Página

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O Sem Abrigo

 

Marcelo juntava as pontas de cigarro que apanhara do chao e colocara no bolso do casaco escurecido pela sujidade. Pegara numa mortalha que alguem lhe dera por caridade e com essa folha de papel ia enrolando um novo cigarro, tremia, tremia de frio.

Era novo por ali, nao falava muito e procurava estudar o ambiente era fundamental sobretudo depressa aprender as regras, para viver e para sobreviver. Tinha como companhia apenas a manta para se aquecer durante a noite e a guitarra com a qual as vezes conseguia ganhar uns trocos para ir comprar uma pizza ou um Frango Assado e dormir mais reconfortado, era muito melhor dormir com a barriga cheia era tambem magnifico ve-lo dividir isso com os outros, as vezes a bondade, a irmandade estava com aqueles que menos tinham para dar.

Ele era estrangeiro diziam aqueles com quem ele ja tinha conversado, era brasileiro como tantos outros que estavam em Portugal como ele com melhor, igual ou ainda pior destino que ele, tentava isolar-se das pessoas culpava a sociedade por se encontrar mais na situacao em que estava, sentia-se descriminado por ser estrangeiro e que por isso mesmo nao lhe davam a oportunidade que ele tanto queria. Tinha errado de facto mas achava que merecia essa nova chance para mostrar  seu valor.

No Brasil na sua terra natal Bento Goncalves no Rio Grande do Sul fora quase que um Deus quando apareceu a jogar no clube local, era a nova estrela, tornou-se um idolo dos mais jovens, rapidamente ouviu alguem chama-lo de o Pele de Bento Goncalves, a Perola Branca.

Chegava a carrinha com a comida alguns iam a primeira e unica refeicao dodia. Acordara agora do sonho da estrela que fora para cair na realidade do que agora era, estava faminto. Aquela era a hora de comer uma sopa quente oferecida pela instituicao de ajuda aos Sem abrigos que estavan na rua, era impossivel sem eles muitas vezes fazer uma refeicao quente por dia. Aproximou-se e era agora o primeiro da fila mesmo faminto deu o lugar a uma jovem que chegava agora a passo lento e era a primeira da fila a Tecnica da instituicao que servia a sopa e lhes dava o pao elogiou a sua atitude com um sorriso. Mesmo na rua muitas pessoas nao esqueciam um dosmaiores valores do ser humano a educacao.

Ele era novo por ali pensou ela, certamente que sim. Ela era a Advogada daquela instituicao e ja estava na mesma fazia 5 anos, ha ja 3 anos que fazia aquela volta, aquele trajecto 3 vezes por semana e nunca o vira. Simpatico, educado, alto e moreno eram atributos de personalidade e de fisico que nao se esqueciam tao facilmente e eram atributos dificeis de encontrar por ali.

Pegou na sua sopa olhou-a por uma ultima vez e virou-lhe costas isolou-se sozinho num canto. Tentou saber entre os outros alguma coisa sobre ele mas nada, era como se ninguem jamais tivesse falado com ele e de facto ele nao era de muitas conversas, jurou a si mesmo que haveria de voltar ali mais tarde.

Nao era sua obrigacao e seu trabalho preocupar-se tanto com aquelas pessoas e talvez embora se preocupasse mais do que era a sua obrigacao na realidade mas com aquele sentia e ate reconhecia que estava a ir para la daquilo que lhe podia ser-lhe exigido.

Ele recolhia-se num beco escuro perto da estacao de comboios envolvia-se em jornais por cima de um cartao que conseguia improvisar como cama, seria aquele o seu "ninho" de dormir naquela noite, frio, vento pouco se iam importar com isso. Ele sabia que cada qual tinha a sua vida e que niguem tinha a obrigacao de se preocupar com ele mas a forma como o marginalizavam era demais. Sabia que tinha sido o culpado do descalabro em sua carreira mas gritava bem alto que quando se repos, quando se curou ja ninguem lhe dera a mao, a familia virou-lhe as costas, as oportuidades deixaram de surgir ja ninguem acreditava nele, ja ninguem se lembrava da sua magia a jogar a bola.

