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domingo, 25 de maio de 2014

A Forca de um Verdadeiro Amor

 

Era uma grande licao sem duvida agora que tudo terminara ela compreendia isso. Agora que o inferno passara e o sofrimento que tudo aquele pesadelo lhe causara ela sentia que nao havia dado o devido valor ao que tinha ao seu redor, ali tao perto e dava gracas a Deus por o bom coracao dele que lhe perdoara todos os erros que ela cometera para com ele, sem lhe fazer uma unica acusacao, sem lhe dar uma ma palavra, perdoara-a praticamente sem uma palavra, apenas um lhe disse que a perdoara e que ainda estavam a tempo de comecar tudo de novo. O amor deles no entender deles merecia uma segunda oportunidade e ele estava disposto a esquecer tudo em nome desse mesmo amor. Agora que tudo estava terminado ela dava tambem gracas a Deus por ele ter estado sempre do seu lado e chorara nesses momentos de arrependimento, ela perguntava-se como tinha sido possivel ela ter feito tudo o que fizera mas era como ele dizia ainda estavam a tempo de mudar tudo e rumar em directo a dias de felicidade.

Angela tal como Alvaro eram estudantes universitarios quase em final de curso, eram tambem vizinhos e namorados de longa data. Apesar de todos os esforcos que tinham feito ate entao a relacao dos dois comecara a esfriar e no momento nao estavam propriamente chateados ou zangados mas haviam dado um tempo a relacao de ambos, a falta de tempo que tinham era a causa daquela pausa que estavam a dar, queriam terminar os cursos o mais rapido possivel e nao tinham tempo para quase mais nada, as vezes ainda duvidavam se conseguiam ter tempo para respirar.

O fim de semana aproximava-se e era sexta-feira Alvaro contra a todas as regras que tinham imposto na ultima que vez que tinham falado la foi ter com ela durante uma pausa nos estudos, era o aniversario dele e queria sair com ela naquele fim de semana algo que ela recusou de pronto apesar de todas as insistencias dele, pedidos e apelos. Contrafeito ele la aceitou sem protestar mais, sentiu que ela lhe escondera algo, tinham combinado fazer uma pausa e dar um tempo mas aquilo era demais.

Sim ela escondera-lhe algo a verdade e que ja tinha combinado com as amigas uma saida no sabado a noite e por ironia do destino esquecera-se do aniversario dele, sentiu que estava a agir mal mas agora era tarde demais alem disso nao podia voltar com a palavra atras perante as amigas.

A noite chegara Angela la se arrumara o melhor que pudera seria a sua primeira ida a discoteca em longos meses logo ela que anteriormente nunca falhara um fim de semana sem ir para a night como os da sua idade diziam curtir a vida. Na discoteca nao deixava de se sentir arrependida e com um enorme sentimento de culpa pelo que fizera com Alvaro, esquecera-se do seu aniversario por completo e nem mesmo um presente lhe comprara e agora nem tinha coragem de lhe telefonar sequer.

Uns dancavam, outros conversavam, havia ainda os que bebiam e os que apenas observavam ela apenas observava quando se apercebeu que tambem ela estava a ser alvo de observacao e logo daquilo que parecia ser um Deus grego lindo, sorridente e musculado. Passado algum tempo eles quase sem saber como eram antigos desconhecidos que estavam a acabar de se conhecer.

Pedro era bem falante, sorria e fazia ela sorrir e comecara a haver uma certa ligacao entre ambos embora as amigas logo a tivessem avisado que ele nao passara de um plaboy nada lhe fizera importancia, as advertencias e avisos das amigas encarou como sendo inveja. Sim inveja por ela ser a unica que chamara a atencao daquele Deus grego, no final da noite trocaram numeros de telemovel e combinaram uma saida para o fim de semana seguinte e desta vez seria apenas ele e ela.

Alvaro voltou novamente a tentar dialogar abertamente com ela, explicar-lhe que apesar de tudo nao podiam deixar-se de falar e ela com todas as palavras pusera-o a andar, humilhara-o perante o grupo de amigos que tinham em comum e por fim para ser livre de se envolver com o Deus grego com todas as palavras colocara um termo na relacao de ambos.

De novo o fim de semana e aproximava-se a noite da saida com o Deus grego. Agora que estavam os dois sozinhos ela cedo comecou a notar o comportamento diferente do mesmo, completamente outra pessoa diferente e ja nao o via como sendo divino mas como uma pessoa ele comecara a ser simplesmente o Pedro. Bebia sem parar, vira-o a fazer um cigarros de enrolar e a colocar qualquer coisa que nunca vira na vida nos mesmos, pedira-lhe que a leva-sse a casa imediatamente.

Ele conduzia velozmente e sem qualquer tipo de cuidado ela sentia que tinha cometido um erro mas agora era tarde so queria chegar a casa e tentar mais tarde explicar-se com Alvaro, ele sim, era um homem a serio e integro podia-lhe ate faltar atributos de beleza extrema mas nao lhe faltava atributos de delicadeza de respeito para com ela. Ia naqueles pensamentos e sempre a afastar a mao do antigo Deus grego que nao parava de tentar tocar-lhe enquanto com a outra mao ia continuando a conduzir sem nexo ou sentido. Mais uma curva quase feita a direito o camiao de frente e nao se lembrara de mais nada...

Angela acordou dias depois no hospital, nao parecia a mesma e os medicos consideravam a sua sobrevivencia um milagre quando acordou a primeira pessoa que correra a ir ao quarto visita-la foi Alvaro que nada lhe perguntara e apenas pedira para que ela nao chora-se iria faze-lo chorar tambem ali perante todos os que ainda estavam la fora a espera de a conseguir ver.

O tempo de recuperacao iria ser demorado, ela iria voltar a andar mas tinha muito tempo de fisioterapia pela frente. Durante esse tempo fora Alvaro que a levara sempre a clinica para ela fazer as sessoes de fisioterapia, fora Alvaro que sem se queixar uma unica vez praticamente servira de seu enfermeiro, fora ele que sempre estivera presente em cada momento daquele tempo infernal e nunca a abandonara.

O Deus grego nunca mais o vira, ele sobrevivera ao acidente sem um arranhao mas nunca se dera ao trabalho de a ir visitar no hospital a unica coisa digna que vira o mesmo fazer fora dar-se como culpado no acidente e aceitar pagar todas as despesas do hospital e dos tratamentos dela, de resto nunca mais o vira, ele nao a procurou nunca e soubera mais tarde que o mesmo mudara de cidade e depois que ate deixara o pais para parte incerta.

O tempo passara e ela conseguira milagrosamente recuperar todas as suas funcoes motoras voltara a andar num tempo que os medicos consideraram ser recorde. Agora passado ainda menos de um ano na sua primeira saida a noite nao estava sozinha, estava apenas com quem considerava que nunca deveria ter abandonado, Alvaro, sim, ele sim realmente amava-a de verdade. Abracara-o mais uma vez e ele sorriu mais uma vez tambem, pedira-lhe novamente perdao e ele respondera-lhe que nada havia a perdoar, ela perguntara-lhe como era possivel ele ter esquecido tudo o que ela lhe fizera ao que ele somente respondeu.

- O nosso amor, e um amor verdadeiro!

                                                                                                             Manuel Goncalves

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