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terça-feira, 26 de julho de 2016

Finalmente... Livre, Para te Amar



O inicio do ano escolar era sempre uma aventura rodeada de incertezas e aquele ano nao era diferente sobretudo para ele que chegara a uma nova escola, uma nova terra e ate a uma nova vida.

Apos a morte do avo a sua familia contrariando outras tantas optou por deixar Lisboa e partir para a terra natal do seu pai onde poderiam viver daquilo que a terra lhes dava depois de cultivada, da criacao de animais e claro do trabalho do proprio pai que tinha garantido ja um emprego como Gerente de vendas na fabrica de calcado de um amigo seu de infancia. Miguel era o unico que nao gostava da ideia estava prestes a ir para o decimo ano estudar Direito e as melhores escolas eram de facto ali em Lisboa alem do mais sabia ja que o pai lhe exigira que ele nas horas vagas fosse trabalhar na horta. Era ja um homem nao estava certo continuar a ser visto como um menino que nunca mexera uma palha na vida, estava na hora de aprender o quanto a vida lhe custava a ganhar e os animos so se acalmaram quando o pai lhe prometera oferecer uma mota, uma mota era isso que ele mais queria e sendo assim nao teria que ir para a escola de bicicleta.

Miguel sentia que aquela era a maior mudanca dos seus quase 15 anos de vida mas via que era de facto melhor assim, sentia que ia acabar por se habituar aquele monte, aquele lugar solitario ou aquela pasmaceira. Via que a vida ali era mais facil havia mais fartura de tudo e a comida que lhe punham na mesma era consideravelmente melhor que a de Lisboa em que tudo ou quase tudo esta racionado. Sentia que quando as aulas comecassem as coisas iriam mudar.

Ferias, ali era um verdadeiro pesadelo foi o que ele pensara mas rapidamente se apercebeu o quanto se enganara quando viu como era bem melhor ir ao banho no rio ali da terra do que nas praias perto de Lisboa que no Verao sofriam de enchentes de turistas, as piscinas municipais tambem deixavam muito a desejar. Miguel estava numa fase de aprendizagem, aprendia a dar valor as coisas banais da vida como respirar um ar mais puro, beber agua de uma fonte o contacto pleno com a natureza estava a conquista-lo e aquele rapaz da cidade estava-se a tornar num verdadeiro aldeao.

Miguel aprendia a dar valor a outras coisas e criava um forte sentido de independencia e responsabilidade, estava muito maduro para a sua idade e isso talvez segundo alguns nao fosse bom pois poderia nao deixa-lo gozar uma adolescencia que todo o jovem da sua idade merecia mas teve o apoio de todos quando comunicou que tinha decidido arranjar um emprego enquanto estivesse de ferias e apos algumas tentativas conseguiu ser admitido como estafeta numa pizzaria na vila onde o seu trabalho seria ir entregar pizzas ao domicilio de moto.

O fim do dia era sempre um cansaco e devido a idade dava gracas a Deus nao o terem posto a trabalhar de noite. Andava assim na sua vida segundo o pai a aprender a ser homem. Miguel por vezes quando nao tinha encomendas a entregar ficava na pizzaria a atender os clientes as mesas e era o caso daquele dia.

Ela deveria estar na casa dos seus seus vinte e muitos ou trinta e poucos pouco importava um ano a menos um ano a mais nada lhe roubava uma certa frescura no rosto e uma enorme beleza. Vestia talvez de uma forma bizarra embora demasiado jovem parecia acompanhar as modas dos hippies americanos roupas coloridas e largas alem de compridas e um casaco de camurca. Ele fora-a a atender e desde a primeira troca de olhares que se viu que a coisa dificilmente iria ficar por ali.

Primeiro fez-lhe o pedido do que desejava uma Pizza de frutos do mar bem carregada de atum e delicias do mar. para beber uma imperial com groselha e uma dose de batatas fritas para acompanhar. Ate ao momento da sobremesa tudo bem mas quando Miguel trazia o cafe para aquela verdadeira Deusa eis que uma falta de equilibrio com a chavena na mao faz-lhe derrubar todo o cafe no casaco da Deusa que ficou fera como uma Deusa de verdade nunca ficaria.

