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sábado, 1 de julho de 2017

A Tragedia e Incendio de Pedrogao Grande




Nao pensem que me da gosto escrever sobre uma tragedia destas ou algo semelhante, estou a faze-lo porque sinto que e tambem uma forma de estar solidario com as vitimas da mesma e sobretudo tambem com os familiares das vitimas mortais que a mesma tragedia infelizmente provocou.

O unico ponto positivo aqui e que mais uma vez se provou e mostrou que e nestas alturas mesmo em tempos dificeis e de muita crise que acabamos por vencer todas as dificuldades e provocar uma enorme onda de solidariedade para com as vitimas deste incendio. De imediato se criaram linhas de apoio para se fornecer o que se pudesse fornecer desde mantimentos, agassalhos e ate mesmo dinheiro alem de ter organizado um concerto de musica solidario com as vitimas de Pedrogao Grande.

Pedrogao Grande era uma daquelas regioes de Portugal que muitos nao conheciam e nunca tinham ouvido falar embora nao seja um daqueles locais remotos e isolados no interior portugues pertencendo assim ao Distrito de Leiria na Zona Centro de Portugal bem longe ainda das chamadas zonas isoladas no interior de Portugal mais usuais na Zona Norte.


O Incendio Florestal de Pedrogao Grande deflagrou a 17 de Junho de 2017 no Concelho de Pedrogao Grande, no Distrito de leiria, em Portugal, tendo tomado uma enorme intensidade que se alastrou aos concelhos vizinhos de Castanheira de Pera, Figueiro dos Vinhos, Ansiao e Alvaiazere (tambem pertencentes ao Distrito de Leiria); ao Concelho da Serta (esta no Distrito de Castelo Branco); ao Concelho de Pampilhosa da Serra (Distrito de Coimbra) e ao Concelho de Gois (tambem Distrito de Coimbra). So para se mostrar a grandeza do incendio note-se entao que atingiu tres distritos: Leiria, Castelo Branco e Coimbra e oito concelhos (cinco deles no Distrito de leiria; dois no Distrito de Coimbra e um no Distrito de Castelo Branco. O desastre e o maior incendio florestal de sempre em Portugal, o mais mortifero da Historia do pais e nao e apenas uma grande tragedia a nivel nacional  e o 11.º mais mortifero a nível mundial desde 1900.

Um balanco provisorio contabilizou 64 mortos (63 civis e um Bombeiro Voluntario - Goncalo da Conceicao Correia - de Castanheira de Pera) e 254 feridos (241 civis, 12 bombeiros e 1 Militar da Guarda Nacional Republicana) dos quais 7 em estado grave (4 bombeiros, 2 civis e uma crianca). Entre as vitimas mortais, 47 foram encontradas nas estradas do Concelho de Pedrogao Grande, tendo 30 morridos nos automoveis e 17 nas suas imediacoes durante a fuga ao incendio. O incendio tambem arrassou dezenas de lugares.

Em termos de prejuizos materiais, foram contabilizadas mais de 500 casas de habitacao parcial ou totalmente destruidas pelo fogo. Foram tambem afectadas 40 empresas com 350 postos de trabalho. A estimativa provisoria do montante total de prejuízos ascende a 250 milhoes de euros.


A causa apontada para o incendio que provocou a enorme tragedia no entender e conclusao das autoridades foi Trovoada Seca que, conjugada com temperaturas muito elevadas (superiores a 40 Graus Celsius) e um vento muito intenso e variavel, fez deflagrar e propagar rapidamente o fogo. No entanto, o Presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares, acreditou que o incendio nao teve a sua origem inicial em causas naturais ja que, segundo os relatos de alguns habitantes de Pedrogao Grande, o fogo ja estaria activo antes da altura em que ocorreu a trovoada seca nesta zona. A Procuradoria-Geral da Republica confirmou que o Ministerio Publico estava a investigar as causas do incendio.

Como resposta a catastrofe, o Governo de Portugal, decretou tres dias de Luto Nacional, de 18 a 20 de Junho de 2017, enquanto varias autoridades internacionais enviaram mensagens de solidariedade.

Em 2014 e 2015, registou relativamente poucos incendios florestais. No ano de 2016, o pais foi severamente atingido por eventos deste tipo, que consumiram mais de 100 mil hectares apenas no seu Territorio Continental.

Uma intensa onda de calor precedeu os incendios de 2017, em Pedrogao Grande, como muitas areas de Portugal registando temperaturas acima de 40 °C (104 °F). Durante a noite de 17 para 18 de Junho, iniciaram-se um total de 156 incendios em todo o pais, particularmente nas areas montanhosas a 200 KM (124 MI) a Norte-Nordeste de Lisboa. Os incendios iniciais comecaram na vila de Pedrogao Grande e espalharam-se dramaticamente e de forma muito rapida.

