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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

O Caso Richthofen (2002)



Ja e sabido que cada vez mais o Mundo dos nossos dias e cada vez mais governado pela lei da selva, pela falta de sentimentos e pela ganancia onde somente importa o vil metal.

Ja e desde a muito sabido que o Brasil e um dos paises onde essa mesma lei impera mais e nao podia ser de outra forma sendo um pais que detem um dos maiores numeros de criminalidade, algumas das cidades, senao as mais violentas e perigosas como sao o Rio de Janeiro e Sao Paulo. Ja e sabido que no Brasil a cada segundo varias pessoas sao assaltadas, outras tantas sao violadas e com algum azar a cada segundo o crime de pessoas a serem assassinadas e ainda maior. A cada dia bancos sao assaltados, pessoas vao trabalhar e quando voltam a casa depois de um dia de trabalho a casa esta assaltada muitas vezes sem que qualquer vizinho ou seja quem for tenha se apercebido de algo estranho. O Brasil e assim mesmo.

Nao estou aqui para criticar ou falar da Justica brasileira somente mas para falar de um crime que mesmo num dos paises onde existe o maior numero de criminalidade as coisas que se sucederam ainda conseguem ser macabras e insolitas mesmo para quem vive dentro do Mundo do crime e conseguem um lugar de destaque na opniao publica sobretudo estrangeira, foi assim no Caso Richthofen, mesmo no Brasil algo assim e macabro demais para ser visto como um crime normal, daqueles que se praticam no dia-a-dia.


O Caso Richthofen (2002) e a denominacao e o nome com que ficou conhecido os homicidios, a consequente investigacao e o julgamento das mortes do Engenheiro alemao naturalizado brasileiro, Manfred Albert von Richthofen (1953-2002) pertencente a uma familia da nobreza alema: Os von Richthofen e da morte de sua esposa a Psiquiatra Marisia von Richthofen, o casal viria a ser assassinado pelos irmaos Daniel Cravinhos de Paula e Silva (1981) e Cristian Cravinhos de Paula e Silva (1975) a mando justamente da filha mais velha, Suzane Louise von Richthofen (1983).

Suzane e Daniel conheceram-se em Agosto de 1999 e comecaram um relacionamento pouco tempo depois. Ambos se tornaram muito proximos, mas o namoro nao tinha o apoio das familias, em particular da familia Richthofen, que viriam mesmo a proibir o relacionamento antes do assassinato. Suzane, Daniel e Cristian criaram um plano que acabou por nao ser o plano do crime perfeito para simular um latrocinio e assassinar o casal Richthofen, asssim os tres poderiam dividir mais tarde a heranca de Suzane correspondente a fortuna dos seus pais e ficariam sem qualquer impedimento para manterem uma relacao amorosa ou conjugal pelo menos por parte dos pais de Suzane que era a parte que mais se opunha, eles eram ricos e aparentemente o namorado da filha era pobre e oriundo de uma familia de classe social muito mais baixa.

No dia 31 de Outubro de 2002, Suzane abriu a porta da mansao da familia no Brooklin, um bairro nobre habitado na maioria por cidadaos imigrantes alemaes e franceses na Cidade de Sao Paulo, para que os irmaos Cravinhos pudessem ter acesso a residencia. Depois disso eles foram para o segundo andar da mansao e mataram Manfred e Marisia com fortes marretadas na cabeca.


O interesse da populacao pelo caso foi tao grande que a rede TV Justica cogitou transmitir o julgamento ao vivo. Emissoras de TV, radios e fotografos chegaram ate a ser autorizados a captar e divulgar sons e imagens dos momentos iniciais e finais, mas o parecer definitivo viria a negar a autorizacao. Cinco mil pessoas inscreveram-se para ocupar um dos oitenta lugares disponiveis na plateia, o que veio a congestionar durante um dia inteiro a Pagina do Tribunal de Justica na internet. Suzane Richthofen e Daniel Cravinhos foram condenados a 39 anos e 6 meses de prisao; Cristian foi condenado a 38 anos e 6 meses de reclusao.

Dados do Caso Richthofen:

. Local: Sao Paulo (SP), Bairro de Brooklin, Brasil.
. Data: 31 Outubro de 2002.
. Vitima(s):Manfred von Richthofen.
                    Marisia von Richthofen.
. Reu(s): Daniel Cravinhos.
                Cristian Cravinhos.
                Suzane von Richthofen.
. Advogados de Defesa: Denivaldo Barni e Mauro Otavio Nacif (Suzane).
                                           Divaine Jabur e Geraldo Jabur (irmaos Cravinho).
. Promotores de Justica: Roberto Tardelli.
                                             Nadir de Campos Junior.
. Juiz: Alberto Anderson Filho.
. Local do Julgamento: Forum Criminal da Barra Funda, Sao Paulo (SP).
. Sentenca(s): Suzane von Richthofen (condenada a 39 anos e 6 meses de cadeia).
                          Daniel Cravinhos (condenado a 39 anos e 6 meses de cadeia).
                          Cristian Cravinhos (condenado a 38 anos e 6 meses de reclusao).


A famosa familia aristocrata de origens alemas von Richthofen possuiu no passado e ao longo de geracoes varios membros que se vieram a tornar em diversas areas personalidades ilustres em contexto mundial. Entre os parentes desta familia Richthofen, estao: o Geografo e Cientista alemao, Ferdinand Freiherr von Richthofen (1833-1905); o Diplomata alemao, Oswald von Richthofen (1847-1906);a Cientista e Politica alema, Else von Richthofen (1874-1973); a Filosofa alema, Frieda von; o Piloto Aviador alemao, Manfred Albrecht Freiherr von Richthofen (1892-1918); o Piloto Aviador alemao, Lothar-Siegfried Freiherr von Richthofen (1894-1922); a Arqueologa alema, Bolko von Richthofen (1899-1983) e o Diplomata alemao, Hermann von Richthofen (1933).

Manfred Albert von Richthofen e a futura esposa Marisia se conheceram na decada de 1970, quando ela estudava Medicina e ele fazia Engenharia na Universidade de Sao Paulo (USP). Depois do casamento, foram estudar na Alemanha. No regresso, ele comecou a trabalhar para empresas privadas ate chegar a DERSA - (Desenvolvimento Rodoviario S.A.), a estatal que e responsavel pelas estradas em Sao Paulo. Ja a esposa, Marisia, quando voltou da Alemanha, abriu um  consultorio de Psiquiatria. Suzane nasceu em 3 de Novembro de 1983. Quatro anos depois, nasceu o filho mais novo, Andreas von Richthofen (1987).

Nas vizinhancas da casa onde a familia morou por quase quinze anos, na Zona Sul de Sao Paulo, os quatro sao lembrados com simpatia. "Era a familia Doriana, a familia feliz", testemunhou a Psicologa, Luciane Mazzolenis, vizinha do casal, com quem Suzane tinha grande afeto e intimidade chamando-a de "tia". Os von Richthofen mudaram-se do sobrado - avaliado em R$ 400 mil - em 2000. Mas Manfred e os filhos iam com frequencia a casa para pegar correspondencias e varrer as folhas do quintal. Os conflitos familiares começaram quando Suzane iniciou seu relacionamento com Daniel.


Manfred Albert von Richthofen era um Engenheiro alemao que se naturalizara brasileiro, casado com a Psiquiatra Marisia von Richthofen. Atraves do seu pai, seu ramo teria perdido a maioria de suas posses e influencias, principalmente em decorrencia da queda do Imperio Alemao (1871-1918) em 1918, e da grande participacao da sua nacao na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Manfred nao era o que se pudesse chamar de uma pessoa expansiva, mas tinha muito bom humor, era muito inteligente e prezava pela educacao dos filhos.

Ele trabalhava na DERSA desde de Novembro de 1998 e era ja Director de Engenharia desde Junho de 2002. Como Funcionario dessa empresa, participou do projecto de construcao do Rodoanel Mario Covas (SP-21) de Sao Paulo, via expressa que contorna a cidade, ligando varias rodovias. Manfred recebia na estatal R$ 11 mil mensais, mas tinha posses de ter um estilo de vida acima desse ordenado que ja era optimo por causa de sua familia. Marisia, que mantinha um consultorio psiquiatrico aberto, ganhava em torno de R$ 20 mil mensais em consultas. A fortuna de Manfred estava avaliada em cerca de R$ 11 milhoes em valores actualizados.


Marisia von Richthofen (nascida Marisia Silva Abdalla) nasceu e viveu durante os primeiros catorze anos de sua vida em Jose Bonifacio, uma cidade a quarenta Quilometros de Sao Jose do Rio Preto. O avo de Marisia, Miguel Abdalla, mudou-se de Sorocaba para Jose Bonifacio em 1920 e foi um dos pioneiros do comercio local naquela cidade. Com Miguel Abdalla, mudaram-se para Jose Bonifacio seus filhos, entre eles Salim Abdalla, que casou na cidade com Lourdes Abdalla e teve depois dois filhos -  Miguel Neto e Marisia. A futura Psiquiatra estudou na cidade ate 1966 e depois se mudou para Sao Paulo com os seus avos. A tragica noticia do assassinato deixou seus parentes de Sorocaba e de Jose Bonifacio chocados ainda mais atendendo as razoes e motivos assim como a propria participacao de Suzane. Marisia era filha de descendentes de portugueses e libaneses, formou-se na Universidade de Sao Paulo (USP) em conjunto com seu irmao. Era considerada a mais extrovertida e popular da familia Richthofen.


