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domingo, 3 de março de 2019

O Livro Negro do Comunismo (1997)

 

Sendo eu um Anticomunista assumido creio que ia sendo tempo de escrever esta Cronica ou uma outra que fizesse mostrar a realidade que e o Comunismo e neste caso nao sou o unico a pensar desta forma ou vejamos que o mesmo livro em que se vai basear a Cronica de agora foi escrita por varios escritores e autores.

O Comunismo talvez seja a Ideologia Politica que mais fome e sofrimento fez o ser humano passar com os mais diversos crimes, terror e repressao e que marcou algumas das paginas mais negras e sangrentas da humanidade. Falo do mesmo Comunismo que faz calar a boca do povo a todo o custo e que o faz viver sob rigidas leis. E certo que num regime de ditadura pode tambem haver governo de Direita mas sempre ouvi dizer que e preferivel viver-se numa ditadura de Direita do que numa Ditadura de Esquerda e o Comunismo tem uma ideologia de Esquerda. A razao que me apresentaram e que numa ditadura de Direita nao se pode falar mas nao se passa fome numa ditadura de Esquerda nao se pode falar e passa-se fome.

Pelo Mundo fora segundo alguns dados o Comunismo foi o causador de 94 milhoes de mortes logo isso revela o que o Comunismo tem de bom.


O Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terror, Repressao (1997) e uma obra Anticomunista escrita de forma colectiva e em conjunto por varios professores e pesquisadores universitarios europeus. O livro foi editado pelo Historiador frances Stephane Courtois (1947) que e justamente especializado em Comunismo, Director de pesquisas Centre National de la Recherche Scientifique (1939), "Centro Nacional de Pesquisa Cientifica" (CNRS), e o lancamento do mesmo livro ocorreu pela ocasiao dos 80 anos da Revolucao Russa (1917).

O Livro Negro do Comunismo e um verdadeiro documentario por escrito que faz um inventario do que tinha sido a repressao politica por parte dos regimes ditos marxistas-leninistas - incluindo as execucoes extrajudiciais, as deportacoes e as crises de fome. A mesma obra literaria foi publicada originalmente em 1997, na Franca, sob o titulo Le Livre Noir du Communisme: Crimes, Terreur, Repression ("O Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terror, Repressao").

A parte de introducao do mesmo livro a cargo do Editor, Courtois, o mesmo declara que "...os regimes comunistas tornaram o crime em massa uma forma de governo". Usando algumas estimativas nao oficiais, apresenta um total de mortes em paises de regimes comunistas que chega aos 94 milhoes. A estatistica do numero de mortes dada por Courtois e a seguinte:

. 20 milhoes na Uniao Sovietica.
. 65 milhoes na Republica Popular da China.
. 1 milhao no Vietname.
. 2 milhoes na Coreia do Norte.
. 2 milhoes no Camboja.
. 1 milhao nos Estados Comunistas do Leste Europeu.
. 150 mil na America Latina.
. 1,7 milhoes em Africa.
. 1,5 milhoes no Afeganistao.
. 10,000 mortes "resultante das accoes do Movimento internacional Comunista e de partidos comunistas fora do poder ". (Pagina 4 do livro).


O livro defende explicitamente que os regimes comunitas sao responsaveis por um numero maior de mortes do que qualquer outra Ideologia Politica ou Movimento Politico, incluindo mesmo o Fascismo. As estatisticas das vitimas incluem execucoes, fomes intencionalmente provocadas, mortes resultantes de deportacoes, prisoes e trabalhos forcados.

Uma lista parcial mais detalhada de alguns crimes cometidos na antiga Uniao Sovietica durante os regimes de Vladimir Ilyich Ulyanov (1870-1924) mais conhecido pelo pseudonimo de Lenin e de Josef  Vissariónovitch Stalin (1878-1953) mais conhecido como Josef Stalin ou Stalin descritos no livro inclui:

. As execucoes de dezenas de milhares de refens e prisioneiros e de centenas de milhares de operarios e camponeses rebeldes entre 1918 e 1922
. A Grande Fome Russa de 1921, que causou a morte de 5 milhoes de pessoas.
. A deportacao e o exterminio dos cossacos do Rio Don em 1920.
. O exterminio de dezenas de milhares em campos de concentracao no periodo entre 1918 e 1930.
. O Grande Purga (1934-1939), que acabou com a vida de 690 000 pessoas.
. A deportacao dos chamados "Kulaks" entre 1930 e 1932.
. O genocidio de 10 milhoes de ucranianos - conhecido como Holodomor (1932-1933) - e de 2 milhoes de outros durante a fome de 1932 e 1933.
. A deportacao de polacos, ucranianos, balticos, moldavos e bessarabios entre 1939 e 1941 e entre 1944 e 1945.
. A deportacao dos alemaes do Volga.
. A deportacao dos tartaros da Crimeia em 1943.
. A deportacao dos chechenos em 1944.
. A deportacao dos inguches em 1944.

