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domingo, 6 de dezembro de 2015

O Filho do Capataz e a Menina Condessa

 

Eram duros os tempos e todos lutavam por um destino uma vida melhor mas nada chegava sem o suor sair do rosto e para aquela gente de uma terra quase que desconhecida na provincia tudo poderia ser mais facil agora. A venda da Herdades dos Rouxinos ate entao quase que abandonada pelos antigos proprietarios e a certeza de que o novo dono a viria habitar dava esperanca de alguns postos de trabalho. Podia parecer pouco mas aquela esperanca para quem nada tinha era um principio.

Os camioes com mobilias tinham comecado a chegar na semana anterior e depois deles gente que dizia que vinha preparar a casa para o Senhor Conde vir habitar muito brevemente, depois da morte da esposa ele decidira isolar-se um pouco da sociedade e do mundo aquela gente que agora ali vinha ao palacete da herdade iriam ser os empregados domesticos no mesmo palacete do Senhor Conde o que dava a certeza de que o mesmo nao deveria contratar gente nova e da terra para servir na casa mas no trabalho da lavoura na herdade os proprios criados do Conde afirmavam que seria diferente.

O Senhor Conde nao era portugues era um russo descendente da ultima geracao da familia imperial russa, os Romanov e tinha segundo os seus empregados de confianca e longa data andado pela Europa vivido alguns anos entre Londres, Paris e Veneza. Tinha negocios por varias partes do mundo e agora queria apostar forte no mercado da producao e exportacao de vinhos portugueses na criacao de cavalo de puro sangue da raca Lusitana dai a razao da compra da herdade e da fabrica de vinhos agrupada a mesma. O mesmo ficara viuvo recentemente e ainda se estava a refazer da tristeza mas nao deixara os negocios parados viria agora residir em Portugal e passar o tempo naquela herdade no Ribatejo e no palacete de Sintra e vinha unicamente na companhia dos empregados da casa e da sua jovem filha a qual todos deixaram de chamar menina Irina para chamarem de menina Condessa apos a morte da sua mae.

O Conde nao era homem de muitas conversas e fez anunciar na vila de que procurava gente para trabalhar mas que antes de mais iria contratar um Capataz para gerir todo o trabalho da lavoura da herdade e alguem para tratar dos cavalos lusitanos um dos novos negocios que o Nobre queria apostar mas do qual pouco sabia.

Aquela gente da vila apenas via chegar os camioes que levavam as mobilias para o palacete da herdade que ganhava agora uma nova vida depois de decadas fechado e quase que ao abandono durante geracoes, dizia-se que estava amaldicoado porque na ultima geracao em que fora habitad toda a gente daquela familia tinha ou cometido suicidio, enloquecido ou morrido em acidentes de formas tragicas e duvidosas, ate que o ultimo herdeiro nao o quis habitar e colocou o mesmo a venda mas so agora passado mais de vinte anos e que alguem se mostrara disposto a pagar o preco que pediam pela herdade e pelo casarao e ignorara por completo a historia que contavam da maldicao do casarao.

O Conde ja ali estava a algumas semanas quando um carro preto daqueles de luxo cortara o silencio dos campos e seguindo ja na estrada de poeira dirigia-se ao cimo do monte da herdade onde ficava o majestoso palacete, era a filha do Conde, era a menina Condessa que saira do carro assim que o Motorista lhe abrira a porta.

Ela era bonita pensou ele, nunca vira uma mulher tao bela como aquela jovem que terminava agora a adolescencia para entrar na idade adulta. Ele sabia quem ela era no entanto nao desviou o lhar queria chama-la a atencao de alguma maneira fosse de que forma fosse e falar com ela mais cedo ou mais tarde, logo que fosse possivel.

Ele era filho do Capataz da herdade e da fabrica dos vinhos era tambem ele como muitos dos outros habitantes da vila um dos trabalhadores da herdade. A sua experiencia com cavalos, a forma como os sabia tratar e lidar com os mesmos assim como o jeito para o Hipismo fez com que o pai, o Capataz da herdade conseguisse convencer o Conde a empregar o seu filho e a dar-lhe aquele trabalho.