Suzane Louise von Ritchthofen nasceu no seio de uma familia rica da Cidade de Sao Paulo, filha do Engenheiro alemao naturalizado brasileiro Manfred Albert von Richthofen e da Psiquiatra Marisia von Richthofen e irma de Andreas Albert von Richthofen. Seu pai, nascido em Erbach, no Sul da Alemanha, emigrou para o Brasil apos ter recebido uma proposta de trabalho aliciante devido a sua formacao como Engenheiro. Ate a ocorrencoa do delito que culminou com a sua condenacao e prisao, Suzane morava com seus pais e o irmao em uma mansao no Brooklin Velho.


Dados de Suzane von Richthofen:

. Nome: Suzane von Richthofen.
. Data de Nascimento: 03 de Novembro de 1983 (34 anos).
. Nacionalidade: Brasileira.
. Crime(s): Parricidio.
                    Matricidio.
Pena: 39 anos de prisao.
Situacao: A cumprir pena (presa).


Andreas Albert von Richthofen era visto como sendo uma crianca bastante caseira e considerado como uma crianca igualmente timida, e com poucos amigos. Passava a maior parte do tempo trancado no quarto vendo televisao ou no computador, era educado com os empregados da mansao e esperava todos os dias a chegada de seu pai a casa, quando comentava sobre o seu dia. Quando a familia ia para o sitio que possuia em Sao Roque, Andreas e o pai faziam objectos de marcenaria e cuidavam das plantas do jardim. Andreas estudava dois idiomas estrangeiros e era cinturao castanho de Karate. Andreas tinha um temperamento reservado, algo que parecia ter herdado geneticamente do pai. Recebia cerca de R$2 mil de mesada dos pais e, ao contrario de Suzane, guardava a maior parte do dinheiro.

Suzane e Andreas aparentemente pareciam ter personalidades completamente diferentes mas eram muito proximos um do outro. De acordo com os relatos de antigos amigos de infancia e ex-empregados da mansao, os dois sempre foram unidos, cumplices e confidentes (talvez Suzane fosse bem mais afavel antes de comecar com o namoro proibido). "Um sempre protegeu o outro", afirmou uma amiga de infancia de Suzane. "Nunca vi os dois brigarem. Eles conversavam muito e se davam bem", disse a ex-Funcionaria da mansao, Silandia. Andreas tambem gostava de brincar no quintal da casa com uma espingarda de chumbos e de cuidar de um porquinho-da-india. Andreas estudou com a irma no Colegio Humboldt ate o fim de 2001, quando passou a estudar no Colegio Vertice, por uma decisao tomada por seus pais, ja que Suzane nao havia sido aprovada no vestibular da USP. Na epoca, o Colegio Vertice era o numero um em aprovacoes do vestibular da USP.


Apos o seu primeiro depoimento, em 31 de Outubro de 2002 Andreas foi afastado da irma, passando entao a viver com o unico tio materno, Miguel Abdalla. Reencontrou Suzane pela primeira vez em 13 de Novembro do mesmo ano, na reconstituicao do caso na mansao da familia e onde se passou a cena do crime. No dia seguinte, em 14 de Novembro de 2002, visitou a irma no 89º DP, no Bairro Morumbi, acompanhado do Advogado dela, Denivaldo Barni. Na ocasiao, apos o encontro, Barni divulgou um bilhete supostamente escrito pelo rapaz. No julgamento da irma, Andreas afirmou que foi coagido a escrever o bilhete de perdao a irma.

"Perdoar e abrir o coracao. Nao so perdoei minha irma Su, mas continuo a ama-la. Agora, principalmente, e o momento em que ela mais precisa de amor. Apesar da dor, tenho plena certeza de que nossos pais a perdoaram. Ainda ontem ouvi uma frase que muito me marcou: a humanidade deve caminhar unida em busca da civilizacao do amor".

Apos a divulgacao do suposto bilhete, Andreas foi como que "bombardeado" pela midia sensacionalista, mas o Promotor Roberto Tardelli e o tio materno do jovem orfao, Miguel, sairam em sua defesa, afirmando que o episodio do bilhete havia sido um "golpe baixo" dado por Suzane e o seu Advogado, Denivaldo Barni. Tais criticas chamaram a atencao do Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Crianca e Adolescente, que de imediato enviou uma notificacao ao Advogado de Suzane. Andreas visitou a irma Suzane pela ultima vez na vespera de Natal de 2002, no Carandiru, onde nao precisou passar pela fila de espera para realizar visitas. Segundo a Directora da Penitenciaria do Carandiru, Andreas entrou directo porque a sua presenca na fila poderia provocar um tumulto. O jovem obteve tambem permissao para que um Audi A4 fosse busca-lo dentro da penitenciaria depois da visita, o que causou uma certa revolta e indignacao em familiares de outras presidiarias que precisaram deixar seus carros na rua. A Directora justificou o acto dizendo que quem foi buscar Andreas era um Advogado, por isso pode entrar com o carro.

Em 2004, Andreas foi aprovado nas cinco principais universidades do Estado. Em 2005, quando Suzane foi solta, procurou o Promotor Tardelli "temendo sua morte" apos ver Suzane rondando a casa em que ele vivia com o tio e com a avo materna. Andreas soube que a irma havia visitado a casa quando a avo, Lourdes, estava sozinha e inclusivamente registou fotos com a avo. Andreas e o tio Miguel nao perdoaram Suzane e nao aceitaram a ideia de acolhe-la na epoca de sua liberdade. A avo materna, perdoou a neta, mas declarou que "nao podia aceitar uma atitude dessas e nao queria dividir o mesmo tecto com ela". Andreas nunca falou sobre o crime para a Imprensa e nao fez qualquer outra visita para a irma desde a vespera de Natal de 2002. Durante o periodo em que esteve em liberdade, Suzane declarou que ligava para o irmao uma vez por semana, mas ele nao a atendia. E quando o fazia, a conversa acabava em discussao.

Andreas entretanto estudou Farmacia e Bioquimica na Universidade de Sao Paulo entre 2005 e 2009. Tirou o doutoramento em Quimica Organica em 2010 na mesma universidade, recebeu depois uma bolsa de estudo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnologico. Viveu na Vila Congonhas com o tio e a avo materna, Lourdes Magnani Silva Abdalla, (que veio a falecer em 2006), de Novembro de 2002 a meados de Setembro de 2011, quando foi noticiado que ele havia deixado o Brasil e se havia mudado para Zurique na Suica.


Os Cravinhos eram considerados a "familia do barulho" pelos vizinhos, pois consertavam carros e motos alem de testarem aeromodelos na vila onde viviam. O casal Cravinhos era casado ha 42 anos e ha 30 anos que viviam na mesma vila, Astrogildo Cravinhos de Paula e Silva (1945) e Nadja Quissak Cravinhos de Paula e Silva (1946) tem mais um filho alem dos dois que mataram covardemente o casal Richthofen, Marco, que e casado e ajudava financeiramente os pais. Cristian, o do meio, era apontado como o mais problematico dos tres irmaos e de toda a familia. Discutia com os vizinhos, moradores e passava o dia mexendo em motos. Ele adorava desportos radicais: saltava de para-quedas e fazia Motocross. Daniel, o mais novo, era simpatico e educado. Desde os 13 anos, dedicava-se ao Aeromodelismo. Foi Campeao paulista, brasileiro, pan-americano, Sul-americano e o quinto melhor do Mundo em Aeromodelismo em 1998 num campeonato disputado em Kiev, Ucrania. Antigos colegas do aerodromo dizem que o mesmo era muito habilidoso para construir e pintar os aparelhos. E era de fazer avioes que ele vivia, ganhando cerca de R$ 1,4 por unidade. Chegou a frequentar o Curso Superior de Direito durante seis meses na Universidade Paulista (UNIP), mas abandonou o curso porque considerou que nao gostava do mesmo. Na Decada de 1970, o pai, Astrogildo, foi condenado por falsidade ideologica por usar uma carteira falsa da Ordem dos Advogados do Brasil. Mais tarde ele frequentou o Curso de Direito, mas nunca advogou. Aposentou-se como Escrivao de Cartorio. Os vizinhos nunca ouviram brigas e discussoes na casa dos Cravinhos.

Daniel Cravinhos de Paula e Silva Autor do assassinato de Manfred. Foi condenado a trinta e nove anos e meio de prisao. Conseguiu porem obter em Fevereiro de 2013 em conjunto com o seu irmao direito de passar para um regime semiaberto, em que podia sair de dia para trabalhar e voltar a cadeia para dormir.

Cristian Cravinhos de Paula e Silva Autor do assassinato de Marisia. Era um usuario de drogas na epoca do crime, tendo sido mesmo anteriormente internado em uma clinica de reabilitacao. Cristian foi no entanto o primeiro a confessar o crime e, na reconstituicao, se emocionou. Ate certa altura, os irmaos Cravinhos Daniel e Cristian eram  unidos e inseparaveis. Daniel e Cristian permaneceram na mesma penitenciaria, ja nao dividiam a cela e em certa altura mais para a frente ja nem se falavam. O motivo da discordia dos irmaos era a estrategia da defesa. Cristian foi julgado e condenado a uma pena de trinta e oito anos e meio de prisao. Tap como o seu irmao, recebeu em Fevereiro de 2013 o direito de passar para um regime semiaberto.

Dados dos assassinos:

Nome(s): Daniel Cravinhos de Paula e Silva (1981).
                  Cristian Cravinhos de Paula e Silva (1975).
Nacionalidade(s): Brasileira.
Crime(s): Assassinatos.
Pena(s): Daniel Cravinhos de Paula e Silva (39 anos).
                Cristian Cravinhos de Paula e Silva (38 anos e meio).
Situacao: Presos em regime semiaberto.

