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sábado, 13 de julho de 2019

O Serial Killer de Santa Comba Dao

 

Nada costume em Portugal haver este tipo de crimes que me recorde ainda que nunca tenha sido descoberta a sua verdadeira identidade somente O Caso do Estripador de Lisboa (1992-1993) pode ser comparado com este que vai ser o tema da presente cronica.

Com algumas diferencas e certo ja que no caso do Serial Killer de Santa Comba Dao (2005-2006) nao me consta que as vitimas fossem prostitutas e muito menos segundo algumas suspeitas tal como as vitimas do Estripador de Lisboa estivessem infectadas com o virus da sida. O conjunto de mortes do Serial Killer de Santa Comba Dao veio mais uma vez provar de que embora o Autor dos crimes possa ser uma pessoa fora de qualquer suspeita pode ser mesmo esse o criminoso assim como tambem nao existe crime perfeito.

Pouco usual acontecer em meios pequenos nunca antes se tinha visto algo semelhante por aquelas zonas e os mais velhos nem sabiam ao certo o que era um Serial Killer e muito menos coseguiam acreditar que o conhecido ex-Militar e Guarda Nacional Republicano,  conhecido como Cabo Costa  fosse um deles.


Antonio Luis Costa (Santa Comba Dao, Viseu, 1953) e um antigo Soldado e Militar portugues, integrante da Guarda Nacional Republicana (GNR), na posicao de Cabo, na Cidade portuguesa de Santa Comba Dao (que ficou conhecido de todos como o Cabo Costa), acusado de ser um assassino em Serie. Foi preso em 2006 e condenado em 2007 pelo assassinato em serie de tres jovens entre Maio de 2005 e Maio de 2006.

Nascido em 1953 na pequena cidade portuguesa de Santa Comba Dao, no Centro-Norte de Portugal. Depois de ter concluido os estudos, ingressou na Guarda Nacional Republicana, na posicao de Cabo militar na cidade onde nasceu. Ficou na posicao de Cabo durante 25 anos ate se retirar ja no final de 2004. Depois disso, uma serie de desaparecimentos de raparigas ocorreram na cidade.


A primeira vitima foi a jovem Isabel Cristina Isidoro, de 17 anos, e foi declarada oficialmente como desaparecida em 24 de Maio de 2005. Seu corpo foi recuperado no Oceano Atlantico em 31 de Maio. A segunda vitima, Mariana Lourenco, 18 anos, desapareceu em 14 de Outubro de 2005. O seu corpo so foi encontrado em Junho do ano seguinte, na Barragem da Raiva, por instrucoes do proprio Antonio Luis Costa ja na prisao. A terceira e ultima vitima foi Joana Oliveira, igualmente 17 anos, desapareceu em 8 de Maio de 2006, cujo o corpo foi recuperado sob uma ponte na Barragem da Aguieira, tambem somente apos instrucoes de Costa ja na prisao.

O Cabo Costa foi detido pela Policia Judiciaria (PJ) em 24 de Junho de 2006. De inicio, ele confessou o crime tanto a Policia como ao Juiz que conduziu o inquerito. Costa disse que teve relacao sexual consensual com a primeira vitima e que havia pedido um beijo para a segunda e terceira vitimas, ele as sufocou apos as mesmas terem recusado e ameacado denucia-lo. Posteriormente, retirou sua confissao e acusou mesmo o tio da segunda vitima, Mariana Lourenco de ter cometido os crimes. Ele entao alegou ter sido coagido pela PJ para confessar, mas esta refuta a acusacao. O telefone de Costa foi grampeado e estava sob escuta, e foi feita a gravacao de um telefonema no qual ele havia confessado os crimes a propria familia.


Dados Pessoais de Antonio Luis Costa:

. Nome: Antonio Luis Costa.
. Data de Nascimento: 1953 (66 anos).
. Local de Nascimento: Santa Comba Dao, Viseu.
. Crime: Assassinato (triplo assassinato, Serial Killer).
. Pena: Sentenciado a 64 anos e 6 meses de prisao reduzidos a Pena Maxima do Codigo Penal portugues para 25 anos.
. Situacao: A cumprir pena desde 2006 e com possibilidade de poder sair em liberdade em 2023.
 
