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sábado, 20 de setembro de 2014

O Alcorao, livro Sagrado do Islao

 
 
Depois da Biblia Sagrada para nao parecer mal ou pelo menos parecer que estava a fazer um pouco discriminacao religiosa embora nao se possa considerar que a Biblia seja um livro de uma so Religiao ou Igreja, sobretudo da Religiao e Igreja Catolica, escrevo agora uma cronica inteiramente dedicada ao livro sagrado do Islao ou seja da Religiao Muculmana ainda que nao o vou fazer de uma forma tao aberta e extensa como fiz quando foi com a Biblia Sagrada, primeiro por falta de dados e informacao e segundo porque sejamos realistas o Alcorao e um livro religioso tal como a Biblia mas e preciso ver-se que se limita apenas ao Islamismo, aos muculmanos pode ate ser um livro universal mas o seu valor religioso interfere so na Religiao Muculmana.

Nao estou a querer repudiar, a tirar o valor ao Alcorao pelo contrario, nao estou ao escrever as linhas deste paragrafo a querer armar-me num novo Salman Rushdie mas e um facto o Alcorao nao tem o mesmo valor que a Biblia Sagrada sobretudo fora dos paises islamicos.

Escrevo sem nunca ter lido o Alcorao embora tenha aqui em casa ate mais do que um em ingles. A Religiao Muculmana em si nao me e desconhecida muito menos culturas e tradicoes dos muculmanos e do Islao visto ter inumeros amigos que o sao, motivo de trabalhar com os mesmos. Sempre respeitei as suas crencas e ideais religiosos algo que no principio da parte deles foi mais dificil parecia-lhes estranho conviverem e ate criar lacos de amizade com alguem que usava cruz ao pescoco num fio, falavam-me da Religiao e eu tentava parecer educado, convidavam-me para ir a Mesquita e eu a ter que arranjar desculpa, chegaram mesmo na altura do ramadao a dizer-me que o mesmo era algo de muito bom, expliquei-lhes que respeitava as crencas deles mas que seguia as minhas, por fim la entenderam e aceitaram assim tal como sou, nao sem antes de oferecerem um Alcorao.

Alcorao ou Corao  (em árabe: القرآن, transl. al-Qurʾān, lit. "a recitação")  e o livro sagrado do Islao. Os muculmanos creem que o Alcorao e a palavra literal de Deus (Ala) revelada ao Profeta Maome (Muhammad) ao longo de um periodo de vinte e tres anos. A palavra Alcorao deriva do verbo arabe que tem por significado declamar ou recitar; Alcorao e portanto uma "recitacao" ou algo que deve ser recitado.

Os muculmanos podem-se referir ao Alcorao usando um titulo que denota respeito, como Al-Karim ("o Nobre") ou Al-Azim ("o Magnifico").

E um dos livros mais lidos e publicados do mundo. E pratica generalizada na maioria das sociedades muculmanas que o Alcorao nao seja vendido, mas sim dado.

Existem duas variantes para o nome do livro usadas comumente: "Corao" e "Alcorao". Por vezes se afirma que, como o prefixo "al-" designa o artigo definido no arabe, o seu uso seria desnecessario. No entanto, nas muitas palavras portuguesas de origem arabe com "al-" na sua origem como "almanaque", a particula nao foi suprimida, e ainda menos em nomes proprios como "Almada" ou "Algarve". Jose Pedro Machado nota que a palavra alcorao surge em documentos portugueses do Seculo XIII, ao contrario da forma Corao, recentenmente importada. O Dicionario Houaiss, que alude ao argumento da "desnecessidade" de "al-" por corresponder ao artigo arabe, confirma o surgimento de "Alcorao" no Seculo XIII e o seu uso constante nos seculos seguintes. O Housaiss afirma que "Corao" e importacao francesa do Seculo XIX, desde logo criticada pelos puristas. O proprio termo frances tera surgido apenas no Seculo XVII. O site portugues Ciberduvidas da Lingua Portuguesa considera aceitavel apenas a forma "Alcorao", invocando Rebelo Goncalves e Rodrigo de Sa Nogueira. Ja o site brasileiro Sua Lingua, editado pelo Prof. Claudio Moreno, nao condena o vocabulo "Corao", mas defende a preferencia por "Alcorao".