Estava a preparar-se para mais uma saida nocturma nao o tinha que fazer mas considerava que o sucesso do seu trabalho como Advogada naquela instituicao em muito dependia do trabalho de campo. Era preciso estar-se dentro do problema ouvir aquela gente, aquelas pessoas que a sociedade muitas vezes descrimanava. Sabia que ali naquele meio havia e encontrava de tudo desde pessoas que depois de um azar tinham perdido tudo e estavam na rua, havia toxicodependentes, prostitutas, antigos presidiarios, alcoolicos e ate gente que estava ali porque era naquele meio que havia nascido, a rua era seu lar. Ajudara tambem muitos a resolver problemas judicais como julgamentos de forma gratuita.

Ele iria ser naquela noite posto a prova por ela sem o saber era claro. Marcelo levantava-se e sorrira o dia nao lhe saira mal a tocar guitarra juntara dinheiro suficiente para um Jantar digno de gente e para dormir aquela noite numa pensao barata. Recusara a ideia e pensou porque nao procurar aquela gravida da noite anterior e dar-lhe algum dinheiro, ajuda-la de alguma forma. Sem duvida era na rua na pior das situacoes e era aqueles que mais falta tinham que acabavam por ser mais solidarios.

A carrinha chegava ao centro da avenida que parecia deserta mas aos poucos como sempre eles e elas iam surgindo muitos faziam ao principio da noite a unica refeicao do dia. Tambem mais uma vez ele ali estava como um dos ultimos da fila esperando aquela davida divina.

Ela, Mafalfa pensava como era injusta a divisao de riquezas do mundo. Enquanto em lugares se deitava comida fora, ali, junto dela, havia uma fila de gente faminta. Ele a quem ela ainda desconhecia o nome notava-se que ja tinha tido certamente dias bem melhores. Ela ainda nao sabia que ele tinha tido o mundo a seus pes mas que a droga e o alcool lhe tinham roubado tudo a gloria, a fama, a carreira brilhante que estava a iniciar. Tinha perdido tudo menos o que considerava ser mais importante a honra, a dignidade, e o seu nome era um nome limpo. Pensava que roubar um pero, uma maca ou uma laranja no mercado da praca nao era considerado um crime por ali alem portanto isso nao sujava o seu nome, sua dignidade nao tornava a sua pessoa menos honrosa.

Os olhos cruzaram-se de novo e nao disfarcaram um sorriso, ela tinha preparado-lhe um teste para ver a forma como o mesmo iria reagir colocara-lhe no saco com uma sandes, a sopa e um pacote de sumo colocara-lhe uma nota de 20 euros. Ele como sempre afastou-se para comer via-se que nao se misturava, que se afastava dos outros. Seria diferente?, Estaria ela a observar um caso de dupla personalidade? Ou simplesmete, seria ele um caso de complicado envolvimento social?

No final do trabalho ali ele aproximou-se, aproximou-se dela e estavam frente a frente como nunca tinham estado antes:

- Nao sei o que pretende e nem qual foi a sua ideia mas creio que isto lhe pertence! - devolveu-lhe o dinheiro. - Que pretende?

Foi a primeira vez que ela notara o seu sotaque portugues do Brasil e ficou espantada com o mesmo, um sem abrigo estava-lhe a devolver dinheiro dinheiro que de facto era dela ate entao, ate ela ter decidido dar-lho a ele.

- Desculpe, so queria ajuda-lo - justificou - parece-me diferente, diferente dos outros!
- Talvez o seja mas isso nao me faz nem melhor nem pior, ja me ajudou ao trazer-me comida para mim e para eles. - Olhou a jovem gravida - Se me quer realmente ver feliz entao de o dinheiro aquela garota, a menina precisa bem mais do que eu.
- Talvez! Mas eu nao queria ofende-lo, nao se sinta inferior a mim ou marginalizado a ideia nao foi essa.
- Entendo, olhe a sua volta, olhe aquelas criancas, meninos que estao na rua nao tem onde dormir, eles estao na rua porque nasceram na rua eu estou na rua porque fui bobo, nao tive cabeca e so fiz besteira.

Antes de virar costas Marcelo mostrou-lhe uma foto antiga mas bem conservada onde estava um jovem ao lado de um trofeu vestindo uma camisola da seleccao brasileira:

- Esse ai sou eu - sorriu - sou eu antes de chegar aqui, adeus.

