tocam tanto ao coração?
    Sem palavras Amigo Manuel!
    Parabéns, e obrigada.

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  3. Unknown de 20 de Setembro de 2015 as 18:19, obrigado eu por perder o seu tempo lendo o que escrevo.

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