O Alcorao esta organizado em 114 capitulos, denominados por suras, divididas em livros, seccoes, partes e versiculos. Considera-se que os 92 capitulos foram revelados ao Profeta Maome, em Meca, e mais 22 em Medina. Os capitulos estao dispostos aproximadamente de acordo com o seu tamanho e nao de acordo com a ordem cronologica da revelacao.

Cada sura pode por sua vez ser subdividida em versiculos (ayat). O numero de versiculos e de 6536 ou 6600, isto conforme a forma de os contar.

A sura maior e a segunda, com 286 versiculos; as suras menores possuem apenas tres versiculos.

Os capitulos do mesmo livro sao tradicionalmente identificados pelos nomes do que pelos numeros. Estes receberam os nomes de palavras distintas ou de palavras que surgem no inicio do texto, como por exemplo A vaca, A abelha, O figo ou A Aurora. Contudo, nao se deve pensar que o conteudo da sura esteja de alguma forma relacionado com o titulo do capitulo.

Os nomes da suras sao: Abertura; A vaca; A tribo de Omran; A mesa servida; O gado; As alturas; Os espolios; O arrependimento; Jonas; Hud; Jose; O trovao; Abraao; Al-Hijr; As abelhas; A viagem nocturna; A gruta; Maria; Taha; Os profetas; A peregrinacao; Os crentes, A luz, O discernimento; Os poetas; As formigas; As narrativas; A aranha; Os bizantinos; Lukman; A prostracao; Os coligados; Saba; O criador; La. Sin; As fileiras; Sad; Os grupos; O perdoador; Os versiculos detalhados; A consulta; Os ornamentos; A fumaca; A ajoelhada; As dunas; Muhamad; Vitoria; Os aposentos; Kaf; Furacoes; O monte; A Estrela; A lua; O clemente; O dia inelutavel; O ferro; A discussao; O reagrupamento; A mulher testada; As fileiras; Sexta-feira; Os hipocritas; O logro mutuo; O divorcio; As proibicoes; O reino; A pena; O inelutavel; As escadas; Noe; Os djiins; O encontro; O emantado; A ressurreicao; O homem; Os emissarios; A noticia; Os arrebatadores; Ele franziu as sobrancelhas; O obscurecimento; A terra fendida; Os defraudadores; Fenda no ceu; As constelacoes; O visitante da noite; O altissimo; O que tudo envolve; A aurora; A cidade; A noite; A manha; O alivio; O figo; O coagulo; Kadr; A prova; O terramoto; Os corceis; A calamidade; A rivalidade; A tarde; O difamador; O elefante; Koraich; A caridade; A abundancia; Os descrentes; O socorro; A corda de esparto; A sinceridade; A alvorada; Os homens.

Tendo como objectivo a recitacao o Alcorao pode tambem ser dividido em partes de igual tamanho (7, 30 ou 60), que tem como obejctivo a leitura conforme as possibilidades de cada pessoa (leitura em 7, 30 ou 60 dias). A divisao do Alcorao em 60 dias e a mais habitual, sendo mesmo utilizada no ensino. Cada divisao em sete partes recebe o nome de manzil e em trinta o nome de juz. As fraccoes sao tambem divididas em meios, quartos e oitavos.

O Alcorao nao foi estruturado como um livro durante parte da vida de Maome. A medida que o Profeta recebia as revelacoes, ele mesmo solicitava a jovens letrados que faziam parte do grupo que integrava a sua comitiva para que transcrevessem os textos. O chefe desta equipa de secretarios, que surgiu de uma forma institucionalizada apos a Hegira, em Meca, foi Zayd ibn Thabit. 