Entao estava quase que explicado. Ele fora uma vedeta, uma estrela, um idolo mas agora era um Mendigo, Marcelo tinha medo de falhar de novo assim como tambem ao mesmo tempo estava revoltado com a vida e com a sociedade em si. Tinha que arrannjar uma forma maneira de se aproximar dele e ja sabia que nao o iria conquistar com dinheiro, pelo menos com uma simples nota de 20 euros, das duas era uma pensara ela, ou ele nao se vendia mesmo por preco nenhum ou achava que valia muito que uma nota que valia duas dezenas de euros.

Ele comecara a pensar nela a ve-la de outra forma e ambos comecaram nao a conviver verdadeiramente mas nunca deixavam de falar quando a carrinha chegava aquele local todas as noites. Ela tambem diquemos que nao tinha uma personalidade facil, atirava-se de cabeca para uma relacao, entregava o coracao, o corpo e a alma se pudesse.

Relacao, diziam as amigas que poderia ela esperar de uma relacao com um Mendigo das ruas. Ela uma Advogada de sucesso e ele um ex-Jogador de futebol que passara ao lado de uma grande carreira e que se havia tornado um fracasso na vida. Era tudo muito lindo muito bonito diziam as amigas mas ela era quem era e ele tinha mais era que se por no lugar dele. Ele era um sujeito que dormia na rua e era capaz de lutar por ter um lugar mais quente mais confortavel onde dormir e alem do mais as historias de amor sem nada mais a vida era coisa dos contos de fadas.

Queria testa-lo e tambem descobrir o maximo que pudesse sobre ele. O facto de ser Advogada  dava-lhe certos privilegios e acesso a servicos que nao estavam dispostos aos comuns cidadaos e assim pediu aos servicos de Imigracao o maximo de informacoes sobre aquele sujeito ate o seu Registo Criminal no Brasil. Tinha que saber tudo sobre ele, queria isso.

O mesmo Registo Criminal no Brasil nao lhe trouxera novas novidades. A sua passagem pelo mundo da droga nao era novidade para si e era natural que isso lhe tivesse causado problemas com pequenos furtos e passagens ate de pequena temporada pela cadeia mais nada a declarar. Ja em Portugal a situacao era bem diferente, Marcelo estava em Portugal em situacao irregular, era um cidadao brasileiro ilegal em Portugal, apenas mais um entre muitos.

Convidara-o para Jantar em sua casa naquele sabado tinham muito que conversar ele nao aceitara, nao apreciara a ideia mas ela foi frontal. Tinham que falar quanto mais nao fosse para tentar encontrar uma solucao para o mesmo em Portugal, a policia, procurava-o o SEF queria deporta-lo como qualquer outro ilegal. Ele mostrou medo, pediu-lhe ajuda nao queria de maneira nenhuma voltar ao Brasil sobretudo com uma mao na frente e outra atras. Ela explicou-lhe que para ajuda-lo teriam que conversar calmamente, ela podia ajuda-lo estava habituada a isso a ajudar imigrantes a legalizarem-se.

Naquele dia ele estava diferente, fazia algum tempo que ele era outra pessoa estava mais sociavel sobretudo quado estava a sos com ela. Vestira roupa lavada, quase nova, estava perfumado e ate atraente. Era dificil imaginar alguem que vivia na rua estar assim mas ele estava. Marcelo falou-lhe de toda a sua vida da infancia, do tempo em que lhe nao o deixaram ser menino para comecar a trabalhar, era ele e mais sete irmaos. Falou-lhe do gosto e paixao pelo futebol e do seu inicio de carreira, era um sonho dizia ele com o dinheiro da transferencia do clube local para um grande clube pode comprar uma casa para os pais. A droga tirou-lhe tudo e a familia virou-lhe as costas a vinda para Portugal nao fora uma opcao de escolha bem pensada mas simplesmente aquela que lhe pareceu ser a sua ultima oportunidade, viera ao engano vinha para jogar a bola um pequeno clube e meteram-no nas obras sem ordenado, sem direitos, sem documentos e sobretudo sem estar legal. Fugira e vivera nas ruas ate aos dias de hoje nao gostava da vida em Portugal mas tambem nao queria regressar ao Brasil.

