Como um eterno apaixonado por Historia Antiga (nao tao antiga que me refira a Pre-Historia) mas das grandes civilizacoes antigas em particular Roma Antiga, Grecia Antigo e Antigo Egipto e sempre um prazer escrever acerca de um assunto que envolva um tema que envolva estas tres grandes civilizacoes.
Ja aqui tinha escrito acerca da Prostituicao na Grecia Antiga numa Cronica publicada em 2018, mais exactamente em 10 de Agosto de 2018. Agora e a vez de chegar ate a Prostituicao na Roma Antiga e nao so apenas entender mas dar a entender que nem a Prostituicao quis ficar atrasada no tempo, isto e, ate a Prostituicao evoluiu como quase tudo ao longo dos seculos mas em alguns pontos importantes nada mudou. Isto e na Roma Antiga a Prostituicao estava ao alcance de todos mas algumas prostitutas nao era bem assim, eram apenas para os grandes senhores. Hoje as coisas continuam exactamente assim mas de forma diferente, algumas prostitutas nao sao para o bolso de todos.
Outro ponto e o facto de que as prostitutas podiam trabalhar por necessidade de sobrevivencia mas a unica moeda de troca era mesmo dinheiro, podiam ter fome, necessidade se alimentarem mas nao aceitavam outros bens como alimentos, ainda hoje e o dinheiro que domina a Prostituicao e as prostitutas. Houve algumas mudancas de evolucao mas apesar de quase dois milenios se terem passado algumas coisas nada mudaram e creio que em nada mudarao nem com mais dois milenios pela frente.
Nao sou de viver no passado como se fosse um Museu mas realmente assumo que a Historia e um dos temas que maior interesse desperta em mim em conjunto com a Filosofia e algo que admiro em tudo isto neste blog e que muitas vezes escrevendo e passando conhecimento de alguns assuntos, eu sou o primeiro a tomar conhecimento disso mesmo, isto e, nas pesquisas que faco para escrever sobre um tema tambem eu fico a tomar conhecimento de certas coisas que nao sabia, ou que nao sabia de uma forma tao aberta e concreta.
A Prostituicao na Roma Antiga ao contrario de hoje ainda em muitos locais pelo Mundo fora sobretudo por razoes religiosas, sociais ou politicas era uma actividade que era legalizada e licenciada, Na Roma Antiga mesmo os homens do mais alto estatuto social eram livres para se envolverem com prostitutas, sem incorrer em reprovacao moral, enquanto eles demostrassem auto-controlo e moderacao na frequencia no prazer do sexo. Ao mesmo tempo a Prostituicao em si apesar de legalizada e licenciada nao deixava de ser uma actividade considerada socialmente como algo vergonhoso para quem a praticava: a maioria das prostitutas eram escravas ou ex-escravas, ou livres por nascimento que foram relegadas ao estatuto de infame, pessoas absolutamente sem posicao social e privadas de mais proteccoes que eram concedidas aos cidadaos de ambos os sexos sob o que ditava a Lei Romana da altura, um estatuto, compartilhado com actores, os quais no entanto, exerceriam fascinio sexual.
A Literatura Latina faz uma referencia frequente as prostitutas. Os poemas de Caio Valerio Catulo (87 ou 84 A.C - 57 ou 54 A.C) mais conhecido como Catulo, Quinto Horacio Flaco (65 A.C - 8 A.C) mais conhecido como Horacio, Publio Ovidio Nasao (43 A.C - 17 ou 18 D.C) mais conhecido como Ovidio, Marco Valerio Marcial (38 - 104) mais conhecido como Marcial, Decimo Junio Juvenal (entre 55 e 60 - depois de 127) mais conhecido como Juvenal foram alguns casos, bem como o Petronio (27 - 66) com a sua obra Satiricon ( provavelmente escrita proximo do ano 60) fornecem algumas visoes ficticias ou satirica das prostitutas. No Mundo real as praticas estavam documentadas, atraves de disposicoes da Lei Romana que regulamentavam a Prostituicao, e por inscricoes, especialmente graffitis de Pompeia. A arte erotica em Pompeia e Herculano.
Embora houvesse mulheres e ate mesmo homens se prostituindo, as evidencias para a Prostituicao feminina sao mais amplas (como e ainda hoje). Uma Prostituta podia ser autonoma e alugar um quarto para realizar o seu "trabalho". Uma menina (puella, um termo usado na Poesia como um sinonimo para "namorada" ou meretrix, e nao necessariamente uma designacao etaria) poderia viver com um leno ou (lena) ou ate mesmo abrir um negocio, sob a gestao de sua Mae, embora a palavra "Mater" (Mae) pode as vezes ser um mero eufeminismo para lena. Estes arranjos sugerem a utilizacao da Prostituicao por mulheres de nascimento livre que se encontravam em situacoes de necessidade financeira, e tais prostitutas podiam ser consideradas como relativamente maior prestigio.