- Olha o que fizeste, pa? - Gritou - ja viste bem a merda que fizeste?
- Queira desculpar-me... nao sei, nunca me tinha acontecido!
- E foi logo comigo que tinha de acontecer, traz-me a conta quero-me ir embora.
- Desculpe - Miguel tentava desculpar-se da melhor maneira possivel - Eu pago-lhe isso fique descansada.
- Nao ouviste, es surdo e? Agora alem de desastrado es surdo. Traz-me a conta antes que chame o Gerente e faca queixa de ti. Tenho que arranjar maneira de ir limpar isto tu calculas quanto custa um casaco destes? Calculas quanto custa uma limpeza a seco?

Todos se riram com aquela cena mas as criticas a forma brusca como a tipa tinha tratado o rapaz fizeram-se ouvir logo que a mesma virou costas e foi embora tinha tanto de bela como de antipatica pelos vistos, foi a ideia com que Miguel ficara. Apetecia-lhe responder a letra ser malcriado com ela como ela fora com ele mas a necessidade de manter o trabalho falou mais alto.

Chegava ao fim o seu turno e seguia calmamente para casa nos outros dias seria assim naquele por culpa daquela cabra arrogante nao seria assim. Sentia-se humilhado e revoltado. Era um jovem calmo e sossegado que nunca causara problemas aos pais mas tudo tinha limites e aquela gaja so porque chegara ali para almocar pensava que podia maltratar e humilhar toda a gente, ele nao era vingativo mas sentia desejo nao de vinganca mas de dar uma licao de civismo aquela tipa.

Um carro estava parado a beira da estrada naquele local deserto e ermo verdadeiramente tenebroso em noites escuras, reduziu a velociadade da mota conforme se foi aproximando. Fosse quem fosse que ali estava podia estar em apuros mas todo o cuidado era pouco, pensou Miguel. A figura embora ainda um pouco distante pareceu-lhe franzina e calculou que fosse uma mulher nao insparava portanto grandes cuidados e parou junto do carro ainda com o capacete na cabeca. Ainda nao conseguira ver quem era afinal a dama que estava ali com o carro avariado, ela estava virada de costas e encostada a porta, quando a mesma se virou para si Miguel chegou a arrepender-se de ter parado para oferecer ajuda.

Parecia mentira, ironia do destino talvez ou azar da vida que novamente os fazia voltar a cruzarem-se ele e aquela antipatica, arrogante mas boazona da pizzaria a quem ele entornara com o cafe no casaco. Nao era facil olha-la da mesma maneira. oferecer-lhe ajuda e mostrar-se prestavel, o melhor seria voltar a ligar a mota sem lhe dirigir a palavra e partir.

Ela aproximou-se e reconheceu-o assim que ele tirou o capacete o ar antipatico deu lugar a um sorriso e a um pedido de desculpa. Apresentou-se como sendo a Teresa e depois de ele dizer-llhe que era o Miguel as apresentacoes estavam feitas.

Teresa contou-lhe os problemas que tinha na alma e o que a levara ate ali e lamentou ter sido um pouco ele a pagar as favas e a ser o seu saco de pancada. Ele sorriu e respondeu-lhe que perante a sua beleza a pancada era benvinda e que todos tinham momentos menos bons.

Teresa era divorciada a cinco anos e tinha terminado um outro namoro recentemente de forma amigavel mas que lhe deixara muitas marcas negativas. Era Professora de Historia e fora recrutada para ingressar no Liceu da vila no novo ano lectivo que comecaria em breve. A Professora tomara a decisao de vir mais cedo para arrumar a vida por ali agora que estava de regresso a terra dos seus avos maternos e onde passara ferias na sua infancia, Teresa nao hesitou em concorrer aquela vaga quando viu que podia voltar as suas raizes maternas.

Miguel adorava Historia, Filosofia e Arqueologia mas decidira escolher Direito para vir a ser um grande Advogado ambos sorriram quando notaram que ela poderia vir a ser sua Professora e ambos rezavam para que assim fosse.