Deu por ela agora a falar-lhe de si e como tivera sorte em ser filha de gente rica, sempre tivera tudo mas isso nao a fez sentir-se superior e a prova disso estava naquele trabalho de voluntariado que ninguem a obrigava a realizar e que fazia com a maior das vontades e prazer. Igualmente se poderia ver e perguntar-se qual a razao daquela Advogada ajudar os sem abrigos em causas de justica sem levar um unico tostao e ainda ter despesas de deslocacao por sua conta, so lhe custava as vezes em um "obrigado" lhe dizerem como gesto de agradecimento e gratidao.

Os olhos cruzaram-se e as bocas tambem, finalmente. Naquela noite ja nada mas nada de nada havia a fazer. Corpos despidos  amaram-se achando tudo aquilo uma loucura mas loucura maior era ser-se livre para se amar e recusar-se a isso.

Abracados, juntos na cama iam falando e ate queriam iniciar uma relacao normal mas era preciso legalizar a situacao de  Marcelo ele tinha que arranjar um emprego isso era fundamental para que o mesmo pudesse ser aceite em Portugal legalmente, Mafalda temia que fosse ja tarde depois do processo chegar a um ponto e do SEF aprovar a deportacao pouca coisa havia a fazer.

A vida corria com normalidade nao era facil de arranjar um trabalho naqueles tempos dificeis entao Marcelo comecou a ser voluntario daquela mesma instituicao comecando por se tornar Condutor da carrinha que os sem abrigos da noite mais esperavam e nao era para menos a mesma trazia-lhes comida porque eles estavam famintos, bebidas quentes e cobertores porque eles tinham frio e o relento das noites frias era o seu lar.

A noite corria com normalidade mas Marcelo comecava a estranhar e a ficar preocupado com a demora de Mafalda depois de pararem num dos pontos habituais e a preocupacao era ainda maior porque o mesmo ponto era um  dos mais perigosos da cidade sobretudo a noite, era um local obscuro onde sem abrigos se viam obrigados a conviver com traficantes, consumidores de drogas e prostitutas. O local era um verdadeiro mercado de drogas e de procura de sexo. Mafalda sabia disso mas era uma pessoa cuidadosa ele no entanto nunca a deveria ter deixado sozinho naquele lugar.

Um grito ali era uma coisa normal ele nem reagiria mas um grito aflitivo de Mafalda era diferente. Ela agora era o seu Anjo da Guarda, era a unica pessoa que alguma vez fizera alguma coisa de bem por ele, era altura de ele pagar por isso. Ali ou em qualquer outro lugar alguem para fazer mal a Mafalda, encostar um so dedo num fio do seu cabelo teria que passar por cima do seu cadaver.

Muitos ouviram o grito mas ninguem se mexeu ali a lei da selva mandava e as regras ditavam que perante essa lei era cada um por si mas desta vez nao seria assim. Marcelo correu na direccao de onde tinha vindo o grito de panico de Mafalda com a certeza de que o mesmo era um pedido de socorro aflitivo.

Mafalda debatia-se no chao de uma casa abandonada que ficava num daqueles becos escuros e que servia para sem abrigos pernoitarem para onde a tinham levado a forca e agora a tentavam violar. Estava com as roupas rasgadas e algumas ate ja tiradas e os possiveis violadores eram dois mas Marcelo nao se intimidou nascera no mundo do crime e viveu vendo situacoes daquelas, cedo tivera que aprender a lutar para se defender e agora aqueles tipos iam ver o seu show de Capoeira.

O primeiro ficou sem reaccao para lutar contra Marcelo logo na primeira investida, embora inactivo a algum tempo o brasileiro era de facto muito agil e no primeiro golpe ficou fora de combate optando pela fuga. Faltava um, agora tudo seria mais facil e justo pensou o brasileiro e nem pensou duas vezes partiu para investir forte no sujeito so que aquele nao era tao facil tinha mais corpo que Marcelo e tambem estava habituado a lutas de rua, muitos ganhavam assim a vida.

Mafalda estava em estado de choque e nem conseguia fugir para pedir ajuda fosse a quem fosse e so pensava em como Marcelo corria risco de vida. Tudo estava mais complicado agora que o adversario sacara de uma faca a vantagem de Marcelo agora e que estava habituado a lutar no escuro, fizera treinos de capoeira com os olhos vendados. Mafalda so chorava e deu um novo grito quando viu o adversario investir sobre Marcelo bem forte mas o brasileiro era muito rapido e agil. O grito assustou o adversario de Marcelo e o mesmo se aproveitou para aplicar um colpe rasteiro no mesmo a queda foi o colpe final mas tudo foi tragico pois a mesma faca acabou por se espetar no peito bem no coracao do sujeito.