Astrogildo Cravinhos de Paula e Silva era na altura do crime um Escrivao aposentado e pai de Daniel e Cristian. Concedeu diversas entrevistas e foi criticado por tentar desmoralizar o casal Richthofen em varias declaracoes para, segundo o Promotor Roberto Tardelli, achar uma justificativa para o crime de duplo assassinato cometido pelos seus filhos. Em 2010, Suzane porem, afirmou que Astrogildo foi o mandante do crime.

Nadja Quissak Cravinhos de Paula e Silva e uma Professora de Pintura em Tela, esposa de Astrogildo e mae de Daniel e Cristian. Concedeu somente uma unica entrevista sobre o caso, para a Revista Crescer em Dezembro de 2002. "Eu perdoo meus filhos. Se nao o fizesse, nao seria digna de ser mae. Mas acho que eles precisam de punicao", declarou na entrevista.


Recuando no passado numa tarde de domingo de Agosto de 1999, Manfred, Marisia, Suzane e Andreas como qualquer familia normal foram dar um passeio no Parque Ibirapuera. Conheceram Daniel, Praticante e Competidor de Aeromodelismo. Andreas interessou-se pela pratica recreativa e pediu aos pais para fazer o curso. Daniel comecou a dar aulas de Aeromodelismo para Andreas. Em pouco tempo, os dois ficaram muito proximos e foram-se tornando mesmo amigos intimos. Daniel levava o jovem Andreas para andar de bicicleta e para disputar corridas de autorama. Segundo conhecidos, Andreas ainda teria ajudado a irma a se aproximar de Daniel "Suzane achou Daniel bonitinho e mandou um bilhete por Andreas", declarou uma amiga de infancia de Suzane em depoimento. Manfred e Marisia nao se importaram quando Suzane comecou a ter um relacionamento mais intimo com Daniel, acreditando sempre que isso seria algo passageiro.

Os relatos afirmam de que Daniel ouvia os relatos da irma e participava da vida dela com o namorado. Segundo esses mesmos relatos, Andreas costumava praticar algumas delinquencias na companhia do casal de namorados. Escondido no porta-malas do carro - disse Andreas a interlocutores - , ele teria ido conhecer um motel com a irma e o cunhado, onde fumavam canabis. foi por intermedio do casal que Andreas experimentou canabis, pela primeira vez, no Parque Villa-Lobos, em Sao Paulo. Daniel, segundo o que Andreas informou a policias que investigavam o caso, era como se fosse um "irmao mais velho" para si. "Cristian tambem era um amigo querido", confessou ele em revelacoes nos depoimentos.

Com o passar do tempo, ao contrario do que o casal Richthofen esperava, o relacionamento foi-se tornando mais serio e Manfred e Marisia comecaram a ficar preocupados com a situacao, Daniel nao era rapaz para a sua filha, era um oportunista. Para sobreviver, Daniel fazia de um a dois avioes por mes que vendia por cerca de R$1.400. Tambem fazia manutencao, reparacao e vendia pecas para praticantes aficionados de Aeromodelismo. Suzane pedia dinheiro para alem da mesada para emprestar ao namorado e dava-lhe muitas roupas e presentes. Seu irmao, Cristian, chegou a ser internado por dependencia de cocaina e vivia as voltas com dividas com traficantes. Tambem chegou a prestar servicos como informante da Policia. O casal Richthofen concluiu por fim que o envolvimento de Suzane com Daniel nao fazia bem para a filha.


Amigos de Suzane e Daniel contam que ambos mudaram depois que o relacionamento dos adolescentes se foi tornando mais serio. Suzane perdeu a virgindade aos 16 anos com Daniel e na mesma epoca passaram a fumar canabis quase todos os dias, tendo experimentado tambem ecstasy. A ultima viagem que Suzane fez sem o namorado foi para a casa de praia de uma das melhores amigas, em Porto Seguro, no Sul do Estado da Bahia, na passagem de ano de 2000. Depois disso, era dificil mesmo encontra-la sem ser na companhia de Daniel. Para ficar com o namorado, a jovem deixou de ir a festa apos concluir a colacao de grau no colegio, o que deixou seus pais profundamente irritados. Na Faculdade de Direito, o contacto do casal de namorados era tao estreito que nem as excursoes escapavam. Daniel acompanhava e ficava ao lado da namorada mesmo em actividades escolares. Ele acompanhou Suzane com a turma dela em uma visita ao Forum Joao Mendes Junior e a Assembleia Legislativa do Estado de Sao Paulo (ALESP). "Parecia que a vida de um era em funcao do outro. Ela so passeava, saia a noite ou viajava com ele", conta Beatriz Chagas, antiga colega de turma de Suzane na Pontificia Universidade Catolica de Sao Paulo (PUC-SP). Companheiros de Aeromodelismo de Daniel dizem que ele tambem mudou na altura. As vezes ele ate desistia dos treinos para ir buscar a namorada, afirmou o Estudante de Direito e Aeromodelista, Enio Tosta. Em seu quarto, na casa dos pais, Daniel colocou dois paineis com dezenas de fotos dele e de Suzane. Uma caricatura do casal tambem dividia o espaco com o Aeromodelo que ele utilizava em competicoes. Sobre a cama, havia um travesseiro com uma foto de Suzane estampada ao lado dos seus bichinhos de pelucia. Desde o inicio do namoro o casal aproveitava as tardes para ir ao Motel Disco Verde de taxi. Mas no fim de 2001, os pais comecaram a tentar convencer Suzane a terminar com aquele namoro, eles queriam o fim daquela relacao a qualquer custo e preco, pois descobriram o envolvimento de Daniel com as drogas e a filha "desmotivada" para os estudos, talvez ainda desconhecendo o facto de que a propria filha tambem consumia drogas. Suzane comecou a passar as noites com Daniel as escondidas, mentindo aos pais dizendo que ia para casa de uma amiga estudar. "Ela nos avisava e a gente encobria a mentira", lembra uma das antigas amigas de Suzane. Em uma noite de Abril de 2002 a estrategia deu errado. Marisia telefonou a melhor amiga de Suzane e descobriu que a filha nao tinha ido dormir la como afirmara ir fazer. Exigiu explicacoes a jovem na manha seguinte quando a mesma voltou a casa, e Suzane contou a verdade, disse que havia passado a noite num motel com o namorado. Marisia e Manfred sentiram que aquilo era a gota de agua final e resolveram dai proibir definitivamente o namoro.

No Dia da Mae de 2002, os von Richthofen tinham intencao de ir almocar em um restaurante em Sao Roque. Suzane rebeldemente recusou a ir, discutiu e ofendeu o pai tendo depois apanhado do mesmo pela primeira vez aos 18 anos. Manfred deu um estalo em sua filha, que saiu de casa dizendo que nao iria voltar. Mas voltou, prometeu aos pais que o relacionamento que eles reprovavam com Daniel tinha acabado e tirou a alianca de compremetida do dedo. Porem, o relacionamento continuou as escondidas.

Com a proibicao do namoro, Suzane, que costumava passar as tardes inteiras conversando com a mae, afastou-se de vez dos pais. Brigava com a familia cada vez que chegava a casa com o namorado. "Em Julho, meus pais foram passar um mes fora. Aquele mes foi como um sonho", disse Suzane. Quando os pais voltaram, Suzane sugeriu que lhe comprassem um apartamento ou flat para que ela pudesse morar livremente com Daniel. Manfred, nao gostou da ideia e se opos, dizendo que a filha se deveria formar, trabalhar e - ai sim - morar com quem quisesse. A recusa e negativa de Manfredo incentivou o planejamento do assassinato.

No inicio de Setembro de 2002, o 12º Batalhao da Policia Militar de Sao Paulo foi chamado para por termo em uma briga em uma casa do bairro de classe media, Campo Belo. Os policiais chegaram por volta das duas horas da manha. Encontraram entao Manfred no portao vestindo bermudas, camisa e chinelos. Visivelmente transtornado, Manfred discutia com Daniel, entao com 21 anos. Suzane, entao com 19 anos, tentava acalmar os animos dos dois. Aos poucos acalmaram. Mas o pai e o namorado sairam da discussao trocando pequenas ameacas. "Qualquer dia desses ainda quebro esse moleque", disse Manfred a um dos policiais que havia sido destacado para por termo a briga. Um pouco menos calmo, Daniel contou que o Engenheiro ameacava bater na filha se eles continuassem com o namoro. "Tenho vontade de pegar esse velho", afirmou. Era a terceira intervencao da Policia em brigas entre os dois, pois em Maio e Junho, telefonemas anonimos ja haviam pedido ajuda para situacoes semelhantes. O motivo era sempre o mesmo: Suzane chegava tarde em casa e tentava entrar com Daniel, o pai impedia e comecavam as discussoes.

No enterro de Manfred e Marisia, a alianca de comprometida ja estava novamente no dedo de Suzane. A paixao resistiu aos primeiros meses de prisao, mas em Marco de 2004 uma carta de Daniel a Suzane deu o sinal de que o amor ja nao era o mesmo: "Nao sei porque voce nao fala mais com meus pais e nem comigo, sera que nao confia mais em mim?".


Suzane e os irmaos Cravinhos, dias antes do crime, fizeram um teste de barulho causado pelos disparos de uma arma de fogo e com isso descartaram a ideia de utilizar uma. Na Tarde de 30 de Outubro de 2002, Suzane e Daniel Cravinhos repassaram pela ultima vez os planos de assassinatos dos pais da jovem. Conversaram com Cristian, que morava em casa da avo, que ainda relutante,nao deu a certeza se iria participar nos eventos que se seguiriam naquela noite. Daniel pediiu ao irmao que mais um vez pensasse a respeito do mesmo e, se resolvesse ajuda-los, que os esperasse em uma dada rua, proxima a um cyber cafe aonde levariam Andreas. Naquela noite, o irmao de Suzane, Andreas, na ocasiao ja com quinze anos, foi levado pela irma e o namorado da mesma para um cyber cafe, ele foi seduzido pela ideia de que no aniversario de Daniel a comemoracao do casal seria em um motel e a dele seria na LAN house, e que Suzane iria convencer seus pais a deixar o irmao a faltar a escola no dia seguinte.