O problema do carro de Teresa era um pneu furado que Miguel trocou num abrir e fechar de olhos o tempo que passara a ver os mecanicos a trabalhar na oficina do bairro em Lisboa afinal servira para alguma coisa. Despediram-se com a certeza de que em breve iriam ver agora sabiam que iam estar proximos durante algum tempos viesse Teresa e Miguel a serem Professora e Aluno ou nao a verdade e que iriam estar na mesma escola. Sorriram no fim e Teresa ainda gracejou que mudar pneus para Miguel parecia mais facil que servir cafes.

Teresa chegara a antiga casa que fora dos avos e que agora seria a sua habitacao. Desde que a avo morrera que a casa estava praticamente fechada so de quando em quando vinha uma tia ou prima passar ferias mas agora seria diferente, agora seria a sua habitacao de todos os dias. O po era imenso e a falta de arrumacao enorme mas sentiu que tinha o essencial agua, luz e nao lhe faltava uma cama.

Na rua era a conversa de final do dia entre as velhas das fofocas e da ma lingua de que a neta da Alice da Adega estava de volta e que viera habitar a antiga casa que era da avo. Miguel ouvia o que a sua avo dizia a sua mae ja com uma certa raiva. Ainda nao tinham falado com a mesma mas ja a tratavam e viam como uma alma sem vergonha segundo palavras da avo pelo menos se a neta fosse igual a velha Alice na boca da avo era assim que via Teresa mas na da mae era diferente.

Para Paula a mae de Miguel a regressada Teresa sempre fora uma das suas melhores amigas de infancia, aquela amiga das brincadeira de meninas, saltar a corda e brincar ao elastico. Teresa fora tambem aquela confidente que nunca soubera espalhar aos quatro ventos um segredo que Paula lhe contara, e tinham sido muitos. Embora para Paula a amiga de infancia nao fosse uma Santa na sua boca e entender nao era e estava mesmo longe de ser a ma figura que a sua mae pintava.

Era inacreditavel e so naquele final de manha Miguel acabou por descobrir que afinal Teresa morava na mesma rua apercebeu-se disso quando notou o carro a porta de casa e a mesma a sair para ir fazer as primeiras compras ao hipermercado da vila. Sorriu ao ver Miguel mais uma vez e nao resistiu a convida-lo a vir consigo era no fundo igualmente um passeio e uma forma de se conhecerem melhor, seria importante darem-se bem agora que eram vizinhos e o primeiro contacto nao fora o melhor de todos.

Na vila o passeio foi agradavel Teresa nao resistiu em antes mesmo de irem as compras darem um passeio pelo centro da vila e pelo Jardim Municipal e irem almocar a pizzaria onde Miguel estava a trabalhar e onde Teresa insistia em voltar mesmo no dia de folga do rapaz hoje ele seria um cliente seria seu convidado e so depois de Almoco iriam as compras.

O envolvimento entre ambos era uma hipotese que ambos nao planeavam Teresa era uma mulher feita, madura e experimente. Uma pessoa fortemente marcada pela vida e ele nao a via de outra forma senao como uma amiga quase 20 anos mais velha, nao seriam os primeiros mas no entender da mesma o jovem belo como era deveria ter muitas raparigas da sua idade a sua volta. Depois sabia bem como as pessoas naquele meio pequeno a iam ver relacionada com um rapaz mais novo eram tipos de comportamento inaceitaveis e por fim tinha a questao de Miguel so ter 15 anos o que significava que ela poderia ter problemas com a justica devido ao crime de pedofilia.

Para Miguel era tudo tambem incerto e o futuro ditava as coisas a sua maneira. Ele nunca tivera um namoro mais serio, somente coisas de miudos com meia duzia de beijos e apalpoes ou seja um daqueles miudos praticamente virgens, ainda a moda antiga e olhava para Teresa via uma mulher bonita mas tambem uma mulher quase vinte anos mais velha que na infancia fora a melhor amiga da sua mae e que ele tinha por obrigacacao respeitar, alem do mais parecia haver algo, talvez um segredo que ela lhe escondia, tinha uma certa tristeza naqueles seus olhos que lhe mostravam um olhar penetrante que indicava isso.