O texto foi preservado em materiais dispersos tao variados como folhas de tamareira, pedacos de pergaminho, omoplatas de camelos, pedras e tambem na memoria dos primeiros seguidores. Durante as noites do Ramadao, o Profeta Maome recapitulava as revelacoes, numa conferencia onde estavam presentes os logografos (escritores profissionais) e os hafiz, ou seja, pessoas que conheciam passagens de memoria (que escutaram nas predicas do Profeta).

Apos a morte do Profeta Maome no ano Seculo VII em 632 iniciou-se entao o processo de recolhimento de varios extractos dos escritos.

Para alguns, o Alcorao teria sido reunido na sua forma actual sob a direccao do califa Abu Bakr nos dois anos que se seguiram a morte de Muhammad; outros defendem que foi o califa Omar o primeiro a fazer uma compilacao do Alcorao. Considera-se que a verdade esta a meio termo: Abu Bakr foi aconselhado pelo proprio Omar a compilar um primeiro manuscrito, auxiliado na tarefa logografos e por dois hafiz.

Consta que os primeiros Alcoroes escritos no mundo estao em 3 museus diferentes, sendo destes mesmos um no Iraque, outro no Cairo na capital do Egipto e o ultimo no Uzbesquistao. Para os muculmanos, isso e a maior prova que o seu livro sagrado, o Alcorao, nunca foi modificado em sua existencia.

Somente em 1694 uma versao completa do Alcorao foi publicada no Ocidente, na cidade de Hamburgo, por Abraham Hinckelmann, um estudioso que ate era nao-muculmano.

O Alcorao tal como a Biblia Sagrada descreve as origens do Universo, o Homem e as suas relacoes entre si e o Criador. Define as leis para a sociedade, moralidade, economia e muitos outros assuntos. Foi escrito com o intuito nao so de ser recitado mas tambem igualmente importante memorizado. Os muculmanos  consideram o Alcorao como sendo sagrado tal como outras religioes e ate seitas religiosas consideram a Biblia como sendo sagrada sendo mesmo chamada de Biblia Sagrada e os muculmanos consideram tambem o Alcorao como sendo inviolavel.

Para os muculmanos, o Alcorao e a palavra de Deus para eles "Ala", sagrada e imutavel, que fornece as respostas acerca das necessidades humanas diarias, tanto as espirituais como as materiais. Ele, o Alcorao, discute Deus (Ala) e os seus nomes e atributos, crencas e suas virtudes, e o destino dos nao-crentes (Kuffar); envolve ate mesmos temas de ciencia. Os muculmanos nao seguem apenas as leis do Alcorao, eles tambem seguem os exemplos do Profeta, o que e conhecido como a Sunnah, e a interpretacao do Corao contida nos ensinamentos do Profeta, conhecida como hadith.

Aos muculmanos e ensinado que Deus lhes enviou outros livros de Ibrahim (que se perdeu), a lei de Moises (a Tora), os Salmos de David (o Zabur) e o evangelho de Jesus (o Injil). O Alcorao descreve cristaos e judeus como "povos do Livro" (ahl al Kitab).

Os ensinamentos do Islao englobam muitas das mesmas personagens do judaismo e do cristianismo. Personagens biblicas bem conhecidas como Adao, Noe, Abraao, Moises, Jesus, Maria (a mae de Jesus) e Joao Baptista sao mencionados no Alcorao como Profetas do Islao. No entanto, os muculmanos muito frequentemente se referem a eles por nomes em lingua arabe, o que pode criar a ilusao (exemplos: Ala para Deus, Iblis para Diabo, Ibrahim para Abraao, etc). 

A crenca no dia do julgamento e tambem na vida apos a morte tambem faz parte da Teologia Islamica.

O alcorao e algo muito importante no dia a dia da vida de um Muculmano desde de tenra idade. Quando uma crianca nasce no seio de uma familia Muculmana, logo os seus pais sao saudados com a formula "Que esta crianca possa estar entre os anunciadores do Alcorao".