O Julgamento teve inicio em 4 de Julho de 2007. O entao Reu foi acusado de tres homicidios, tres crimes de dissimulacao de corpo, um crime de profanacao de corpo (pois um deles havia sido despido), dois crimes de tentativa de coaccao sexual e um crime de denuncia caluniosa (por ter acusado o tio da vitima Mariana Lourenco dos crimes). Durante o Julgamento, Costa alegou a sua inocencia e permaneceu em silencio com excepcao da primeira e da ultima das sessoes do tribunal.

O Ministerio Publico (MP) como seria de esperar pediu a pena maxima de 25 anos de prisao, o maximo permitido pela Lei portuguesa, e alegou que so nao solicitavam uma pena maior por impossibilidade legal. A tamanha brutalidade do caso causou intensas criticas ao Estado Portugues, que mantem fixo como 25 anos de prisao como pena maxima, sob o argumento de que em alguns casos de crimes penas mais severas deveriam ser permitidas, trazendo a tema em praca publica ate mesmo a questao da Pena Capital ou seja Pena de Morte ou Prisao Perpetua.

Segundo a acusacao, o Cabo Costa agiu sob impulso sexual e, desde o inicio, tentou ser considerado de insamo ou seja tentou provar a sua incapacidade mental como meio de escapar do Julgamento. Porem, dois exames psiquiatricos acabaram por concluir que o Reu era mentalmente saudavel o suficiente para nao so suportar o Julgamento mas responder pelos crimes que cometera. Segundo a Defesa, os exames psiquiatricos nao encontraram psicopatia ou nenhum comportamento sexual promiscuo. Alem disso alegou que os direitos do Reu nao haviam sido respeitados, uma vez que desde o inicio do Julgamento ele tinha sido tratado como culpado, Psicopata e Serial Killer. A Defesa alegou que os depoimentos das testemunhas nao eram fiaveis, devido a inconsistencias e porque as testemunhas haviam discutido o caso entre elas. O inquerito policial tambem foi criticado, sob a alegacao de que algumas pessoas nao haviam sido suficientemente investigadas.

Ja em 31 de Julho de 2007, o Tribunal considerou o Reu como culpado de todos os crimes de que era acusado e pelos quais foi julgado, excepto da dissimulacao do corpo de Isabel Cristina Isidoro, uma vez que ela ainda estava viva quando foi atirada ao oceano. Costa foi sentenciado a 64,5 anos de prisao, reduzidos para a pena maxima do Codigo Penal Portugues.


Cabecinha de Rei, Freguesia de Santa Comba Dao, Distrito de Viseu, nunca tinha visto algo assim. Em Maio de 2005 apareceu o primeiro corpo, o de Isabel Cristina Isidoro, de 17 anos. Tinha desaparecido sete dias antes de casa onde vivia, com os pais e os quatro imaos.

O corpo acabou por ser encontrado por um Pescador, perto da Praia do Cabeledo, na Figueira da Foz. O corpo estava ainda dentro do saco de serapilheira onde tinha sido colocado.

A autopsia ao cadaver revelou que Isabel Cristina ainda estava viva quando foi lancada a agua pelo Cabo Costa, porem viria a morrer, afogada. O corpo nao foi identificado e a jovem acabaria por vir a ser sepultada no Cemiterio da Figueira da Foz, na zona dos desconhecidos.


Mas a Historia de Isabel Cristina foi mais do que isto. O Cabo Costa ia a passar de carro em Cabecinha de Rei quando se cruzou com a jovem vizinha. Parou o carro e ofereceu-lhe boleia que ela aceitou.