Paula sem saber de nada, sem saber que Miguel e Teresa estavam cada vez mais intimos e proximos e foi a casa da amiga convida-la para a sua festa de aniversario. Paula nao calculava sequer que era ali na casa da amiga que Miguel o seu filho mais velho passava agora ja quase todo o seu tempo livre. O jovem fazia que ia dar um passeio de moto ate ao rio, ate a vila ou ate onde a sua imaginacao permitia inventar ou criar um local para estar e deixando a moto escondida no quintal de Teresa era na sua casa que ambos se encontravam. Ambos sabiam que quando o novo Ano Lectivo comecasse tudo seria diferente mas ate la ainda faltavam algumas semanas.

Sem pensarem no futuro Miguel e Teresa iam-se ja encontrando diariamente mas ainda nao se tinham declarado, ainda nao haviam trocado um beijo, uma caricia intima e agora ali estavam eles lado a lado na mesa de jantar em casa de Paula mae de Miguel sobre o olhar de toda a familia. Era a primeira vez que todos estavam assim juntos desde que tinham chegado de Lisboa e haviam muitas historias e episodios para contar. Uns ainda comiam, outros nao paravam de beber enquanto outros fumavam e havia ainda os que estavam a conversa e gargalhadas no patio, Miguel e Teresa tinham uma constante troca de olhares de cumplicidade.

Na televisao passava agora a noticia de que muitos falavam no momento Liliana Costa a Professora que se havia supostamente envolvido com um dos seus alunos e o tio de Miguel nao se conteve a atirar uma piada na direccao de Miguel e Teresa.

- Se voces nao tomarem cuidado ainda acabam da mesma maneira!
- Nao me importava nada - respondeu Miguel - Antes acabar assim do que como muitos com um par de cornos na testa.

Gargalhada geral na sala todos admiraram a coragem de Miguel ao responder ao tio e esperavam que aquilo fosse dar confusao, nao deu o pai de Miguel optou por colocar o irmao na rua antes que o filho ou o irmao se pegassem, no fundo todos sabiam que o jovem se referia ao facto da mulher do tio o ter deixado depois de o ter traido "eis a piada do par de cornos na cabeca".

O ano lectivo comecara e o que ambos desejavam aconteceu Teresa fora escolhida para ser Professora de Historia na turma de Miguel. A mesma esperava que o jovem fosse a procura de se tornar um priveligiado nas suas maos, tratado de forma diferente mas ficou admirada quando antes da primeira aula o mesmo a esperava no corredor e lhe pediu para ali ser tratado como eram os outros. Se ele queria assim seria tambem poderia vir a ser problematico trata-lo de forma diferente e injustificavel perante os outros alunos e professores ainda que fosse a sua Directora de Turma e ele o Delegado de Turma.

Miguel continuava ser um jovem normal mas nutria ja algo mais que uma simples ou forte amizade por Teresa, ainda que amizade forte havia sempre uma barreira ou fronteira que separava a amizade forte e o amor, a paixao. Ja Teresa nao se sentia em situacao diferente mas com o inicio do Ano Lectivo surgia sempre mais trabalho, eram as apresentacoes, elaboracoes de trabalhos, reunioes com pais e colegas e por fim acompanhar alguns casos de alunos mais problematicos.

Era fim-de-semana e habitualmente as mulheres estavam em casa com os seus afazeres e os homens a maioria estava na taberna a ver a bola e a falar de politica entre copos de vinho, cerveja, petiscos e fumo de tabaco. Miguel estava em casa de volta dos livros e dos estudos procurava uma forma de ocupar o tempo e manter-se um pouco afastado de Teresa quando a mae lhe pediu que fosse chamar o pai ao cafe, sem muita vontade la foi andava-sse a adivinhar o confronto e luta entre ele e o tio depois da troca de bocas na festa de aniversario da mae.