Cristian ja estava no interior do cyber cafe. Ele chegou ao local por volta das 22H12Min e saiu as 22H e 50 Min, para que Andreas nao o visse. Por volta das 23H20Min, encontraram-se com Cristian perto do local. Os tres seguiram depois para a mansao dos von Richthofen no Wolkswagen Gol da jovem. Dias antes da noite do assassinato, Suzane havia tido o cuidado de meticulosamente desligado o alarme e as cameras de vigilancia da casa, de modo que nenhuma imagem com a chegada do trio a mansao fosse captada.

Ja por volta da Meia-Noite, eles estacionaram o carro na garagem. Segundo a Policia, no carro ja estavam as barras de ferro, ocas, que foram as armas utilizadas no assassinato. Os irmaos vestiram blusas e meias-calcas para evitar que caissem pela casa, material que poderia ser usado pela Policia para provar a autoria do crime. Suzane abriu o portao, subiu as escadas e acendeu a luz do corredor, para que os irmaos tivessem uma visao do quarto do casal. Marisia e Manfred dormiam. A jovem separou os sacos do lixo e as luvas cirugicas, que eram utilizadas pela mae, Psiquiatra.

Os irmaos, armados com as barras de ferro, entraram no quarto do casal. Daniel atacou Manfred, enquanto Cristian se ocupou de Marisia. Eles sofreram varios golpes na cabeca. Manfred teve morte instantanea, Marisia, ao ser atacada, acordou e tentou se defender com as maos e por isso teve tres dedos partidos. Cristian revelou mais tarde a Policia que bateu em Marisia por cinco vezes e colocou uma toalha em sua boca para que a mesma parasse de implorar para que os supostos "assaltantes", "assassinos" nao atacassem os seus filhos, que, para ela, estavam dormindo. Assim segundo o relato de Cristian, em determinado momento, enquanto agonizava, Marisia passou a emitir um som "parecido com um ronco". Para tentar silencia-la, Cristian Cravinhos, pegou uma toalha da casa de banho do casal e empurrou-a pela garganta da Psiquiatra, o que veio a partir um dos ossos do pescoco de Marisia. Depois de se confirmar de que os dois estavam mortos, Daniel colocou uma arma pertencente a Manfred perto de seu braco, ao lado da cama, e cobriu o rosto dele com uma toalha. O corpo de Marisia foi envolvido em um saco de plastico de lixo, que havia sido deixado por Suzane na escada para que os irmaos depositassem as barras de ferro e suas roupas manchadas com o sangue dos pais.


"Chegamos em casa, eu entrei e fui ate o quarto dos meus pais. Eles estavam dormindo. Ai, eu desci, acendi a luz e falei que eles podiam ir. Fiquei sentada no sofa, com a mao no ouvido. Eu nao queria mais que os meus pais morressem. Mas ai eu percebi que nao tinha mais o que fazer, que ja era muito tarde", confessou Suzane no depoimento apos ser detida.

Nao ha certeza sobre a posicao de Suzane na casa enquanto o crime ocorria e se, depois, ela viu os corpos dos pais. De acordo com a reconstituicao do crime, ela ficou no res-do-chao, onde aproveitou para roubar o dinheiro em especie que havia em casa, guardado em uma pasta de couro com codigo. Suzane abriu a maleta, pois sabia o segredo do codigo, mas Daniel depois cortou a pasta com uma faca para simular um roubo de 8000 reais, 6000 euros e 5000 dolares. Eles ainda abriram um cofre do casal, onde se encontravam joias e tambem estava um revolver, localizado no quarto. Os acusados espalharam as joias pelo chao e deixaram o revolver, intacto, ao lado do agora falecido Engenheiro. Os bastoes ensanguentados foram lavados na piscina e tudo o que havia sido utilizado no crime foi colocado dentro de sacos de lixo, tendo os tres inclusive trocado de roupa.

O dinheiro roubado e algumas joias ficaram com Cristian, como forma de pagamento por sua participacao. Apos o crime, ele foi deixado perto do apartamento onde morava com a avo, e o casal passou a terceira parte do plano: forjar um alibi. Suzane e Daniel seguiram para o Motel Colonial situado na Avenida Ricardo Jafet, na Regiao do Ipiranga, Zona Sul. Ficaram na suite presidencial, pela qual pagaram pelo aluguer cerca de 300 reais, pediram uma Coca-Cola e um lanche de presunto. Daniel curiosamente pediu uma nota fiscal, a primeira expedida pelo motel. O casal tera ficado no local segundo a Policia entre a 01H36Min e 02H56Min.

Ao deixar o motel, a dupla passou no cyber cafe para ir buscar Andreas. Eles foram ate a casa do namorado de Suzane e disseram ao adolescente que ele poderia andar em uma mobilete de Daniel. Pouco depois, conforme o plano original, comecou a segunda etapa da simulacao. Por volta das 04 horas da manha, Suzane e Andreas retornaram a casa. Eles chegaram a mansao, onde Suzane afirmou ter "estranhado" o facto de as portas estarem abertas. Andreas entrou na biblioteca e gritou para os pais, enquanto Suzane, orando, correu para a cozinha pegou numa faca e a entregou ao irmao, ordenando-lhe que esperasse do lado de fora da mansao. Suzane ligou para o namorado e depois, junto de Andreas, fez varios telefonemas para dentro de casa, esperando que seus pais atendessem.

As 04H09Min, Daniel contactou a Policia. Disse que estava em frente a casa da namorada, que suspeitavam de um assalto no lugar e pediu a presenca de uma viatura.


O Policial Alexandre Paulino Boto foi o primeiro a chegar ao local. Em seu depoimento durante o julgamento do trio criminoso, classificou o assassinato como sendo um "crime de amadores", segundo o Policial "o crime era um procedimento de amadores. Largaram as joias, celulares, deixaram uma arma no quarto do casal. Se alguem quer roubar, furtar, nao deixaria isso no local", afirmou o Policial, em 2006. O mesmo adiantou ainda "um Ladrao nao deixaria a arma no chao". Boto disse ter estranhado o comportamento de Suzane, que perguntou quais seriam os procedimentos que a Policia iria seguir. "Eu estranhei a pergunta e a atitude impassivel diante da morte dos pais", afirmou. Em seguida, ela perguntou como estavam os pais. "Quando eu disse que estavam bem, ela ficou espantada. "Como?", perguntou". O Policial tambem estranhou as perguntas de Daniel, que chegou ao local pouco depois. "Voce sabe se levaram alguma coisa de dentro da casa? Parece que a familia guardava todo o dinheiro em uma caixinha". Em seguida, Daniel falou os valores exactos das quantias guardadas.

Enquanto um Policial permaneceu com Suzane e Andreas do lado de fora da mansao, Boto e outro Policial entraram dentro da residencia, com cuidado, havia ainda a possibilidade de encontrar um suposto Ladrao no interior da casa. No andar de baixo, a biblioteca estava totalmente revirada, a sala e a cozinha no entanto estavam em ordem. Uma escada levava ao andar superior. Os policiais militares de Sao Paulo subiram as escadas e verificaram o que parecia ser um quarto feminino, com os armarios revirados e peluches espalhados pelo chao. O quarto seguinte era tipicamente masculino, com um aeromodelo pendurado no tecto, tudo organizado; 3 travesseiros cobertos por um lencol. O proximo quarto era de casal, um homem estava morto na cama proximo a uma arma; a hipotese de suicidio porem foi logo descartada, quando Boto encontrou um corpo feminino debaixo dos lencois.

Temendo a reaccao dos jovens, accionaram uma viatura de resgate. Nessa altura da noite, por volta das 04H30Min , a familia de Daniel ja estava no local, abracada com Suzane e Andreas. Boto pediu a Daniel que contasse aos filhos do casal que seus pais haviam sido assassinados. Daniel abracou os dois, abaixaram a cabeca e cochicharam. Andreas se afastou do grupo, aparentemente em estado de choque. Suzane se aproximou de Boto e perguntou "O que faco agora?".

Por volta das 5 horas da madrugada, ja era possivel ouvir-se o som das sirenes se aproximando. O pai de Daniel, Astrogildo Cravinhos, se encarregou de falar com os reporteres de varias redes de televisao que correram a cobrir o caso, enquanto Suzane e Andreas eram levados para a delegacia . O relogio marcava 6 horas e desde logo o comportamento do casal chamou a atencao de todos na delegacia. Durante a espera para serem atendidos, Suzane tirava um cochilo encostada n. os ombros de Daniel. Andreas ficou ali sentado, encolhido e visivelmente abalado, enquanto a irma trocava caricias com o namorado quase como se nada fosse. Entre as frases enquanto faziam o boletim de ocorrencia, eram trocados beijos e cariciais entre o casal. Suzane disse ao Delegado Titular Dr. Enjolras Rello de Araujo, "Eu gostaria que voces matassem e torturassem esses caras que mataram meus pais" e sorriu para Daniel.

Para todos os envolvidos na investigacao do casal von Richthofen, desde o inicio aquele "Latrocinio" parecia uma verdadeira encenacao e os trabalhos de investigacao se encontraram nas pessoas mais proximas da casa e dos assassinados: filhos, empregada, colegas de emprego de Manfred na DERSA e pacientes de Marisia. A Policia nao podia deixar de entao investigar o relacionamento de Suzane com Daniel Cravinhos. Segundo amigos da familia, Manfred e Marisia nao aprovavam o relacionamento que, por pressao maior da mae, chegou a terminar uma vez. No Dia 4 de Novembro de 2002, Suzane prestou o segundo depoimento aos policiais do Departamento de Homicidios e de Proteccao a Pessoa (DHPP). O interrogatorio, para tirar duvidas sobre eventuais contradicoes, durou cerca de duas horas.