As prostitutas tambem poderiam trabalhar fora de um bordel ou taberna como habitualmente faziam, podiam trabalhar para um proxeneta (leno) ou (lena) o que hoje vulgarmente chamamos de "chulo" ou "cafetina". Contudo a maioria das prostitutas pareciam ser escravas ou ex-escravas e escravos ou ex-escravos.
As cortesas usavam roupas feitas de seda e com aspecto espalhafatosas como ainda hoje e habito usar se roupas que chamem a atencao.
Alguns relatos de autores romanos parecem indicar que as prostitutas apresentavam-se nuas. A nudez era associada com a escravidao, como uma indicacao que a pessoa era, literalmente, despojada de privacidade e de propriedade sobre o proprio corpo. Uma passagem de Marco Aneu Seneca (54 A.C - 39 D.C) tambem conhecido como Seneca ou Seneca Pai (o seu filho Seneca superou-o em fama) descreve a condicao da Prostituta vendida como uma Escrava:
"Nua, ela se apresentou na praia, ao prazer do comprador; cada parte do seu corpo foi examinada e sentida. Gostaria de ouvir o resultado da venda? O pirata vendeu; o Leno a comprou, para que ele possa usa-la como Prostituta".
No Satiricon, Petronio como narrador relata como ele "viu alguns homens andando furtivamente com prostitutas nuas". O Humorista, Juvenal, descreve uma Prostituta como nua "com mamilos dourados". O adjectivo "nudus", no entanto, pode tambem significar "exposto" ou despojado de roupa exterior, e os eroticos murais de Pompeia e Herculano mostram as mulheres que se presume serem prostitutas vestindo uma roupa romana equivalente a um soutien moderno, enquanto estao activamente envolvidas em actos sexuais.
A maioria das prostitutas eram sem duvida escravas ou mulheres que haviam sido libertadas da escravidao, sera dificil determinar ate que ponto se prostituiam voluntariamente ou se algumas ate eram forcadas a faze-lo. Porque os escravos e escravas eram considerados propriedade, sob a Lei Romana, entao era legal para um proprietario de escravos emprega-las na Prostituicao.
Embora uma violacao sexual fosse um crime na Roma Antiga, a lei apenas punia a violacao sexual de um Escravo se ele o "danificasse", uma vez que um Escravo nao tinha personalidade juridica como uma pessoa livre. A pena pelo crime de violacao sexual foi fornecer ao proprietario uma indemnizacao por "danos" a sua propriedade.
Ha algumas evidencias de que prostitutas escravas poderiam se beneficiar do seu trabalho; em geral, os escravos poderiam ganhar o seu proprio dinheiro.
Por vezes, o vendedor de uma Escrava usava uma clausula para impedi-la de ser Prostituta. Essa clausula significaria que, se o novo proprietario ou qualquer outro proprietario posteriormente utiliza-se ou fizesse a Escrava se prostituir, ela passaria a ser livre.
A prostituicao era regulamentada, em certa medida, nao tanto por razoes morais, mas para maximizar o lucro. As prostitutas tinham que ser registadas com os edis. Ela dava seu nome verdadeiro, sua idade, local de nascimento, e o pseudonimo sob o qual ela se prostituia. Se a menina era jovem e aparentemente respeitavel, o Oficial procurava por vezes influenciar ela a mudar sua escolha, e nao se prostituir ou parar de se prostituir.
Apos se registar o edil fazia-lhe uma "licenca para devassidao" (licentia stupri), constatando o preco que ela exigia para seus favores, e inseria seu nome nos registos. Uma vez registado o nome nao poderia nunca vir a ser removido.
Caio Julio Cesar Augisto Germanico (12 - 41), mais conhecido como Caligula e famoso pela sua loucura, criou um imposto sobre as prostitutas (o vectigal ex capturis) Marco Aurelio Severo Alexandre (208 - 235) conhecido como Alexandre Severo manteve essa mesma lei, mas ordenou que tais receitas colhidas do mesmo imposto fossem utilizadas para a manutencao dos predios publicos, que nao poderiam vir a contaminar o tesouro do Estado. Este infame imposto nao foi abolido ate o tempo de Teodosio I (346 - 395) mas o credito e devido a um homem rico chamado Florencio, que censurou fortemente esa mesma pratica, para o Imperador, e ofereceu a sua propria propriedade, para sanar o deficit, que surgiria apos a sua revogacao.
Os bordeis, na Roma Antiga, sao conhecidos hoje a partir de fontes literarias, e evidencias arqueologicas comparativas de Pompeia. Os bordeis eram comumente chamados de Lupanar ou Lupanarium, essa palavra surgiu a partir a partir da palavra "Lupa" que significa "Loba", era uma palavra usada como sinonimo de "Prostituta".
Geralmente os bordeis eram descritos como locais extremamente sujos, com um cheiro caracteristico de areas com pouca ventilacao e com fumaca da queima em lampadas, como observado em uma acusacao feita por Seneca: "voce ainda fede a fuligem do bordel".