O tema de conversa no cafe mais uma vez era Teresa segundo Miguel rapidamente pode constar e como de costume nao falavam bem. A Professora era censurada pela forma pouco discreta como se vestia e sobretudo por ainda naquele dia aparecer um homem sabe-sse la quem e de onde a bater-lhe a porta. Mais uma vez era o tio de Miguel quem estava alto e bom som a arruinar Teresa. O ambiente aqueceu logo quando Miguel se aproximou e perguntou, desde quando e que um grande homem podia falar nas costas dos outros? O tio levantou-se e deu-lhe um estalo o que ele respondeu com um murro na cara do tio que perdeu a cabeca e embora Miguel ja nao fosse nenhuma crianca o tio mais possante nao lhe as poupou. Resultado o tio com um olho negro e Miguel com o nariz ensanguentado, talvez mesmo partido.

Saiu dali depois de os terem separado e descia a rua de regresso a casa quando Teresa lhe apareceu no caminho. Ja sabia o que se tinha passado, as noticias corriam rapido e as piores eram as primeiras a chegar. Levou para sua casa pois a unica forma de lhe agradecer era ser ela propria a trata-lo e como tinha curso de socorrista era a pessoa ideal para o fazer no momento. Segundo Teresa e do pouco que vira quando fora comprar tabaco o olho do tio nao estava pior que o seu nariz e Miguel nao pode deixar de sorrir.

- Miguel! Porque fizeste aquilo, porque?
- Ainda nao te apercebeste, Teresa? - Abracou-a - nao acredito que ainda nao te tenhas apercebido!
- Porque me amas tal como eu te amo a ti.

Era tudo o que ele queria ouvir naquele momento nao se importaram com mais nada e nem com ninguem era como se o mundo fosse de novo apenas Adao e Eva mas agora era Miguel e Teresa, nao se importaram se o que faziam era crime de pedofilia ou nao. Despiram-se sempre trocando caricias e fizeram amor ardentemente. Talvez Teresa fosse uma criminosa, talvez fosse uma louca mas era tambem uma mulher com desejos e agora, finalmente estavam realizados. Teresa ficou admirada quando Miguel lhe contou que era virgem e depois lhe pediu para ela, agora que eram intimos demais lhe contar o segredo, que escondia e que se podia ver e sentir em seu olhar.

Teresa a alguns anos atras quando era casada tivera um filho e o mesmo morrera num acidente de carro que a mae tivera. Teresa nao fora culpada do acidente mas culpara-se a si propria pela morte do filho por nao lhe ter colocado o Cinto de Seguranca quando o colocara no carro. O menino fora cuspido e atirado para fora do carro e fora esmagado pelo mesmo, era esse o segredo de Teresa. Miguel abracou-a nao podia sentir a dor e sofrimento que tudo aquilo causara a mulher que amava em silencio. Teresa contou-lhe tambem que aquele homem que lhe estivera a bater a porta era um Advogado da companhia de seguros do condutor que causara o acidente e queriam de uma vez por todas tentar acertar o valor da indemnizacao pela morte do filho mas Teresa nao queria dinheiro, nenhum dinheiro lhe dava o que ela realmente queria e o que ela mais queria era o filho de volta.

Era tarde, tinham-se deixado dormir e perdido a hora andavam todos a procura de Miguel quando alguem contou que o vira depois da briga com o tio na companhia de Teresa e o vira entrar em casa da mesma. Paula correu para la a amiga devia estar a tentar acalmar Miguel mas comecava a ser tarde, tarde demais para um adolescente estar em casa de uma mulher divorciada.

A porta nao estava trancada e Paula entrara quase que em silencio estranhou o facto de os dois nao estarem na sala e nem na cozinha comecou a temer o pior e as suspeitas estavam certas ao entrar no quarto de Teresa a mesma estava nua na cama com Miguel no mesmo estado e ambos dormiam profundamente. Paula comecou ali mesmo o escandalo e ninguem a conseguiu parar em breve ja toda a aldeia sabia que Teresa andava metida com Miguel.