As criancas muculmanas aprendem desde cedo a comecar determinados actos da sua vida, como as refeicoes, com a formula "Em nome de Deus (Ala)" (Bismillah) e a conclui-los com a expressao "Louvado seja Deus (Ala)" (Al-Hamdu Lillah). Estas frases sao as mesmas que se encontram nos dois primeiros versiculos da primeira sura.

Algumas partes do Alcorao sao recitadas durante momentos especiais da vida como o casamento ou no leito da morte. Em muitos paises muculmanos certos aspectos da vida publica comecam com a recitacao de passagens deste livro considerado sagrado.

Os muculmanos nao tocam no livro sagrado senao apos a ablucao (um rito de purificacao com simbolos, o mesmo rito tambem e obrigatorio antes de qualquer oracao), conhecida como wudu tambem chamado de abdesto.

Normalmente, os muculmanos guardam o Alcorao numa prateleira alta do quarto, em sinal de respeito pelo Alcorao e alguns transportam pequenas versoes consigo para seu conforto ou seguranca. Apenas a versao original em lingua arabe e considerada como o Alcorao; as traducoes sao vistas como sombras fracas do significado original (Visto que a traducao do idioma arabe para outros idiomas e muito dificil).

Uma vez que os muculmanos tratam o livro com reverencia, consequentemente e proibido reciclar, reimprimir ou deitar copias velhas do Alcorao para o lixo. Entao como solucao alternativa, os volumes do Alcorao que estejam velhos ou danificados devem ser enterrados ou queimados de uma maneira respeitosa.

E considerado um pecado gravissimo modificar, cortar, excluir ou adicionar as palavras do Alcorao. Tambem e considerado ilicito vender este livro em idioma arabe.

Caro leitor a etiqueta Culturas e Tradicoes poderia nestar fora do contexto nesta cronica mas esta pela simples razao que o Alcorao e um livro enraizado em muitas culturas e tradicoes muculmanas e de todo o Mundo Islamico. Por falta de espaco no local onde se descreve as etiquetas de cada cronica falta Cultura Geral mas e lembrado aqui como nao poderia deixar de ser, o mesmo acrescento de Historia Universal.

Espero que a mesma cronica tenha sido do seu agrado igualmente como foi para mim escreve-la onde tive o prazer de mais uma vez mostrar que apesar de nao-Muculmano nao faco qualquer tipo de discriminacao religiosa, ate a proxima.

                                                                                                      Manuel Goncalves

2 comentários:

  1. Muito bem! És uma pessoa tolerante :) Infelizmente há muitos cristãos que estão a ser convertidos ao Islão nos países europeus. O contrário praticamente não acontece (porque isso implica a morte para quem o faça). Há dias houve uma polémica em Portugal sobre a comunidade muçulmana. Aqui vão os links. http://www.publico.pt/portugal/noticia/comunidade-islamica-de-lisboa-atribui-texto-jihadista-a-ataque-informatico-1670433 http://www.comunidadeislamica.pt/08-Noticia-Detalhe.php?noticia_id=99
    Mas gostei do post, continua!!!!!!!!!! Abraço

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    1. Caroline fico feliz que tenhas voltado ao meu blog, deste-me uma grande alegria em nome da nossa amizade e da amizade que tenho com o Charles, espero que as vossas ferias tenham sido boas na Escocia. Tenho muitos amigos muculmanos dai ter uma mente mais aberta, onde estou e um local multi religioso com duas mesquitas em uma so rua e tudo o que posso dizer. Lamentavelmente tens razao conheco um iraquiano que vi uma vez com uma enorme cruz ao pescoso perguntei-lhe como era possivel ele disse-me que contra a vontade de todos, da familia e amigos se converteu ao que julgava certo mas que a partir do dia do seu batismo na Igreja Catolica fora condenado a morte, eis a razao de ele nao voltar ao Iraque com ou sem Saddam Hussein continua a tradicao e as leis a serem o que eram, um muculmano convertido ao cristianismo antes de mais no meio muculmano passa a ser um traidor.

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