Scooby tal como eu ate ao momento nao tivera uma vida facil. Tal como eu seu dono aquele Husky Siberiano de raca pura com o Pedigree de compra a comprova-lo viu morrer a sua companheira como eu quase vi morrer a minha, Ruca viu morrer o seu filho do qual eu fui incapaz de me separar so para o Scooby o meu Scooby ficar com alguem seu semelhante para lhe fazer companhia, podem crer o cao e o maior amigo do homem. Concordo aquele Husky Siberiano era nao so o meu melhor amigo como maior amigo. Dei-lhe aquele nome em homenagem ao cao dos desenhos animados que eram a minha adoracao de infancia nas ferias de Verao Scooby-Doo e embora a ideia inicial fosse chama-lo pelo nome inteiro ficou somente Scooby.
Estavamos ja noivos eu e Lyuba uma jovem que viera estudar Enfermagem em Portugal e acabou por ficar. Durante um dos nossos passeios a um centro comercial entramos numa loja de animais e aquele Husky Siberiano ainda com os olhos mal abertos estava juntos da ninhada composta pelos irmaos e irmas. Lyuba ficou apaixonada por aquele porque foi o unico que correu para nos e ficou a chorar quando por falta de tempo nos viemos embora.
No apartamento minusculo dela e com a vida de Enfermeira sempre a trabalhar por turnos seria impensavel comprar aquele cao visto saber-se o tamanho que seu porte teria em adulto no entanto nos iamos casar e em breve Lyuba estaria em minha casa em plena Mouraria e com um quintal onde o mesmo cao poderia ficar a vontade. Nao disse nada mas pensei, ela vai fazer anos brevemente nada melhor que oferecer um cao da raca da terra dela. Sem pensar duas vezes levei-a ao hospital como de costume e fui a correr a loja de animais comprei o cao que conquistara o amor de Lyuba e levei-o para casa. No dia do seu aniversario em minha casa foi uma loucura quando fui buscar aquele cao ainda bebe ao quintal e lhe oferecim.
Amava e ainda amo aquela mulher infelizmente nao casamos foi triste mas e a realidade uma noite a saida do hospital um carro conduzido por um condutor embriagado atropela e mata Lyuba foi o pior dia da minha vida tal como os momentos que se seguiram. A familia veio da Russia e tratou-se de tudo vendeu-se os valores que a mesma tinha em Portugal no apartamento minusculo em que vivia as coisas iam saindo mas o cao continuava la. No final restava eu, a familia que estava prestes a regressar a terra natal e o animal, olharam uns para os outros assim como quem diz "- Que vamos fazer com isto?" olharam para mim e cortou-me o coracao adoptei entao o cao que oferecera a minha noiva semanas antes dela falecer.
A casa tinha espaco e como sou Tradutor trabalho em casa frente ao computador a traduzir noticais para agencias de imprensa uma em portugues outra em lingua estrangeira, falo nativo e escrevo correctamente sete linguas a minha vida e trabalho dava-me para ter tempo de sobra para o pobre animal por quem nutria especial carinho nao fosse ele tao adorado por Lyuba.
Aquele cao quanto mais o conhecia mais me ia provocando surpresas agradaveis bastava dizer-lhe, vamos ao pao, vamos buscar cigarros, vamos buscar o jornal, etc no dia seguinte se lhe entregasse um saco que ele levava ao focinho com dinheiro junto com um bilhete a dizer o que queria e lhe dissesse vai buscar o pao, cigarros ou o jornal ele ia sem problemas.
Scooby era tambem um cao demasiadamente fiel bem ao estilo do cao japones o Hachiko que apos o dono morrer durante exactamente nove anos e dez meses ia sempre esperar o dono a estacao dos comboios onde o ia esperar todos os dias sem saber que o mesmo jamais poderia voltar por ter tido um ataque cardiaco enquanto trabalhava e ter falecido. Scooby so nao chegava a esse ponto porque alem de eu na maioria do tempo trabalhar em casa o mesmo quando eu me ausentava sem ele ficava no quintal muitas vezes a resmungar e so por sorte, por o conhecerem desde pequeno e que os vizinhos nao reclamavam.