O caso tinha tomado as suas medidas habituais e Miguel embora afirmasse que nao fora obrigado a nada pouco podia fazer, era menor. Teresa acabara detida e iria ser julgada pelo Crime de Pedofilia como havia provas mais que suficientes, Paula tirara-lhes fotos com o telemovel na cama Teresa estava praticamente condenada e poderia apanhar uma pena ate 6 anos de cadeia. Toda a aladeia estava em estado de choque, Teresa tambem havia sido afastada da escola depois de poder ficar a aguardar julgamento em Liberdade Condicional e um caso daqueles passara a ser publico e de nivel nacional.

No dia do julgamento de Teresa ali no Tribunal da vila estavam os canais de televisao e tudo Miguel estava quase com 16 anos e tambem ele acabara por ser ouvido como Testemunha. O caso estava muito mau para Teresa tudo parecia estar contra a ela e a mesma ja aceitava e considerava uma condenacao mas 6 anos era muito tempo, muito tempo sem Miguel.

O Juiz iria proferir a sentenca e atendendo a vitima ter quase idade para praticar actos sexuais, atendendo a Re nao ter antecedente naquele ou qualquer outro tipo de crime e o mesmo ter sido consumado com total consentimento da vitima, Teresa estava condenada a apenas 2 anos de cadeia, o Juiz terminou afirmando que esperava que o tempo na cadeia lhe servisse para pensar no que tinha feito e lembrou a todos que quando a mesma fosse colocada em liberdade depois de cumprir a pena mesmo que se voltasse a envolver com o jovem ja nem ele e nem ninguem poderiam fazer nada Miguel ja teria quase 18 anos e que se no momento tivesse mais de 16 ninguem podia acusar Teresa de pedofilia, lembrou que no futuro ambos podiam fazer o que quisessem sem ninguem os condenar.

Apesar de o tentarem evitar Miguel ainda correu para junto de Teresa e abracou-a jurou-lhe que iria esperar por ela e que dois anos passariam rapido e que a mesma ate podia sair mais cedo por bom comportamento. Abracaram-se perante o olhar de reprovamento de muitos, porra a televisao estava ali fora a filmar tudo alegava a mae do jovem.

Alguns meses se haviam passado e ja todos se haviam conformado que Miguel e Teresa nao se iriam separar apenas a avo continuava a reprovar a relacao mas tanto a mae como o pai embora nao vissem a mesma relacao com bons olhos ja a iam aceitando podia ate ser pior no fundo Teresa errara mas era uma mulher com nome, caracter e valor seria pior ver o filho metido com alguma rapariga sem cabeca que o levasse para os maus caminhos. Nao havia um unico fim-de-semana que Miguel nao se fizesse a estrada com a mota para ir a cadeia ver Teresa, era louvavel e bonito de se ver eles gostavam mesmo um do outro.

Quase dois anos se tinham passado e Teresa conseguira sair mais cedo da cadeia por bom comportamento recebera um perdao de pena de quase dois meses. Ia regressar ao mesmo sitio onde agora a iam olhar pior que antes, certamente. Miguel estava junto ao portao da cadeia e esperava pela mesma montado na mota e de frente para si com um sorriso aberto, Teresa correu a abraca-lo.

- Eu sabia que vinhas, eu sabia que vinhas es um amor.
- Sim claro que vinha, vi-te buscar vamos para a aldeia estao todos a nossa espera...
- E a tua familia! - Interrompeu Teresa - a tua mae?
- Ja todos te aceitaram ate a minha avo ja te ve com outros olhos dizem que e melhor andar com uma mulher um pouco mais velha do que com um miuda sem cabeca. - Miguel tirou algo do bolso do blusao - Teresa eu preferia fazer isto, aqui e agora do que na presenca de outras pessoas, toma e so espero que aceites.
- Um anel, es um querido. Isto significa...
- Sim que quero casar contigo logo que possamos, se quiseres, claro.

Teresa sorriu afirmativamente, montou-se na mota e enfiou o capacete na cabeca ambos seguiram para a aldeia de coracao aberto ele agora era um jovem de quase 18 anos e ela era finalmente, livre para o amar.

                                                                                                           Manuel Goncalves











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