No caminho Costa perguntou quando e que Isabel lhe pagaria os 25 euros que lhe tinha emprestado no dia anterior e, segundo a versao do proprio, Cristina tera oferecido sexo a Costa como troca do pagamento da divida. Foi entao que o futuro Assassino e Serial Killer conduziu o carro ate um pinhal proximo onde os dois tiveram relacoes sexuais como forma de pagamento da divida feita no dia anterior porem, no final, a jovem ameacou fazer queixa a GNR.

Costa nao gostou de se ver ameacado e estrangulou a jovem. Colocou o corpo no carro, conduziu ate a casa de ferias na Figueira da Foz onde foi buscar um saco de serapilheira, fio de nylon e um figa de cimento com 14 KG. Embrulhou o corpo da vitima, sempre pensando de que essa estaria ja morta, e atirou-a ao mar.

Quando foi recuperado, o cadaver estava em mau estado. Ainda assim a PJ recolheu todos os indicios possiveis, preservou as roupas e conseguiu depois fazer correspondencia das mesmas com fotografias antigas de Isabel.

O Cabo Costa nao se ficou por aqui. Depois da primeira morte, o homem que era conhecido por ser um sujeito organizado e meticuloso deu lugar a um homem  menos disciplinado e rigoroso, menos dedicado a casa e ao jardim. Seis meses depois precisava de voltar a tentar beijar outras jovens, sobretudo de voltar a matar.


Mariana Goncalves Lourenco foi a segunda vitima. Desapareceu a 15 de Outubro de 2005, outra vizinha do Cabo Costa tal como a primeira vitima, Isabel Cristina Isidoro. Mariana tinha 18 anos e, frequentava o primeiro ano da faculdade. O ex-Militar estava no quintal da sua casa quando a viu. Mariana Goncalves fazia parte da sua lista de adolescentes que estava decidido a beijar e depois, a matar.

Abordou-a com a desculpa de que lhe queria mostrar uma coisa. Ingenua Mariana, acompanhou o vizinho. Porem ali chegados o ex-Militar convidou Mariana a entrar num barracao e so ali lhe explicou a sua verdadeira intencao... queria beija-la. A jovem vizinha nao gostou da proposta e empurrou-o com repulsa. Ameacou Costa de que iria contar tudo o que se tinha passado aos pais e a GNR. Sentindo-se rejeitado e com medo de ser descoberto, Antonio voltou a matar.

Deixou o corpo e foi a casa buscar sacos de serapilheira e fio de nylon, tal como a primeira vez, comecava a tornar-se um ritual.

Desta vez o percurso foi diferente. Conduziu ate ao IP3, em direccao a Coimbra, parou o carro junto a confluencia da Ribeira da Mortagua com o Rio Mondego e lancou o corpo de Mariana as aguas do Mondego.

A 1 de Junho apareceu parte do corpo de Mariana e somente um mes depois a outra parte. O Serial Killer estava a tornar-se perigoso e havia a certeza de que se as autoridades nao o apanhassem logo nao iria ficar por ali.

A certeza veio a dar lugar a uma realidade, seis meses depois, uma nova vitima.


A terceira eleita e vitima foi Joana Margarida Marques de Oliveira. Tal como a primeira vitima Cristina Isabel tinha 17 anos. Voltava da escola a 8 de Maio de 2006.

O caminho de 20 minutos a pe foi o suficiente para que a adolescente que viria a ser a terceira e ultima vitima fosse abordada pelo vizinho, que conhecia desde bebe.

Mais uma vez usou a estrategia do barracao como fizera com Mariana, pediu a vizinha que o acompanhasse mas nao conseguiu guardar os seus desejos ate ao interior do mesmo. Logo no trajecto pediu-lhe um beijo. A jovem recusou e ameacou contar tudo aos pais. O final da mesma foi no entanto o mesmo que de Cristina e Mariana.

Joana foi a que mais resistiu ao tragico fim. Atirou-lhe a mala da escola a cara, com forca, lutaram e Joana arranhou-lhe os bracos e o pescoco. Lutou em vao mas resistiu ate a morte.