A forma de gerir essas casas parecem ser de dois tipos e formas: aquelas que eram geridas por um proxeneta (Leno) ou (Lena), e aquela que era apenas gerida por uma pessoa. Na primeira, o proprietario mantinha um Secretario, villicus puellarum, para as meninas. Esse gestor atribuia o nome as meninas, fixaria seus precos, receberia o dinheiro assim como providenciaria roupas e outros bens e utensilios de necessidades.
A decoracao das paredes estava de acordo com os objectivos para o qual a casa era mantida, (consulte a arte erotica em Pompeia e Herculano). Sobre a porta de cada cubiculo havia uma tabela (Titulus) sobre a qual estava o nome do ocupante e o seu preco; o verso tinha escrito a palavres "occupata" ("occupada, em servico, ocupado") e quando a Prostituta era contratada a tabela era virada de modo que a palavra no verso do tablet ficava visivelmente amostra indicando que aquele quarto ja estava sendo usado. Esses cubiculos normalmente tinham uma lampada de bronze ou de barro, e algum tipo de cama fixa, sobre a qual era espalhado um cobertor ou colcha, este ultimo, por vezes, podia tambem ser usado como uma cortina. As taxas registadas em Pompeia variavam de 2 a 20 Asses, sendo uma moeda de bronze ou de cobre de valor relativamente baixo.
Os arcos sob os circus era um dos locais favoritos para as prostitutas ou potenciais prostitutas. Esses arcos foram chamados de "fornices", do qual deriva a palavra usada nos tempos de hoje de "fornicacao", as tabernas tambem chamadas de tavernas, estalagens, casas de alojamento, cozinhas, padarias, desempenhavam um papel proeminente no submundo de Roma.
As tabernas eram geralmente consideradas pelos magistrados como sendo bordeis e as empregadas foram consideradas assim pela lei.
As prostitutas tinham um papel determinante em varias cerimonias religiosas, em particular e principalmente no mes de Abril. No dia 01 de Abril, as mulheres honravam Fortuna Virilis, era um aspecto ou manifestacao da Deusa da Fortuna, que apesar do seu nome (Virilis, Viril) era cultuada e adorada apenas e exclusivamente por mulheres, pois estas achavam que a Deusa da Fortuna Virilis tinha o poder de esconder os defeitos das mulheres dos olhos dos homens que elas amavam. De acordo com Ovidio, as prostitutas juntavam se as mulheres casadas (Matrone) no ritual de purificacao e do culto da Estatua da Fortuna Virilis. Normalmente, a linha que separava entre as respeitaveis mulheres e as infames era cuidadosamente desenhada: quando uma Sacerdotisa andava pelas ruas, assistente entao removiam as prostitutas, juntamente com outras "impurezas" para fora do seu caminho.
Ainda em Abril mas ja no dia 23, as prostitutas faziam oferendas ao Templo de Venus Ericina (Capitolio) que havia sido dedicado a ela nessa data em 181 A.C, como o segundo templo em Roma, que era dedicado a Venus Ericina (Venus de Erix), uma Deusa que estava associada com as prostitutas. A data acabava por coincidir com um outro evento festivo diferente, a Vinalia, um festival de vinho.
Mais uma vez em Abril, no dia 28 e que se estendia ate Maio, 03 de Maio, a Floralia, era realizado em honra da Deusa Flora. Introduzido pela primeira vez cerca de 238 A.C, era caracterizado pela realizacao de dancas eroticas e striptease por mulheres caracterizadas como sendo prostitutas. De acordo com o Escritor Cristao, Lucio Celio Firmiano Lactancio (Cerca de 240 - Cerca de 320), "alem da liberdade de expressao e inesgotavel obscenidade, as prostitutas, no da rale, tiravam sua roupa e agiam como mimicas, em pleno visto publico, e assim elas continuavam ate a completa sensacao de saciedade dos espectadores, mantendo que mantinham a atencao em suas nadegas". Juvenal tambem se refere as mulheres nuas dancando, e talvez a prostitutas.
Caro (a) leitor (a) como e conhecido sou um apaixonado por Historia, um verdadeiro amante de muitos temas e assuntos envolvendo o mesmo tema como Arqueologia. Nesse ponto sou um apaixonado pelo estudo de tres imperios e civilizacoes antigas Romana, Grega e Egipcia.
Demtro das tres civilizacoes existem dois temas que me despertam um especial interesse que sao a Escravatura e a Prostituicao.
Agora que escrevo acerca da Prostituicao na Roma Antiga e depois de ja ter escrito acerca da Prostituicao na Grecia Antiga como ja tinha dedicado tambem uma Cronica ao que era a Escravatura na Roma Antiga resta me faze-lo e escrever acerca do que era a Escravatura na Grecia Antiga, nao esquecendo claro, A Escravatura e Prostituicao no Antigo Egipto, serao certamente temas para escrever ja no novo ano que se aproxima a passos largos.
Por agora e tempo de me despedir esperando que este trabalho tenha sido uma agradavel leitura para si, que lhe tenha trazido algum novo conhecimento a nivel cultural, foi um prazer para mim escreve-lo, abraco e ate a um proximo encontro, para breve, espero eu, ate la.
Manuel Goncalves

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