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quarta-feira, 28 de junho de 2017

O Casamento no Antigo Egipto e na Grecia Antiga



O casamento desde seculos mesmo desde dos tempos dos grandes imperios e civilizacoes antigas que teve uma enorme importancia perante a sociedade e igualmente pelas mais diversas classes sociais. O casamento podia mesmo nao significar apenas mas igualmente selar um acordo de paz ou uma alianca entre dois povos.

Mesmo nos maiores imperios como o Grande Antigo Egipto e na nao menos importante antiga Grecia as coisas nao eram diferentes ja para nao falar na Roma Antiga no entanto esta cronica vai abordar directamente o Antigo Egipto e a Antiga Grecia ficando a nao menos interessante cronica acerca do casamento na Roma Antiga para mais tarde. Podemos tambem analisar que apesar de tudo nestas e em outras civilizacoes existem tradicoes que pouco ou nada mudaram.


E sempre um prazer, enorme prazer voltar a escrever sobre um tema que aborda os meus assuntos de eleicao e preferencia Historia :) embora realmente ja o casamento nao diria a mesma coisa por ainda nao saber o que isso e :) vida de solteiro, vida livre e boa.


O Casamento no Antigo Egipto era um acto do foro privado, a concretizacao do desejo de viver em conjunto, sem qualquer tipo de enquadramento juridico e sem necessidade de uma sancao religiosa.

A propria lingua egipcia nao possuia uma palavra ou significado para "Casamento". Apesar disso, os textos da Literatura Sapiencial, como o Ensinamento de de Ptah-hotep (tambem conhecidos como As Maximas de Ptahhotep ou Instrucoes de Ptahhotep sendo uma Obra Literaria do Antigo Egipto), recomendam o homem a casar e a fundar uma familia assim que as suas condicoes materiais o permitam. Nestes mesmos textos o homem e aconselhado a amar e a procurar agradar a sua esposa. A Arte Egipcia fez tambem eco da valorizacao do Casamento, como atestam e comprovam as esculturas e as pinturas nos tumulos nas quais o homem surge acompanhado pela sua esposa, que o abraca carinhosamente.

As mulheres no Antigo Egipto casavam entre os 12 e os 14 anos, enquanto os homens fariam o mesmo por volta dos 16, 17 anos. Estas idades podem parecer demasiado precoces, mas e necessario ter-se em conta a baixa Esperanca de Vida que existia no Egipto nesta epoca.

A aprovacao paterna era uma condicao obrigatoria para que o Casamento se pudesse realizar, sendo concedida por norma somente apos as negociacoes com a familia do pretendente. O noivado concretizava-se com a troca de presentes entre as familias.

O casamento entre primos era algo frequente, registando-se tambem um numero significativo de casamento entre tios paternos com sobrinhas e tias paternas com sobrinhos. O Casamento enre irmaos foi um facto que tambem existiu mas apenas na Familia Real e tinha como objectivo formentar a coessao; mesmo assim, deve ser referido que se tratava frequentemente de meios-irmaos.

Uma vez ja casados o casal instalava-se na sua casa, que era em principio proporcionada pela familia do marido. Esta tambem deveria fornecer terras e outros bens materiais necessarios para uma vida em comum.

A autoridade maxima da casa residia no homem. A mulher casada precedia o seu nome com o Titulo de "Nebet-per", o que significa "A Dona da Casa".

O casamento entre os antigos egipcios era monogamico, mas naqueles casos em que as condicoes economicas o permitissem o homem poderia ter se assim o entendesse concubinas. Contudo, o estatuto destas era inferior ao da esposa legitima. As concubinas poderiam viver na casa dos seus amantes, mas estavam sujeitas a vontade deste: se o homem deixasse de se sentir interessado pela mesma poderia expulsa-la. Os filhos que o mesmo tivesse com a concubina expulsa poderiam ser adoptados pelo pai se o mesmo assim o entendesse.

A poligamia foi um acto comum entre os faraos. Para alem da esposa principal (a "Grande Esposa Real"), os faraos tinham um harem que era integrado por varias mulheres. Os harens possuiam uma estrutura hierarquizada, ocupando a "Grande Esposa Real" o topo (esta estava presente nas cerimonias oficiais junto com o Farao, sendo em principio o seu filho primogenito que sucederia o Farao). O harem era de certa forma um prolongamento da vida politica e diplomatica, ja que servia para cimentar aliancas, quer fosse com as forcas politicas que existiam no pais (Casamento do Farao com as filhas dos governadores das provincias, por exemplo) ou com os paises vizinhos.

O Divorcio tambem se encontrava previsto em casos particulares como o adulterio e a esterilidade. O adulterio recriminado era o feminino. A semelhanca do Casamento nao se verificava qualquer tipo de intervencao por parte da Lei ou da Religiao.


O Casamento na Grecia Antiga era geralmente monogamico, constituindo um assunto do foro provado, sem intervencao da Polis.