A 8 de Maio de 2006, data do ultimo homicidio, o lado secreto e obscuro do Cabo Costa estava muito perto de ser descoberto, ele nao mais voltaria a matar.

Cerca de um mes e meio depois iniciaram-se tres dias de buscas as casas e ao carro do Serial Killer. Logo na residencia de Santa Comba Dao foram encontrados sacos compativeis com aqueles recuperados dos cadaveres das tres jovens e foram encontrados igualmente vestigios de sangue na bagageira do Fiat Punto branco usado para transportar os corpos ate ao mar ou ao rio.

O homem que alegadamente era uma pessoa bondosa, crente e temente a Deus, aparentemente livre de qualquer suspeita, passou a ser o principal suspeito dos homicidios horrendo que jamais se tinha testemunhado por aquelas bandas.

Foi detido pela PJ a 24 de Junho de 2006. Inicialmente confessou os crimes aos inspectores. Porem em Tribunal mudou a sua propria versao inicial e apontou o dedo a um tio de Mariana Lourenco, tentou incriminar o mesmo, sem sucesso.


Treze anos e quando se fala de em 2023 depois de cumprir metade da Pena o Cabo Costa poder vir a ser solto depois de ter cometido os crimes a sangue frio, as familias das vitimas nao perdoam e nem esquecem o que as filhas, tao jovens, passaram nas maos do Cabo Costa.

A familia de Isabel Cristina, a primeira vitima do ex-Militar, aceitou falar pela primeira vez para uma investigacao do Correio da Manha (CM). Nao aceitam a ideia de que alguma vez o Cabo Costa possa vir a ser solto e possivelmente voltar a ser seu vizinho novamente.

A mae de Isabel tem dificuldade em lembrar-se das coisas. Caiu numa depressao apos a morte da filha.

A familia inicialmente pensou que Isabel tivesse ido para Franca e por isso mesmo a jovem sendo ainda menor nunca deram participacao do desaparecimento da jovem as autoridades policiais. Somente quando comecaram a desaparecer mais raparigas da vizinhanca e que a familia desconfiou. Mas nunca pensaram ou suspeitaram que o responsavel fosse o vizinho da GNR.

"Ele deu-me boleia depois de ter morto a minha filha. Dizia que ela estava em Franca" afirmou a mae de Isabel ao Correio da Manha.

Joana Oliveira foi a vitima que mais resistiu nas maos do Serial Killer de Santa Comba Dao como as outras duas estaria certamente longe de pensar que o vizinho era quem era.

Para a mae de Joana Oliveira a intuicao de mae dizia-lhe que algo nao estava bem com Joana mas jamais lhe passara pela cabeca que a filha tivesse sido morta pelo vizinho que a conhecia desde crianca. Quando soube a identidade do assassino da filha, ficou em choque.

"Eu nem queria acreditar" disse a mae de Joana ao CM. "Ainda hoje e muito duro", concluiu.


Caro(a) leitor(a) ainda antes das habituais despedidas. O que pode levar a crer este crime? Certamente leva-nos a pensar de que o mais inofensivo e insuspeito cidadao pode ser alguem com uma mente problematica capaz de fazer o que Antonio Costa fez, matar, mas matar em serie e segundo consta a lista nao iria ficar por aqui porque ao que parece havia ja uma jovem que estava na lista de Costa para ser a quarta vitima. Isto desculpem a expressao mas leva-me a acreditar que "qualquer dia, nem nas proprias calcas podemos confiar".

Por outro lado se Antonio Costa for libertado em 2023 o que podera esperar? Penso que esta demasiado velho para iniciar uma vida nova, talvez nem a familia o aceite, os antigos vizinhos e amigos vao evita-lo e nao lhe restara mesmo velho comecar essa nova vida, num novo lugar, com novos vizinhos.

Agora sim nao me resta dizer mais nada senao apresentar as habituais despedidas e fazer votos de um encontro breve, ate a proxima.

                                                                                                Manuel Goncalves












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