A menina Condessa subira ate aqueles que viriam a ser os seus aposentos pelo menos enquanto ali estivesse e com ajuda de uma das criadas internas comecara a arrumar as roupas e a escolher onde colocar os seus pertences, sobretudo as suas joias e tambem ela ficara a pensar nele foi a janela viu-o  a caminhar segurando num dos cavalos e ia na direccao daquilo que lhe parecia ser o picadeiro, o que teria de diferente aquele rapaz dos outros da cidade e do colegio onde agora terminara os estudos do Ensino Secundario que por mais que se esforcassem em nada a chamavam a atencao.

Ele vinha do picadeiro ao contrario do que era normal nem o passar do tempo a treinar  seu cavalo preferido o fizera esquecer aquilo que lhe perturbava a mente. Ela era de outro mundo, outro estatuto social e sobretudo filha do seu patrao e o mesmo nao era para brincadeiras. Nao era ma pessoa mas nao dava duas vezes a mesma ordem nem o mesmo aviso e ja o fizera ver isso ao despedir colegas seus por nao cumprirem as regras exigidas pelo Senhor Conde. Por fim onde e que ele ia encontrar um emprego assim e a ganhar o que estava a ganhar naquele, havia tambem a questao dos premios que o Conde lhe dava quando o mesmo ganhava uma competicao ou um dos cavalos da herdade ganhava um concurso. Com o tempo estava a ganhar o estatuto de insubstituivel mas nao podia pisar o risco ali ele era unico mas pelo mundo fora havia muitos como ele e o Conde tambem deveria saber disso.

Um final de tarde, tipico daqueles finais de tarde de Verao numa herdade ribatejana. Os campinos recolhendo o gado e a gente do campo que trabalhava quase que de sol a sol a ir receber a recompensa por mais um dia de trabalho. Uma nova troca de olhares e um sorriso que prometia nao deixar as coisas ficarem como estavam.

Ela arranjou uma desculpa para falar com ele e ele timidamente com ar de quem cumpria ordens da menina condessa foi respondendo gentilmente e apesar de serem da mesma idade nunca se esquecendo de a tratar como filha do seu patrao com todo e maximo respeito mas ela tratou de o por a vontade e naquele momento ja parecia ser mais ele a impor as leis e dar as ordens que ela. Ela tinha ido ter com ele a pedir-lhe que ele lhe desse aulas de Equitacao e Hipismo. Era no fundo o que ele mais queria no entanto nao queria problemas com o Conde e mostrou-se disponivel a dar-lhe licoes apenas em caso do pai aprovar a ideia.

Irina explicou-lhe que isso dificilmente iria acontecer o pai apostara naquele negocio porque era uma forma da herdade dar lucro mas nunca iria aprovar a ideia porque a sua mae tinha morrido num acidente causado por uma queda de cavalo.

Um pouco contra vontade o Conde la aceitou a ideia, Irina era a unica que conseguia faze-lo mudar de ideias e mais uma vez o demostrara. No entanto o mesmo tambem tomara as suas providencias gostava do trabalho do rapaz, achava-o boa pessoa mas a sua filha, a sua unica filha merecia mais s que um mero tratador de cavalos e tinha tambem intencao de a ligar a um bom partido e casamento dinastico casando a filha com um dos seus sobrinhos ou primos. O Conde decidiu tomar controlo da situacao mandou vir para a herdade um dos seus sobrinhos aquele com quem ele tencionava ligar a filha em matrimonio e ordenou a esse que vigia-se os passos da filha e do Empregado.

Ja era um pouco tarde Irina e Augusto estavam ja envolvidos amorosamente e queriam assumir tudo logo que fosse possivel. Os recantos mais escondidos da herdade eram testemunha dos momentos torridos de amor. Fora ali nas cavalaricas que nao aguentaram mais e deram asas ao que sentiam fazendo ali o seu primeiro momento de amor.

O tempo passava e o Conde nao aceitava mais aquela situacao queria livrar-se do rapaz de qualquer maneira so que considerava que nao bastava despedir Augusto. Despedi-lo nao impedia que ele ficasse ali na terra, bem por perto na mesma e tomara uma decisao, ia encosta-lo a parede, fazer-lhe uma oferta irrecusavel.

Augusto nao estranhou o Conde chama-lo frequentemente conversavam quando se aproximava uma prova de Hipismo importante ou uma Feira Equestre, notara porem que pela cara seria do mesmo o assunto era outro. O Conde passou a informa-lo que ja sabia de tudo o que se passava, do envolvimento e relacionamento que o mesmo estava a manter com a menina Condessa e nao aceitava tal ideia. A proposta do Conde era a seguinte ou ele aceitava uma quantia em dinheiro a combinar, um emprego no Brasil na herdade de um amigo seu e simplesmente desaparecia dali ou era despedido e o pai tambem.