As trovoadas secas precederam o evento e inflamaram alguns incendios. O Director Nacional da Policia Judiciaria, Almeida Rodrigues, afirmou que a Policia, juntamente com a Guarda Nacional Republicana (GNR), descobriu a arvore que tera sido atingida por um raio, dando assim inicio ao incendio. Almeida Rodrigues tambem descartou a ideia ao contrario de Jaime Marta Soares de que o incendio possa ter origem criminosa.

Mais de metade da Regiao do Pinhal Interior Norte, que abrange Pedrogao Grande, estava ocupada por plantacoes de eucaliptos (eucalyptus), cujo o oleo e altamente inflamavel, e de Pinheiro-Bravo (Pinus Pinaster). O Jornal de Leiria escreveu: "a ajudar a violencia do fogo pode ter estado a natureza do coberto vegetal da regiao, composto por mais de 90% de eucalipto, o baixo teor de humidade do dia de ontem e as altas temperaturas que, mesmo durante a noite, ainda se mantem".

No dia 20 de Junho, uma das frentes activas do Incendio de Pedrogao Grande confluiu com a frente principal do Incendio de Gois (Distrito de Coimbra) e formou uma frente de fogo unica com 58 KM de extensao, o que levou a evacuacao de 27 aldeias. Varios foram os meios concentrados em Gois, onde se contou com cerca de 1000 bombeiros e 7 meios aereos no combate as chamas. Na noite de 20 de Junho mantinham-se ainda 7 frentes activas no Incendio de Gois.

No dia 21 de Junho o Incendio de Pedrogao Grande foi dado como estando dominado, vindo depois a ser declarado extinto igualmente no dia 24 de Junho. Ambos os incendios, com multiplas frentes que alastraram a diversos concelhos, lavraram durante uma semana, de 17 de Junho a 24 de Junho de 2017.


Pelo menos 64 pessoas morreram nas aldeias e estradas do Concelho de Pedrogao Grande. Outras 254 ficaram feridas, incluindo 12 bombeiros; sete pessoas - quareo bombeiros, dois civis e uma crianca - ficaram em estado critico.

O maior numero de mortalidade ocorreu na Estrada Nacional 236-1, numa zona florestal entre Figueiro dos Vinhos e Castanheira de Pera, onde 47 pessoas morreram dentro dos seus carros ou perto deles, quando um incendio atingiu a mesma area florestal. Das vitimas mortais 30 delas morreram presas no interior dos seus veiculos enquanto as outras 17 morreram nas suas proximidades, ao tentarem em desespero de causa tentar escapar a pe. Uma pessoa morreu atropelada. Apesar da causa da morte de 30 pessoas ter sido atribuida a carbonizacao, especialistas dizem que a verdadeira causa da morte podera ter sido a inalacao de fumos e que essas mesmas 30 pessoas so teriam sido carbonizadas muito tempo depois de terem falecido.

Esta e a maior Catastrofe em termos de mortalidade, desde 1989, em Portugal, ano em que ocorreu o Acidente Aereo do Voo Independent Air 1851, nos Acores, vitimando 144 pessoas. Tratou-se, igualmente, das catastrofes naturais mais mortifera no mesmo territorio portugues desde as cheias ocorridas na Madeira em 2010 e o evento com mais vitimas mortais no mesmo territorio desde o Desastre Aereo de 1989 na Ilha de Santa Maria. Tambem foi o incendio florestal com maior numero de mortes na Historia de Portugal e um dos tres maiores na Europa, consumindo mais de trinta mil hectares de floresta.

Na tarde do Dia 20 de Junho, chegou a ser noticiado e a vir a publico que um dos avioes Canadair que combatiam o incendio ter-se-ia despenhado em Ouzenda, algo que, quando questionado, o Secretario de Estado da Administracao Interna, Jorge Campos, nao se pode confirmar. Mais tarde, a Autoridade Nacional de Proteccao Civil desmentiu as noticias que davam conta da queda do aviao, atribuindo os relatos de algumas testemunhas a explosao de uma bilha de gas numa rulote.


Dados do Incendio Florestal de Pedrogao Grande em 2017:

. Local: Pedrogao Grande, Leiria, Portugal.
. Data: 17 de Junho de 2017 - 24 de Junho de 2017.
. Area Queimada: 53000 Hectares.
. Uso do Solo: Areas florestais e urbanas.
. Vitimas Mortais: 64 mortos.
. Feridos: 254 feridos (7 graves).
. Motivo: Trovoada Seca.

O Primeiro-Ministro de Portugal Antonio Luis Santos da Costa (1961) chamou o desastre de "a maior tragedia dos ultimos anos em relacao a incendios florestais", enquanto o Conselho de Ministros decretou tres dias de Luto Nacional, a contar a partir de 18 de Junho. Visivelmente abalado, o Presidente da Republica Portuguesa, Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa (1948), chegou a Pedrogao Grande ainda na noite de 17 de Junho e encontrou-se com os sobreviventes do incendio que haviam sido evacuados para Leiria. Mais de 1700 bombeiros foram mobilizados para combater os incendios em todo o pais, 800 deles apenas em Pedrogao Grande. Muitas pessoas foram evacuadas para a localidade vizinha de Ansiao, onde os residentes lhes ofereceram abrigo. O fumo de baixa suspensao impediu que os helicopteros pudessem oferecer apoio, prejudicando os esforcos de combate ao incendio. Alguns sobreviventes criticaram a resposta, que consideraram inadequada do Governo, alegando que, horas depois do incendio ter comecado, ainda nao teriam sido ajudados por nenhum Bombeiro.