Correram a pedir ajuda mas era tarde o sujeito ja nem respirava, estava morto quando os bombeiros chegaram, nada a fazer. Marcelo foi detido e levado pela policia nao podia ser de outra maneira mas Mafalda logo comecou a agir e a desempenhar o seu trabalho de Advogada, ela iria defender Marcelo que iria agora esperar julgamento em liberdade.

O julgamennto comecara e o mesmo tinha atraido muito os meios de Comuicacao Social, aquela era uma historia de amor sem duvida um Imigrante ilegal brasileiro estava acusado de homicidio volutario em legitima defesa tudo para salvar uma mulher. Uma multidao estava na porta do tribunal apoiando Marcelo pediam a absolvicao do brasileiro mas ali no tribunal nada tinha valor para la de se fazer justica e essa era igual para todos. Era quase certo que o mesmo tinha tudo para ser absolvido da pena de homicidio mas era um Imigrante ilegal com ordem para ser deportado, era a lei e a mesma era igual para todos.

O Procurador do Ministerio Publico era um daqueles tipos duros e frios alem do mais nao parecia gostar muito de estrangeiros. Acusou Marcelo de ter agido deliberadamente sabendo que podia causar danos no outro sujeito quando lhe aplicara um golpe baixo que causou a queda, Marcelo era um criminoso que todos viam como vitima, Marcelo era um Imigrante ilegal que deveria ser condenado e deportado para a sua terra Natal.

A defesa ou melhor Mafalda tornara quase que insignificantes a acusacao e as alegacoes do Ministerio Publico. O Reu jamais agira intencionalmente, a morte fora um acidente causado por um gesto, um acto de legitima defesa. Que queria o Ministerio Publico que para evitar tudo aquilo que acontecera o Reu deixa-se que a violacao fosse consumada? Tudo fora um lamentavel acidente. A audiencia presente nao evitou o riso na parte da violacao ser consumada.

O julgamento chegava ao fim e o colectivo de juizes saira para tomar a decisao Marcelo estava nervoso colocava em duvida a sua absolvicao ja que a extradicao estava dada como certa, chorou pela primeira vez.

A decisao da sentenca ia ser lida. Marcelo no entender dos juizes agira em legitima defesa e para defender a sua integridade fisica assim como a de outra pessoa, violacao tambem era um crime grave lembrou o juiz ao ler a sentenca. Aquele colectivo de juizes resolvera absolver Marcelo que agira como um bom cidadao mas isso nao alterava a lei em outros sentidos o mesmo era um cidadao ilegal e teria que ser deportado para o seu pais ficando proibido de voltar a Portugal nos proximos cinco anos.

Mafalda e Marcelo abracaram-se, beijaram-se podia ter sido pior muito pior cinco anos passavam rapido e iriam poder fazer uma nova vida alem do mais podiam casar e talvez a sentenca ficasse reduzida.

Nao tinham casado Marcelo regressava agora cinco anos depois a Portugal pelo meio Mafalda fora varias vezes ao Brasil mas parecia esconder alguma coisa ele via isso agora, tinha a certeza do mesmo. Mafalda estava a sua espera com uma crianca pela mao era o filho de ambos que ela sempre lhe ocultara tanto a gravidez como o nascimento, era o filho de ambos fruto daquela primeira  noite de amor. Sorriram, estavam felizes. Agora tinham tudo para ser felizes ate um filho. Marcelo sentia-se um homem realizado nao era facil ter-se estado o fim de beco escuro ou o fundo de um poco e voltar a ser alguem na vida.

                                                                                                             Manuel Goncalves









2 comentários:

  1. Um relato emocionante, escrito com muita imaginação :) Sim, às vezes revemo-nos em certas personagens de ficção, outras vezes a ficção é a própria realidade :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Creio que no meu caso seja mais o primeiro caso, algumas pessoas que me conhecem bem e tem lido os meus contos afirmam que por vezes algumas persoagens sao a minha copia :)

      Eliminar