Augusto pensou a vida nao estava facil de trabalho e o pai estava ja com uma certa idade e nao era facil nem para a gente nova arranjar trabalhos, nos tempos que corriam a experiencia do pai pouco importava. Ele ainda se safava noutro trabalho qualquer ali ou noutro lugar, estava confuso e pediu um tempo para pensar o Conde concordou dera-lhe cinco dias para decidir.

O jovem partiu para casa tinha que pensar na vida, no futuro, na proposta do Conde. Sabia bem que se nao aceitasse a mesma iria passar por tempos muito dificeis e dificuldades por outro lado a proposta do Conde era ate aliciante o Brasil era uma terra longe mas cheia de oportunidades para quem queria chegar a algum lugar na vida, varias eram as pessoas da terra que tinham partido e tido sucesso em terras de Vera Cruz algumas ate tinham feito fortuna e o Conde oferecera-lhe tambem algum dinheiro, era um inicio, um principio para quem nada tinha.

O amor por Irina por outro lado estava o amor por Irina ele fizera dela uma mulher e a mesma chegara aos seus bracos uma menina inocente ainda. Nao a podia abandonar, deixa-la daquela forma tao covarde praticamente sem uma explicacao, estava decidido ia mandar o Conde a fava, ia fugir com Irina.

O Conde tambem tinha ainda cartas na manga e ordenara ao seu sobrinho para arranjar um modo de levar Irina ate a cavalarica e para agarrar a jovem a forca e beija-la entretanto dera ordem a Augusto para ir ao mesmo local buscar o seu cavalo e prepara-lo para ser montado assim que vira que o sobrinho estava a cumprir a primeira parte do plano que haviam combinado e estava a ir com Irina na direccao da cavalarica.

O jovem partiu para cumprir a ordem do Conde e ao chegar ao local nao queria acreditar no que via Irina estava encostada a parede a ser beijada, apalpada, tocada pelo seu primo. Cego como ficara Augusto nem se dera ao trabalho de se mostrar, cego como estava nem notara que a jovem Condessa estava a ser agarrada a forca e nao tinha forcas para reagir aos avancos do primo.

Augusto correu a ir ter com o Conde perguntou-lhe se a proposta ainda estava de pe e que caso estivesse aceitava a mesma o mais rapidamente possivel. Naquele mesmo instante o Conde abriu a gaveta da secretaria tirou um cheque escreveu a quantia, assinou-o e perguntou-lhe se chegava o mesmo olhou o mesmo concordou com a quantia e o Nobre ordenou-lhe que entao agora podia sumir-se.

Augusto dera alguma parte do dinheiro ao pai e dias depois sem dizer mais nada a ninguem sem voltar a ver e falar com Irina, sem pedir pedir uma explicacao sobre o que se passara na cavalarica seguia para o Brasil como tantos outros o haviam feito, ele porem ia com algum dinheiro e com boas referencias pela parte do Conde, apesar de tudo aquele velho era um homem de palavra.

A chegada ao Brasil nao foi assim tao facil no momento em que saira do Porto Fluvial onde o navio atracara percebera isso mesmo, era outro mundo e outra realidade no entanto acreditou ainda mais que anteriormente de que aquela era uma terra de oportunidades. Tinha a carta de recomendacacao no bolso do casaco olhava para todos os lados queria apanhar um autocarro seguir para a terra onde era o seu destino final, ninguem sabia o que era um autocarro foi entao que depois depois de explicar lhe informaram que ali isso era um onibus.

Chegou a fazenda do amigo do Conde que era um Fazendeiro que se havia dedicado a criacao de gado e plantacoes de cafe. O Fazendeiro era um velho ja quase arrumado mas que se mantinha vivo sobretudo gracas ao facto de ser casado com uma rapariga com idade para ser sua neta. Cedo Augusto ganhou a confianca de Emiliano, Senhor Emiliano como sempre lhe chamou deixou de ser Tratador de cavalos e passou a Capataz alguns anos depois era o braco direito do Fazendeiro mais conhecido das fazendas do Pantanal.