Apos suspeitarem da compra de uma mota nova por parte de Cristian Cravinhos poucos dias apos os assassinatos, a Policia o prendeu preventivamente, enquanto interrogava Daniel. No dia 8 de Novembro de 2002, Cristian, Daniel e Suzane confessaram o assassinato do casal.


O Programa televisivo dominical da Rede Globo (1965-presente), Fantastico (1973-presente) passou nove meses conversando com Denivaldo Barni, o Advogado-tutor de Susane, na tentativa de conseguirem uma entrevista exclusiva. Naquele periodo, houve uma conversa telefonica e ate dois encontros com Susane sem cameras. Ja no inicio de Abril de 2006, o Advogado confirmou a realizacao da entrevista, pedindo que naquela reportagem nao fossem exibidas cenas de arquivo. A gravacao da reportagem e entrevista seria realizada em duas etapas: a primeira em 5 de Abril de 2006 no apartamento de Barni no Morumbi.

Na tarde de 5 de Abril, o Fantastico encontrou uma jovem de 22 anos que falava e se vestia como uma crianca. Na camiseta, uma estampagem da Minnie. Nos pes, pantufas de coelho. A franja cobria os olhos o tempo inteiro. Ela comecou a entrevista mostrando fotos de amigos e da familia. Foi-se percebendo ao longo da entrevista que, quando questionado sobre o que sentia pelo ex-namorado, Suzane olhava para Barni: "Muito odio. Muito, muito, muito. Demais. Ele destruiu a minha familia, ele destruiu tudo, tudo, tudo o que eu tinha de mais precioso ele tirou de mim. O que eu tinha de mais precioso...". Logo no inicio da gravacao, a camera registou uma conversa ao pe de ouvido entre Barni e Suzane. O microfone, ja pre-ligado, captou o dialogo. Ele aconselhou e orientou Suzane a chorar na entrevista. "fala que eu nao vejo. Chora...".

A entrevista foi exibida no ar no Dia 9 de Abril de 2006. O programa televisivo explorou a ideia de que a entrevista de Suzane fosse uma farsa da defesa dela para torna-la vista pela opniao publica de uma outra forma: como uma menina meiga (usando pantufas), imatura, infantilizada e altamente influenciavel, o que a teria motivado a fazer o que fez. Baseada na ideia de que Suzane solta poderia influenciar ou ate mesmo atrapalhar o Julgamento, ela foi presa novamente no dia seguinte a exibicao da entrevista.

Por outro lado, o seu Advogado defendeu que pediu a sua Cliente que chorasse para que ela tentasse sensibilizar o irmao Andreas. Segundo Barni, Suzane lutava para conseguir receber a heranca dos pais, mas o seu irmao opunha-se a que isso acontecesse, tendo accionado a Justica numa "Accao de Exclusao" de Suzane como herdeira - facultada pela legislacao brasileira contra aqueles que atentaram contra a vida dos eventuais legadores.


O Julgamento dos tres reus foi finalmente marcado para 5 de Junho de 2006 no 1º Tribunal do Juri de Sao Paulo. Suzane chegou ao forum por volta das 11H:30Min. Os irmaos Cravinhos chegaram uma hora antes. O Julgamento estava previsto para comecar as 13 horas.

Os advogados que faziam a defesa dos irmaos Cravinhos, Geraldo e Divaine Jabur - alegando que nao haviam conseguido se encontrar com os seus clientes para melhor preparar a sua defesa - nao compareceram diante do Juri, sendo que logo assim desse modo o Julgamento dos irmaos acabou por ser cancelado. Na sequencia, apos os advogados de Suzane se retirarem do plenario - depois de uma discussao com o Juiz quanto ao facto de uma testemunha imprescindivel nao ter comparecido -, o Juri dela tambem foi adiado.
 
Com o intuito de evitar um novo adiamento, o Juiz do caso tomou algumas preocupacoes, como autorizar o encontro dos irmaos Cravinhos com um  dos seus advogados de defesa, no fim de Junho de 2006, e nomear um defensor publico (e ate mesmo nomear um substituto para este ultimo) para defender os dois irmaos, caso os seus advogados faltassem novamente. Possiveis manobras da defesa de Suzane nao eram esperadas, ja que ela nao tinha mais o beneficio de prisao domiciliar. Um novo Julgamento foi marcado para segunda-feira, 17 de Julho de 2006. A sentenca foi proferida na madrugada de sabado, 22 de Julho de 2006 as duas horas da manha.


. Primeiro Dia de Julgamento:

No primeiro dia de julgamento (17 de Julho de 2006), surgiram polemicas e novas versoes para os factos. Os tres acusados depuseram em Tribunal. Em seu depoimento, Suzane revelou que nao tinha conhecimento de nenhum plano para matar os seus pais, concebido e executado unica e exclusivamente pelos irmaos Cravinhos, segundo ela. Suzane disse que estava "muito maconhada" quando o crime ocorreu, que conduziu os irmaos para casa sem saber que os pais iriam ser assassinados, e que so se deu conta do ocorrido ao chegar a casa com o seu irmao Andreas. Afirmou ainda que Daniel era excessivamente ciumento. Fez mencao a uma vez que ela fez uma viagem a Alemanha e foi obrigada a gastar muito dinheiro com cartoes telefonicos, apenas para se manter em contacto com o namorado. Quando Suzane voltou, Daniel disse a ela que nao poderia ficar longe dela por tanto tempo e que tinha tentado se matar por causa da ausencia da sua namorada. Suzane declarou ter dado sempre a Daniel presentes caros custeados com o dinheiro dos pais. Segundo Suzane, ela presenteava Daniel com DVDs, TVs e outros presentes bem caros. "Ele sempre estava com dinheiro na carteira. Mas era sempre o meu dinheiro", declarou a filha das vitimas do assassinato. Suzane ainda declarou que no clube de Aeromodelismo onde ela e o irmao Andreas conheceram Daniel , ela ficou sendo conhecida como "a galinha dos ovos de ouro da familia Cravinhos".

Outro ponto de conflito foi a perda de virgindade de Suzane: enquanto a mesma afirmava ter perdido a virgindade com Daniel Cravinhos, Daniel afirmou que ela a tinha perdido com o anterior namorado. Segundo o Jornal Folha de Sao Paulo, esta discussao foi relevante porque desta forma pode cair por terra a principal tese da defesa de Suzane, a de que Daniel exercia um fascinio irresistivel sobre isso.

Cristian Cravinhos, por sua vez, tambem apresentou novas informacoes: segundo ele, apenas o seu irmao Daniel teria matado Manfred e Marisia. Cristian teria assumido essa responsabilidade anteriormente por achar que, dessa forma, Daniel passaria menos tempo preso. O Reu tambem insistiu que Daniel e Suzane estavam convencidos a cometer o crime, apesar de suas tentativas de dissuadi-los; segundo a sua versao dos factos, Suzane teria dito: "Quero matar meus pais hoje". Segundo a Promotoria, Cristian Cravinhos poderia perder o beneficio de reducao da pena por ter mudado a versao dos factos. Ja Daniel afirmou, entre outros, que a Mentora do crime foi Suzane von Richthofen. De acordo com ele,  era de conhecimento geral o pessimo relacionamento entre a sua ex-namorada e os seus pais. Daniel sustentou que Suzane sofria agressoes fisicas e verbais, alem de abusos sexuais (facto que Suzane negou: ela classificou a sua familia como "normal, do bem"). Por isso e pela heranca, Daniel afirmou que Suzane estava convencida a matar seus pais. Ele tambem afirmou ter sido "usado" pela ex-namorada para levar a cabo o seu plano.

A defesa dos irmaos Cravinhos acusou Suzane de "mentirosa" e pediu uma acareacao entre os tres acusados, pedido acatado pelo Juiz do processo, Alberto Anderson Filho. Esta acareacao poderia esclarecer pontos cruciais, como quem havia sido o Mentor e sobretudo qual o real papel de Suzane no crime - havia controversias, por exemplo, se ela teria visto ou nao visto o corpo dos pais.

. Segundo Dia de Julgamento:

A parte principal do segundo dia do Julgamento (18 de Julho de 2006) foi o depoimento de Andreas, irmao de Suzane e igualmente filho das vitimas do crime e assassinadas. A primeira pessoa a ser ouvida, Andreas Albert von Richthofen, afirmou entao no seu depoimento que nem ele e nem a irma haviam alguma vez sido vitimas de abusos ou maus tratos por parte dos pais, ao contrario do que havia dito Daniel Cravinhos no dia anterior. Andreas classificou a relacao de Suzane com Manfred e Marisia como sendo normal, sem conflitos excepcionais. Ele tambem disse ter sofrido "chantagem emocional" para que escrevesse um bilhete dizendo que perdoava a irma, e que na verdade nao a perdoou; afirmou nao acreditar em seu arrependimento e nem em sua intencao de desistir da heranca, e disse que ele e Suzane foram influenciados por Daniel Cravinhos a consumir canabis. Andreas tambem admitiu se sentir ameacado pela irma: "Dizem por ai que ela e Psicopata. Eu nao sei, mas de uma pessoa assim a gente pode esperar qualquer coisa". Andreas revelou ainda que nao estava conseguindo fazer uso do dinheiro porque Suzane estava complicando o processo. Outra mentira de Suzane teria sido sobre a arma utilizada no crime. Em seu depoimento, ela disse que a arma pertencia ao irmao, o que Andreas negou no seu depoimento. Ele disse apenas que Suzane pediu que ele jogasse o objecto fora.