O livro, entre outras fontes, usou material dos ficheiros da KGB e de outros arquivos sovieticos.


O livro editado por Stephane Courtois, tem como autores os seguintes academicos e especialistas europeus:

, Stephane Courtois - Director de Pesquisas no Centre National de la Recherche Scientifique.
. Nicolas Werth (1950) - Historiador frances, especialista em Historia Sovietica, e Pesquisador do Institut d'Histoire du Temps Present (1978) conhecido tambem como IHTP e de Instituto de Historia dos Tempos Presentes, em Paris.
. Jean-Louis Panne (1953) - Historiador frances, especialista em Movimento Comunista Internacional.
. Andrzej Paczkowski (1938) -Historiador polaco Director do Instituto de Estudos Politicos da Academia Polaca das Ciencias e um Membro da Comissao Arquivadora do Ministerio Polaco dos Assuntos Internos.
. Karel Bartosek (1930-2004) - Historiador e Investigador Checo do Instituto de Historia dos Tempos Presentes, em Paris.
. Jean-Louis Margolin (1952) - Historiador frances, Pesquisador da University of Provence Aix-Marseille I (1969-2012) e do Instituto de Investigacao do Sudeste Asiatico.
. Sylvain Boulouque - Historiador frances, Pesquisador associado do GEODE, Universite Paris Nanterre (1964) tambem conhecida anteriormente como Universite Paris X - Nanterre e Universite Paris Ouest - Nanterre-La Defense (1170) resultante da divisao da Universidade de Paris.
. Pascal Fontaine - Jornalista, especialista em assuntos da America Latina.
. Remi Kauffer (1949) - Jornalista frances, especialista em Historia dos servicos secretos, terrorismo e operacoes clandestinas.
. Pierre Rigoulot (1944) - Historiador e Autor frances, Pesquisador do Instituto de Historia Social.
. Yves Santa Maria - Historiador.


Dois dos autores, Nicholas Werth e Jean-Louis Margolin, desencadearam na Franca quando publicamente se dissociaram das declaroes de Courtois na introducao acerca da escala de violencias tachadas a regimes "ditos" comunistas. Achavam que o mesmo Coutois estava "obcecado" em chegar a um total de 100 milhoes de vitimas. Em vez disso estimavam que o Comunismo fizera entre 65 e 93 milhoes de mortos. Rejeitatam igualmente a comparacao de repressao sovietica com o Genocidio Nazi.

Werth, um bem considerado especialista em assuntos acerca da Uniao Sovietica, disse que apesar de tudo existia uma diferenca qualitativa entre o Nazismo e o Comunismo. Disse depois ao Jornal frances, Le Monde (1944), que "Nao existiam campos de exterminio na Uniao Sovietica" e que !Quanto mais se compara o Comunismo com o Nazismo, mais as diferencas sao obvias".

Sem surpresas, devido a natureza do assunto a que diz respeito, a mesma obra literaria desencadeou uma grande variedade de respostas, desde o apoio entusiastico a um criticismo severo.

O Livro Negro do Comunismo recebeu louvores dos meios de comunicacao norte-americanos e britanicos, incluindo o The Times Literary Supplement (1902) conhecida tambem como TLS, The New York Times Book Review (1896) conhecido igualmente como TNYTBR, Library Journal (1876), Kirkus Reviews (1933) tambem conhecida como Kirkus Media, The New Republic (1914) ou (TNR), The National Review (1955), The Weekly Standard (1995-2018).

O Historiador, Escritor e Professor Universitario britanico, Tony Judt (1948-2010) para o  jornal diario estadunidense, The New York Times (1851) conhecido tambem como TNYT:

"Um compendio de 800 paginas dos crimes dos regimes comunistas por todo o Mundo, recolhidos e analisados em grande detalhe por uma equipa de especialistas. Os factos e os dados, alguns deles bem conhecidos, outros confirmados ha pouco em ate agora inacessiveis artigos, sao irrefutaveis. O mito dos fundadores bem intencionados - o bom Czar Lenine e os seus perversos herdeiros - foi apagado de vez. Ninguem podera mais clamar ignorancia ou incerteza acerca da natureza criminosa do Comunismo, e aqueles que comecaram a esquecer serao forcados a relembrar de novo".

