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domingo, 14 de março de 2021

Vida de Emigrante


Podem dizer o que quiserem mas sera tudo menos boa a vida de um emigrante, em qualquer parte do Mundo.

Nao e porque ganhamos mais que no nosso proprio pais que os outros podem ou ate tem o direito de pensar de que estamos bem melhor e que a nossa vida e rodeada de luxo e de coisas que jamais conseguiriamos obter se nao fosse no estrangeiro. Enganados estao aqueles pensarem desse modo a nossa vida e tudo menos facil, e tudo menos rodeada de luxo e nao e por sermos emigrantes que pessoas que nunca sentiram o peso de estar fora do seu pais, fazer vida longe da sua terra nos podem chamar de pessoas com sorte.

Ando nisto desde os 20 anos e com 43 anos tenho mais vida de emigrante do que portugues a residir em Portugal. Nunca pedi nacionalidade britanica porque penso que nacionalidade tem a ver com o pais em que nascemos e nao com o pais onde residimos.

Creio que tambem nao pedi nacionalidade britanica por sentir que a maioria dos britanicos nao nos aceitam com bons olhos, sobretudo, quando aqui chegamos e nao falamos o idioma do pais onde nos encontramos. Ao tornar-me emigrante em 1998 senti que tinha encontrado uma nova vida, e que tinha de aprender muita coisa novamente como coisas que iam para la de um novo idioma. Tinha de aprender novas regras sociais, habitos do dia-a-dia e ate mesmo culturais.

Sempre senti e continuo a sentir que o povo britanico tem facilidade em esconder isso mas e um povo racista. Racista porque tem dificuldade em aceitar pessoas de outro pais ao seu lado, no trabalho, na vida em geral. Racista porque se sente superior aos outros em tudo e pensa que e melhor que tudo e todos, espelhando uma enorme arrogancia. Porem com o tempo e com a convivencia e capaz de comecar a aceitar a pessoa, sobretudo, se por uma razao ou outra sentir necessidade dela. Notei o quanto os britanicos podiam ser racista antes, logo assim que aqui cheguei, por nao falar ingles, mas sobretudo, em 2016, pelo referendo entre o Brexit e o Remain, nao pelo resultado em si mas porque foi uma altura em que o brexitianos mostraram a sua forca e poder para com tudo e todos. Houve muita gente a queixar-se de actos de racismo, eu incluido, senti isso na pele e fui vitima de actos de racismo, quando de madrugada num fim de semana quando ia a passar junto a um PUB me atiraram com liquido de um copo, julgo que cerveja, acima, era facil ver-se que um tipo fardado com uniforme de fabricas, as 5 da manha na rua ia trabalhar e nao era britanico.

A vida de emigrante e tudo menos facil quando se tem que fazer prioritariamente os trabalhos que as pessoas do pais onde estamos nao querem e nao aceitam fazer. Nao me digam que e vida facil acordar as 4 da manha para ir trabalhar 10, 12 horas, vivam a realidade e depois comentem.

A vida de emigrante nao e facil muitas vezes ate porque quando procuramos o apoio do Consulado, Embaixada do nosso pais de origem o mesmo nao nos e negado mas e demorado. Acontece actualmente comigo indo ficar com Cartao de Cidadao e Passaporte a expirar enviar email para o Consulado Portugues em Londres e receber uma resposta rapida mas demorada ao mesmo tempo. Isto e, responderam-me em menos de 24 horas mas so me marcaram vagas para resolver os problemas que tenho com os documentos de identificacao para Setembro e para Outubro, isto e ficar 6 e 7 meses a espera de uma marcacao. Agora digam-me se a vida de emigrante e facil.

Gosto da vida que tenho, gosto de aqui estar, viver e trabalhar mas nao aceito que digam que e uma vida boa. E uma vida de trabalho, de sacrificio e a prova disso e que muitos chegam com a ilusao de que as libras caem do ceu mas ao fim de menos de um ano ja se foram embora, nao e uma vida facil mas e uma vida que posso dizer que vale a pena se viver quando estamos preparados para uma vida de trabalho e de sacrificios mas ao mesmo tempo quando se tem cabeca, uma vida em que se pode ganhar e juntar algum dinheiro.

Caro(a) leitor(a) espero que este texto tenha sido do seu agrado e se assim o desejar ficamos com encontro marcado para um futuro proximo, ate la.

                                                                                                  Manuel Goncalves


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