A convite do Ministerio Publico, foi ouvida tambem a Delegada de Policia, Cintia Tucunduva Gomes. Ela desmontou a versao apresentada no dia anterior pelos irmaos Cravinhos de que apenas Daniel teria golpeado as vitimas: para ela, as agressoes forma em simultaneo, pois seria impossivel que um dos dois estivesse sendo atacado sem que o outro esbocasse uma reaccao. Cintia Gomes tambem ressaltou a frieza de Suzane, que se portou de modo desapaixonado desde o principio - apos confessar o crime, Suzane teria penteado os cabelos e perguntado ao entao namorado se estava bonita, antes de ser fotografada e fichada no DHPP.

Foram ouvidos ainda Fabio de Oliveira (Agente Penitenciario) e Helio Artesi (pai de uma ex-namorada de Cristian), que atestaram o bom comportamento dos irmaos Cravinhos; Ivone Wagner, que testemunhou que Suzane tratava mal sua mae; e o Policial Militar, Alexandre Boto, que desde logo "estranhou" a atitude de Suzane ao chegar a mansao dos von Richthofen para verificar o que se havia passado.

. Terceiro Dia de Julgamento:

No terceiro dia do Julgamento (19 de Julho de 2006), os advogados de Suzane tentaram uma manobra para incluir novos documentos nos autos do processo. A mae dos reus Cristian e Daniel Cravinhos, Nadja Cravinhos de Paula, prestou um depoimento carregado de emocao. Ela ressaltou o arrependimento e profunda vergonha que os filhos estariam sentindo, apesar de pedir aos jurados uma punicao para todos: "Cada um tem que pagar pelo que fez, e nao pelo que nao fez". Afirmou que perdoou a todos, que os pais de Suzane eram agressivos quando bebiam e que de facto abusavam sexualmente da filha, que Andreas era influenciado em demasia por Suzane, e que Cristian nao tinha mais problemas com drogas, pois tinha deixado o vicio dez anos antes.

Reforcando a linha de defesa dos advogados dos filhos, Nadja declarou que Suzane nao tinha perdido a virgindade com Daniel e que Manfred e Marisia bebiam muito e "eram extremamente agressivos" entre eles e com os filhos. Nadja disse que, quando Suzane tinha que ir para o sitio com os pais, entrava em panico. "Nao sei se ela se fazia de vitima, fazendo dele (Daniel) um instrumento", contou a mae dos Cravinhos. Cristian e Daniel choraram bastante durante o depoimento.

Horas depois Cristian - acredita-se que influenciado pelo depoimento da mae - mudou o seu proprio depoimento, confessando agora ter golpeado Marisia von Richthofen ate a morte da mesma. Ele atribuiu a concecao do plano a Suzane: segundo Cristian, agora, Suzane e que os tinha convencido a participar do crime alegando que, com os pais, "nao tinha vida", e que Manfred a teria tentado violar quando ela tinha 13 anos. Entretanto, manteve as declaracoes de que teria batido a porta do carro e pisado com mais forca, na tentativa de acordar o casal e lhes dar alguma chance de reaccao. Disse tambem que, mortos Manfred e Marisia, Suzane o teria acalmado, dizendo: "Voce nao me tirou nada. Voce me deu uma nova vida". No fim do depoimento, Cristian chorou muito e foi abracado pelo pai. O Julgamento foi suspenso por alguns minutos e o grupo de jurados retirado do plenario.

Depois tambem Fernanda Kitahara, uma ex-colega de faculdade de Suzane prestou um depoimento. Ela confirmou que Suzane e o irmao Andreas consumiam canabis, e que a droga era comprada por Daniel Cravinhos. Disse que sabia de certos desentendimentos entre Suzane e os pais , ressaltando um caracter controlador por parte deles: "ela tinha horario para voltar para casa, saindo comigo ou com o namorado" - com isso Suzane teria, por varias vezes, mentido aos pais para se ir encontrar com Daniel. Tambem disse que Suzane era, na sala de aula, quieta e sem amigos, gracas ao ciume exacerbado de Daniel, e contou que Suzane lhe havia revelado que o namorado era perseguido pelo espirito de um amigo, o "Nego" ou "Negao". Este afirmava que a acusada teria que escolher entre os pais e o namorado.

. Quarto Dia de Julgamento:

O quarto dia de Julgamento (20 de Julho de 2006) comecou com uma exibicao das imagens da pericia realizadas no corpo de Marisia. A Perita Jane Belucci fez uso das fotografias para esclarecer a dinamica dos eventos, e a natureza das fotos, tais como as do rosto desfigurado de Manfred, acabou por causar o desconforto geral. Tambem o laudo do Instituto Medico Legal (IML) concluiu que a mae da Re morreu por causa de um traumatismo Cranio-Encefalico, causado por um "instrumento contundente", com varios golpes. De acordo com a analise, a mae de Suzane teve uma morte angustiante e dolorosa, mantendo-se viva durante algum tempo ao contrario do pai que teve morte instantanea. Enquanto essas imagens eram mostradas, todos os reus, Suzane, Daniel e Cristian permaneceram virados de costas para a televisao, sem terem olhado para as fotos em qualquer momento.

O quarto dia de Julgamento foi reservado ainda para a leitura de depoimentos das testemunhas (ainda na fase processual do caso) e para a exibicao da reconstituicao do filme e de uma serie de reportagens acerca do crime, alem dos depoimentos dos acusados. Daniel e Cristian choraram copiosamente durante a exibicao de suas encenacoes, e pediram para serem retirados do plenario. Suzane se manteve serena e nao chorou, apesar das declaracoes em contrario dos seus advogados, mas tambem acabou por abandonar o plenario - para o Promotor Roberto Tardelli, entretanto, arrependimento e desespero nao diminuem a pena. Os reus entraram em divergencias sobre quem ficou responsavel por desarrumar a biblioteca da casa para ajudar a simular um assalto e roubo, e sobre o momento em que pegaram numa garrafa de agua para atirar na cabeca das vitimas.

Tambem foram lidas cartas de amor trocadas entre Suzane e Daniel. Enquanto o rapaz se emocionou ao ponto de ser novamente retirado do plenario, Suzane demostrou apenas constrangimento e desconforto (especialmente nos trechos em que ela chamava Daniel de  "meu maridinho" e ainda outros apelidos semilares, que chegaram a arrancar risos do publico apesar de se estar a julgar um caso serio), mantendo a sua cadeira afastada da dos irmaos.

Para Tardelli, o comportamento dos reus ressaltava a "frieza" de Suzane e o "descontrolo emocional" constante e frequente de Daniel. A Promotoria declarou que iria procurar provar de que o crime tinha sido todo planejado, e que nenhum dos acusados havia sido induzido a cometer o mesmo crime de assassinato pelo qual estavam no momento a ser julgados. Para isso eles desde logo pretenderam lembrar, entre outros pontos, que logo apos o crime Daniel e Suzane protagonizaram cenas de amor na delegacia, enquanto o proprio Cristian foi a um churrasco, viajou e comprou uma mota.

. Quinto Dia de Julgamento:

No quinto e ultimo dia de Julgamento (21 de Julho de 2006), foram realizados os debates entre a acusacao e a defesa e, apos a decisao do Ministerio Publico de nao desistir do tempo reservado para a replica, os jurados se reuniram para decidir o futuro dos reus. A Advogada Divaine Jabur tentou convencer os jurados a derrubar as qualificadoras colocadas pelo Ministerio Publico contra Cristian Cravinhos e seu irmao Daniel Cravinhos: ela alegou que Cristian nao podia ser acusado de duplo homicidio, ja que ele apenas tinha matado Marisia; disse que nao houve motivo torpe, ja que ele nao tinha rancor das vitimas; alegou, por fim, que nao houve motivo cruel (o laudo do Instituto de Medicina Legal atestava que Marisia havia morrido por causa do traumatisma craniano, e nao por culpa da toalha colocada em sua boca). Quanto a Daniel, Divaine Jabur lembrou que, desde a reconstituicao do crime. o Reu afirmou ter tentado acordar Manfred apos te-lo golpeado, sacudindo o seu braco e passando uma toalha em seu rosto. Os advogados tambem argumentaram de que as acusacoes de fraude e furto nao procediam, ja que havia sido Cristian a ficar com o dinheiro e as joias a pedido de Suzane.

Os promotores Roberto Tardelli e Nadir de Campos Junior pediram ao Juri a condenacao dos reus. A Promatoria acusou a defesa de Suzane de preconceito social, quando esta afirmou que a "menina milionaria", que vivia alheia a realidade num Mundo de conforto material, d que nao tinha motivos para cometer um crime, foi facilmente convencida por Daniel a faze-lo, ja que ele, vindo de uma familia bem mais humilde e tendo ja um historial criminoso e uso de drogas, tinha maior propensao a cometer um crime.

Ao ser acusado pelo Procurador de Justica Nadir Campos Junior, Daniel Cravinhos teve mais um ataque de choro dos muitos que tivera ao longo do Julgamento e foi abracado pelo irmao Cristian. Ambos foram retirados do plenario. Suzane, por sua vez, permaneceu no plenario de cabeca baixa, sem esbocar qualquer reaccao.