Um dia em conversa com Senhor Emiliano o mesmo confessou-lhe que estava gravemente doente, prestes a morrer, eram ja mais de oitenta anos e nem os ares saudaveis dali ajudavam a manter a saude de ferro que sempre tivera. Emiliano contou-lhe que sempre tivera uma enorme admiracao por ele e revelou-lhe que nao tendo filhos gostaria que os seus negocios um dia passassem para alguem como ele, Augusto. A unica forma disso ser possivel era depois de o mesmo morrer Augusto casar com Francisca a esposa de Emiliano.

Augusto ouvira o velho e parecia-lhe que nao era ma ideia. Notara que aos olhos de Francisca ele nao lhe fora indiferente e a esposa fora sempre o que Emiliano tivera que Augusto mais admirara e desejara para si, no entanto por respeito ao Patrao nunca olhara para a sua esposa com outros olhos e de outra forma de um Servo, por consideracao e respeito a Emiliano e agora o mesmo praticamente lhe entregara a esposa que seria sua viuva, estranho.

Para o jovem via na ideia de Emiliano a oportunidade da sua vida de conquistar o poder e a fortuna de se tornar mais rico talvez que o Conde e que Irina. Fazia tempo que nao pensava em Irina mas talvez fosse por culpa de nunca a ter esquecido que em mais de dez anos de Brasil nunca casara e nao tivera um caso com outra mulher. Nas noticias que tivera da mesma enquanto o pai fora vivo e com quem se ia correspondendo por carta e que a mesma tinha casado com o primo mas que havia ficado viuva pouco depois.

Irina nunca mais amara ninguem e casara forcada pelo pai com o primo e nem sonhava que Augusto tinha visto a cena em que o primo a agarrara a forca. Considerara que Augusto fugira porque era demasiado covarde para enfrentar a reaccao e furia do pai. Sentia que o amava mas que o mesmo era um homem fraco, demasiado fraco para ela, jamais imaginara a razao pela qual o mesmo fora embora e a abandonara nao por covardia mas por ciumes e por ter sido primeiro chantageado e pressionado pelo Conde e depois por ter sido iludido pelo mesmo e ter procurado escutar a mesma se tivesse esperado mais uns segundos Augusto teria visto que a mesma fora beijada a forca e que por isso dera uma bofetada no primo.

Longe de Portugal Augusto via que depois da conversa que Emiliano tivera consigo Francisca se tornara insinuante e deitava olhos ao mesmo e ele era homem nao ia resistir por muito mais tempo. Estava em sua casa na fazenda ao lado da casa do Patrao era assim que funcionavam as coisas naquelas fazendas por norma o Capataz tinha casa na fazenda ou vivia dentro da casa do Patrao. Assistia as noticias em Portugal na televisao quando ouvira a noticia que o Empresario russo a residir em Portugal desde a muito havia cometido suicidio, ignorara a noticia ate entender que se tratava do Conde, pai de Irina. Cometera suicidio. Nao conseguira acompanhar o resto da noticia porque tivera de ir abrir a porta da rua.

Francisca, batera a porta da casa de Augusto porque ja nao aguentava mais a sua ignorancia, a fuga aos seus avancos e insinuamentos. Confessara que sempre o amara e que fora por saber diss que Emiliano sempre apostara nele e o considerava um bom rapaz. Francisca explicou-lhe que Emiliano nao se importaria com nada e que apenas os iria querer ver felizes, queria que eles se ligassem em matrimonio apos a sua morte.

Nao aguentaram mais cairam nos bracos um do outro e fizeram amor ate de madrugada tinham essa vontade esse desejo desde a muito. Francisca levantara-se de manha tinha que partir, convinha nao dar nas vistas que agora eram amantes. Beijara-o e partira mas regressara pouco depois com os olhos em lagrimas e profunda tristeza, Emiliano tinha acabado de falecer.

Irina tambem ela estava de rastos, viuva, sozinha agora desde que o Pai falecera e com os negocios em muito mau estado. Estava quase tudo hipotecado pelo pai e o mesmo antes de morrer estava praticamente na falencia, ate mesmo a herdade estava hipotecada, fora o estado dos negocios que levara o pai a cometer suicidio. A mesma tentava controlar a situacao mas para onde se virava apenas ouvia respostas negativas e pedidos para que as dividas do Conde e da familia fossem pagas.

