Andei umas publicacoes afastado daquilo que nos ultimos tempos mais tenho publicado, Poesia e Poemas mas nao de longe me esqueci desta arte de escrever que tanto me tem ajudado ao longo da vida e sobretudo dos ultimos tempos.
Nao foi de todo facil alguns momentos que passei nos ultimos tempos e tive a sorte de contar com alguns amigos e um bom travesseiro, isso se realmente um travesseiro consegue ser o nosso melhor conselheiro. Quantos momentos me fiz forte, quantas vez eu quis chorar e consegui disfarcar as lagrimas com um sorrisso, ainda que triste sorrisso. Nao e de todo facil passar quase sozinho o que passei nos ultimos dois anos e pouco, de facto nao estive sozinho, os amigos, verdadeiros amigos estiveram presentes mas enfrentar uma depressao sozinho sem cair no erro de me entregar ao alcool, drogas ou qualquer outro vicio sem ajuda de um profissional de saude nao e para todos.
Ao longo deste tempo quantas vezes, tantas vezes senti a falta de um abraco e recebi alguns, muitos deles virtuais mas que foram bem sentidos, fortes e calorosos. Com aqueles abracos e outros tipos de forca e incentivo eu tinha esperanca, fui tendo a certeza de que era possivel voltar a normalidade, voltar a ser o que era, voltar a ganhar um gosto e amor especial pela vida, voltei a senti-lo e aqui estou, talvez renovado ou ate renascido, sinto que voltei a ser o que era, apaixonado pela vida e por muitas coisas a minha volta, voltei a ser o mesmo que fui, somente aprendi a viver com a falta de algo que jamais irei ter, os mortos ja nao podem pedir perdao pelo que foram em vida e isso durante anos foi uma das coisas que mais quis, ter a minha mae a procurar-me e pedir-me desculpa, perdao por muita coisa, ate por me ter afastado dela, mas, o seu orgulho nao permitiu, agora por fim espero que gostem do meu novo poema.
Abraca-me... (05-02-2022)
Abraca-me...
Deixa-te estar
Como se amanha nao houvesse
Tempo para abracar
Porque nao sabemos se o amanha vai chegar
Abraca-me...
Por um mero momento apenas
Por um dia e porque nao, toda a eternidade
Abraca-me...
Mesmo que seja envolvida de silencio
Sem nada mais dizeres, abraca-me de verdade
Abraca-me...
Antes de partires
Seja para onde fores
Antes da vida nos separar
A forca do teu abraco quero sentir
Antes de outro mundo descobrires
Abracado a ti quero ficar
Antes do destino de mim te roubar
Abraca-me...
Como nunca antes me abracaste
Abraca-me...
Esquece os teus medos e receios
Esquece ate teus pudores
E abraca-me...
Sim, abraca-me com o corpo vestido
Vestido de nudez
E se de novo preciso for
Abraca-me outra vez
Abraca-me...
Em qualquer tempo
Qualquer hora
Ou em qualquer madrugada
Abraca-me como se rochedo eu fosse
E tu onda de temporal
Abraca-me...
Entre os lencois que ainda nos cobrem
E testemunham o nosso amor
Abraca-me forte por favor
Quando o abraco terminar
Ao meu lado deixa-te ficar
Ate ao sono chegar
E tenta, tenta ao menos comigo sonhar
Abraca-me...
Como as estrelas abracam a lua
E os raios de sol beijam a nossa pele
Abraca-me...
Com toda a forca tua
O calor do teu abraco quero sentir
Caloroso e forte, forte abraco
Que nao nos vence nem por cansaco
E tantas sensacoes nos faz descobrir
Abraca-me...
Antes de meus olhos se fecharem
E do meu respirar se cessar
Quando nossos olhares se cruzarem
Abraca-me...
Antes de teus quentes labios beijar
Abracado a ti deixa-me ficar
Por um momento ou quem sabe
Eternamente
Sim eternamente abracado a ti
Eu queria estar.
Manuel Goncalves
Com ou sem a aprovacao de alguns este e mais um dos meus poemas que falam de sentimentos, de amor, do verdadeiro amor e nao, do amor que um dia por azar encontrei.
Caro(a) leitor(a) muitas novidades vos aguardam. Este tempo nao de paragem mas de menor presenca no blog tambem deu para pensar em muitas coisas, aguardem novidades, por agora, um abraco e ate a proxima.
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