Finalmente, os quatro homens e tres mulheres que compunham o grupo de jurados se reuniram por volta das 22 horas; no Forum Criminal da Barra Funda. Eles teriam que responder a um questionario em que no seu entender julgavam se cada um dos reus era inocente ou culpado em 12 itens. As respostas possiveis para as questoes eram apenas duas, Sim ou Nao. No caso dos irmaos Cravinhos, as questoes eram, entre outras, se tinha havido motivo torpe, se o meio usado havia sido cruel, se tinha havido possibilidade de as vitimas se defenderem, e se havia atenuantes. Ja no caso de Suzane, em apenas 6 perguntas os jurados haviam de decidir se ela havia agido ou nao sob coaccao dos irmaos Cravinhos. Com base nos questionarios, o Juiz Alberto Anderson Filho, Presidente do 1° Tribunal do Juri, estabeleceu e divulgou a sentenca.


O Tibunal do Juri condenou Suzane Richthofen e Daniel Cravinhos a 39 anos de reclusao, mais seis de detencao, pelo assassinato do Engenheiro Manfred Richthofen e da Psiquiatra Marisia Richthofen, mortos a paulada na noite de 31 de Outubro de 2002, na residencia dos mesmos. A pena-base foi de 16 anos, mais 4 pelos agravantes, para cada uma das mortes. Ambos viram logo a sua pena ser reduzida em 1 ano; Suzane por ser na epoca do crime uma menor de 19 anos, e Daniel, gracas a confissao. Ja Cristian Cravinhos foi condenado a pena de 38 anos de prisao, mais 6 meses de detencao. Sua pena-base foi de 15 anos, mais 4 pelos agravantes, tambem por cada uma das mortes. Ele tambem obteve a reducao da pena em 1 ano por ter confessado o crime. Mesmo condenado a quase 40 anos, perante a lei brasileira so e permitido que um condenado fique preso pelo maximo de 30 anos.

A sentenca foi anunciada as 03 horas da madrugada do Dia 22 de Julho de 2006, pelo Juiz Alberto Anderson Filho, que presidiu o Julgamento iniciado no comeco da semana, no Dia 17 de Julho, no Forum Criminal da Barra Funda, em plena capital paulista. Os condenados ainda podiam recorrer da sentenca e da condenacao, mas nao puderam aguardar mais em liberdade. Tambem nao podiam ser submetidos a um novo Julgamento, pois as penas foram inferiores a 20 anos pela pratica de homicidio. O Advogado de defesa de Suzane Richthofen, Mauro Otavio Nacif, disse que saia "muito triste" do Tribunal mas que nao iria recorrer do resultado da sentenca, mas que tentaria reduzir a pena da sua cliente.

Voltando a epoca do crime. Logo na Noite de 20 de Novembro de 2002, Suzane foi transferida para a Penitenciaria Feminina do Carandiru 12 dias depois da confissao do crime em 8 de Novembro de 2002. Daniel foi levado para o Belem 1 e Cristian para o Belem 2. Suzane a menina milionaria que sempre tudo estava agora sozinha numa cela com cama, televisao, chuveiro e vaso sanitario. Ela recebeu ainda a visita da Advogada Claudia Bernasconi e de dois outros defensores da area civel. Suzane pediu ainda para que pudesse receber a visita do irmao Andreas, de 15 anos, e de sua avo materna.

Ja mais de dois anos mais tarde em Dezembro de 2004, Suzane viu um Habeas Corpus ser-lhe negado. Em Junho de 2005 o mesmo foi aprovado e aceite, e Suzane foi solta no final do mes. Contudo, um dia apos a polemica entrevista ao Fantastico em um domingo de Abril de 2006, Suzane foi presa novamente (12 de Abril). O pedido de prisao foi feito a Justica pelo Promotor do caso, Roberto Tardelli, um dia depois da veiculacao das entrevistas concedidas por Suzane a Revista Veja e ao Programa Fantastico, da TV Globo. A reportagem exibida pela Globo na noite de domingo procurou mostrar o que para muitos seria uma "farsa" montada pela defesa da propria Suzane. O Canal de Televisao emitiu trechos de gravacoes em que os advogados a aconselhavam e orientavam para que chorasse. No pedido, o Promotor apresentou uma foto de Suzane ao lado da avo materna. Com isso, ao decretar a prisao, o Juiz entendeu que o irmao de Suzane, Andreas, estava "ao seu alcance" e que "tornaram-se publicas as divergencias que estavam a haver entre Suzane e o irmao, ora por desacordo na partilha de bens dos falecidos pais, vitimas.

Daniel e Cristian por sua vez receberam em Fevereiro de 2013 o direito a usufruir de um regime semiaberto, em que poderiam sair de dia para trabalhar e regressarem a cadeia a noite para dormir. Em 10 de Maio de 2013, deixaram o presidio pela primeira vez desde 2006, apos o periodo de quarentena  da decisao de regime semiaberto, pelo beneficio do Dia das Maes.

Em Agosto de 2014, Suzane foi beneficiada com a progressao da pena, de regime fechado para regime semiaberto, conquistando por isso o direito de ir trabalhar durante o dia e ir a noite dormir na prisao. De acordo com a Juiza Sueli de Oliveira Armani, da 1ª Vara de Execucoes Penais de Taubate, a Re "encontra-se presa a ja 12 anos, nao apresenta anotacoes de infraccao disciplinar ou qualquer outro factor desabonador de seu historico prisional, (...) nao ha como negar a postulante a progressao ao regime intermediario". Segundo o seu Advogado, Denivaldo Barni, Suzane deveria exercer actividades de auxiliar em seu escritorio.

Pouco menos de uma semana depois da decisao da Justica de a passar para um regime semiaberto, Suzane entrou com um outro pedido, desta vez para ficar e permanecer em regime fechado, na Penitenciaria de Tremembe, onde se encontrava no momento a cumprir pena, alegando temer de ser hostilizada em outro presidio - facto que ja havia acontecido quando a mesma se encontrava presa no Carandiru. Alegou e afirmou ainda que necessitava do salario que recebia por seu trabalho na oficina de confeccao de roupas da FUNAP, na Penitenciaria de Tremembe, onde mantinha um bom relacionamento com as demais detentas. O pedido ficou de ser analisado.


Pouco tempo depois de pedir para ficar num regime fechado e recusar o regime semiaberto, em Outubro de 2014, Suzane anunciou seu casamento com outra detenta, Sandra Regina Ruiz Gomes, condenada a 27 anos de prisao pelo rapto e morte de um adolescente em Sao Paulo. Sandra era ex-namorada de Elize Araujo Kitano Matsunaga (1981), presa por matar o esquartejar o marido, Marcos Kitano Matsunaga, em 2012. Para conviver com Sandra, Suzane teve que assinar um documento de relacionamento afectivo, exigido para todas as presas que resolvem viver juntas. Com esse documento, ela trocou a Ala das Evangelicas, onde vivia ate ao momento, e passou a habitar a cela das presas casadas, onde dividia o espaco com mais oito casais. Pessoas ligadas a Elize e Samdra disseram que as duas estavam juntas desde o inicio do ano e que o relacionamento terminou por causa de Suzane. As tres (Suzane, Sandra e Elize) trabalhavam na oficina de costura, onde Suzane era Chefe. O relacionamento foi apontado como um dos motivos para Suzane ter recusado poder passar os dias fora da prisao para ir trabalhar.

Em Fevereiro de 2015, Suzane ficou sozinha na Penitenciaria de Tremembe, porque sua companheira, Sandra Regina, conhecida como Sandrao, recebeu progressao de regime fechado e foi transferida para o Centro de Ressocializacao Feminino de Sao Jose dos Campos, apos ganhar o direito de passar para um regime semiaberto. Com a mesma transferencia, Sandra Regina retornara a mesma prisao de onde havia sido expulsa em 2010, apos agredir um Agente prisional. O Centro De Ressocializacao Feminina de Sao Jose dos Campos recebia no momento apenas presas do regime semiaberto, que permite a detenta trabalhar de dia e dormir a noite na prisao, ou, entao, trabalhar na propria instituicao prisional. Caso Suzane venha a pedir o direito ao regime semiaberto, ha vagas para ela naquela mesma unidade prisional, para ficar ao lado da companheira.

Em Outubro de 2015, Suzane, presa ha oito anos no Presidio Feminino de Tremembe, ganhou direito a passar para um regime semiaberto, pois ja cumprira mais de um sexto da pena de 39 anos a que fora condenada, e mostrou bom comportamento. Com a decisao do Tribunal de Justica de Sao Paulo, a condenada podia trabalhar fora da penitenciaria no horario comercial e ir dormir na cadeia. Suzane tambem tera ganho direito a saidas temporarias, como, no Natal. Apesar do novo regime, Suzane nao deveria mudar de endereco, pois a sua defesa pediu que ela, continuasse em Tremembe, na nova ala recem-construida na altura, com capacidade para 78 detentas, e que no momento, abrigava apenas 22 mulheres.

Em Maio de 2016, Suzane viria a ser confinada a uma cela solitaria no Presidio de Tremembe, onde cumpre pena, devido ao facto de ter fornecido um endereco errado por ocasiao da saida que lhe foi permitida para passar o Dia das Maes fora da prisao. Segundo a reportagem do Programa Fantastico, da Rede Globo, Suzane foi localizada na Cidade de Angatuba, no interior de Sao Paulo, em um endereco que nao correspondia aquele que havia sido fornecido a Secretaria de Administracao Penitenciaria. Para a defesa de Suzane, tudo nao teria passado de um mal-entendido, pois o endereco onde ela foi presa ficava a apenas tres Quilometros do endereco que havia sido fornecido e era, inclusivamente, na mesma cidade. Suzane foi conduzida de volta a cadeia, onde ficou em "regime de observacao", por dez dias, ate que fosse apurada a infraccao. Por "ter cometido grave infraccao" a Justica de Sao Paulo suspendeu a concessao de regime semiaberto, e Suzane voltou ao regime fechado. Segundo a investigacao policial, Suzane foi encontrada no Bairro dos Diogos, num sitio da irma do novo namorado, Dona da farmacia localizada no endereco fornecido por ela quando teve a saida temporaria. O novo namorado de Suzane, Rogerio Olberg, conhecido como "Alemao", seria entao um Empresario, cujas as actividades eram desconhecidas, e a quem Suzzane conheceu na Cadeia do Tremembe, quando este mesmo fazia visitas a uma outra irma, que se encontra presa no mesmo local. Desde a transferencia de Sandra Regina Ruiz Gomes, o "Sandrao", com quem Suzane chegou a dividir uma cela destinada a casais, para o regime semiaberto, em Sao Jose dos Campos, que as duas mulheres se separaram.