Augusto casara com Francisca e apesar de todo o amor que sentia por Irina nao casara por dinheiro com a mesma. Comecara assim a construir um enorme imperio com o dinheiro da mesma que agora era igualmente seu. Apostara nos negocios de importacao e exportacao e na industria da Construcao Civil e da hotelaria pouco tempo era dos homens mais poderosos da regiao e ao entrar no mundo da politica do Brasil estava feliz com Francisca e com o sucesso dos seus negocios mas a tragedia caira sobre a sua cabeca. Um dia de temporal e Francisca a conduzir numa estrada perigosa um camiao fora bater de frente no seu carro e a mesma nao resistira.

Augusto e Irina agora tinham os papeis trocados praticamente sem saber e enquanto o mesmo era um Empresario de sucesso e Politico influente no Brasil, sendo ja Senador do seu Estado e so nao era Candidato a Presidencia da Republica por recusar aceitar a nacionalidade brasileira. Ja Irina era uma sombra do que fora e via-se completamente perdida a unica salvacao era associar os negocios da fabrica dos vinhos e azeites da familia a um grupo de exportar produtos alimentares para o Brasil e isso fazia com que a herdade e os negocios da familia praticamente fossem entregues a esse grupo.

Augusto estava em Portugal ia encontrar-se com Irina sabia que era ela ou pelo menos a herdade da familia que o seu grupo ia praticamente comprar e igualmente sabia que ela desconhecia ser ele o Presidente daquele grupo, ate entao a mesma apenas contactara com intermidiarios. Augusto acendera uma cigarrilha sabia o estado em que se encontrava os negocios da familia de Irina e sem aquele contrato mas temia que a mesma por orgulho pudesse recusar-se a aceitar o negocio. Para ele era indiferente mas para ela seria praticamente o fim.

Irina chegara ao hotel em Lisboa pertencente ao Magnata portugues que vencera na vida no Brasil e que agora estava prestes a negociar com ela. Seria esse o todo poderoso que quase iria ser o novo dono da herdade que ate enta estivera nas maos da sua familia. A ideia de ver os negocios e os bens da familia nas maos de estranhos nao lhe agradava porem nao havia outra solucao era a forma de limpar o nome na banca e de nao ver todos os bens hipotecados.

Nao era possivel,  homem que estava ali a sua frente bem apresentado, sorridente de fato e gravata era Augusto, era ele, o seu Augusto vinte anos mais velho mas era ele. Sorriram e cumprimentaram-se e tiveram horas a falar sobre tudo o que acontecera. Ele explicou-lhe que podia encontrar naquele negocio uma forma de se vingar mas nao era de facto essa a sua intencao, fora feliz no Brasil, no casamento apesar de ama-la a ela fora feliz com a esposa nao guardava rancor do Conde e muito menos dela, estava ali de peito aberto, com  a melhor das intencoes para fazer um negocio e salvar o patrimonio da familia de Irina de cair nas maos da banca.

Explicaram um ao outro o que se sucedera ela ficou a saber as razoes dele partir e ele ficou a saber que a cena do beijo na cavalarica tinha sido uma armadilha armada pelo Conde e pelo primo dela. Estavam agora ali os dois frentes a frente, livres para viver da forma que melhor entendessem. Sairam dali e voaram para a cama, era bom matar os velhos tempos e so assim ele teria a certeza de que ja nao era simplmesmente o filho do Capataz e ela a menina Condessa. Tinham um longo caminho pela frente mas ele entendia que os negocios poderiam ser geridos em qualquer parte e estava decidido a dividir o seu tempo entre Portugal e Brasil sempre com a Condessa do seu lado ate mesmo no altar ainda que ele nao fosse mais simplesmente o filho do Capataz ela ja nao era menina mas continuava a ser Condessa, como tinha sido dificil aquele amor terminar assim tao bem como nos filmes e as as vezes pensavam como vinte anos tinham mudado tanta coisa, quase tudo.

                                                                                                                   Manuel Goncalves
                                                                                      

2 comentários:

  1. Muito bonita a história e muito positiva, gostei. A vida às vezes dá muitas voltas :) Seria bom que todas as histórias de amor e desencontro acabassem como esta:)

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  2. A realidade e bem diferente eu pessoalmente falo por mim mesmo e infelizmente com experiencia propia. Temos que ser realistas a vida nao e um mar de rosas e as historias de amor estao longe de ser simplesmente o Amor e uma Cabana, as pessoas e a sociedade materialista em que vivemos esta longe de aceitar isso.

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