A Comissao Europeia accionou o Mecanismo de Proteccao Civil para prestar auxilio a Portugal, enquanto paises como Franca, Italia e Espanha enviaram meios aereos de bombardeio de agua ao pais. O Vice-Presidente da Comissao Europeia, Jyrki Katainen (1971) da Finlandia, afirmou que a Comissao Europeia poderia comparticipar ate 95% das despesas e recobro e reconstrucao necessarias, na sequencia do acontecimento. O Reino de Marrocos tambem enviou um meio aereo de combate a incendios, a Espanha enviou tambem meios terrestres e cerca de 2000 bombeiros.
 

Ja em Roma, O Papa Jorge Maria Borgolio (1936) orou e pediu que se rezasse pelas vitimas e pelo povo portugues durante a Oracao do Angelus. Diversos outros lideres internacionais enviaram as suas condolencias a Portugal, incluindo Emmanuel Jean-Michel Frederic Macron (1977) Presidente da Franca; Mariano Rajoy Brey (1955) Primeiro-Ministro de Espanha e os reis de Espanha Filipe Joao Paulo Afonso de Todos os Santos de Bourbon e Grecia (1968) e Leticia Ortiz Rocasolano (1972); A Primeira-Ministra da Alemanha, Angela Dorothea Merkel (1954) e o Presidente da Alemanha Frank-Walter Steinmeier (1956); Xi Jinping (1953); Justin Trudeau (1971), Primeiro-Ministro do Canada; Shri Narendra Modi (1950), Primeiro-Ministro da India; Prokopis K. Pavlopoulos (1950), Presidente da Grecia e Alexis Tsipras (1974), Primeiro-Ministro da Grecia; Paolo Gentiloni Silveri (1954), Primeiro-Ministro de Italia; Kjell Stefan Lofven (1957), Primeiro-Ministro da Suecia; Michel Miguel Elias Temer Lulia (1940) Presidente do Brasil; Francisco Gueterres (1954), Presidente de Timor-Leste; Evaristo do Espirito Santo Carvalho (1941), Presidente de Sao Tome e Principe; Jorge Carlos de Almeida Fonseca, Presidente de Cabo Verde (1950); Jose Mario Vaz (1957), Presidente da Guine Bissau; Jose Eduardo dos Santos (1942), Presidente de Angola; Fernando Chui Sai-on (1957), Chefe do Executivo de Macau; entre outros.

Tambem diversos lideres de instituicoes europeias e mundiais enviaram seus pesares e palavras de coragem a Portugal e ofereceram ajuda no caso de a mesma estar ao alcance de oferecer a mesma, incluindo o portugues e antigo Primeiro-Ministro Antonio Manuel de Oliveira Gueterres (1949) actualmente Secretario-Geral das Nacoes Unidas; Jean-Claude Juncker (1954), Presidente da Comissao Europeia e Giovanni Vincenzo Infantino (1970), Presidente da Federacao Internacional de Futebol (FIFA).


Caro(a) leitor(a) quase a terminar sei que isso nao e o suficiente mas no meio da tragedia nao deixa de ser positivo ver-se que podemos brigar, lutar, discutir mas nos momentos de maiores aflicoes e necessidades nao deixamos de estar unidos apesar das dificuldades encontradas e creio que neste caso nao devem ter sido poucas.

Creio que e lamentavel apenas alguem como sempre andar a querer fazer desta tragedia um jogo politico onde procura ganhar pontos as campanhas eleitorais devem ser feitas durante o tempo que esta legalmente previsto e nao adianta que depois venham para a televisao pedir desculpas quando o mal ja esta feito.

A terminar mesmo penso que e apenas uma gota de agua num imenso oceano mas este e o meu contributo para tornar publico o que foi a tragedia ainda tao recente do que foi o Incendio de Pedrogao Grande, aproveito para dar a minha palavra de alento e coragem para com os sobreviventes que perderam muito, alguns quase tudo e outros so ficaram com a vida e a roupa que tinham no corpo. Quero tambem enviar os meus sinceros sentimentos e dar as condolencias as familias que ficaram de luto.

Caro(a) leitor(a) espero que esta Cronica ainda que abordando um tema bastante triste tenha sido do seu inteiro agrado e para ser sincero esta foi uma daquelas cronicas que eu preferia nao ter razoes para escrever significando isso que preferia que a tragedia de Pedrogao Grande jamais tivesse existido, ate a proxima.

                                                                                                         Manuel Goncalves










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