A Jornalista americana, Anne Applebaum Elizabeth (1964), Autora de "Gulag: Uma Historia dos Campos de Prisioneiros Sovieticos (2003)":

"Uma Historia seria dos crimes comunistas na Uniao Sovietica, Europa Oriental e Ocidental, China, Coreia do Norte, Camboja, Vietname, Africa e America Latina... 'O Livro Negro' de facto ultrapassa muitos dos seus predecessores em relatar a grande escala da tragedia Comunista devido ao uso extensivo por parte dos autores dos recentes abertos arquivos da Uniao Sovietica e da Europa Oriental".

Martin Edward Malia (1924-2004) um Professor Universitario de Historia estadunidense na Universidade da California (1868), escreveu o seguinte para um suplemento literario do The Times:

"A publicacao sensacao em Franca neste Inverno (1999) foi um austero tomo volume academico. 'Le Livre Noir du Communisme' , detalhando os crimes do Comunismo desde a Russia, em 1917, ao Afeganistao, 1989... 'O Livro Negro do Comunismo' faz um balanco do nosso presente conhecimento acerca dos custos humanos do Comunismo, baseado em arquivos quando possivel, e quando nao baseado nas melhores fontes secundarias e com referencia as dificuldades de qualificacao. No entanto, apesar de austero, o seu impacto cumulativo e enorme. Ao mesmo tempo o livro da uma serie de importantes pontos analiticos".


Nao ha consenso entre os historiadores sobre o numero de vitimas da repressao nos paises do bloco socialista. Alguns chegam mesmo a ir mais longe e a colocar o numero de vitimas bem mais alto do que no Livro Negro do Comunismo, mas outros especialistas defendem que o numero e mais baixo do que apresentado no livro. Por exemplo, as estimativas para o regime de Estaline na Uniao Sovietica vao entre os 20 e os 60 milhoes, e os de Mao Tse-Tung (1893-1976) tambem conhecido como Mao Zedong na China entre os 19,5 e os 75 milhoes. Os autores do Livro Negro do Comunismo defendem as suas estimativas para a Uniao Sovietica (20 milhoes) e para a Europa de Leste (1 milhao) dizendo e defendendo que usaram fontes que jamais haviam estado disponiveis a qualquer Investigador historico anteriormente (os arquivos mencionados anteriormente). Ao mesmo tempo, os autores reconhecem que as estimativas para a China e outros paises ainda governados por partidos comunistas sao incertas, uma vez que os seus artigos ainda estao fechados. Nos anos recentes alguns autores publicaram estimativas progressivamente maiores das mortes provocadas por regimes comunistas; assim, livros recentes como Mao: A Historia Desconhecida (2005) e Um Seculo de Violencia na Russia Sovietica (2002) defendem numeros de mortes mais elevados para a China e para a Russia respectivamente. Esses numeros excessivamente nao batem com o crescimento populacional sovietico, que de 148 milhoes de pessoas em 1926 passou para 196 milhoes em 1941. Deve ser lembrado e recordado que muitos anti-comunistas colocam as vitimas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e da Guerra Civil da Decada de 20 na conta do regime sovietico.

Outros pesquisadores criticam as estimativas excessivamente altas e desprovidas de fundamento empirico-documental, e acabaram por estabelecer numeros muito menores por meios de pesquisas em casos especificos. Para a ditadura Stalinista, por exemplo, a analise estatistica dos arquivos do aparelho repressivo revelam somente 3 milhoes de vitimas letais da repressao, tanto politica quanto criminal: 800 mil execucoes, 1,7 milhoes de mortos dentro das prisoes e campos de trabalho e 350 mil mortos nos conflitos no campo durante a colectivizacao forcada da agricultura. Vickery, citado por Avram Noam Chomsky (1928), calcula em 700 mil o numero de mortes "acima do normal" durante a ditadura de Saloth Sar (1925-1998) tambem conhecido como Pol Pot ou Minh Hai, estipulando que uma boa percentagem destas mortes haviam sido provocadas e causadas pela fome provocada e causada pela destruicao da agricultura por bombardeamentos Norte-americanos.