As informacoes mais abundantes referem-se principalmente a Atenas, pelo que o presente artigo reflecte essencialmente a realidade desta Polis.

Nao existia em Atenas uma idade minima para se casar. As jovens atenienses casavam por norma entre os 14 e os 18 anos, enquanto que os homens por volta dos 30 anos. Era relativamente comum e habitual o Casamento entre primos, entre um tio e a sua sobrinha, ou ate mesmo entre meios-irmaos (desde que estes nao tivessem a mesma mae). A poligamia era interdita em Atenas, sendo considerada barbara.

O Casamento era antecedido pela cerimonia de noivado (enguesis), que era sempre uma negociacao entre o pai da jovem (ou o seu tutor) e o noivo que poderia ate ter lugar varios anos antes da concretizacao do Casamento.

Nao era necessaria a presenca de sacerdotes na Cerimonia do Casamento. O periodo preferido para a realizacao de casamentos era o mes de Gamalion (Janeiro/Fevereiro).

Na vespera da Cerimonia de Casamento as familias dos noivos realizavam sacrificios (proteleia, programia) a divindades como Hera (Deusa Grega do Casamento, das bodas e da Maternidade o equivalente a Juno na Mitologia Romana) e Zeus ( Rei dos Deuses, Deus do Ceu, Deus dos Trovoes e Relampagos,Deus da Justica, Ordem e Lei, irmao e marido de Hera ambos considerados como deuses do Casamento, o equivalente a Jupiter na Mitologia Romana), a Artemis (Deusa da Virgindade, da Caca, Lua e Vida Selvagem o equivalente de Diana na Mitologia Romana) e a Ilitia (Deusa da Gravidez e Protectora dos Partos, o equivalente a Lucina na Mitologia Romana). Era habitual que a noiva oferecesse todos os seus brinquedos a Deusa Artemis, simbolizando o fim da sua infancia. Os noivos tomavam um banho que era um ritual de purificacao com agua da fonte Calirroe, transportada em vasos especiais (os lutroforos) por mulheres que seguiam em cortejo.

No Dia do Casamento as casas dos noivos eram decoradas com ramos de Oliveira e Loureiro. O pai ou tutor da noiva oferecia um banquete. Durante o mesmo banquete a noiva tinha a cara coberta por um veu e uma Coroa na cabeca. Um menino que tinha sido escolhido por ter os dois pais vivos oferecia entao aos convidados pao que tirava de um cesto, ao mesmo tempo que declarava uma formula ritual ("Eu bani o mal e encontrei o bem"). Durante o banquete trocavam-se presentes e comiam-se bolos de sesamo, que se acreditava favorecerem a fecundidade.

Finalmente ja de noite de conducao da jovem para a sua nova casa. Os noivos subiam para um carro puxado por bois ou mulas, acompanhados por familiares e amigos que seguiam o mesmo percurso a pe segurando tochas e cantando o Himoneu, o Hino do Casamento. Na porta da casa do noivo encontravam-se os pais deste, prontos para receber a noiva que era agora a esposa de seu filho e tambem sua nora; a mae do noivo segurava uma tocha na mao e o pai tinha uma Coroa de Mirto. Dava-se a noiva um bolo de sesamo e mel ou uma tamara. Atirava-se entao sobre a cabeca desta figos secos e nozes enquanto era levada ate ao fogo sagrado pela mae do noivo ou seja a sua sogra.

Chegava entao o momento do casal penetrar no seu quarto (thalamos) para consumar a uniao. Na porta do quarto um grupo de jovens de ambos os sexos cantavam o epitalamio. No dia seguinte, tinham lugar novos banquetes e sacrificios.

Em Atenas apenas era punido o adulterio feminino; o homem so era punido se tivesse envolvido com a esposa de outro homem. O adulterio feminino era punido porque era encarado como uma contestacao de autoridade do marido e porque criava a hipotese de nascerem filhos ilegitimos.

O divorcio consistia no simples repudio do marido pela mulher.

Esta cronica deu-me um prazer particular escrever porque reparei desde o inicio depois de fazer a pesquisa e recolher o material para escrever a mesma de que o tema era deveras interessante para quem se interessa por assuntos como Historia Antiga, Civilizacoes Antigas, Antigo Egipto e Grecia Antiga mas nao iria ser tao extensa como habitualmente sao as cronicas do genero o que ate podia marcar pela positiva.

Tive mais uma vez que abdicar de certas palavras na lista de etiquetas porque o mesmo espaco e limitado "Sociedade" e "Cultura Geral" foram as mesmas que ficaram de fora da lista mas recordadas aqui nestas linhas para que nao fiquem completamente esquecidas.

Caro (a) leitor (a) foi como sempre um prazer ter trazido mais uma Cronica minha ate si, espero que o mesmo trabalho tenha sido do seu inteiro agrado. Ate a proxima.

                                                                                                          Manuel Goncalves



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