Em Fevereiro de 2017, Suzane foi pre-seleccionada para conseguir obter um emprestimo, atraves do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), do Governo Federal, para frequentar um curso em uma faculdade particular de Taubate, proximo a Tremembe, cidade onde ainda cumpre pena agora em regime semiaberto, no presidio feminino da cidade. O curso escolhido foi Administracao de Empresas, numa instituicao "tradicional e catolica", a Faculdade Dehoniana, que oferece ainda os cursos de Teologia e Filosofia. Suzane precisa da autorizacao da Vara de Execucoes Criminais, para poder sair do presidio no periodo das aulas, no horario nocturno. Ja em Abril de 2016, Suzane havia conseguido autorizacao para frequentar o Curso de Administracao em uma faculdade de Taubate, mas acabou por nao dar prosseguimento ao curso. Devido ao regime do semi-aberto, ela tem o direito a trabalhar e a estudar, alem de cinco saidas temporarias anualmente.

Um laudo elaborado a partir de um resultado do Teste de Rorschach, para avaliacao da possibilidade para progressao ao regime aberto, aponta que Suzane e egocentrica, narcisista e influenciavel para condutas violentas.


Em Fevereiro de 2015, quase 9 anos apos a condenacao e 13 depois do crime, Suzane concedeu uma entrevista ao Apresentador Antonio Augusto de Moraes Liberato ( 1959), mais conhecido como Augusto Liberato ou abreviadamente, Gugu Liberato, que reestreava na Rede Record (1953-presente) com um programa do mesmo nome, Gugu (2015-2017). Nessa ocasiao, ela fez revelacoes ineditas, tais como ter planejado o assassinato dos pais, juntamente com os irmaos Cravinhos, bem como demostrou estar arrependida do seu acto. Confessou que conheceu Daniel, que se tornaria seu namorado, quando tinha 14 anos, por intermedio da mae, e que, com ele, levava uma vida "em que podia fazer de tudo", inclusive consumir drogas (canabis). Suzane no programa admitiu ainda sentir a falta da presenca dos pais, e manifestou vontade e desejo de ser perdoada pelo irmao, Andreas. Confirmou a sua intencao de abrir mao da heranca dos pais, e fez revelacoes ineditas sobre o seu relacionamento com Sandra Regina, com quem se encontrava vivendo como casal de o final de 2014. Teceu grandes elogios a companheira e anunciou que as duas tinham vontade de manter essa relacao fora das grades. Quanto ao facto de descobrir que podia manter relacoes sexuais com uma mulher, Suzane admitiu que isso se deu de forma natural, com a convivencia na cadeia. Na verdade, segundo confessou, Daniel Cravinhos foi o primeiro e unico homem ate aquele momento com quem ela havia tido um relacionamento mais intimo.

Posteriormente Suzane se separou de Sandra, apos esta mudar de penitenciaria. Actualmente esta com um Empresario de transportes, que visita com frequencia uma irma sua na cadeia onde Suzane se encontra.

A heranca dos von Richthofen foi avaliada em mais de R$11 milhoes . Quando Suzane completou 18 anos, em Novembro de 2001, seu pai teria aberto uma conta de 30 milhoes de euros na Suica em seu nome. O dinheiro e apontado como sendo provavelmente fruto de corrupcao proveniente da DERSA, empresa em que Manfred era Engenheiro e responsavel pela construcao do trecho Oeste do Rodoanel Mario Covas, de orcamento bilionario. Como a conta bancaria esta em seu nome, nada poderia impedir que Suzane tivesse acesso ao dinheiro apos cumprir a pena.

Andreas von Richthofen, o irmao de Suzane, manteve-se em silencio desde o julgamento do caso, mas resolveu que era hora de se manifestar em Marco de 2015 para rebater as acusacoes contra o seu pai. Segundo denuncias do Procurador Nadir de Campos Junior, Manfred mantinha contas no exterior em nome de Suzane com dinheiro que teria desviado da estatal onde trabalhava. Na carta dirigida a Campos Junior, Andreas disse: "Se ha contas no exterior, que o Sr apresente as provas, mostre quais sao e onde estao, pois eu tambem quero saber e entendo que sua posicao e prestigio o capacitam plenamente para tal. Mas que se isso nao passar de boatos maliciosos e nao existirem provas, que o Sr se retrate e se cale a esse respeito, para nao permitir que a baixeza e crueldade deste crime manche erroneamente a reputacao de pessoas que nem aqui mais estao para se defender, meus pais Manfred Albert e Marisia von Ritcthofen". Ao se referir ao Procurador, Andreas tambem disse que entendia "a raiva e a indignacao contra os tres assassinos". Muito da sociedade compartilha desse sentimento. Eu tambem. E nojento, disse ao escrever sobre o crime.

Em relacao ao patrimonio do casal von Richthofen, no Dia 8 de Fevereiro de 2011, a Justica decidiu que a jovem era indigna de receber a sua parte da heranca, porque havia sido condenada por matricidio. O processo de inventario e partilha estava sob analise da Justica desde Dezembro de 2002, apenas dois meses apos o crime. Suzane ainda tentou obter uma pensao alimenticia do espolio dos pais, mas viu o seu pedido ser negado e recusado pela Justica.

Ja em outubro de 2014, Suzane procurou a Justica a fim de abrir mao e desistir de obter a heranca dos pais em beneficio do irmao, Andreas, e manifestou a sua vontade e desejo em reencontra-lo. Os dois nao se veem pessoalmente desde o Julgamento, em 2006. No mesmo documento, ela dispensou o Advogado, Denivaldo Barni, que a acompanhou durante todos os anos desde o crime ate ao momento, alegando sentir-se insegura quanto a sua actuacao "tanto no aspecto judicial, quanto pessoal". Alem disso, pediu que o mesmo Advogado fosse proibido de visita-la. Entre os bens da heranca, encontrava-se a residencia da familia von Richthofen, avaliada em cerca de R$3 milhoes.

Em Marco de 2015, a Justica de Sao Paulo determinou que a heranca da familia fosse entregue apenas a Andreas, irmao mais novo de Suzane. Na sentenca, o Juiz determinou que ela deveria ser excluida da partilha dos bens, por considera-la "indigna".



Apos o caso von Richthofen ter vindo a publico o Deputado Federal, Medico e Politico, Paulo Cesar Baltazar de Nobrega (1949) elaborou um projecto de lei que impede que condenados por crimes contra familiares tenham acesso ao espolio da(s) vitima(s). O mesmo projecto apos elaborado e apresentado foi aprovado pela Comissao de Constituicao  e Justica (CCJ) da Camara em Abril de 2006, e aguardava a aprovacao no Senado. Na mesma oportunidade, tambem foi aprovado o Projcto de Lei 141/2003, do mesmo Autor, que tramitava em conjunto, e que exclui da heranca quem matar  ou tentar matar o conjuge, companheiro, ascendente  ou descendente.

Em Setembro de 2010, o Promotor de Justica Eliseu Berardo foi acusado por suzane de assedio sexual, e recebeu, por parte da Corregedoria do Ministerio Publico de Sao Paulo, como punicao, umia suspensao de 22 dias sem direito a receber salario. No entanto, segundo a corregedoria, a punicao foi motivada pela acumulacao de diversos factores. O Promotor negou veementemente todas as acusacoes.


Eis o momento de chegar ao fim. Chego ao fim de uma das cronicas que em aspectos humanos mais me custou escrever. Mais uma vez se torna evidente que a ganancia, a cobica pelo dinheiro falam sempre mais alto, sobretudo quando se trata de milhoes.

Ha muitos anos atras podiamos pensar que era mera historia de televisao e de contos policiais uma filha matar, mandar ou pelo menos ajudar a matar os pais mas eis que hoje, nos dias de hoje e pura realidade, Suzane Richthofen fe-lo e no entanto nada ganhou com isso, antes pelo contrario, somente perdeu. Suzane perdeu o conforto e bem-estar em que vivia, perdeu o luxo, perdeu o direito a heranca, acabou por perder o namorado, perdeu os pais, perdeu o irmao, e ganhou o que? Eis uma questao que lanco motivada pelo interesse de demostrar que o crime nao compensa.

Por fim o tera levado Suzane a faze-lo? Por mais que custe e vendo que Suzane era uma menina adolescente normal antes de conhecer Daniel Cravinhos, nao creio que tivesse sido obrigada pelo mesmo a faze-lo, isso nao. Acredito que tenha sim sido iludida e coagida a faze-lo e o resultado e este que se pode ver ainda.

Esta cronica daria muito mais que falar e talvez ainda escreva apenas a falar sobre a investigacao do crime mais tarde, gosto destes assuntos, aprofunda-losm explora-los ao maximo e como pessoa digna procurando sempre ser honesto mostrar ao publico algo que muitos sabem ja, o crime nao compensa. Suzane Richthofen, Daniel Cravinhos e Cristian Cravinhos certamente tambem o sabiam mas a cobica falou mais alto, ate a proxima caro (a) leitor (a).

                                                                                                              Manuel Goncalves



































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