Outro Professor da Universidade da California Mark B. Tauger (1954), tambem discorda com a tese do Autor de que a morte de um Campones na Ucrania "vale a morte de uma crianca no Gueto de Varsovia". Nao interpreta o Holodomor como uma fome intencional e como genocidio. Esta e uma polemica em curso entre os historiadores. Por exemplo, o Historiador britanico, George Robert Ackworth Conquest (1917-2015) conhecido como Robert Conquest e especialista em Historia da Uniao Sovietica, tambem via a mesma fome, ja referida, o Holodomor, como intencional.


Criticos do Livro Negro do Comunismo alegaram que este usa o termo Comunista para se referir a uma vasta variedade de sistemas e que "arbitrariamente atira fenomenos historicos completamente diferentes como a Guerra Civil de 1918-1921, a colectivizacao forcada e o Grande Terror na Uniao Sovietica, o dominio de Mao na China e de Pol Pot no Camboja, o Governo Militar na Etiopia tal como diversos movimentos politicos da America Latina, desde a Frente Sandinista de Libertacao Nacional (1961) no Nicaragua ao Caminho Brilhante no Peru. Nao discutindo a natureza Comunista ou nao dos paises referenciados, o jornal frances, Le Monde Diplomatique (1954) argumentou que a Historia local e as tradicoes desempenharam um papel ao menos tao importante quanto o do Comunismo em cada caso.

Em carta de Friedrich Engels (1820-1895) a Eduard Bernstein (1850-1932) o proprio Karl Marx (1818-1883) teria dito a Lafarge: "Se algo e certo, e que eu proprio nao sou um Marxista". Isso sendo dito como critica a peculiaridade distorcida do Marxismo frances a epoca, nao uma autocritica de arrependimento, mas um aviso contra distorcoes. Esta frase e usada isolada do seu contexto por criticos do Marxismo como se fosse uma autocritica de arrependimento. Contudo dentro do Marxismo ha uma tentativa teorica de diferenciar os textos e conceitos de Marx-Engels (Marxianismo) dos demais teoricos ou praxistas que vieram produzir novos conceitos ou interpretacoes. Essa diferenciacao nao vem a invalidar ou refutar obras derivadas, contudo vem buscar diferenciar e contextualizar a obra de Marx e Engels com um recorte mais preciso.

Outra critica a mesma obra literaria e que discute apenas os estados comunistas, sem fazer comparacoes com estados capitalistas. Alguns criticos, como em, O Livro Negro do Capitalismo (1998), argumentaram que,  se fossem aplicados os padroes do Livro negro ao Capitalismo, este poderia ser responsabilizado por tantas mortes como os paises comunistas. Entre os alegados crimes do Capitalismo estao as mortes resultantes do Colonialismo e do Imperialismo, repressao das classes trabalhadoras e de sindicatos no Seculo XIX e XX, ditaduras pro-ocidentais durante o Periodo da Guerra Fria (1945-1991) e o rapido regresso ao Capitalismo em estados anteriormente comunistas ate 1990. O Le Monde Diplomatique nota que o Livro Negro do Comunismo Incrimina o lado Comunista em numerosas guerras e revolucoes sem mencionar mortes e outros crimes cometidos pelo lado anticomunista ao mesmo tempo. Noam Chomsky, refere que os argumentos usados por capitalistas para justificar essas mortes sao muito semelhantes aos argumentos usados para defender os paises comunistas. Por exemplo, alega-se que o Colonialismo e o Imperialismo nao representam o verdadeiro Capitalismo, e que as mortes provocadas por ditaduras pro-ocidentais durante a Guerra Fria eram necessarias para lutar contra o Comunismo.


Caro(a) leitor(a) esta e mais uma cronica que chega ao fim mas devo adiantar que o assunto nao ficara parado e por aqui mesmo. Fica prometido em tempo futuros depois de agora escrever sobre o Livro negro do Comunismo vir um dia a escrever sobre o reverso da medalha e do ja falado Livro Negro do Capitalismo.

Fico e estou feliz por ver que entramos agora em Marco e ja vou com 11 publicacoes feitas divididas entre cronicas, contos breves e cancoes. Muito em tres meses para quem no ano passado, 2018, publicou somente 30 publicacoes durante todo o ano. No inicio de 2019 eu disse que o mesmo ano iria esmagar algum insucesso do ano anterior em termos de publicacoes e talvez tambem de visualizacoes. Penso que nas 11 publicacoes podem ler cronicas e contos breves com potencial para um dia serem portadoras de muitas visualizacoes.

Fico-me agora por aqui com os votos e desejos habituais das despedidas e com o desejo de um encontro breve, por aqui, como sempre. Abracos, ate la.

                                                                                                         Manuel Goncalves

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