Lembro-me o episodio mais caricato que tive com aquele cao foi durante um passeio na praia do Guincho que ao ver uma cadela da mesma raca me desobedeceu e foi a correr ter com a futura namorada e mae de seus filhotes. Bem ao estilo do filme dos 101 Dalmatas eu e a dona da Rikita o nome da Husky nao os conseguimos separar. Demos um passeio os quatro juntos pela praia e marcamos novo encontro. Ainda hoje mantenho contacto com Raquel a dona da cadela mas nao houve nada entre nos entre Scooby e Rikita houve claro e nasceu a ninhada dos quatro filhos e tres filhas de Scooby optei por ficar com um para o mesmo ter companhia a tempo inteiro de um semelhante seu, pouco tempo infelizmente, um dia deixei uma porta aberta e o Rocky sai porta fora terminando o passeio clandestino atropelado por um carro.
Senti o sofrimento de Scooby com a perda do seu filho e amigo dizem que os caes nao tem sentimentos julgo que nao ha nada mais de errado que se dizer semelhante coisa nao so tem sentimentos como com os mesmos sao capazes de nos dar enormes licoes.
Os anos foram passando a minha companhia era aquele cao e a companhia dele era eu as ferias eram passadas juntos e sempre se arranjou uma solucao tambem grande parte das vezes as mesmas eram passadas na casa de ferias no Alentejo que pertence a minha familia e que tinha uma piscina onde o mesmo adorava mergulhar.
Se eu estava doente ou de cama Scooby parecia sentir isso pelo seu comportamento que de irrequieto passava a sossegado deixando-se passar as manhas, tardes, dias e noites deitado junto da minha cama como se fosse meu Enfermeiro ou guarda a espera que eu melhora-se e so se via o mesmo ladrar de alegria e abanar a cauda quando eu me levantava.
Um belo dia notei que o mesmo estava a ficar velho ja tinha mais de dez anos ao meu lado. Fiz um exame ao que fora a minha vida e pude notar que nao deixara de fazer fosse o que fosse por ter aquele cao comigo antes pelo contrario. Demos bons passeios e quase tivemos boas conversas podem chamar-me de louco mas desabafei muita vez com aquele cao que mais parecia um lobo.
Hoje estou a lembrar-me de tudo isso porque acabo de fazer uma das coisas mais dificeis da minha vida Scoooby nao estava somente a ficar velho mas sim doente e eu sempre tentando nao notar isso sabia que a morte o estava a chamar e chamou-o sem que eu o pudesse evitar. Levantei-me de manha para o passeio habitual e la estava ele ja no chao falecido nada se pode fazer o Veternario apenas declarou que foi ataque cardiaco.
Estou a chorar a lembrar-me de tudo o que passei com Scooby aquele Husky era o que me trazia a memoria o grande amor da minha vida Lyuba, aquele cao nao era apenas o meu fiel companheiro digo em verdade que aquele animal era o meu melhor e maior amigo, ate sempre Scooby.
Manuel Goncalves
Um texto tocante.... Os animais são de facto muito sensíveis e só achamos que eles não entendem porque não se expressam como nós... Um cão pode ser uma óptima companhia... nunca tive nenhum mas acho que é importante...O que gosto é comtemplar a beleza dos vários animais, domésticos ou selvagens...a Natureza é de facto uma grande obra de arte....
ResponderEliminarTenho uma opniao muito aberta acerca disso, acredito que um cao ou qualquer outro animal (nao selvagem) nos entenda e comunique muita vezes apenas numa linguagem diferente, um cao pode mesmo como diz o titulo ser o maior e melhor amigo, comigo assim foi com uma cadela caniche que tive na minha infancia-adolescencia e uma outra cadela ex-policia que chegou mesmo a defender-me de miudos que me queriam bater atacando-os assim que viu que eles me queriam tocar.
ResponderEliminarRecentemente vi um amigo meu por duas vezes falar do cao que morreu recentemente sem deixar de evitar as lagrimas nos olhos, um tipo que parecia ser frio e nada dado a sentimentalismos.
Por fim digo que por vezes dou mais importancia a animais que a certas pessoas pois os mesmos quando gostam de alguem gostam mesmo ao contrario de um caso que aconteceu comigo aqui recentemente em que fui usado por alguem unicamente para fazer ciumes a outra pessoa, um cao jamais faz isso.